Palestra I
QUEM SÃO ELES?
Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em março de 2012
INTRODUÇÃO
Você sabe o que são anjos? Já ouviu falar deles? Conhece alguém que tenha dito ter se encontrado com um anjo? E demônios, sabe o que são? Já se esbarrou com algum deles em sua vida? Ah, sim, esses com certeza sim! Sabia que Jesus Cristo, a maior revelação corporal de Deus aos homens, vivia cercado de anjos e de demônios? Pois é, sei que algumas pessoas dizem que anjos e demônios não existem, não são reais, mas apenas maneiras de qualificarmos os sentimentos que assomam a nossa alma: se estes forem bons dizemos que fomos tomados de sentimentos lindos, nobres, angelicais, e se forem maus, que fomos assaltados por nossos demônios interiores, nossos medos mais profundos, nossos pesadelos e taras. Muitos comentaristas bíblicos afirmam que a tentação que Jesus experimentou no deserto foi apenas uma tentação mental, um enfrentamento de seus próprios medos, personalizados por Satanás, dos quais Ele conseguiu se sair vencedor. Conquanto reconheçamos que todo ser humano esteja repleto de sentimentos bons e maus que o levam a agir ora como se estivesse sendo influenciado por um anjo bom, ora como se estivesse possuído por um demônio, as Escrituras ensinam que tanto os anjos quanto os demônios são reais!
CARACTERÍSTICAS DOS ANJOS E DOS DEMÔNIOS
Os anjos são seres inteligentes, de grande mobilidade e força, e de constituição diferente da nossa. Tanto o Antigo quanto o Novo Testamentos estão repletos de citações sobre eles. São cerca de trezentas delas, feitas de forma direta ou indireta! É muita coisa para alguém, no final de um exame acurado, dizer que ainda não sabe o que são os anjos, não é verdade? Ao tempo de Cristo, a presença dos anjos bons e maus entre nós estava elevadíssima, como nunca estivera em todas as gerações anteriores e posteriores a Ele! Cristo mesmo dissera para os seus discípulos no início de seu ministério: “Na verdade, na verdade vos digo que daqui em diante vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subirem e descerem sobre o Filho do homem” (João 1:51). Ele estava se referindo aos anjos bons e não aos anjos maus, pois que foram chamados de “anjos de Deus” e vinham e voltavam do “céu aberto” sobre Jesus. Por outro lado, nunca tivemos um tráfego tão intenso de demônios, tantos casos de possessões demoníacas, tanta gente endemoninhada, como no primeiro século do tempo de Cristo! Qual o motivo disso? É que o Salvador dos homens estava encarnado na terra, vivendo como homem, realizando a extraordinária operação de salvação da humanidade! Os demônios tinham de fazer alguma coisa para detê-lo! Tinham de freá-lo custasse o que custasse! Cristo jamais poderia obter êxito em sua missão! Esta era a razão deles estarem presentes em todas as partes, MESMO DENTRO DAS IGREJAS, onde um deles se dirigiu a Jesus dizendo: “Bem sabemos quem tu és: o Santo de Deus” (Marcos 4:21-28). Aqueles demônios conheciam bem a Jesus e muitos deles conhecem bem a minha vida e a vida de meu prezado leitor! O que será que eles andam dizendo de nós? E de tudo aquilo que eles dizem de nós, o que será verdade e o que será mentira?
Os anjos são seres criados, e por isso mesmo, sua existência depende exclusivamente da vontade de Deus. Todos eles tiveram um princípio, um começo, um início. Os anjos não são seres eternos, sem início, desde sempre. A Bíblia ensina que houve um tempo em que não havia anjos e outro tempo em que passou a existir anjos. Ela diz em Neemias 9:6: “Tu só és Senhor; Tu fizeste o céu, o céu dos céus, e todo o seu exército; a terra e tudo quanto nela há; os mares e tudo quanto neles há; e Tu os guardas em vida a todos; e o exército dos céus Te adora”. O apóstolo Paulo escreveu aos colossenses dizendo de Cristo: “Porque Nele (em Cristo) foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades: tudo foi criado por Ele (Cristo) e para Ele (Cristo). Ele (Cristo) é antes de todas as coisas (incluindo os anjos e os homens), e todas as coisas subsistem por Ele” (Cristo) - Colossenses 1:16,17. Caramba! Você percebeu o que o apóstolo Paulo disse? Ele disse que Cristo criou os anjos! O apóstolo João também sabia disto, pois que falou acerca de Cristo: “Todas as coisas foram feitas por Ele (Cristo) e sem Ele (Cristo) nada do que foi feito se fez” (João 1:3). Estávamos acostumados a ouvir que Cristo era a Maior de todas as criaturas, o Primeiro entre todos os seres, o Principal nos céus e na terra, mas não que Ele havia criado os anjos, os querubins, os serafins, e todo o exército do céu! Muito menos que Ele os sustentava mediante o seu imenso poder! Sem o enorme poder agregador e sustentador de Cristo, nenhum anjo, querubim, homem, ou qualquer outra criatura poderia manter-se vivo neste maravilhoso e extraordinário universo! Como é grande e majestoso o nosso Cristo! Como é incomensurável e descomunal o seu poder! Lembre-se sempre disso em suas orações, querido leitor!
Os anjos são realmente seres de passado antigo, bastante remoto, mas ainda assim são seres criados. Apenas Deus é desde sempre e para sempre. Segundo indicações bíblicas os anjos foram criados imediatamente após a criação dos céus e antes do Senhor ter criado a terra. O livro de Jó afirma isto no capítulo 38:4-7, onde o Senhor aparece questionando o patriarca desta maneira: “Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faze-mo saber se tens inteligência? Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina? Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam?” Nem Jó, nem nenhum outro ser humano ainda existia quando o Senhor fundava a terra, mas os anjos e demais criaturas universais se alegravam e se rejubilavam quando O viram trazê-la à existência. No livro de Gênesis o homem aparece como última criação de Deus, o que coloca a criação dos anjos obrigatoriamente como antecedendo a criação dos homens. Apenas quando Deus terminou de criar os céus com os seus exércitos é que Ele dirigiu a sua atenção para a criação da terra. O texto de Gênesis 2:1 resume assim a narrativa da criação: “Assim os céus, e a terra e todo o seu exército foram acabados” (Gênesis 2:1). Os céus e o seu exército primeiro; a terra e o seu exército depois. Os céus aparecendo no plural, visto serem diversos e diferenciados, como mais tarde nos ensinaria o Mestre Jesus em seu Santo Evangelho (João 14:2); a terra, no singular, pois é única, ímpar, não existindo outra igual.
A criação dos anjos foi diferente da criação dos homens, tendo em vista que os anjos são assexuados, não se reproduzem, não geram outros seres de si mesmos. Jesus disse que eles “não se casam nem se dão em casamento” (Mateus 22:30). Para gerar uma multidão de humanos, Deus criou apenas um casal e estes, através do relacionamento sexual, outros humanos que também geraram outros humanos e assim por diante, até encherem toda a terra, conforme a ordem dada pelo Senhor (Gênesis 1:26-28). Para fazer as multidões de anjos que enchem os céus Deus teve de criá-los UM A UM, individualmente. Isto não só quer dizer que cada anjo é único, singular, diferente de todos os demais, mas que o número de anjos também jamais se altera, jamais varia, sendo atualmente, o mesmo que era no princípio. Todos os seres humanos, por provirem de outros seres humanos, constituem uma raça, uma classe, uma “espécie”, enquanto os anjos, por provirem diretamente de Deus, sem a intermediação de pais, de genitores, se constituem em hostes, em milícias, em batalhões. O fato deles não terem um representante racial como têm os humanos em Adão, não possuírem nenhum vínculo familiar, não serem nascidos de ninguém, faz com que os anjos não carreguem e não transmitam nenhuma característica herdada, nenhuma predisposição para o bem ou para o mal. Seus pecados se revestem assim de imensa gravidade, pois cada um peca friamente, sem compulsão herdada ou fraqueza espiritual. Cristo pode assumir a natureza humana para salvar toda a humanidade, mas não pode assumir a natureza angélica para salvar todos os anjos, pois teria que fazer isto para cada anjo do universo!
O número de anjos criados é imenso e desconhecido, pois a Bíblia não os quantifica, mas apenas diz que eles são milhares de milhares. Em Hebreus 12:22 o escritor dessa epístola ao falar sobre a santidade devida por todos ao Senhor diz: “Chegastes ao monte de Sião, e a cidade do Deus Vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos”. Em Deuteronômio 33:2 se diz que quando o Senhor foi entregar a Lei a Moisés dez mil anjos vieram com Ele confirmando a presença santa de Deus e a sacralidade de sua Lei: “O Senhor veio de Sinai, e lhes subiu de Seir; resplandeceu desde o monte Parã, e veio com dez milhares de santos: à sua direita havia para eles o fogo da Lei”. Jesus disse para Pedro, após este ter cortado a orelha de um soldado que fora prender o Mestre no Getsêmani: “Pensas tu que Eu não poderia agora orar ao meu Pai, e que Ele não me daria mais de doze legiões de anjos”? De quantos anjos Jesus estava falando? Considerando que uma legião romana poderia alcançar o número de seis mil soldados em tempos de guerra é só multiplicar o número de uma legião por doze e teremos a noção exata do que Jesus estava falando. Ele estava dizendo que cerca de setenta e dois mil anjos, poderiam descer imediatamente do céu e batalharem por Ele ferrenhamente até a destruição de seus inimigos! Mas Daniel elevou significativamente o número desses habitantes dos céus para alguma coisa “prá lá” de inimaginável! Ele disse acerca de uma visão que tivera: “Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou: o seu vestido era branco como a neve, e o cabelo de sua cabeça como a limpa lã; o seu trono chamas de fogo, e as rodas dele fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de diante dele: milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões estavam diante dele: assentou-se o juízo, e abriram-se os livros” (Daniel 7:9,10). Em Apocalipse 5:11 o apóstolo João disse acerca da glória celeste: “Olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos seres viventes, e dos anciãos; e era o número deles, milhões de milhões e milhares de milhares”. Quanta gente poderosa a serviço do Rei Jesus, heim irmão?
Há algo de muito importante nestas declarações de que os anjos são uma multidão incontável de seres celestiais que eu desejo falar. É o fato de eles serem limitados no espaço, serem circunscritos a si mesmos, serem finitos. O mundo não comporta mais de um ser absoluto. Apenas Deus é infinito e onipresente e pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Por mais mobilidade que tenha um anjo – e eles a possuem em nível elevadíssimo, se locomovendo a velocidades altíssimas – não podem estar em dois lugares ao mesmo tempo. O fato de em muitas visões de anjos (não todas) se mencionar a presença de asas neles é apenas para demonstrar a imensa capacidade de locomoção que eles possuem. A Bíblia fala de inumeráveis céus e os anjos não podem estar em todos os céus e na terra ao mesmo tempo. Jesus ensinou seus discípulos a orarem dizendo: “Pai nosso, que estás nos céus” (todos eles) – Mateus 6:9. O apóstolo Paulo disse aos efésios acerca de Cristo: “Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas” (Efésios 4:10). Ele também disse aos crentes de Filipos que ao Nome de Jesus deve-se dobrar “todo o joelho dos que estão nos céus, na terra e debaixo da terra” (Filipenses 2:10). Os anjos não podem deixar os domínios onde foram criados para adentrarem em outros territórios sem a permissão do Senhor. Judas, o irmão carnal de Jesus, disse em sua epístola que “aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, (Deus) reservou na escuridão, e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia” (Judas v.6).
Os anjos são seres de grandíssima inteligência, mas não são oniscientes. Não conhecem tudo de tudo, apesar de terem conhecimento maior que o dos homens. A mulher que foi enviada por Joabe, comandante-chefe dos exércitos de Israel, a falar com o rei Davi, disse-lhe: “Sábio é meu senhor, conforme a sabedoria de um anjo de Deus, para entender tudo o que há na terra” (2º Samuel 14:20). O profeta Ezequiel disse acerca de Lúcifer, prefigurado pelo rei de Tiro, cidade da Fenícia: “Eis que mais sábio és que Daniel: não há segredo que se possa esconder de ti. Pela tua sabedoria e pelo teu entendimento alcançaste o teu poder; e adquiriste ouro e prata nos teus tesouros” (Ezequiel 28:3). Jesus demonstrou a restrição do conhecimento dos anjos ao dizer que sobre a data e hora de sua vinda “ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai” (Mateus 24:36) e o apóstolo Pedro disse em sua primeira carta que os anjos “desejam bem atentar” para os desdobramentos da operação de salvação do homem (1ª Pedro 1:12). Eles não precisariam prestar atenção em nada se soubessem antecipadamente de seus resultados, não é mesmo?
Os anjos também possuem um poder imenso, mas não são onipotentes. No Salmo 103:20 se diz: “Bendizei ao Senhor, anjos seus, magníficos em poder, que cumpris as suas ordens, obedecendo à voz de sua palavra”. Em 2ª Tessalonicenses 1:7 o apóstolo Paulo ao falar sobre a vinda do Senhor Jesus disse que Ele se manifestará “desde o céu com os anjos do seu poder”. O apóstolo Pedro disse em sua segunda carta que os anjos são “maiores em força e em poder” do que os homens (2ª Pedro 2:11). O poder dos anjos pode ser apreciado nos relatos de libertação dos apóstolos, conforme registrados em Atos 5:17-19 e 12:1-7,23; na abertura do túmulo de Jesus, conforme registrado em Mateus 28:2, no qual se diz que “um anjo do Senhor, descendo do céu, chegou, removendo a pedra, e sentou-se sobre ela”, pois aquela pedra teria dois metros e meio de diâmetro e pesaria mais de quatro toneladas; e, ainda, na cena do Apocalipse 20:1,2 em que o apóstolo João diz: “E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos”. Você já imaginou o que é isto? Um anjo apenas, debaixo do poder de Deus, foi suficiente para anular as forças de Satanás, aprisioná-lo com uma forte corrente e lançá-lo dentro da prisão abismal! Quanto poder possui um filho de Deus na unção, sem pecado algum no coração e dirigido pelo Espírito Santo?
Como se não bastasse tudo isso, os anjos são invisíveis! No Salmo 104:4 se diz que Deus: “Faz dos ventos seus mensageiros, dos seus ministros um fogo abrasador”. Em Hebreus 1:7 ficamos conhecendo quem são estes ventos velozes que são chamados de “mensageiros”: “O que de seus anjos faz ventos, e de seus ministros labareda de fogo”. Em Hebreus 1:14 se indaga acerca dos anjos: “Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação?” Após ter ressuscitado, Jesus apareceu aos seus discípulos, estando eles com as portas fechadas. Isso os deixou sobremaneira assustados. Ele então os tranqüilizou dizendo: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo: apalpai-me e vede; pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que Eu tenho” (Lucas 24:39). Vento, espírito -, coisas que não se vêem, mas que se notam, se sentem, se percebem em suas ações. Algumas vezes a Bíblia menciona o aparecimento de anjos em forma corpórea, humanizada, mas este não é o padrão. Um bom exemplo destes é o relato dos anjos que revolveram a pedra do túmulo de Jesus. O texto de Mateus 28: 2,3 diz: ”Eis que houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do céu, chegou removendo a pedra, e sentou-se sobre ela. E o seu aspecto era como um relâmpago, e o seu vestido branco como a neve”. Lucas diz que dois anjos estavam ali próximos e que os seus vestidos eram “resplandecentes.” Como é “olhar para um relâmpago?” O que se vê quando se olha para um deles? Glória, resplendor, luminosidade! Isto é exatamente o que vêem aqueles que afirmam terem se encontrado com um anjo!
A MORALIDADE DOS ANJOS
Mesmo sendo os anjos seres tão extraordinários, não são imunes ao pecado. Tanto que milhares deles o cometeram e foram lançados do céu abaixo! (2ª Pedro 2:4). Segundo Apocalipse 12:1-4 cerca de um terço de todas as hostes angelicais seguiram Satanás em sua louca rebelião contra Deus! Você já imaginou o que é isto? Muitos desses anjos foram lançados na terra, e estão entre nós INFERNIZANDO A NOSSA VIDA! “E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamado Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele” (Apocalipse 12:9). O fato de um ser exaltado, puro, santo, viver em um ambiente limpo, asséptico, sem nenhuma sujeira espiritual, como o céu, não o livra de, a qualquer momento, pelo uso errado que possa fazer de seu livre arbítrio, cometer o pecado que desejar. Aconteceu com Lúcifer e uma multidão de anjos. Aconteceu com Adão e sua mulher Eva no Paraíso. E enquanto Deus tiver seres livres, autônomos, soberanos, vivendo em seu universo, decisões erradas poderão ser tomadas e o horrível pecado se manifestar. O ensino da Bíblia é que um anjo de luz pode virar um demônio de trevas (Ezequiel 28:15), e um demônio de trevas pode se transfigurar em um anjo de luz (2ª Coríntios 11:14). Eles não podem mudar a sua essência, alterar a sua natureza, mas podem alterar a sua forma, a sua figura. Os filhos de Deus jamais deveriam esquecer que o inferno começou no céu. Começou com Lúcifer no céu de Deus e estendeu-se no Éden com os nossos primeiros pais. A igreja está uma benção? Ótimo! O lar vai bem? Não existem brigas nem discordâncias? Muito bom! No trabalho e na escola há paz e harmonia? Então é hora de tomar cuidado! Fique alerta! Ore, vigie e fique sempre perto de Deus, pois esta é uma ocasião favorável, assaz propícia para o inferno se manifestar! Nada de “baixar a guarda”, irmão!
A rebelião de Lúcifer determinou a separação dos anjos em ANJOS BONS e ANJOS MAUS. Ela criou um abismo intransponível entre eles. Os anjos que não se rebelaram contra Deus passaram a ser conhecidos como anjos bons e os que seguiram voluntariamente a Lúcifer passaram a ser conhecidos como demônios. Este tem sido o ponto de vista tradicional da Igreja, mas nem todos os estudiosos estão convencidos de que anjos decaídos e demônios seja a mesma coisa, daí eles terem aventado duas hipóteses para sustentarem as suas argumentações:
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A primeira afirmando que demônios são as almas dos homens maus, ruins, especialmente aqueles que manifestaram um mau caráter durante a sua vida física na terra. Apesar desta posição ter sido defendida por Filo, Josefo, e praticamente todos os escritores cristãos primitivos, não é muito fácil de ser sustentada, tendo em vista que as Escrituras ensinam que os ímpios falecidos, desencarnados, estão todos confinados em um mesmo local conhecido como Sheol / Hades (Salmo 9:17 / Ezequiel 32:17-24 / Lucas 16:23 / Apocalipse 20:13): Outra dificuldade é pensar que o Senhor Jesus, que possui as chaves do Hades e da morte, conforme Apocalipse 1:18, liberte as almas malvadas, perturbadoras, para ficarem perambulando pela terra, atazanando a vida dos outros;
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A segunda, que demônios seriam espíritos, sem corpos, pertencentes a uma raça pré-adâmica que teria existido na terra, anterior ao homem. Os defensores desta posição ensinam que, tendo a queda de Satanás e de seus anjos ocorrido entre os capítulos 1 e 2 do Gênesis, não seria coisa improvável que uma raça de seres diferentes dos homens e dos anjos e sobre a qual Satanás também dominava, habitasse na terra. Tal raça teria caído quando Satanás caiu e o castigo dado por Deus a ela seria ficar vagando pela terra, em estado de desincorporação, até o Dia do Julgamento, quando então seriam lançados no Lago de Fogo. Isto explicaria melhor, segundo tais comentaristas, o fato de demônios tentarem sempre se apossar de seres humanos, que possuem corpos como eles outrora também possuíam. Seria então mais coerente dizer que um demônio possui um ser humano do que dizer que um anjo decaído o possui.