BARCOS QUE NÃO SE AJUDAM

 

BARCOS QUE NÃO SE AJUDAM

“E fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco, para que os fossem ajudar. E foram, e encheram ambos os barcos, de maneira tal que quase iam a pique” (Lucas 5:7)

Aqui no bairro onde moro temos algumas dezenas desses barcos. Eles estão por toda a parte. Cada um mais lindo do que o outro! O problema é que suas tripulações não se falam. Não se comunicam. Não se ajudam. Cada vez menos eu os vejo saírem, juntos ou sozinhos, para pescar. O resultado disso, claro, é que peixes não estão sendo pegos e, consequentemente, não estão alimentando ninguém. Mas os barcos continuam lá, em total e angustiante inatividade! Seus “proprietários”, contudo, parecem estar satisfeitos com esta situação, mantendo-os sempre limpinhos, pintados e em ordem, ainda que não estejam cumprindo a sua função.

O texto do Evangelho que citei acima faz parte da narrativa da pesca maravilhosa operada por Jesus. Pessoalmente eu o considero o texto-áureo da cooperação evangelística, do esforço coletivo para a conquista de almas. Os discípulos haviam trabalhado a noite toda e não haviam conseguido apanhar nenhum peixe. Jesus os viu recolhendo os barcos, lavando as redes, com o semblante pesaroso e triste pela notícia ruim que teriam de dar ao chegarem em suas casas. Ele então interviu dizendo-lhes para tornarem ao mar e lançarem as redes no lugar por Ele indicado. O versículo acima mostra o que aconteceu quando os discípulos Lhe obedeceram!

O que podemos depreender desta narrativa?

Várias coisas: 1ª) que todos os barcos, que aqui representam as igrejas, podem, devem e precisam trabalhar em conjunto, mesmo que sejam diferentes uns dos outros; 2ª) que os resultados dessas ações de pesca conjuntas (evangelismo) são tão desejadas pelo Senhor que Ele recompensará os pescadores com resultados absurdamente expressivos; 3ª) que a quantidade de peixes (almas) será tão grande que terá de ser distribuído entre os barcos participantes; 4ª) que peixes são pegos no mar alto (no mundo), lugar arriscado, revoltoso, conturbado e não na beira da praia ou na terra, lugares cômodos, confortáveis; 5ª) que Jesus é o Senhor do Evangelismo e usa as suas igrejas conjuntas, unidas, para apanhar os peixes de nossa região; 6ª) que nossas ações evangelísticas individualizadas, sem a palavra e orientação de Jesus, serão trabalhosas e não produzirão bom resultado.

O que falta então para essas ações conjuntas acontecerem? Falta alguém tomar a iniciativa de “fazer sinal aos companheiros que estão nos outros barcos” e convidá-los a fazerem algo grande, significativo, que toque o coração do Mestre e salve as multidões! Você não gostaria de ser o primeiro a fazer isto? Ou será que não existe nenhum barco parado em seu bairro? Você faz parte da tripulação de algum deles? Se faz, vai continuar pescando de anzol ou vai convidar outros companheiros para se lançarem com você ao mar alto?