Palestra III a

SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em outubro de 2012

INTRODUÇÃO

Muitos são os símbolos com os quais a Bíblia tenta passar ao fiel uma visão, ainda que parcial, sobre a Pessoa e o modo de agir do Espírito Santo. Esses símbolos são belíssimos além de extremamente reveladores, porquanto cheios de significados. Na presente palestra iremos demonstrar resumidamente alguns destes símbolos, considerados os principais dentre os muitos com os quais o Espírito Santo é comparado. Outros mais serão descritos no discorrer de outras palestras. O leitor interessado poderá pesquisar nas Escrituras outros símbolos vinculados a pessoa do Espírito Santo, a fim de aumentar o seu conhecimento sobre o caráter e o comportamento do nosso bendito Deus.

O primeiro símbolo do Espírito que desejo analisar diz respeito a um poderoso e fantástico elemento da natureza, qual seja,

O VENTO

Jesus disse para um Doutor da Lei, de nome Nicodemos: “O vento assopra onde quer; e ouves a sua voz; mas, não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (João 3:8). Acho essa declaração de Jesus absurdamente fantástica porquanto Ele declarou que esse vento – especificamente esse vento – é diferente de todos os demais que conhecemos! Esse vento possui vontade própria, tem querer, tem desejo, pois “assopra onde quer”, sem pedir consentimento a ninguém, e ainda, possui uma voz, “ouves a sua voz” – não um barulho, um som desordenado, mas uma voz! Se alguma coisa possui uma voz, então essa “coisa” não é coisa é sim “alguém”, é “um ser inteligente!” Ao comparar, pois, Jesus, o Espírito Santo com o vento e dizer que aqueles que são nascidos do Espírito reproduzem as suas características, Jesus elevou o coração dos crentes a um ponto onde eles nem sequer podem imaginar!

A primeira coisa a destacar nessa interessante declaração de Jesus é que o vento é o ar em movimento! Não apenas o ar, mas o ar em movimento! O Espírito Santo é como o vento: vivo, atuante, dinâmico, cheio de movimento e de energia! Não para um só momento, mas está ativo o tempo todo! Por consequinte, todos os filhos do Espírito Santo possuem também essas características, pois “filhos do Vento, vento também são!” Jesus disse: “Assim são todos aqueles que são nascidos do Espírito”. Você pensava que este título só era dado aos corredores mais velozes do mundo, mas acabou de aprender que você também é um “filho do Vento”, não porque corra muito, não porque seja uma pessoa veloz, mas por ser “filho do Espírito Santo, o Vento de Deus!”. Muito antes de um comentarista esportivo chamar alguém de “filho do vento”, Jesus Cristo, há dois mil anos atrás, já chamava a mim e ao meu amado irmão assim! Nada, pois de ficar parado, imóvel, sem fazer nada para o Senhor, pois eu e você somos pessoas cheias de energia e de vigor espiritual!

A segunda coisa que desejo destacar é que não existe vento em lugares fechados. Para que exista vento é necessário ter lugares abertos. O vento tem de poder entrar por um lugar e sair pelo outro. Se a porta de entrada de uma casa estiver aberta e todas as suas janelas estiverem fechadas não haverá vento ali. Haverá ar, mas não haverá vento. Agora, abra-se uma pequena fresta, por pequena que seja, e sentirá a corrente de ar passando por todo o ambiente! Isto nos ensina que o Espírito Santo precisa de gente com o coração e a mente aberta para Ele poder se manifestar! Se você é um crente fechado, carrancudo, que não dá abertura nenhuma as ações de Deus, não terá muitas chances de ver o Espírito Santo atuando em sua vida, pois assim como é verdade que Ele precisa de ambientes e de pessoas abertas para poder se manifestar, também é verdade que, se quisermos tolher as suas ações, restringir o seu agir, é só fechar o nosso coração e mente e Ele não poderá se manifestar! Mas como filhos do Espírito Santo que somos tenho certeza que iremos fazer aquilo que agrada ao nosso Pai espiritual. Filhos do Espírito Santo, abram os vossos corações e mentes para as ações de vosso Pai!

A terceira coisa que desejo destacar é que não podemos controlar o vento. Jesus disse que o vento “assopra onde quer” e “não sabemos de onde ele vem nem para onde ele vai”. Isto quer dizer que não temos controle algum sobre o Espírito Santo e suas ações! Nós até poderemos impedir o seu agir fechando-nos totalmente para Ele, mas se nos abrirmos para a sua Pessoa não poderemos ditar que ações Ele deverá ter em nós ou em nossas congregações! Ninguém pode ditar regras de ação para um “filho do Vento”, a não ser o seu próprio Pai, pois um homem cheio do Espírito Santo é um homem espiritualmente incontrolável, insubordinável, indisciplinado, visto só prestar obediência ao Espírito Santo! (Atos 4:19,20 / 5:28-29). Muitos dirigentes de Igreja não querem saber ou presenciar qualquer movimento do Espírito Santo em suas congregações, pois que não terão mais controle sobre os seus cultos, sobre a adoração e sobre o seu povo. Veja a bagunça espetacular que o Espírito Santo provocou através de Pedro quando ele curou um paralítico na porta do Templo em Jerusalém, chamada Formosa, e que redundou na salvação de mais de cinco mil vidas (Atos 3:1-12 / 4:1-4). Isso é o que faz o incontrolável Deus Espírito Santo! O que o meu prezado leitor deseja com o meu Senhor Espírito Santo?

A quarta coisa que desejo destacar é que o vento é resultante da diferença de pressão. O sol aquece as massas de ar existentes na atmosfera terrestre através de seu imenso calor. Essas massas de ar assim aquecidas aumentam enormemente a sua pressão sobre as áreas em que se encontram presentes. A diferença de pressão de um local mais quente sobre outro mais frio é que nos dá o vento. Assim acontece com o Espírito Santo. Quando Ele vê uma congregação vivendo em pecado, frieza espiritual, dor, sofrimento, com a temperatura espiritual baixa, morna, Ele fica intimamente perturbado, agitado, e então desce até ela e a ajuda a normalizá-la. Todo filho do Espírito Santo que esteja na benção, é um “normalizador de pressão espiritual!” É através dele que o Espírito Santo vem ajudar os seus irmãos a voltarem a vida espiritual plena ou, se ainda não a tiveram, a experimentá-la!

A quinta coisa que desejo destacar é que o vento é invisível. Não podemos vê-lo, mas podemos senti-lo, ouvi-lo, e ver as suas ações. Jesus disse para Nicodemos que “ouvimos a sua voz”. Quando um vendaval levanta telhados, derruba árvores, arrasta pessoas, não estamos vendo o vento, mas sentindo a sua força e vendo as suas ações. O fato de não podermos ver o vento não significa que ele não exista. Não podemos também ver a energia elétrica passando pelos fios de cobre, mas vemos sua ação em nossos utensílios domésticos e nas lâmpadas que acendem! Não podemos ver o Espírito Santo por ser Ele invisível, mas podemos senti-Lo em nós e ver as suas ações. E estas são lindas, estupendas e maravilhosas! O ensino que fica para os filhos do Espírito Santo é que estes devem permanecer invisíveis, sem chamar atenção sobre si, por mais extraordinárias que sejam suas ações em nós! Não nos esqueçamos que o vento é feito de ar. Ninguém percebe a presença do ar, pois que ele não pode ser visto e quase não possui peso. Mas Deus escolheu as coisas fracas para confundir as fortes e as coisas que não são para aniquilar as que são (1ª Coríntios 1:27-29). Fique pois firme, filho do Espírito, pois a qualquer momento Ele pode pegar você e iniciar um verdadeiro vendaval em sua igreja! Aleluia!

A sexta coisa que desejo destacar é que o vento é único, mas suas manifestações diversas. Os meteorologistas classificam o vento em vários tipos, dependendo de sua velocidade. Ora o vento se nos apresenta como uma suave brisa, ora como um poderoso tornado! Ora como uma pequena ventania, ora como violentos ciclones! Assim é o Espírito Santo e todos aqueles que Dele são nascidos! Ninguém sabe como nem quando Ele se manifestará! Quando um “filho do Vento” se encontra presente em um local tudo pode acontecer! Temos, pois, de aprender a detectar as várias movimentações do Espírito Santo, pois uma brisa espiritual é tão forte e originada pelo Espírito Santo quanto um poderoso ciclone! Momentos haverá em que precisaremos de uma suave brisa, e outros, de um poderoso furacão! Só que o vendaval produzido pelo Espírito Santo, por mais forte que seja, não destrói nada nem ninguém, antes edifica! A Bíblia diz que em Jerusalém milhares de pessoas estavam reunidas, por ocasião da festa de Pentecostes, quando o Espírito Santo veio silvando muito forte, como um vento impetuoso e incontrolável, e ainda assim ninguém foi lançado para longe, ferido ou morto (Atos 2:1,2). Ao contrário, milhares foram salvos! Aleluia! Quando a Lei foi entregue por Deus a Moisés, cerca de três mil pessoas morreram (Êxodo 32:28); quando o Espírito Santo veio fundar a Igreja de Cristo, cerca de três mil pessoas se converteram! (Atos 2:37-41). O furacão de Deus não mata ninguém, antes, dá vida! Oh! Glória a Deus! Como é grande e tremendo o nosso Deus Espírito Santo!

A sétima e última coisa sobre o vento que desejo destacar é que o vento é imensamente maior do que o homem! Não é como o sopro que depende do tamanho da boca de quem o produz e da força com que se assopra. Jesus soprou o Espírito Santo sobre seus discípulos, mas aquela foi uma porção pequena, limitada, pois que Jesus ainda vivia em carne (João 20:19-22). Ao subir ao céu, porém, pediu que o Pai enviasse o Espírito Santo “a todas as gentes” e o Espírito veio como um vento incontrolável e, até hoje, Ele está pegando “servos e servas” de todas as partes! (João 14:16 / Atos 2:16-18). O Espírito Santo é um sopro do tamanho da boca de Deus! Ele não é do nosso tamanho por estar habitando em nós! Ele é imenso, ao ponto de aninhar todo o universo debaixo de suas asas! (Gênesis 1:1,2). Isto serve para nos dizer que o Espírito Santo não nos é subordinado. Ele se encontra tanto fora quanto dentro de nós e isto serve para nos alertar que o Espírito Santo não é nossa propriedade. O maior controla o menor e não o inverso. Aprendemos assim que todo filho do Espírito Santo deve ser totalmente subordinado ao seu Pai espiritual e controlado pela sua “boa agradável, e perfeita vontade” (Romanos 12:2).

Nicodemos, o letrado Doutor da Lei, membro do Sinédrio, a mais alta corte civil de julgamento da nação de Israel, não entendera nada sobre o que Jesus falara sobre o vento e sobre o “nascer do Espírito”, pois que perguntara ao Mestre como aquele negócio de “nascer de novo”, de “nascer do Espírito” seria possível em um homem já velho (João 3:9). Mas os “filhos do Vento” sabem muito bem do que Jesus estava falando e compreendem perfeitamente a voz de seu Pai espiritual, o Espírito Santo, obedecendo-O e dignificando-O!

FOGO

Este é o segundo símbolo do Espírito Santo que desejo examinar e, como o anterior, é tirado da natureza. Ele é, além de forte, bastante impressivo, pois todos conhecemos a força do fogo e nos sentimos por ele intimidados. Em várias passagens das Escrituras o Espírito Santo é comparado ao fogo. Deus falou com Moisés do meio das chamas (Êxodo 3:15) e respondeu ao clamor de Elias mediante o fogo (1º Reis 18). Ao se manifestar aos discípulos de Jesus, no Pentecostes, o Senhor o fez através do fogo (Atos 2:1-3). O ensino é que Deus sempre fala através das chamas do Espírito Santo e, se há fogo na vida do meu leitor ou em sua congregação, então, do meio dessas chamas poderosas Deus irá falar!

Mas por que o Espírito Santo é comparado ao fogo?

Em primeiro lugar, o Espírito Santo é comparado ao fogo porque o fogo atrai. Existe um elemento mágico, de fascínio, de encantamento no fogo que prende a nossa atenção. Centenas de bichinhos ficam voando ao redor de uma lâmpada ou de uma fogueira, atraídos pelo calor. Multidões e mais multidões de pessoas se juntam a olhar para um prédio em chamas, hipnotizadas pelo poder do fogo. Um indivíduo que esteja às escuras procura logo a luz de uma vela, de um palito de fósforo, ou de uma fogueira para se orientar na escuridão. O Espírito Santo é o grande fogo de Deus que atrai as multidões, o mesmo acontecendo com os seus filhos. Na festa de Pentecostes, onde pessoas de 16 nações estavam reunidas, Pedro levou cerca de 3.000 delas a crerem no Senhor Jesus, atraídas que foram pelo fogo do Espírito! (Atos 2:5-12). Em nossa atual sociedade, indivíduos incendiários são presos e taxados de loucos, mas no reino de Deus, onde houver um homem ou uma mulher cheio(a) do Espírito Santo, as multidões acorrerão a ele(a), atraídas pela sua capacidade de provocar gigantescos incêndios espirituais!

Em segundo lugar, porque o fogo gera calor. Quando estamos frios em Deus, sem calor espiritual algum, sem empolgação para nada, o Espírito Santo vem sobre nós e aquece o nosso coração. Logo ressurge o desejo de consagração pessoal, de estudar a sua bendita Palavra, de orar mais intensamente e de ajudar em sua obra. A salvação dos perdidos volta a nos incomodar novamente e envidamos todo o esforço para alcançá-los. Na vida física, biológica, quando nos deparamos com um corpo frio, inerte, imóvel, dizemos que o indivíduo está morto. Na vida espiritual, a frieza do espírito humano não é sinal de morte e sim de inatividade. O espírito frio pode voltar a se aquecer e o crente levantar-se do meio dos mortos, onde estava, completamente renovado pelo Espírito Santo! (Efésios 5:14).

Em terceiro lugar, porque o fogo gera luz. Quando a luz do Espírito Santo se faz presente, nossas trevas espirituais são dissipadas, nosso campo de visão fica ampliado e nos movemos com firmeza e segurança! Jesus disse que aquele que anda em trevas não sabe para onde vai e sequer sabe no que tropeça (João 11:9,10 / 12:35). Em compensação, o salmista disse no Salmo 119:105: “Luz para os meus é a tua Palavra e luz para o meu caminho”. O Espírito Santo lança luz sobre um texto da Palavra de Deus, o “filho do fogo” pega então essa luz e a lança sobre a congregação. O resultado disso? Homens e mulheres cheios de novas e benditas revelações de Deus!

Em quarto lugar, porque o fogo purifica. O fogo é o maior elemento de purificação que se tem conhecimento. Ele queima, consome, destrói toda a impureza de nosso ser. A Bíblia diz em Hebreus 12:29 que “nosso Deus” – portanto, o nosso Espírito Santo -,“é um fogo consumidor”. Ele não destrói a nossa vida, mas consome os nossos pecados. Ele nos purifica de toda a impureza, de toda a sujeira, de todo a nossa imundície. Quando sua operação de limpeza acaba, estamos limpinhos, novinhos, prontos para sermos usados! Quando o fogo do Espírito Santo veio sobre os discípulos no Pentecostes, não queimou a cabeça de ninguém, não destruiu seus rostos, antes os dotou da capacidade de falar em outras línguas (Atos 2:1-4), significando que o Espírito Santo tinha controle total sobre eles, pois a língua é, biblicamente falando, a parte mais difícil do corpo humano de se domar! (Tiago 3:1-12).

Em quinto lugar, porque o fogo depende de combustível. Se não houver nenhum material para ser queimado não haverá fogo, pois que o fogo precisa ser alimentado por algum combustível para poder se propagar. No lixão da cidade de Jerusalém, conhecido como Gehena, era adicionado permanentemente enxofre para manter o fogo sempre aceso e aumentar a sua intensidade. No caso dos “filhos do Espírito”, sua vida inteira deve ser oferecida ao Espírito Santo, diariamente, para que também diariamente Ele tenha o que queimar! A Bíblia diz em Levítico 6:13: “O fogo arderá continuamente sobre o altar. Não se apagará”. O apóstolo Paulo ensinou os crentes de Tessalônica dizendo: “Não extingais o Espírito”, ou, como trazem outras traduções: “Não apagueis o Espírito” (1ª Tessalonicenses 5:19). Isto significa que somos responsáveis em manter a chama do Espírito Santo acesa no altar de nossos corações. Ofereça orações e sacrifícios de louvor ao Espírito Santo e, continuamente o fogo de Deus vai se manifestar em sua vida! Enquanto houver combustível o fogo vai queimar e, quanto mais houver, mais ainda ele se alastrará o que significa dizer que somos nós quem delimitamos a ação do Espírito Santo em nós!

Em sexto lugar, porque tudo o que você lança no fogo ele joga para cima! Mesmo que o fogo esteja descendo um morro, ele lança suas chamas para o alto e, com elas, tudo o que foi nele atirado. Tudo o que você lançar sobre o Espírito Santo Ele lançará para cima: sua adoração, seu louvor, suas preces, seus sonhos, suas expectativas. Tudo irá para o céu na força do fogo do Espírito de Deus! O que você está lançando para o alto com o objetivo de atingir o interior do céu?

ÁGUA

Este é o último símbolo desta primeira parte de nossa palestra que irei examinar e, como os anteriores, é também tirado dos elementos da natureza. A água se tornou um símbolo do Espírito Santo por conter vários significados vitais.

Em primeiro lugar, a água é vital para a sobrevivência humana. Sem ela o homem não sobrevive. Podemos resistir a grandes períodos sem alimento, mas não podemos passar muito tempo sem água. Logo o corpo fica desidratado e os órgãos ficam impedidos de funcionar. Cerca de 70% (setenta por cento) de nosso corpo é composto por água e nosso cérebro, por cerca de 90% (noventa por cento). Quando bebês, ficamos envolvidos por uma “bolsa d”água” no útero de nossa mãe (líquido aminiótico) até o momento do nosso nascimento. Quando essa “bolsa d’água” estoura, se rompe, a mamãe sabe que chegou a hora de ter o seu bebe. Fomos criados de tal maneira que não podemos sobreviver sem água! Mesmo se formos para outro planeta precisaremos de água. De igual maneira não conseguiremos sobreviver sem o Espírito Santo em nós! Tanto Jesus quanto o apóstolo Paulo disseram que temos de “beber do Espírito Santo” (João 7:37-39 / 1ª Coríntios 12:13). Ele é o elemento vital de nossa vida espiritual! Todo fiel ou congregação com pouca atuação do Espírito Santo é um fiel ou congregação fraca, sem tônus espiritual algum, sem vitalidade!

Em segundo lugar, a água é indispensável à nossa limpeza. A Bíblia fala da “lavagem da regeneração e renovação do Espírito Santo” como sendo algo essencial à vida do fiel (Tito 3:5,6). Sem a limpeza do corpo o indivíduo fica enfermo, fraco e pode ser levado ao óbito. Isto sem falar em seu mal cheiro, seu odor fétido, que acaba ficando insuportável! Precisamos da lavagem do Espírito Santo sobre nossos pecados, afim de que as coisas ruins, tais como, mágoas, ressentimentos, ódios, decepções, dores, enfermidades, sejam banidas para longe e não voltem mais. Os “filhos do Espírito Santo” devem ser limpos (santos) como seu Pai espiritual! Ao nos lavar de nossas sujeiras o Espírito Santo coloca sobre nós o bom perfume de Cristo (2ª Coríntios 2:14-16), mais precioso do que o caríssimo nardo derramado pela mulher dos Evangelhos aos pés de Jesus (Marcos 14:3-9) e que custava mais de 300 dias de trabalho de um trabalhador!

Em terceiro lugar, a água é extremamente versátil. Ela é o único elemento da natureza que se apresenta nos três estados da matéria: líquido (água), sólido (gelo) e gasoso (vapor d’água). Isto não acontece com o fogo, a terra e o ar, por exemplo, que são os outros elementos da natureza. No estado em que você precisar da água, você poderá encontrá-la. De maneira semelhante, do jeito que precisarmos do Espírito Santo, nós poderemos encontrá-Lo! Isto é para que não tenhamos desculpas em dizer que não encontramos o Espírito Santo por este ou por aquele outro motivo, pois, que Ele faz de tudo para que possamos encontrá-Lo! O escritor do Salmo 139 disse nos versículos 7 e 8 que, mesmo se estivéssemos no Sheol, ou seja, no inferno, poderíamos encontrar o Espírito Santo se assim o desejássemos! Irmão querido, não continue fugindo do Espírito Santo! Ao invés de correr Dele, corra para Ele! Você vai ver as transformações tremendas e maravilhosas que irão acontecer em sua vida!

Em quarto lugar, a água altera a substância com a qual se une. Ao ser adicionada a uma substância, a água se torna uma com ela. O elemento com a qual ela se uniu não terá mais a sua forma original. Procure, por exemplo, a água no café, no leite, no suco de laranja ou em um delicioso perfume. Você não a encontrará lá! Você sabe que ela está ali, mas não conseguirá enxergá-la! O mesmo acontece com o elemento com o qual ela for misturada. Não poderemos mais encontrá-lo puro lá! Mesmo se o elemento com o qual a água for misturada tiver mais consistência que os acima citados, ainda assim este fenômeno acontecerá! Misture, por exemplo, a água com uma terra seca, dura, áspera. O que teremos? Uma pasta, uma lama, um barro, uma nova forma de material que nem é líquida nem sólida! Assim deve acontecer com o Espírito Santo e com os seus filhos. A Escritura diz que “aquele que se junta com o Espírito Santo faz-se um com Ele” (1ª Coríntios 6:17). Todos os que são nascidos do Espírito se tornam mais maleáveis, mais dobráveis, mais flexíveis. Por isso um dos gomos de seu fruto divino é a “temperança” (Gálatas 5:22). Nossa dureza, nossa rudeza, nossa aspereza, devem desaparecer na nova forma que o Espírito Santo nos dará.

Em quinto lugar, a água sempre procura os lugares mais baixos. Ela nunca enche os lugares mais altos e depois desce para os mais baixos, mas sim enche os lugares mais baixos e, a partir daí, busca os lugares mais elevados! Apenas quando a água atinge o fundo, a parte mais baixa de um recipiente ou lugar, é que ela começa a subir! E quando o faz, o faz subindo no mesmo nível, sem nenhuma diferença de altura, em toda a sua extensão, independentemente da forma desconexa que o vaso ou lugar tenha! Nossos desníveis não desnivelam o Espírito Santo! Ele mantém o mesmo nível, apesar de nossos desníveis! O Espírito Santo primeiro desce as regiões mais profundas de nosso ser, as “regiões abismais de nossa alma”, e só então, após limpá-la, purificá-la, começa a nos encher! (Salmo 139:23,24). Um homem cheio do Espírito Santo é alguém que passou por uma lavagem espiritual profunda, que teve todos os cantos de sua alma examinados, vistoriados, purificados, e que possui em todo a extensão de seu ser, uma medida perfeita do Espírito Santo! Não é isto realmente fantástico, amigo leitor?

Em sexto lugar, a água assume a forma do vaso. A água é o elemento mais adaptável, mais amoldável que se conhece! O vaso pode ter o tamanho, a forma e a cor que tiver que a água não se limitará por nenhuma dessas coisas, mas ocupará todo o espaço vazio. É o vaso que delimita a quantidade de água que deve ser nele colocada. Assim acontece com o Espírito Santo. Ele não olha para o tamanho, o material ou a forma do vaso e sim para o espaço que tem para preenchê-lo. O Espírito Santo não nos discrimina; nós sim, o limitamos. Nenhum de nós tem a responsabilidade de ser o vaso que é, visto tal decisão não depender de nós e sim do oleiro que nos fez (Jeremias 18:1-4 / Romanos 9:20,21), mas temos a responsabilidade sobre o que permitiremos ser colocado dentro de nós. Deixemos então o Espírito Santo ocupar todos os espaços de nossa alma e, por menor que seja o nosso vaso, ele irá transbordar do poder do Espírito!

Em sétimo lugar, a água é um excelente condutor de eletricidade. Por causa desta sua característica, os oceanos são os maiores aparadores de raios da natureza. Quase não vemos estas descargas elétricas caírem do céu na terra, mas quando elas caem, provocam grandes estragos. O Espírito Santo ao vir sobre uma vida ou uma congregação de fiéis provoca descargas espirituais imensas, impossíveis de serem controladas, mas, ao contrário destas, não destrói nada nem ninguém. Veja o que Ele fez no ajuntamento da casa de Cornélio. Enquanto Pedro pregava o Evangelho, o Espírito Santo e os convidados ficaram ouvindo-o. Então Pedro chegou a um ponto de sua mensagem no qual disse: “todos os que Nele crêem (em Cristo) receberão o perdão dos pecados pelo seu Nome” (Atos 10:43). Era a “deixa” para o Espírito Santo “cair”! O sinal divino pelo qual Ele tanto esperara! O texto diz que o Espírito Santo “caiu” sobre os ouvintes e todos aqueles gentios (estrangeiros) começaram a falar em outras línguas e a magnificar a Deus! Uau! Que descarga poderosa trazida naquela tempestade de Deus! Onde houver um filho do Espírito Santo, descargas elétricas de imenso poder espiritual vão começar a acontecer! Oh! Glória! Bendito seja Deus!

Na próxima palestra continuaremos com outros símbolos do Espírito.

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

 

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