Palestra I
FÉ, DÚVIDA E INCREDULIDADE
Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em abril de 2010 e revisado em fevereiro de 2012
Três palavras inter-relacionadas que precisam ser bem explicadas:
ENTENDENDO O QUE SEJA FÉ
Os dicionários seculares traduzem a palavra fé como “certeza”, “confiança”, “crença” e eles certamente estão corretos ao traduzirem-na assim. Já a Bíblia, o dicionário de Deus, descreve a fé como sendo “o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que não se vêem” (Hebreus 11:1). Isto quer dizer que a fé é algo presente, atual, que está sendo exercida agora (“firme fundamento”), mas que o objeto pretendido por ela ainda não chegou até o fiel, ainda não veio até ele, encontra-se ainda no futuro e por isso ele não o vê (“coisas que não se vêem”) e por ele espera (“coisas que se esperam”).
Ambas as definições de fé, tanto a secular quanto a bíblica, mostram que a fé não é algo material. Ela é algo invisível, intangível, imaterial. Ela é uma postura, uma atitude que o fiel assume diante daquilo que deseja. Ter fé é estar convencido de que aquilo que se acredita que vai acontecer vai acontecer de fato! O objeto de nossa fé ainda não chegou, não podemos sequer vê-lo por estar ele no futuro, mas ainda assim acreditamos que ele vai chegar! Estamos convictos disto! Temos certeza disto! O texto de Hebreus 11:27 dá-nos uma descrição fantástica do que seja a fé, pois afirma que “Moisés ficou olhando firmemente o invisível como se estivesse vendo-o”. Esta é a atitude daquele que confia, daquele que acredita, daquele que possui fé. Olhar firme para o que não chegou como se já tivesse chegado!
O fato de acreditarmos em algo que ainda não chegou a nós e que não possui materialidade alguma para que possamos demonstrá-lo a alguém não quer dizer, em absoluto, que este algo não exista, pois muitas coisas há em nosso mundo que não podem ser vistas no presente, que ainda não chegaram a nós por estarem no futuro, mas que nem por isso devem ser consideradas mentirosas ou inexistentes. Talvez a maior e mais simples de todas, por acontecer com todos os humanos, sejam as idéias. Elas se encontram presentes em nosso coração, em nossa mente, mas não se tornaram ainda visíveis, não ganharam ainda materialidade na forma de um livro, um invento, uma receita, um produto, qualquer coisa. Todas são exemplos de coisas intangíveis que ainda não chegaram ao seu buscador por se encontrarem elas no futuro.
Bom é que se diga que ninguém precisa ter fé para as coisas passadas; nem ainda para as coisas presentes, mas apenas para as futuras. Para acreditar nas coisas que já se passaram, não precisamos ter fé e sim conhecer História! Para as coisas que estão acontecendo agora, no tempo presente, não precisamos acreditar em nada e sim sermos bem informados, termos informação. O texto de Romanos 8:24,25 diz: “Em esperança somos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê, como o esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos”. Esperança é a fé que não desanimou, que não desistiu da conquista! A fé é uma porta; a esperança, um caminho!
Sendo a fé o fundamento de algo que ainda não possuímos e a prova de algo que ainda não vemos, isto significa que a fé é fruto de nossas convicções pessoais, de nossas certezas interiores, pois aquilo que esperamos, mas não vemos, não é objeto do conhecimento ou dos sentidos e sim de uma convicção íntima, subjetiva, particular. Podemos não saber explicar como isto acontece, mas estamos convencidos que acontecerá. A fé não depende da razão nem dos sentidos, pois que vai além deles (“coisas que não se vêem”)! Não se sente fé, não se racionaliza fé. Ou a temos em nós, ou não a temos!
Sendo a fé fruto de nossas convicções particulares, pessoais, individuais, isto quer dizer que cada ser humano possui uma medida diferenciada de fé, pois aquilo que alguém deseja e espera pode não ser do interesse de outro. Mesmo que dez pessoas acreditem em determinada coisa, cada qual acreditará com uma intensidade diferente, com uma medida de fé diferenciada (Romanos 12;3). Assim é que não podemos exigir das pessoas que tenham a mesma medida de fé que nós, mas podemos pedir para que creiam na mesma coisa que cremos. Por exemplo: Podemos dizer para alguém enfermo que Deus cura o câncer e que pode curá-lo, pois isto faz parte de nossas convicções, mas não podemos pedir para que a pessoa creia que Deus vai curar o seu câncer, pois isso depende da disposição do indivíduo de crer em Deus, de sua medida de fé (que pode ser maior ou menor que a nossa) e de sua vontade de ser curado ou não.
Se assumimos que possuímos algo que ninguém vê ou espera, como falamos acima, tal coisa não é considerada anormal, mas se dissermos que temos uma prova deste algo conosco, uma base, um fundamento, mas que não conseguimos mostrá-lo a ninguém por estar este algo no futuro e não possuir ele ainda nenhuma materialidade, corremos seriamente o risco de sermos taxados de loucos (e você há de convir que este discurso é mesmo de um louco!) e, como tais, sermos considerados perigosos para a sociedade. Pois foi exatamente isto o que aconteceu com muitos inventores, pensadores, e profetas do passado! Noé, Moisés, Abraão, Elias, Jeremias, Jesus, Paulo – todos foram considerados loucos e também o meu prezado leitor, se for uma verdadeira pessoa de fé!
Todos estes personagens bíblicos disseram que possuíam um fundamento firme e uma prova incontestável para acreditarem naquilo em que criam, mesmo sendo impossível demonstrá-la a alguém. O que era essa coisa?
O FUNDAMENTO DA FÉ
O que eles criam e que não se podia demonstrar para alguém não era uma coisa, um objeto, ou um pensamento, e sim uma pessoa! Não era o que e sim quem! Quem seria, pois, o alicerce inabalável de sua fé que lhes dava a certeza das coisas invisíveis e futuras? DEUS! Ele era o alicerce inabalável de sua fé!
A fé bíblica se encontra alicerçada na pessoa de Deus, em seu caráter, e não em seus objetos. Ela não é resultante de conhecimentos físicos, científicos, materiais, pois se assim fosse, os mais sábios seriam os maiores crédulos do mundo e os ignorantes não a possuiriam. Os astrônomos estudam o Cosmo, que acreditamos ser uma criação de Deus, mas não O encontram lá. O fato de eles estudarem uma coisa de Deus, não os leva necessariamente ao conhecimento do Deus das coisas. A fé bíblica não é racional, lógica, mental, mas é espiritual, sobrenatural. Assim sendo, ela não deve ser procurada na estrutura física do homem e sim em sua estrutura espiritual, em seu espírito.
O texto de Hebreus 11:6 ensina que a fé é o meio utilizado por Deus para estabelecer um relacionamento com o homem. Ele diz: “sem fé é impossível agradar a Deus. Porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus, creia que Ele existe e que é galardoador daqueles que O buscam”. Como fazer isso? Como gerar fé em nosso coração para acreditar que Deus existe e que vai nos galardoar (recompensar, premiar, laurear)? A resposta se encontra em Hebreus 12:2 onde se diz que “Jesus é o autor e o consumador da fé”, isto é, Ele é a origem e o fim da fé, o seu iniciador e o seu realizador. Cristo é o Verbo de Deus, a Palavra de Deus que se encarnou entre nós (João 1:1,14). O apóstolo Paulo disse que “a fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus” (Romanos 10:17). Ouvindo nós a Jesus, o Verbo de Deus, a fé é gerada em nossos corações e então podemos ser levados por Ele ao conhecimento do Pai (João 14:6).
Quando nos aproximamos de Deus e este vê Cristo em nós, Ele se agrada disto, pois sabe que onde Cristo está a fé está presente. Ele então se prontifica a nos ajudar e a nos galardoar nos pedidos que fizermos a Ele. Tristemente isso também quer dizer que quem não possui a Cristo não pode agradar a Deus. Nenhum incrédulo é possuidor da fé bíblica genuína, autêntica, pois que esta provém de Cristo e o incrédulo, por não possuir Cristo em seu coração, não sabe como se chegar a Deus e nem como agradá-Lo. O Pastor Olívio fica realmente triste com este fato, pois entende que Deus jamais exigiria a fé do homem se este não pudesse exercê-la e muitos estão vivendo vidas derrotadas, amarguradas, sem brilho algum, por não quererem saber das coisas espirituais e se envolverem com Deus. Isto é realmente horrível, pois a fé não só é a única maneira de agradarmos a Deus como também a única maneira de nos tornarmos vencedores no mundo (1ª João 5:4).
Sendo a fé uma relação de confiança para com Deus, tudo o que não provenha dela neste relacionamento, torna-se pecado. “Tudo o que não provêm de fé é pecado”, diz a Bíblia em Romanos 14:23. A adoração, o louvor, o ensino, a pregação da Palavra, a oração – tudo o que se pretenda fazer para Deus, se não estiver alicerçado na fé, é pecado. Não se esqueça disto crente querido, quando fechar este arquivo e sair para fazer alguma coisa para o Senhor. O teu Deus não mente, não se engana e não te engana, não fica atirando para todos os lados, perdido, sem saber como lhe falar, pois tudo conhece, tudo pode, tudo consegue, e há de te ajudar. Nada, pois, de ficar desconfiando Dele. Se você tiver algo a duvidar duvide de você mesmo e, em último caso, até mesmo de sua fé, mas nunca duvide de Deus!
A DÚVIDA PODE DESTRUIR OU CONSTRUIR
Pois bem, se a fé é a crença na pessoa de Deus, a confiança em seu caráter, o contrário dela é a incredulidade e não a dúvida.
A palavra dúvida significa “ambigüidade”, “imprecisão”, “suspeita”, e não se constitui um pecado em si por não levar o seu detentor a uma posição definida, final, absoluta. O apóstolo Tiago disse que “o que duvida é semelhante a onda do mar que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte” (Tiago 1:6). O indivíduo fica ali, indo e vindo de uma posição à outra, vacilante, sem definição alguma. Ele vive no “talvez”, no “quem sabe”, no “acho que”, indo do “sim” para o “não”, sem tomar posição alguma. Todos sabemos que o “talvez” não define posição a não ser a de continuar “em cima do muro”, em total indefinição. Somente quando o indivíduo se decide entre uma coisa ou outra é que podemos taxá-lo de incrédulo ou de crente. Até lá, ele é apenas uma pessoa que duvida, que suspeita, que ainda está indecisa.
A dúvida é um instrumento poderosíssimo para destruir certezas – não verdades – pois verdades jamais podem ser destruídas, conforme o apóstolo Paulo nos ensinou em 2ª Coríntios 13:8, por serem estas provenientes de Deus (João 14:6). As certezas, porém, são humanas, fazem parte de nossas convicções, de nossas confianças, e por isso podem ser destruídas. Na mor parte das vezes uma enorme montanha de convicções, vem totalmente abaixo por uma simples banana de dinamite de dúvida! A dúvida é utilizada para destruir “pseudo-certezas” e se constitui em um elemento de desestabilização, de estremecimento, de desmonte de convicções estabelecidas. “A Serpente” do Éden sabia disso e lançou dúvidas sobre nossos primeiros pais com relação ao caráter de Deus, naquilo que Ele lhes dissera (Gênesis 3:1-5). Pela dúvida lançada por ela, veio a incredulidade aos nossos pais e pela incredulidade, o cometimento de outros pecados.
Por ser a dúvida um instrumento de destruição de certezas, esta também pode levar o indivíduo ao máximo da realização humana, pois através dela ele se sente estimulado a procurar novos conhecimentos. É graças à dúvida do pesquisador sobre algo; sua desconfiança sobre verdades estabelecidas; sua contestação a ensinos e doutrinamentos tidos como intocáveis; sua capacidade crítica e lógica de argumentação; sua ousadia e coragem para discordar de coisas e pessoas, que o progresso e o conhecimento humanos são gerados. Pelos resultados benéficos trazidos pela dúvida povos readquirem a esperança e a raça humana amplia os limites do conhecimento. Quem não possui dúvidas parou de crescer ou já chegou ao estado do conhecimento absoluto, ou seja, já se tornou igual a Deus.
É importante dizer que todo ser humano possui dúvidas acerca de algo. Ela é inerente ao ser humano, nasceu com ele, encontra-se presente no âmago de sua estrutura. Mesmo os homens mais santos e sábios a possuíam, pois que ela não é produto de desconfiança do caráter da outra pessoa e sim da falta de informação sobre algo que poderia levá-las a tomar uma posição definida. Foi assim com João Batista quando enviou discípulos seus a questionar Jesus sobre se Ele era ou não o Messias prometido (Mateus 11:1-6). Jesus proveu a João de informação e transformou suas dúvidas em certezas. Foi assim também com o salmista Asafe quando estava se questionando sobre o distanciamento de Deus. Ele estava perturbado e sem paz no coração. Então ele se lembrou dos feitos do Senhor no passado e de sua misericórdia sem fim. Essa lembrança das coisas antigas reacendeu a fé de Asafe em Deus e ele o exaltou com um belíssimo Salmo (o de nº 77). Temos assim que prover o duvidoso da informação necessária, quer seja esta nova ou antiga (como é o caso das lembranças, das recordações, tendo em vista só podermos nos lembrar de coisas que tenhamos vivido, experimentado) podem eliminar radicalmente a dúvida.
Se é verdade que é saudável ter dúvidas, é patológico, doentio, viver uma postura permanente de dúvida, pois a Bíblia afirma em Tiago 1:8 que “o homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos”. Ele é vacilante em decidir sobre emprego, negócios, quem deve ser sua companheira – tudo! A Bíblia ainda adverte: “não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa” (Tiago 1:7). Quando alguém possui as informações necessárias para tomar uma decisão e se recusa a tomá-la por medo de que algo ruim possa acontecer-lhe, tal indivíduo deixa de ser duvidoso e passa a ser um covarde, pois tinha tudo para tomar a decisão devida e ainda assim não o fez. A Bíblia diz em Apocalipse 21:8 que os covardes e incrédulos não herdarão o Reino dos Céus.
A INCREDULIDADE SEMPRE É UM PECADO
Conforme já aprendemos, podemos ter dúvidas acerca de coisas e de situações, mas não podemos ter dúvidas acerca de pessoas. Quando isto acontece, a dúvida deixa de ser apenas dúvida e se transforma em desconfiança, que é a base da incredulidade Podemos não ter convicção sobre algo que alguém faça ou diga, por exemplo, que vai criar uma nave para viajar até o sol ou, se tornar maior do que o rei Pelé no futebol, mas isto não nos obriga a desconfiar de seu caráter. A dúvida se encontra relacionada a coisas, a objetos; já a incredulidade, ao caráter das pessoas. A tradução de Atos 16:31, por exemplo, que afirma “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo tu e a tua casa” ficaria bem mais forte e adequada se fosse empregada corretamente a palavra “confia” no lugar de “crê”
Incredulidade é descrédito, é descrença, é desconfiança e só é chamada assim na Bíblia porque tinha tudo para não ser e ainda assim se fez. Este foi o caso dos israelitas que saíram do Egito e pereceram no deserto. Eles tinham todos os motivos do mundo para acreditarem em Deus, mas ainda assim, não o creram. Eles haviam tido inúmeras provas sobre o seu caráter e boas intenções para com eles quando Ele os livrou do Egito e os manteve por todos aqueles anos no deserto, sem fome, sem sede, sem remédios e sempre com roupas novas. Ainda assim eles desconfiaram de Deus – não de seu poder, mas de seu caráter, de sua boa vontade, de seus propósitos para com eles. Não foi a dúvida que matou os israelitas no deserto e sim a incredulidade. A incredulidade é considerada pecado por levar o indivíduo a desconfiar de Deus quando motivo algum existe para ele desconfiar. Leia os textos de Hebreus 3: 17-19 e 4:4-6, para aumentar a sua compreensão sobre o assunto, por favor.
Tanto a fé quanto incredulidade são elementos que dependem de nossa vontade, de nosso anseio, de nossa disposição. Jesus sempre apelava aos seus ouvintes para que cressem em suas palavras. Isto significa que eles poderiam crer se quisessem. O mesmo faziam os seus discípulos. Nenhuma pessoa pode ser taxada de incrédula, de descrente, de infiel, se não lhe for dado motivo para crer ou descrer. É disto que fala o apóstolo Paulo em Romanos 10: 13,14, quando afirma: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como pois invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” A fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus, lembra-se? Quando pois, as Escrituras dizem em Apocalipse 21:8 que os incrédulos não entrarão no reino dos céus, não está afirmando que aqueles que nunca ouviram falar do Evangelho de Cristo para poderem crer nele ou rechaçá-lo nunca serão salvos, e sim que aqueles que poderiam ter crido e não o fizeram por um ato de sua vontade, por uma deliberação sua, por uma escolha própria, serão condenados ao inferno por essa sua incredulidade.
COMO ELIMINAR A INCREDULIDADE
Se a falta de fé pode ser suprimida pelo ouvir a Palavra de Deus e a dúvida eliminada pela informação necessária, como poderemos eliminar a incredulidade? Crescendo em comunhão e em amizade com Deus até o ponto em que possamos confiar totalmente em sua Pessoa. Abraão acreditou na palavra que Deus lhe dissera que de sua semente sairiam tantos que encheriam a terra como as estrelas enchem o céu e os grãos de areia a praia. Quando Deus, pois, o experimentou mandando que ele oferecesse o seu único filho como sacrifício, ele o fez sem vacilar, pois sabia que para que as promessas de Deus se cumprissem nele, seu filho Isaque não poderia estar morto, mas teria que estar vivo. Então ele o ofereceu em sacrifício crendo que, mesmo que ele, Abraão, viesse a matá-lo, Deus OBRIGATORIAMENTE o ressuscitaria, pelo peso de sua palavra e pelo seu caráter verdadeiro! As Escrituras dizem que Deus se agradou tanto desse pensamento e da atitude de Abraão que passou a chamá-lo de ”meu amigo Abraão” (Gênesis 15:4,5 / 22:1-18 / Tiago 2:23).
Toda vez que Deus diz que vai fazer algo e não o cremos fazêmo-Lo mentiroso, desacreditamos de sua Palavra, de sua honra, de sua dignidade, e nos tornamos culpados do pecado de incredulidade. Isso aconteceu com Moisés no deserto quando o Senhor mandou que ele ordenasse à rocha para que dela saísse água (Números 20:7-13). Moisés já havia tido essa experiência quando Deus lhe ordenara que ferisse a rocha garantindo-lhe que dela sairia água. Moisés assim o fez e tal aconteceu (Êxodo 17:1-7). Muitas outras maravilhas ele já havia visto Deus operar, pois acabara de sair do Egito, terra onde o Senhor fizera milagres extraordinários. Ferir a rocha com o seu cajado era uma coisa mas, falar à rocha para dar água, sem tocar nela….hum….isso era bastante diferente! Ele então feriu a rocha duas vezes, desobedecendo ao Senhor. Por misericórdia e amor ao seu povo Deus fez a água fluir da rocha, mas Moisés foi impedido de entrar na Terra Prometida (Deuteronômio 34:1-5).
Coisa semelhante acontecera com os discípulos de Cristo. Ele havia lhes dito que iria ressuscitar ao terceiro dia (Mateus 12:40 / 16:31). Seus discípulos O viram ressuscitar pessoas que eles próprios conheciam (Marcos 5:35-43 / Lucas 7:11-17 / João 11:1-45). Cristo havia lhes dito que a sua dificuldade, como Deus Encarnado que era, não era permanecer vivo e sim morrer! (João 17:18). Ainda assim, quando as mulheres foram contar-lhes que haviam visto Jesus ressuscitado eles duvidaram delas (Marcos 16:9-11) e ficaram agrupados na casa onde estavam até o Senhor lhes aparecer em carne. Cristo lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e perdoou os seus pecados (Marcos 16:14), e disse para Tomé: “bem-aventurados os que não viram e creram” (João 20:29).
CONCLUSÃO
Ao falar aquilo para Tomé, Cristo estava falando de nós! Não O vimos, não O conhecemos, mas ainda assim cremos que Ele ressuscitou dentre os mortos e que é o Nosso Salvador e O amamos tanto e tanto, até o mais profundo de nossa alma! Como, pois, podemos dar tanto fôlego a nossa descrença, a nossa incredulidade, a nossa pequena fé, quando o Filho do Deus Todo-Poderoso, disse que somos bem-aventurados por termos uma fé deste tamanho? Ó, amado, neste tempo de graça e de perdão, uma nova oportunidade de fé nos está sendo dada. Vamos aproveitá-la para crescermos ainda mais na graça, na comunhão e no amor de nosso Bendito Deus!
Deus abençoe a todos.
Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.