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II. Salvação ou Evolução?

 

Palestra II

SALVAÇÃO OU EVOLUÇÃO?

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em maio de 2012

INTRODUÇÃO

Se eu perguntasse para o meu prezado leitor se acredita que o ser humano precisa ser salvo através de uma experiência espiritual de reparação moral, de caráter instantâneo, definitivo e radical, denominada conversão, novo nascimento ou regeneração, como apregoado pela religião cristã, ou se precisa ser salvo evoluindo em seu espírito mediante inúmeras manifestações de vida até se tornar um espírito puro, liberto de todas as amarras existenciais, como apregoado pelas religiões que acreditam na reencarnação, o que o meu leitor diria? Se responder que o homem precisa ser regenerado, torna desnecessária e fútil a evolução espiritual. Se responder que ele precisa evoluir em seu espírito até ser completamente liberto, torna sem efeito o sacrifício de Cristo. Aparentemente uma coisa elimina a outra, não podendo ambas andar juntas. Se é difícil para alguns acreditar que Deus possa ter enviado o seu Filho para ser vítima de um sacrifício vivo, cruel, sanguinolento, em uma ação totalmente repulsiva, inaceitável e até desnecessária, segundo as religiões reencarnacionistas, que não consideram o homem um pecador intransigente, contumaz da lei de Deus, e sim um espírito em evolução, em crescimento eternal, também é difícil para aqueles que partilham da fé cristã, acreditar que um ser mau, degradado, degenerado como o homem, possa ir melhorando em sua essência, em sua espiritualidade, progressivamente, reencarnação após reencarnação, até se tornar um espírito puro, sem precisar do sacrifício substitutivo de Cristo e da transformação de sua natureza decaída pela ação do Espírito Santo. A idéia de que seguir o exemplo de vida deixado por Cristo seja suficiente para o homem ser liberto seria completamente equivocada, pois quem isto desejasse deveria ter o Espírito de Cristo para conseguir viver a vida de Cristo, o que só seria possível mediante uma experiência espiritual de conversão.

Afinal de contas do que precisa o homem? De salvação ou de evolução?

EVOLUÇÃO OU INVOLUÇÃO?

Permitam-me voltar ao início de tudo, ao momento e lugar em que tudo começou. As Escrituras ensinam que o homem foi criado por Deus puro, sem mácula, sem pecado algum, e colocado em um lugar, denominado Éden, distrito da antiga Babilônia, que de tão lindo que era passou à História como “o Jardim do Éden”, ainda que o lugar contivesse também as configurações de um pomar por ter muitas árvores frutíferas e flores, de uma reserva animal por ter vários bichos e de um laboratório divino por ter Deus nele feito a mulher. Enquanto o período de inocência humana perdurou, o homem manteve comunhão com Deus e viveu em total sintonia com o seu ambiente. Ao pecar, porém, isto é, ao se rebelar voluntariamente contra as leis estabelecidas por Deus, o homem perdeu a comunhão que mantinha com o seu Criador, colocou toda a raça em estado de degradação moral e quebrou a sintonia com o local em que vivia. Esta situação, escrituristicamente demonstrada, parte dos pressupostos de que Deus existe e que foi o Criador do homem, não importando se esta criação se deu de forma mediata ou imediata; se por evolução ou se por criação instantânea. Ela ainda assegura as seguintes condições:

  • a) que o homem não evoluiu de um estado moral baixo para um estado moral alto, elevado, e sim, que já surgira vivenciando este estado superior;

  • b) que o decaimento espiritual e moral do homem foi abrupto, repentino, e atingiu toda a raça, que agora vive em estado de degradação moral e distanciamento de Deus;

  • c) que o homem não tem conseguido, no correr dos séculos, levantar-se por si mesmo e reassumir aquela posição que originalmente possuía de pureza espiritual e comunhão com o seu Criador;

  • d) que apenas Deus, que criou o homem e o afastou do Jardim Paradisíaco quando este pecou, pode, se assim o desejar, introduzi-lo novamente no novo Paraíso, aberto para nós através de Cristo, tendo para isto de tomar a iniciativa deste ato.

Já comentei na Palestra anterior, sobre este mesmo tema da Salvação, que os filhos do primeiro casal humano ao nascerem, já nasceram fora do Jardim do Éden, tendo o caminho que levava á Árvore da Vida bloqueado para eles. Não conheceram nada do que havia no Jardim do Éden nem gozaram da comunhão com Deus que seus pais experimentaram. Por que eles não usufruíram da mesma comunhão com Deus que seus pais tiveram, visto não terem em nada desobedecido a Deus e seus espíritos serem ainda puros, limpos, imaculados? Porque o meio em que eles estavam já não mais o era! Este os influenciava diretamente para o mal, ainda que não determinasse que o mal acontecesse na vida deles! Veja só: o lar onde eles viviam era um lar fracassado; o lugar onde habitavam, impregnado de demônios; a facilidade de pecar longe do olhar dos outros, imensa; e a comunhão que podiam manter com Deus, mediada por sacrifício de animais. Tão logo os filhos daquele casal chegaram à idade da razão, rebelaram-se contra as orientações do Senhor. Caim, o filho mais velho, estava vivenciando um estado de degradação espiritual tão grande que não sentiu dificuldade alguma em assassinar o seu irmão! O pecado tomara conta de suas almas e o ambiente onde viviam se degenerava cada vez mais atirando os novos habitantes do planeta em um tremendo mar de lama. Tão rapidamente isto aconteceu que Deus intentou destruir a raça humana através de uma imensa catástrofe. O dilúvio veio como um açoite divino à tão nova humanidade e apenas oito pessoas daquelas gerações antigas escaparam de morrer afogadas! Nenhuma evolução de espíritos fora detectada até então, antes a degeneração espiritual se acentuara rapidamente e tomara conta de todos!

Séculos mais tarde encontramos Jesus se lamentando sobre as gerações de seu tempo e dizendo: “Ai de ti, Corazim! ai, de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom (cidades da Fenícia) fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido com saco e cinza” (Mateus 11:21). Ainda que possamos dizer que essas gerações eram limitadas em número e situadas em determinada faixa do tempo, fica evidenciado que, nem mesmo os portentosos milagres do Cristo foram suficientes para elas se converterem de seus maus caminhos e incredulidade! Na última semana da vida do Mestre Este discursou para os seus discípulos dizendo: “Como foi nos dias de Noé, assim será também na vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos – assim será também a vinda do Filho do homem” (Mateus 24:37-39). As gerações agora apresentadas pelo Cristo já não parecem ser mais individualizadas e localizadas em determinado lugar do planeta, e sim envolver toda a população da Terra quando de seu retorno. Segundo o Senhor Jesus, elas não estarão apresentando nenhum sinal de aperfeiçoamento em seus espíritos, antes indo de mal a pior.

A AÇÃO DO PECADO NA VIDA DO HOMEM

O ensino geral das Escrituras, tanto pela pessoa do Cristo, quanto de seus apóstolos e antigos profetas é o de que o pecado cria uma divisão abismal, intransponível, entre o homem e o seu Criador. Veja, por exemplo, esta citação do profeta Isaías: “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem o seu ouvido agravado, para não poder ouvir: mas as vossas iniqüidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus: e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Isaías 59:1,2). Mais do que separar, porém, o pecado mata o homem espiritualmente, ou seja, torna impossível o acesso de seu espírito ao Espírito de Deus, que é Vida, é Exuberância, é Plenitude! Sem essa fluência da vida divina para a vida humana, o homem vira um “morto-vivo” em seus sentimentos e vontade. Jesus disse para alguém do povo que pretendia ser seu discípulo e ir enterrar o seu pai: “Deixa aos mortos sepultar os seus mortos” (Mateus 8:21,22). Ele estava se referindo aos parentes e amigos do morto que iriam enterrar o pai do pretendente a discípulo, e que estavam espiritualmente mortos. Este é o quadro mais feio que se pode pintar sobre a situação de distanciamento que o homem vive de Deus, pois se alguém está morto, quer seja física ou espiritualmente falando, não pode evoluir de maneira alguma! O apóstolo Paulo escreveu aos crentes de Éfeso dizendo-lhes: “(Deus) vos vivificou estando vós mortos em ofensas e pecados” (Efésios 2:1). E outra vez para os crentes daquele lugar: “Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo te iluminará” (Efésios 5:14). Sim, queridos: qualquer pecador que não tenha se arrependido de seus pecados, acertado as contas com o seu próximo e com Deus não pode evoluir em seu espírito, pois quem está morto não pode ir para lugar algum!

A NECESSIDADE DE CONVERSÃO

As Escrituras nunca apregoam que o homem deve ir se convertendo aos pouquinhos até um dia estar plenamente convertido, pois um morto não pode ir vivendo aos pouquinhos até um dia se tornar um vivo, e sim precisa de vida logo, imediatamente, para começar a viver! No momento em que este receber a vida, seja esta débil ou forte, um filete ou uma avalanche, já não importará mais, pois que já estará VIVO! A partir daí, sim, deverá ir se fortalecendo, progredindo, avançando, dia após dia! As Escrituras são enfáticas em anunciar a necessidade de o pecador passar por uma experiência de conversão espiritual a fim de receber nova vida – vida divina, vida crística, vida plena, e, a partir daí, trilhar um caminho de evolução, pois, se é verdade que um morto não pode evoluir, também é verdade que um vivo pode! Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida: quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá”. Se o prezado leitor encontra-se morto espiritualmente, distante de Cristo, distante de Deus, e sente que agora é o momento de receber VIDA, de começar a trilhar o caminho da verdadeira evolução, então arrependa-se sinceramente de seus pecados e convide a Cristo, o Salvador, para “entrar em seu coração”, ou seja, para penetrar no mais íntimo de seu ser, e limpá-lo de toda transgressão. A seguir, agradeça a Deus por tê-lo salvo e peça a Ele para ajudá-lo a viver todos os dias de maneira nobre, santa, pura. Não poderei descrever o alívio e a sensação de liberdade que o leitor sentirá, pois afinal de contas, o prezado já está preso nestas amarras espirituais a milhares e milhares de anos, mas estou certo, com os meus 25 anos de pastorado, que o prazer que sentirá será imenso, real e indizível!

A EVOLUÇÃO TAMBÉM É NECESSÁRIA

A crença de que a salvação do indivíduo só pode ocorrer mediante a evolução de seu espírito, feita a partir de uma sucessão infinda de reencarnações, não é escrituristicamente correta, pois que este nunca foi e nem nunca será o objetivo da reencarnação. O objetivo da reencarnação, biblicamente falando, é dar a oportunidade ao indivíduo de, em alguma das muitas manifestações de vida que terá, ser confrontado com o Libertador de todas as amarras milenares de sua vida – o nosso Mestre, Senhor e Salvador Jesus Cristo! Ao ser confrontado com o Salvador dos homens, o indivíduo poderá decidir-se pela sua libertação definitiva. Toda a operação de salvação do homem, que envolveu o Cosmo inteiro e demandou a participação direta do próprio Deus, porém, não pode, por si só, pela sua dramaticidade, salvar qualquer indivíduo que seja, se este não o desejar! O ser que precisa da salvação tem que desejar ser salvo e isto não acontece em doses homeopáticas, de evolução em evolução, mas de imediato, instantaneamente, através de uma entrega confiante e total do perdido Àquele que irá salvá-lo! É como uma criança que se lança aos braços do pai de uma altura elevada para se livrar das chamas de um incêndio ou, um nadador que está se afogando e precisa confiar no banhista que dele se aproxima para salvá-lo. Tem de confiar! Tem de se lançar totalmente nos braços de Cristo! Não importa se você chama esse ato de conversão, de novo nascimento ou de outro nome qualquer, pois o que importa é que o indivíduo passe por esta experiência de salvação!

Uma vez salvo, porém, o indivíduo entra em uma segunda fase, uma fase de evolução, mas não evolução do espírito no sentido de aperfeiçoamento deste, de melhora de sua essência, pois o que Cristo operou no íntimo do pecador não pode ser melhorado por ninguém. Sua obra é completa e definitiva. O pecador precisava ter a sua natureza decaída e pecaminosa transformada em uma natureza santa e pura, que sentisse prazer nas coisas de Deus e isto Cristo fez por ele, melhor dizendo, por todos nós. Ele nos transformou em santos a fim de que pudéssemos evoluir em santidade. O novo espírito do salvo precisa evoluir, crescer em conhecimento da vontade de Deus e, o Espírito Santo, como Mestre de Jesus que foi, também nos ajudará a crescer em Deus (2ª Pedro 3:18). Este processo de crescimento em Deus, de distanciamento do mal e de realização de boas obras é conhecido nas Escrituras pelo nome de santificação e só termina quando o indivíduo deixa este mundo em Cristo. Assim aprendemos que somos salvos para evoluir e não evoluímos para sermos salvos. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus, não vem de obras para que ninguém se glorie. Porque somos feitura sua (de Deus) criados em Cristo Jesus para as boas obras as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2:8-10). Somos salvos pela graça de Deus para a prática das boas obras e não por causa delas. Deus não precisa das nossas obras para salvar-nos e sim de nossa fé em seu ato de amor que o levou a oferecer Jesus Cristo por nós.

CONCLUSÃO

Evolução espiritual é apenas para os espiritualmente vivos, para os transformados por Deus, para os atingidos pelo Evangelho de Cristo e não para os que ainda não se converteram de suas maldades, não buscaram o perdão do Senhor, não demonstraram nenhum interesse pelas coisas espirituais, pois se tivessem de evoluir no estado em que se encontram, evoluiriam sim em maldade, em pecado, em transgressão, e aumentariam em muito a sua “carga kármica”. A evolução espiritual é realmente necessária para todos os indivíduos, mas não pode vir antes da conversão, da transformação do pecador em um justo santificado.

“Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação” (1ª Tessalonicenses 4:3)

“Não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação” (1ª Tessalonicenses 4:7)

“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14)

Deus abençoe a todos

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

I. Salvação – Quem Precisa Dela?

 

Palestra I

QUEM PRECISA DELA?

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio, em Realengo, no Rio de Janeiro, em junho de 2012

INTRODUÇÃO

Uma das coisas que eu sempre achei extremamente difícil de compreender nas pessoas que me anunciavam o Evangelho era o porquê de eu ter de ser salvo! Eu não conseguia entender essa coisa, pois não me sentia perdido em nada! Eu estava muito bem, obrigado! Eu havia nascido em um lar presbiteriano, criado em um internato católico, adotado por uma família tradicional do Rio de Janeiro de sólidos princípios cristãos e feito boas amizades na Marinha, força militar em que me alistei. Possuía um lar maravilhoso com irmãos tão fraternos que até hoje em dia parecem não existir iguais; uma mãe que era e ainda é uma esponja de puro amor; amigos em toda parte que me orientavam e me encaminhavam para o bem, e vinha agora aquele bando de pessoas esquisitas dizendo que eu devia “aceitar a Jesus, como meu único e suficiente Salvador e Senhor”, “arrepender-me de meus pecados”, “ser salvo”, e viver de acordo com a “Bíblia”, para que, quando morresse, “não fosse para o inferno e sim para o céu”. Até os doze anos de idade eu sequer sabia o que significava morte! Por que razão então eu deveria ser salvo? Salvo de que ou de quem? Salvo para fazer o que? Eu nunca atendi aos apelos daquela gente esquisita, não porque tivesse desenvolvido uma postura de rejeição permanente para rechaçá-los, mas porque eu não conseguia entender o significado daqueles termos esquisitos. Eu simplesmente não sabia do que eles estavam falando! Somente aos 21 anos de idade é que eu vim a compreender o significado de tais palavras e pude tomar a decisão que iria mudar toda a minha vida! Glória a Deus!

EVANGELHO: A LOUCURA DE DEUS!

Por vezes nós cristãos achamos que é coisa fácil para as pessoas a quem estamos evangelizando entenderem o nosso linguajar, o nosso jargão teológico, a nossa maneira de falar, mas isto não é verdade. Mesmo que o fosse, ainda assim, a mensagem que nós pregamos não é nada fácil de ser compreendida! Ela é tão complicada, tão complexa, tão difícil, que precisamos de um Deus para convencer o nosso ouvinte! O apóstolo Paulo denominou-a de “a loucura da pregação” (1ª Coríntios 1:21). Ele disse: “o homem natural (não convertido, não comungante com Deus) não compreende as coisas do Espírito de Deus porque lhe parecem loucura. Sente só a situação de nosso ouvinte: uma pessoa chega para ele e diz que um inocente foi duramente torturado e assassinado por causa dele e que, se ele não se arrepender de seus delitos, de seus maus atos, vai ser condenado pelo próprio Deus a viver para sempre em um lugar de trevas e fogo na companhia dos piores elementos do universo, incluindo a presença do próprio Diabo! Só que o nosso ouvinte não sabe que atos foram esses que a pessoa diz que ele cometeu, nem ainda quem é o indivíduo que ela diz que ele matou, pois tal pessoa já morreu há mais de dois mil anos em uma nação que o ouvinte jamais conheceu e para onde nunca sequer viajou! Isto é loucura ou não é? A Bíblia diz que “a palavra da cruz é loucura para os que perecem, mas para nós que somos salvos é o poder de Deus” (1ª Coríntios 1:18).

Fico entristecido ao ver pregadores, ao término de uma ministração, no templo ou fora dele, se sentindo totalmente frustrados, humilhados, decepcionados, pesarosos, por não verem os indivíduos para os quais eles ministraram, decidindo-se por Cristo, aceitando a salvação que eles estão lhes oferecendo. Eles se sentem completamente arrasados, decepcionados, frustrados e podem permanecer neste estado de depressão espiritual por um longo período. Querido, o que você está pregando é uma loucura, e não é loucura de homem, é loucura de Deus! “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação, “porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens” (1ª Coríntios 1:21,25). Apenas Deus pode ser responsabilizado pela sua própria loucura! Os resultados de sua pregação louca só dependem Dele mesmo e não de nenhum de nós!

A nossa função não é ficar cobrando resultados do Altíssimo, mas apenas sermos fiéis em nossa incumbência de proclamar a sua mensagem. Mensageiros não são responsáveis pelo conteúdo das cartas que carregam e sim pela sua entrega. Não podemos fazer nada para ajudar Deus, para esforçá-Lo, para dar-Lhe melhores resultados. A Parábola do Semeador que, pacientemente semeia sua boa semente em quatro terrenos diferentes, e que só obtêm os resultados pretendidos em um deles, nos ensina isto. O bom resultado da semeadura não depende apenas da semente e do tempo adequado para semeá-la, mas também do terreno que a recebe (Mateus 13:1-23). O rei Salomão instruiu em Eclesiastes 11:6: “Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará: se esta, se aquela, ou se ambas igualmente serão boas”. O apóstolo Paulo, tão acostumado a pregar às multidões, sabia muito bem qual era a sua posição diante de Deus, pois que disse aos crentes de Corinto: “Eu plantei, Apolo regou, mas Deus deu o crescimento; de sorte que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus que dá o crescimento” (1ª Coríntios 3:6,7). Apenas o Espírito Santo pode convencer alguém das verdades divinas (João 16:8). O próprio Senhor nos orienta sobre como isto acontece: “Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zacarias 4:6). Nada, pois, de ficar arrasado quando não vir os resultados acontecendo de imediato, pois nenhum de nós possui o título de Salvador dos homens, a não ser o nosso Bendito e Amado Jesus. Toda honra, toda glória, toda adoração para o nosso Mestre amado!

Assim é que as primeiras palavras do Espírito Santo sobre a salvação, nesta Palestra, são direcionadas aos pregadores do Evangelho com o objetivo de salvá-los de seu sentimento de incapacidade, de desânimo, de frustração quando, ao pregarem a mensagem de Deus, os ouvintes a quem eles estiverem pregando, não responderem favoravelmente aos seus apelos. Ditas essas coisas, vamos examinar juntos o que seja, biblicamente, salvação:

ENTENDENDO O QUE É PERDIÇÃO PARA COMPREENDER O QUE SEJA SALVAÇÃO

As Escrituras ensinam que os nossos primeiros pais viviam uma vida de comunhão com Deus, porquanto criados por Ele mesmo para a sua comunhão e prazer. Deus e o homem eram amigos. Estavam sempre juntos. Gostavam de sua amizade. Todo dia, pela viração da tarde, Deus vinha conversar com a sua criaturinha. Eles discutiam sobre como expandir o Éden para toda a terra, sujeitando os animais e poderes terrestres, tendo cuidado em preservar o meio ambiente. A força de Deus em Adão era tão grande que quando o Senhor lhe trouxe a mulher que criara para ser sua companheira ele lançou uma palavra sobre a constituição e perenidade do casamento que, até hoje, milhares e milhares de anos após a sua morte, continua vigorando! (Gênesis 2:22-24). Mas outro ser também vinha conversar com nossos primeiros pais! Este tentava levá-los a desacreditarem de Deus e a se rebelarem contra o Altíssimo. O ser maligno insinuava que se eles comessem o fruto de uma determinada árvore que o Senhor lhes proibira acessar seriam como Deus. Ninguém sabe quanto tempo durou este embate, apenas que, ao final do mesmo, o homem cedera as provocações do Diabo e decidira se rebelar contra Deus. A comunhão com o Divino então fora quebrada! A amizade que ambos tinham fora partida! A confiança no Criador, desacreditada! O homem não desejava mais a interferência de Deus em sua vida!

Os resultados dessa decisão foram extremamente desastrosos para a vida daquele casal e dos filhos que lhes adviriam. O Senhor expulsou imediatamente o homem e a sua companheira do Éden, pois o Paraíso é lugar para os que desejam viver em comunhão com Deus e não para os que desejam viver errados. Eles tiveram que trabalhar duramente a terra externa ao Jardim do Éden para tirar dela o sustento. Os animais, que deveriam ser subjugados pelo homem, já não eram mais tão dóceis e amigos. O parto da mulher aumentara muitíssimo em dor e em sofrimento. A morte física passara a ser uma realidade para os seus corpos, outrora tão bonitos e fortes. O homem passara a experimentar doenças, enfermidades, angústias de alma e falta de expectativas. O acesso a Deus fora quebrado e Satanás agora ditava as regras para o homem. Quando o indivíduo morria, nem por isso ficava liberto de sua prisão espiritual, pois sua alma não ia diretamente à presença de Deus, mas ficava retida, aprisionada, cativa, em um cárcere espiritual, nas regiões inferiores do planeta, conhecido pelos hebreus pelo nome de Sheol e pelos gregos pelo nome de Hades. Essas regiões penumbrosas faziam parte dos domínios de Lúcifer, o ser que ficara tentando os nossos pais no Éden. A esperança de sair de tal prisão residia na crença da ressurreição final quando Deus retiraria os prisioneiros que Nele confiavam daquela cadeia, lhes revestiria de um novo corpo, capaz de resistir a morte, e os levaria para viver eternamente com Ele na glória. Você pode ler sobre o relato da queda do homem nos três primeiros capítulos do livro do Gênesis, o primeiro das Escrituras Hebraicas. Em breves palavras, isto é o que chamamos de “a queda espiritual da humanidade”.

Mas você então pergunta: “E o que é que eu tenho a ver com isso? O que é que eu tenho a ver se meus pais antigos, meus ancestrais, meus avós e bisavós e seja lá quem for, pecaram ou deixaram de pecar contra Deus? Isso é problema deles, não meu! Não posso pagar por algo de errado que eles tenham cometido! Cada um colhe o que plantou!” Sabe de uma coisa, prezado leitor? VOCÊ QUASE QUE ACERTOU EM TUDO! Quase que está completamente correto! Não podemos mesmo pagar pelos erros dos outros, mas, podemos sim, receber as más conseqüências de seus atos errados! Jeremias, um dos profetas do antigo Israel, disse: “Nossos pais pecaram e já não existem; nós levamos as suas maldades (Lamentações de Jeremias 5:7). Uma simples decisão de meu leitor de não pagar a conta de fornecimento de energia elétrica e toda a sua família ficará às escuras! O Líder principal de uma nação pode decidir-se pela guerra contra outra nação e você, como cidadão daquele país, nem sequer ser chamado para opinar sobre ela, mas, decidindo-se você ou não pela peleja e, participando ou não da guerra, receberá as conseqüências da decisão de seu Líder – quer sejam elas boas ou más. Adão e Eva decidiram se rebelar contra Deus e, ao fazerem isto, trouxeram a miséria e a peste sobre todo o Planeta, colocando toda a espécie humana em servidão!

Quando Deus expulsou nossos primeiros pais do Éden, estes construíram um abrigo para si ao redor daquelas terras e começaram a viver ali o seu novo “estilo liberto de vida”. Preste bem atenção ao que eu vou dizer agora: Quando os filhos daquele casal nasceram, já nasceram fora do ambiente espetacular que seus pais viveram cheio de glória, de resplendor, e de íntima comunhão com Deus! Nenhum deles tivera a oportunidade de conhecer aquele extraordinário lugar, nem ainda a fantástica pessoa do Altíssimo, pois quando eles nasceram o acesso ao Jardim do Éden já lhes havia sido vedado e a comunhão com Deus, destruída! Eles agora só podiam ficar olhando para aqueles domínios, outrora gloriosos, e desejarem ter vivido o que seus pais ali viveram com Deus! Entretanto, tinham mesmo é que se contentar em viver com suas mulheres e filhos e os filhos de seus filhos, em seu novo padrão de vida instalado na terra a partir da desobediência de seus pais (Genesis 4). Talvez seja esse desejo frustrado de não ter experimentado o que nossos primeiros pais experimentaram e a impossibilidade de conseguí-lo na atualidade que faz com que tenhamos uma relação de amor e ódio para com tudo o que se refira a religião.

Conviver com o exemplo de vida moral fracassada de seus ex-honrados pais, aliada a infestação de demônios que já grassava o planeta, o rigor decorrente da nova situação de vida que estavam vivendo, mais a impossibilidade de acessar o lugar glorioso em que seus pais viveram em parceria com Deus, era demais para os filhos daquele primeiro casal, que logo também estavam pecando e aumentando, ainda mais, o declínio espiritual da raça humana. As Escrituras dizem que isto foi feito com tanta rapidez, em tão pouco tempo, que já no sexto capítulo de seu primeiro livro, Deus manifestou o desejo de exterminar toda a raça! A terra estava coberta de violência e de injustiça e, ainda, totalmente depravada. O dilúvio veio como juízo sobre todos. Apenas Noé e sua família se salvaram. Melhorou tal calamidade a moral da espécie humana? Os novos humanos que vieram depois do Dilúvio, vieram melhores que os primeiros? Responda com sinceridade, prezado leitor: Você acha que somos melhores hoje do que a civilização antediluviana ou as gerações do tempo de Cristo? Nossos exemplos de vida doméstica, pessoal e espiritual têm sido modelos de honra e de dignidade para os nossos filhos seguirem?

Um só pecado cometido por nossos primeiros pais e toda a humanidade ficou totalmente comprometida! Um só pecado cometido por mim ou pelo prezado leitor e toda a nossa vida e a de nossos “próximos” ficarão comprometidas também. Uma pequenina gota de tinta compromete toda a limpidez de um enorme recipiente de água cristalina.

O prezado leitor se lembra de ter praticado algum pecado na vida? Qualquer um que seja? Se lembra, então precisa da salvação de Cristo, pois este único pecado altera toda a essência de nossa natureza que deixa de ser totalmente pura, santa, imaculada, e passa a ser pecadora, transgressora, rebelde contra Deus. O Pastor Olívio precisa muito da salvação de Deus por ter sido um horrível pecador no passado e, volta e meia, ainda, cometer algumas transgressões contra o Amado Senhor. As Escrituras afirmam que todos os homens, a exceção de Cristo já pecaram alguma vez na vida e, aqueles que virão no futuro, também não conseguirão deixar de pecar (Romanos 3:23). Eles não agüentarão viver uma vida inteirinha de santidade e pureza, sem cometer pecado algum. Isto lhes acontecerá pela força do ambiente espiritual imundo e contaminado em que eles nascerão; pela ação perversa do Maligno e de seus demônios que os tentarão o tempo todo até eles pecarem; pelo exemplo decaído de seus pais, familiares e amigos e, ainda, pela carga kármica que trarão de outras vidas já vividas.

NINGUÉM É OBRIGADO A SER SALVO

Mas você pode perguntar: O que acontecerá se seu não quiser ser salvo?

Bem, eu não tenho uma resposta muito boa para você. O que acontece com uma pessoa em nosso mundo que, estando perdida, ainda assim, não deseja ser encontrada? Compreendo e respeito a decisão de meu prezado leitor se este pretende permanecer perdido, mas não creio que deva dar este gostinho ao Diabo e aos seus inimigos terrenos, até porque, com a salvação de Cristo, o leitor terá muitíssimo a ganhar! Mas para responder a pergunta ensejada, as Escrituras ensinam que NINGUÉM, à exceção de Cristo, possui força suficiente para enfrentar o Maligno e sair-se vencedor da peleja; que o Maligno pode colocar e colocará todo tipo de problemas e dificuldades capazes de quebrarem a harmonia interior do amado. Uma vez feito isto ele despejará sobre a sua vida todo o seu arsenal de malignidades, que não é nada pequeno, tais como; doenças físicas, obsessões, possessões, medos inexplicados, dificuldades de toda sorte, agressividade desconhecida, incitação descontrolada de desejos sabidamente ilícitos, e tudo aquilo que puder lhe trazer uma alegria não genuína. As Escrituras ensinam que até dormindo precisamos da proteção do Senhor para não sermos atacados pelo Maligno! (Salmo 3:5 / 4:8). Somado a isto tudo – e que eu, como Pastor, considero ser a pior ação de Satanás na vida do homem – o prezado será desestimulado de procurar a salvação e, deliberadamente se distanciará cada vez mais de Deus.

O resultado desse aprisionamento espiritual dos sentidos e da vontade é uma degradação na natureza humana cada vez mais acentuada, ao ponto de a Bíblia dizer que, nos últimos dias, haverá seres tão endurecidos contra as coisas de Deus, tão moralmente insensíveis, tão empedernidos, tão empedrados em sua consciência para as coisas do bem, que sua condição moral se assemelhará a de um demônio ou a do próprio Satanás! Por isto eles também experimentarão o mesmo inferno destinado ao Diabo e aos demônios, “pelos séculos sem fim” (Mateus 25:41 / Apocalipse 20:10 / 21;8). O meu leitor pode até desejar isso para a sua vida, pois é livre para fazê-lo, mas o Pastor Olívio acredita que, se isto já estiver lhe acontecendo, é porque o prezado já está por demais tocado e envolvido por Satanás.

Descrevi em meu livro, disponibilizado neste site, um estado derradeiro, último, destinado as criaturas que chegarem a esse estágio moralmente sem volta que é o aniquilamento do indivíduo como criatura, a cessação de sua existência, o desaparecimento de sua personalidade. Creio que este estado é pior mesmo do que aquele, apregoado por alguns, como sendo o destinado a tais criaturas que ficariam então sofrendo eternamente em um lugar de tormento e de fogo na companhia dos piores elementos do universo, pois que neste, o indivíduo ainda sabe quem é, tem consciência de seu ser, de sua existência, mas, naquele outro, ele será apenas um nada, deixará de existir, e nunca mais será para sempre. Entendo que alguém possa agüentar o pior sofrimento que se possa infligir a uma pessoa, mas não que possa aquentar a idéia de não existir nunca mais, de nunca mais ser lembrado.

CONCLUSÃO

Na próxima palestra, irei examinar uma interessante questão envolvendo a salvação, qual seja, se ela é um ato divino que precisa ser experimentado pelo homem ou se é uma inexorável evolução de caráter humano e que acontecerá com todos os indivíduos. Creio que o leitor vai ficar vivamente entusiasmado com aquilo que vai ser nela ministrado!

Deus abençoe a todos

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.