CARNAVAL, A FESTA DOS DEUSES
“Os que são de Cristo crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências”
(Gálatas 5:24)
Todo ano ele acontece em minha nação, o Brasil. Por quatro dias seguidos, em todo o território nacional, milhares e milhares de pessoas dos mais diferentes credos, cultura, cor, condição social, se lançam em um frenético movimento de danças populares pelas ruas e casas de baile, em belas fantasias ou desnudos, desfilando em agremiações robustas e bem estruturadas que trazem em seus belos cânticos, os nossos mitos e tradições. O carnaval brasileiro é a maior festa popular do planeta e somente um de seus bailes, o “Galo da Madrugada”, de Olinda, leva anualmente para as ruas de Recife, cerca de 2 milhões de pessoas. Os governantes se alegram com o sucesso dessa fantástica manifestação folclórica enquanto os comerciantes, pequenos ou grandes, não cessam de rir pelos seus polpudos lucros!
Ao mesmo tempo em que tal festa acontece, outros milhares de brasileiros deixam as suas congregações e templos religiosos e se retiram para lugares especiais, afastados dos centros carnavalescos, para passaram um período de refúgio espiritual e aumentarem a sua comunhão com Deus. Enquanto alguns correm para comungar com os deuses da carne, do sexo, das bebidas alcoólicas e de outras drogas, outros correm para comungar com o Deus da fé, do amor, da paz e da retidão.
O intrigante de tudo isto é que, enquanto os devotos dos deuses do carnaval tomam de assalto as nossas ruas, nossas casas de bailes, nossos espaços públicos e até os nossos lares, através das imagens da televisão, os adoradores do Deus Vivo se retiram para campos isolados, para locais silenciosos, a fim de lá batalharem contra os deuses da carne e aumentarem com o Deus do céu a sua comunhão. Não parece isto um contra-senso? Abandonar o local da batalha para ir se consagrar tão longe, só Deus sabe aonde, para fortalecer um pouco mais os seus pilares morais? Mas, talvez, o mais esquisito de tudo isso é que não vemos nenhum resultado positivo deste tal retiro consagratório. Após este período de reclusão espiritual as igrejas não ficam mais cheias por causa dele, os jovens não trabalham mais para Cristo, nem tampouco há um forte movimento de conversões à fé, a nível nacional.
Será que estamos utilizando corretamente o período do carnaval, tido como o período de maior intensidade da batalha espiritual contra os deuses falsos, para conquistar territórios espirituais para o Cristo? Não será esse “afastamento para os montes” uma confissão silenciosa de acovardamento por parte da Igreja, diante dos deuses da carne? Que neste carnaval o prezado retirante possa fazer um pacto com o Deus verdadeiro de devotar, durante todos os dias do ano, a sua vida a Ele, e de se alistar bravamente em seus exércitos a fim de travar esta tão gigantesca, tão desproporcional, e tão necessária batalha espiritual.
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