Palestra II
GEHENA – A PRISÃO DO CORPO E DA ALMA
Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em maio de 2012
INTRODUÇÃO
A palavra “Gehena” é de origem grega e, a exemplo de “Sheol”, de “Hades” e de “Tartaro”, se encontra traduzida por “inferno” na maioria das versões de nossas Bíblias em português, o que dificulta bastante o leitor comum de encontrá-la. Contudo, mesmo que o leitor a encontrasse, não saberia dizer qual o significado original dela, o que o deixaria perdido da mesma maneira. Se considerarmos que a concepção que se tem do inferno hoje é a de um lugar de muito sofrimento, com a presença de verdugos, fogo, trevas, ranger de dentes, desesperança, ódio, e tudo o que de ruim possa existir no universo, mais a presença do Diabo e dos demônios, então entenderemos porque alguns comentaristas bíblicos interpretaram a Gehena como sendo o Lago de Fogo, pois muitos dos elementos encontrados em um são também encontrados no outro. Mas, como esperamos demonstrar, essas duas realidades espirituais não se confundem, não se embaraçam, pois não são a mesma coisa, como veremos a seguir.
Ao tempo em que a Gehena foi idealizada, ela estava longe de se parecer com o inferno final, conhecido por nós como o Lago de Fogo. Ela era apenas o lixão da cidade no qual eram lançados cadáveres de assassinos, carcaças de animais e as imundícias da localidade. Para que o lixo fosse totalmente consumido, não atraísse doenças e seu cheiro ruim fosse dissipado, era-lhe adicionado permanentemente enxofre que, além dessas propriedades, aumentava também a temperatura do fogo. Foi Jesus quem, pela primeira vez, relacionou aquela cena de consumição de lixo com o destino dos pecadores impenitentes. Ele foi a pessoa no mundo que mais falou sobre a Gehena, mas estranhamente os transmissores de sua mensagem são os que menos falam sobre ela! Talvez não a entendam totalmente e por isso não a proclamem ou talvez não a proclamem exatamente porque a entendam plenamente!
De todos os tipos de inferno existentes na Bíblia, a Gehena foi o inferno do qual Jesus mais falou. Ele a mencionou onze vezes em apenas três dos quatro Evangelhos (Mateus, Marcos e Lucas), o que dá à Gehena uma concentração de ensinamentos tal que só pode ser encontrada nas mais importantes doutrinas da fé cristã! Além de Jesus, apenas Tiago, o seu irmão carnal, falou sobre a Gehena, mas isto só aconteceu uma vez e em uma única passagem de sua Carta (Tiago 3: 5,6), o que faz de Jesus o grande idealizador e o maior divulgador da Gehena como lugar de punição para o pecador. Vamos examinar juntos as características deste lugar / condição tão estranho apregoado pelo Senhor Jesus.
AS CARACTERÍSTICAS DA GEHENA
A primeira coisa que Jesus ensinou sobre a Gehena foi que a Gehena é uma prisão, temporária, provisória, passageira, o que já a diferencia, de imediato, do Lago de Fogo, cuja característica principal está justamente no fato de ser eterno, definitivo, para sempre. A passagem de Mateus 5: 21-26 fala dessa transitoriedade, dessa impermanência da Gehena. Veja só: “Ouvistes que foi dito aos antigos: não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo, e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno. Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem e apresenta a tua oferta. Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão. Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil”. A expressão “fogo do inferno”, que aparece no texto, é, em seu original, “Gehena de fogo”. O que fica evidente, de imediato, nesta passagem, é que se o indivíduo pode entrar em um inferno e depois sair dele, é porque esse inferno não é eterno, não é para sempre, não é duradouro! Sei que nenhum católico, evangélico ou judeu moderno gosta muito de pregar sobre este texto do Evangelho, pois de alguma maneira, ele cheira a reencarnação!
A segunda coisa que Jesus ensinou sobre a Gehena foi que ela é um tipo de inferno provisório para o corpo e para a alma, o que significa dizer que a Gehena afeta tanto o mundo físico quanto o mundo espiritual ao mesmo tempo! Isto é simplesmente fantástico, pois como vimos na palestra anterior, o Sheol e o Hades são prisões apenas para o espírito e não para o corpo que desaparece na sepultura; o Tártaro ou Abismo é uma prisão para demônios, que são espíritos sem corpos, e o Lago de Fogo, apesar de ser uma prisão para o corpo e para a alma, como a Gehena, não permite a saída do indivíduo de lá como a Gehena o permite. Veja as passagens bíblicas nas quais Jesus falou sobre isso: “Não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno (na Gehena) a alma e o corpo” (Mateus 10:28) e a outra: “Eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que depois de matar, tem poder para lançar no inferno (na Gehena); sim, vos digo, a esse temei” (Lucas 12:5). Muito Interessante o cuidado que Jesus tem ao dizer que não devemos temer aqueles que depois de matarem o corpo não podem matar a alma, mas sim temer aquele que depois de matar, pode fazer “perecer” no inferno (Gehena) o corpo e a alma do indivíduo, pois o termo “perecer”, utilizado por Jesus aqui, não significa “deixar de existir”, “ser aniquilado”, pois se assim fosse, ninguém jamais poderia sair da Gehena, como Ele mesmo disse que aconteceria com o indivíduo após este ter pago o último ceitil de sua dívida! O que Jesus estava ensinando é que na Gehena, o sofrimento do indivíduo que já morreu, já faleceu, e que foi nela lançado em alma e corpo, é tão intenso, tão profundo, tão inimaginável, que o indivíduo perde toda a satisfação pela vida, perece totalmente em sua alegria de viver!
Outra coisa mais que Jesus ensinou sobre a Gehena foi que quem entra nela é porque já foi julgado, já foi sentenciado, já passou pelo tribunal pós-morte. Leia novamente a passagem de Mateus 5:21-26 e a de Mateus 18:23-35 e veja como ambas tratam de um julgamento. Na primeira, a cena que está ali armada é a de um tribunal romano e todos os termos nela empregados são tirados do ramo do Direito: réu, juízo, sinédrio, reconciliação, juiz, oficial (meirinho), pagamento de dívida, prisão, etc.; na segunda, temos: acerto de contas, dívida, pagamento, perdão de dívida, soltura, prisão, atormentadores, ofensas, etc. Já aprendemos que tanto o antigo Sheol quanto o atual Hades não são lugares / condições para se julgar ninguém e sim para o recolhimento de almas. Quem morre com delitos, com pecados no coração, vai diretamente para o Hades, onde é julgado e fica aguardando a sentença. O cumprimento da pena nunca é paga no Hades e sim na Gehena, que é o lugar apropriado para o seu cumprimento. A Gehena é o único tipo de inferno do qual se diz que o indivíduo é nele lançado para cumprir pena, quer seja em forma de castigo (açoites), quer seja em forma de pagamento financeiro (ceitil), e em que depois de paga a dívida, o indivíduo é solto para continuar a tocar sua vida. Conforme demonstrei na Palestra II a, do tema “Reencarnação”, todos os indivíduos que retornaram à vida só retornaram a ela porque já haviam sido julgados.
Como toda prisão que existe, ninguém vai para a Gehena de vontade própria, deliberadamente, mas é nela lançada, atirada, jogada para sofrer as restrições devidas e assim anelar pela liberdade (Mateus 5:29,30 / 18:8,9 / Marcos 9:43,45,47). Os termos utilizados por Jesus para falar sobre este momento não são doces, não são suaves, mas os mais duros possíveis. Há uma resistência por parte do infrator em entrar na Gehena. Ele não quer ir para lá de jeito nenhum, não deseja ir para lá, por isso ele se debate, resiste, luta, mas tudo isso é vão porque os encarregados de o levarem à prisão já estão acostumados com esta resistência por parte dos prisioneiros e estão revestidos de autoridade moral e espiritual para fazerem o que fazem. Por ser a Gehena uma prisão, um cárcere, uma cadeia, não é um lugar de lazer, de prazer, de bem-aventurança, mas sim um lugar de sofrimento, de restrições, de limitações. Nela, o indivíduo terá tempo para pensar em sua vida, repensar os seus atos errados e decidir entre voltar a ela mais uma vez ou sair definitivamente dela para nunca mais voltar! Isto dá a Gehena um caráter educativo, disciplinador, ressocializador, pois que permite ao infrator alterar suas escolhas erradas, se arrepender de seus maus atos e tornar à vida em sociedade. Se ele fosse lançado no Lago de Fogo nada mais poderia ser feito a não ser esperar pelo “sofrimento eterno”.
Uma das coisas mais pavorosas sobre a Gehena, ensinada pelo Senhor Jesus, foi a de que nela podem ser encontrados tanto crentes quanto incrédulos! Só não podem ser encontrados salvos lá, indivíduos que não devam coisa alguma a alguém, pois que já pagaram as suas dívidas em Cristo e foram liberados de suas amarras espirituais! Muitos crentes acham que, pelo simples fato de serem crentes, podem morrer em pecado e, ainda assim, irem para o céu. Ledo engano! As Escrituras são enfáticas em nos ensinar que Deus nos salva do pecado, mas em nenhum lugar elas ensinam que seremos salvos em pecado. Todos têm de pagar suas dívidas, por menor que sejam, e tomarem todo cuidado para não as cometerem mais (Mateus 5:21-26). Você já imaginou Jesus subindo aos céus com apenas um pecadinho no coração? Que desgraça terrível seria isso para o Cosmo, para Ele mesmo e para a humanidade? Que exemplo de Salvador nós teríamos? Entretanto, muitos crentes se sentem no direito de continuar pecando, só porque dizem ser filhos de Deus. Alguém lhes ensinou que eles podem morrer em pecado e, quando chegarem ao céu (não sei como isso seria possível!), pedirem perdão a Deus através de Jesus Cristo, o fiel advogado dos crentes, que os defenderá ali mesmo, diante do Pai e das mais excelentes criaturas do universo! Não sei como alguém ousa ensinar uma coisa assim! Eu não pagaria nem um ceitil para ver pessoalmente o que aconteceria com tal indivíduo! O mordomo que tomava conta da casa de seu senhor, descrito na parábola do servo vigilante, contada por Jesus em Lucas 12:43-48, percebeu que o seu patrão demorava a voltar para casa e então começou a praticar coisas condenáveis para alguém em sua posição: glutonaria, embriaguês, espancamento dos outros serviçais, mundanismo, e outras coisas mais. Jesus disse: “Virá o senhor daquele servo no dia em que ele o não espera, e numa hora que ele não sabe, e separá-lo-á, e lhe dará a sua parte com os infiéis” (v.46). O adorador que Jesus citou em Mateus 5:21-26 só estava com um ínfimo pecado em seu coração, comparado a menor de todas as moedas romanas da época, o ceitil, mas ainda assim poderia ser lançado na Gehena, caso não quitasse logo a sua dívida!
Na Gehena todo transgressor paga exatamente o que deve, nada além disto, o que significa dizer que cada pena possui uma duração diferente. Na parábola do servo vigilante, citada acima, Jesus disse: “O servo que soube a vontade de seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites; mas o que a não soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será castigado. E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá” (Lucas 12: 47,48). Ao dizer Jesus que um servo seria castigado com muitos açoites e o outro seria castigado com poucos açoites, estava nos ensinando que os delitos cometidos pelos transgressores possuem peso e gravidade diferentes e por isso deviam variar em quantidade e duração. Se duas pessoas estiverem penduradas em uma mesma corda e esta arrebentar, ambas cairão no chão, mas, dependendo de onde elas estiverem se segurando, as conseqüências do tombo serão desiguais. Foi isto que Jesus disse ao afirmar: “a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou muito mais se lhe pedirá”. Quanto mais alto estiver uma pessoa, maior será a sua queda.
A LOCALIZAÇÃO DA GEHENA
Ditas essas coisas sobre a Gehena surge então a grande pergunta que muitos de meus prezados leitores que ainda não leram o meu livro querem fazer: onde fica a Gehena? Onde fica esta prisão espiritual que aprisiona o corpo e a alma do indivíduo depois deste ter sido morto? Leia a passagem de Mateus 18:23-35 e descobrirá: a Gehena fica na Terra! Os servos devedores do rei que foram lançados na Gehena puderam sair dela após terem pago suas respectivas dívidas. O que eles encontraram ao sair? As mesmas coisas terrenas existentes ao tempo de sua pena: o rei, os servos, dinheiro, negociações, atormentadores, mulheres, famílias e a própria prisão que continuava ali! Isto serve para demonstrar a contemporaneidade da Gehena! Ela acontece ao mesmo tempo em que a vida se desenrola na terra! A Gehena é uma prisão atual, presente, e não futura como o Lago de Fogo o é! Ela não é a Terra, mas se localiza na Terra, porquanto é na Terra que se encontram os transgressores das Leis de Deus! Na realidade, em todo e qualquer lugar onde exista um transgressor das leis de Deus, um filho rebelde, uma criatura que esteja abrigando um pecado que seja no coração, aí estará a Gehena, pois a Gehena não é uma prisão física, visível, material, mas uma cadeia espiritual, existencial, supradimensional, que acontece em um local material. Entende agora porque a Terra se encontra do jeito que está? Ela tem uma prisão enorme dentro dela e todos os seus detentos se encontram vivendo nela!
Outra coisa interessante sobre a Gehena, decorrente até do que acima falamos, é que a Gehena se encontra sempre cheia, sempre lotada, o que é mais uma característica diferenciadora entre a Gehena e o Lago de Fogo, pois enquanto a Gehena está plena, cheia de gente agora, o Lago de Fogo se encontra vazio (Apocalipse 20:7-10 / 19:20 / 21:8). Na Gehena o fluxo de pessoas que entram e saem é imenso e intenso. Também pudera! Quantos indivíduos, neste exato momento em que o meu leitor está lendo este parágrafo, não estão sendo “lançados na Gehena”, conforme dizia o Cristo, para pagarem, em corpo e espírito, as suas dívidas morais? E quantos não estão sendo também dela liberados para nunca mais a ela retornarem? O nascimento de alguém em nosso mundo material é a porta de entrada na Gehena espiritual e a sua morte em paz, em segurança no Divino, a sua saída. A entrada em nosso mundo material sempre é difícil e com sofrimento. A saída, nem sempre. Tem que se fazer muita força para uma criança nascer e a forma do nosso nascimento é sempre decorrente de uma expulsão! Somos quase que literalmente lançados para fora do ventre de nossa mãe ao mundo exterior! A passagem do mundo uterino para o mundo externo é feita com dor, violência e muita pressão! O cordão astral que prende nosso espírito ao nosso corpo denso garante que nosso espírito transgressor não deixará a prisão em que foi lançado até ter pago o último ceitil. Daí o corpo físico ser visto como uma prisão para o espírito! Mas não é o corpo que é a prisão da alma e sim a trama de pecados em que nosso espírito está envolvido. Sim, a Gehena é um local / condição de muito trânsito, diferentemente do Lago de Fogo que não possuirá trânsito algum, pois as Escrituras ensinam que quem entrar nele nunca mais poderá dele sair! Não existirá tráfego no Lago de Fogo! Lá será apenas uma ida sem volta! Infelizmente, segundo o Mestre Jesus, maior é o número dos que entram na Gehena, do que o número dos que dela saem! (Mateus 7:13,14 / Lucas 13:23,24).
A existência da Gehena nos obriga a crer na doutrina bíblica da reencarnação, pois cada vez que morremos com dívidas, somos obrigados a retornar à Gehena. Mesmo se conseguimos nos libertar da Gehena em vida, caso venhamos a cometer novas dívidas, seremos mais uma vez nela lançados, até que experimentemos novamente o perdão do ofendido. Esse é o perigo de alguém morrer com ofensas contra outrem! Jesus disse que devemos ir depressa procurar a pessoa a quem ofendemos a fim de pedir-lhe perdão e, assim, evitar sermos lançados na Gehena novamente! (Mateus 5:25). Alguém poderia dizer que a Gehena nada mais é do que o “inferno consciencial” que experimentamos após termos cometido algum delito, mas “consciência pesada” não é a Gehena e sim um dos componentes que pode acontecer ou não com o infrator das leis divinas! Cristo demonstrou que aquele fiel do Evangelho que estava adorando não estava com consciência pesada nenhuma por ter cometido um mal a alguém. Ainda assim Ele disse que se o fiel “se lembrasse”, na hora da adoração, de alguma pessoa que tivesse algo contra ele, por um ato errado que ele houvesse cometido contra alguma pessoa, deveria ir acertar as coisas o mais rápido possível a fim de evitar ser lançado na Gehena! Aquele fiel não estava ainda na Gehena, mas poderia ser lançado nela, se após lembrar-se de sua dívida, não tomasse nenhuma atitude para saná-la! Consciência pesada e Gehena não são a mesma coisa! Gehena é a prisão como um todo, “consciência pesada” é o sofrimento que os delitos que o infrator cometeu contra alguém lhe acometem, tirando-lhe a paz a alma. Segundo o Cristo, os delitos que cometemos, quer provoquem em nós sofrimento consciencial ou não, podem perdurar até o final de nossa vida física, atravessar para o outro lado da morte e continuar ainda a vigir, a vigorar, em várias outras manifestações de vida! O ciclo de entrar e sair da Gehena parece ser interminável, pois cada vez que reparamos os delitos em alguma área de nossa vida, outros acontecem em outras áreas mais fragilizadas de forma a nunca estarmos totalmente livres. É bem verdade que pela reencarnação ganhamos nova oportunidade de sairmos definitivamente da Gehena, mas não temos nenhuma certeza ou garantia de que tal coisa acontecerá. Como poderemos então vencer tal combate? Como podemos manter a esperança de um dia sermos definitivamente livres?
As condições para a saída da Gehena são: a) o pagamento integral da dívida, a ser feito pelo infrator; b) o aprisionamento do infrator pelo tempo estabelecido pelo juiz; c) a existência de alguém que se ofereça para pagar a dívida do transgressor. As duas primeiras alternativas são impossíveis de acontecer na vida do ser humano, pois, nenhum de nós jamais conseguiria pagar todas as dívidas que cometemos contra todas as pessoas com as quais vivemos, em todas as nossas manifestações de vida. Também não teríamos tempo de vida para pedirmos perdão a todas elas, além do que estaríamos contraindo novas dívidas. Apenas a terceira opção é possível, não por causa de nós mesmos, mas por causa do imenso amor de Deus. Ele aceitou a oferta de Jesus para pagar por nossas dívidas! (João 3:16). Através do sacrifício vicário, substitutivo do Cristo, todos podemos receber agora o perdão de nossas dívidas! Se todos aceitarão este perdão é coisa que não sabemos, mas ele está disponível a todos que se reconheçam como transgressores das Leis de Deus e que desejem ser absolvidos! (Tito 2:11). Jesus pode nos libertar da Gehena! Uma vez perdoados e livres da trama de pecados que nos prendia por séculos e milênios afora, temos de cuidar em permanecermos livres, não nos envolvendo mais com coisas erradas que possam repicar em nosso retorno à antiga prisão (Gálatas 5:1). Fomos salvos por Cristo e perdoados de todos os pecados passados, mas temos de zelar pela nossa salvação presente, pois a libertação que recebemos ainda está se processando e depende de nosso querer em nos mantermos santos até o dia de nossa partida – Filipenses 2:12,13 / Hebreus 12:14.
CONCLUSÃO
Muitos diziam não acreditar na reencarnação por não ter o Cristo falado nada sobre ela, mas o Pastor Olívio acabou de demonstrar que o Cristo falou, sim, muito sobre ela, e de uma maneira como ninguém mais o fez na Terra. Cabe ao amigo leitor aceitar ou não o que o Cristo ensinou e, em caso de dúvidas persistentes, ir até o seu Pastor, Padre, ou outro guia espiritual que tenha e perguntar-lhe sobre as mesmas. Se apesar de todas as demonstrações aqui apresentadas o meu leitor e seu guia espiritual quiserem ainda continuar insensíveis, ignorando esses ensinamentos de Jesus, então eu não poderei fazer mais nada a não ser orar para que o Espírito de Deus o convença da verdade e me esforçar ainda mais no conhecimento de novos textos capazes de convencê-los de que a reencarnação faz parte dos ensinamentos bíblicos. Talvez continuar afirmando que não se acredita em tal doutrina seja conveniente para o seu Líder e Guia. Talvez nem eles, nem o prezado leitor, tenha ainda estofo espiritual suficiente para ensinar a reencarnação em sua igreja, contrariando a visão de amigos ou de alguma Convenção. Eu já fiz a minha escolha e ela foi aceitar os ensinamentos bíblicos por mais esquisitos, estranhos e sem nexo que me pareçam e honrar a Jesus com a minha vida. Qual será a escolha de meu prezado leitor?
Deus abençoe a todos
Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.
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