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III. Símbolos do Espírito Santo

 

 

Palestra III a

SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em outubro de 2012

INTRODUÇÃO

Muitos são os símbolos com os quais a Bíblia tenta passar ao fiel uma visão, ainda que parcial, sobre a Pessoa e o modo de agir do Espírito Santo. Esses símbolos são belíssimos além de extremamente reveladores, porquanto cheios de significados. Na presente palestra iremos demonstrar resumidamente alguns destes símbolos, considerados os principais dentre os muitos com os quais o Espírito Santo é comparado. Outros mais serão descritos no discorrer de outras palestras. O leitor interessado poderá pesquisar nas Escrituras outros símbolos vinculados a pessoa do Espírito Santo, a fim de aumentar o seu conhecimento sobre o caráter e o comportamento do nosso bendito Deus.

O primeiro símbolo do Espírito que desejo analisar diz respeito a um poderoso e fantástico elemento da natureza, qual seja,

O VENTO

Jesus disse para um Doutor da Lei, de nome Nicodemos: “O vento assopra onde quer; e ouves a sua voz; mas, não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (João 3:8). Acho essa declaração de Jesus absurdamente fantástica porquanto Ele declarou que esse vento – especificamente esse vento – é diferente de todos os demais que conhecemos! Esse vento possui vontade própria, tem querer, tem desejo, pois “assopra onde quer”, sem pedir consentimento a ninguém, e ainda, possui uma voz, “ouves a sua voz” – não um barulho, um som desordenado, mas uma voz! Se alguma coisa possui uma voz, então essa “coisa” não é coisa é sim “alguém”, é “um ser inteligente!” Ao comparar, pois, Jesus, o Espírito Santo com o vento e dizer que aqueles que são nascidos do Espírito reproduzem as suas características, Jesus elevou o coração dos crentes a um ponto onde eles nem sequer podem imaginar!

A primeira coisa a destacar nessa interessante declaração de Jesus é que o vento é o ar em movimento! Não apenas o ar, mas o ar em movimento! O Espírito Santo é como o vento: vivo, atuante, dinâmico, cheio de movimento e de energia! Não para um só momento, mas está ativo o tempo todo! Por consequinte, todos os filhos do Espírito Santo possuem também essas características, pois “filhos do Vento, vento também são!” Jesus disse: “Assim são todos aqueles que são nascidos do Espírito”. Você pensava que este título só era dado aos corredores mais velozes do mundo, mas acabou de aprender que você também é um “filho do Vento”, não porque corra muito, não porque seja uma pessoa veloz, mas por ser “filho do Espírito Santo, o Vento de Deus!”. Muito antes de um comentarista esportivo chamar alguém de “filho do vento”, Jesus Cristo, há dois mil anos atrás, já chamava a mim e ao meu amado irmão assim! Nada, pois de ficar parado, imóvel, sem fazer nada para o Senhor, pois eu e você somos pessoas cheias de energia e de vigor espiritual!

A segunda coisa que desejo destacar é que não existe vento em lugares fechados. Para que exista vento é necessário ter lugares abertos. O vento tem de poder entrar por um lugar e sair pelo outro. Se a porta de entrada de uma casa estiver aberta e todas as suas janelas estiverem fechadas não haverá vento ali. Haverá ar, mas não haverá vento. Agora, abra-se uma pequena fresta, por pequena que seja, e sentirá a corrente de ar passando por todo o ambiente! Isto nos ensina que o Espírito Santo precisa de gente com o coração e a mente aberta para Ele poder se manifestar! Se você é um crente fechado, carrancudo, que não dá abertura nenhuma as ações de Deus, não terá muitas chances de ver o Espírito Santo atuando em sua vida, pois assim como é verdade que Ele precisa de ambientes e de pessoas abertas para poder se manifestar, também é verdade que, se quisermos tolher as suas ações, restringir o seu agir, é só fechar o nosso coração e mente e Ele não poderá se manifestar! Mas como filhos do Espírito Santo que somos tenho certeza que iremos fazer aquilo que agrada ao nosso Pai espiritual. Filhos do Espírito Santo, abram os vossos corações e mentes para as ações de vosso Pai!

A terceira coisa que desejo destacar é que não podemos controlar o vento. Jesus disse que o vento “assopra onde quer” e “não sabemos de onde ele vem nem para onde ele vai”. Isto quer dizer que não temos controle algum sobre o Espírito Santo e suas ações! Nós até poderemos impedir o seu agir fechando-nos totalmente para Ele, mas se nos abrirmos para a sua Pessoa não poderemos ditar que ações Ele deverá ter em nós ou em nossas congregações! Ninguém pode ditar regras de ação para um “filho do Vento”, a não ser o seu próprio Pai, pois um homem cheio do Espírito Santo é um homem espiritualmente incontrolável, insubordinável, indisciplinado, visto só prestar obediência ao Espírito Santo! (Atos 4:19,20 / 5:28-29). Muitos dirigentes de Igreja não querem saber ou presenciar qualquer movimento do Espírito Santo em suas congregações, pois que não terão mais controle sobre os seus cultos, sobre a adoração e sobre o seu povo. Veja a bagunça espetacular que o Espírito Santo provocou através de Pedro quando ele curou um paralítico na porta do Templo em Jerusalém, chamada Formosa, e que redundou na salvação de mais de cinco mil vidas (Atos 3:1-12 / 4:1-4). Isso é o que faz o incontrolável Deus Espírito Santo! O que o meu prezado leitor deseja com o meu Senhor Espírito Santo?

A quarta coisa que desejo destacar é que o vento é resultante da diferença de pressão. O sol aquece as massas de ar existentes na atmosfera terrestre através de seu imenso calor. Essas massas de ar assim aquecidas aumentam enormemente a sua pressão sobre as áreas em que se encontram presentes. A diferença de pressão de um local mais quente sobre outro mais frio é que nos dá o vento. Assim acontece com o Espírito Santo. Quando Ele vê uma congregação vivendo em pecado, frieza espiritual, dor, sofrimento, com a temperatura espiritual baixa, morna, Ele fica intimamente perturbado, agitado, e então desce até ela e a ajuda a normalizá-la. Todo filho do Espírito Santo que esteja na benção, é um “normalizador de pressão espiritual!” É através dele que o Espírito Santo vem ajudar os seus irmãos a voltarem a vida espiritual plena ou, se ainda não a tiveram, a experimentá-la!

A quinta coisa que desejo destacar é que o vento é invisível. Não podemos vê-lo, mas podemos senti-lo, ouvi-lo, e ver as suas ações. Jesus disse para Nicodemos que “ouvimos a sua voz”. Quando um vendaval levanta telhados, derruba árvores, arrasta pessoas, não estamos vendo o vento, mas sentindo a sua força e vendo as suas ações. O fato de não podermos ver o vento não significa que ele não exista. Não podemos também ver a energia elétrica passando pelos fios de cobre, mas vemos sua ação em nossos utensílios domésticos e nas lâmpadas que acendem! Não podemos ver o Espírito Santo por ser Ele invisível, mas podemos senti-Lo em nós e ver as suas ações. E estas são lindas, estupendas e maravilhosas! O ensino que fica para os filhos do Espírito Santo é que estes devem permanecer invisíveis, sem chamar atenção sobre si, por mais extraordinárias que sejam suas ações em nós! Não nos esqueçamos que o vento é feito de ar. Ninguém percebe a presença do ar, pois que ele não pode ser visto e quase não possui peso. Mas Deus escolheu as coisas fracas para confundir as fortes e as coisas que não são para aniquilar as que são (1ª Coríntios 1:27-29). Fique pois firme, filho do Espírito, pois a qualquer momento Ele pode pegar você e iniciar um verdadeiro vendaval em sua igreja! Aleluia!

A sexta coisa que desejo destacar é que o vento é único, mas suas manifestações diversas. Os meteorologistas classificam o vento em vários tipos, dependendo de sua velocidade. Ora o vento se nos apresenta como uma suave brisa, ora como um poderoso tornado! Ora como uma pequena ventania, ora como violentos ciclones! Assim é o Espírito Santo e todos aqueles que Dele são nascidos! Ninguém sabe como nem quando Ele se manifestará! Quando um “filho do Vento” se encontra presente em um local tudo pode acontecer! Temos, pois, de aprender a detectar as várias movimentações do Espírito Santo, pois uma brisa espiritual é tão forte e originada pelo Espírito Santo quanto um poderoso ciclone! Momentos haverá em que precisaremos de uma suave brisa, e outros, de um poderoso furacão! Só que o vendaval produzido pelo Espírito Santo, por mais forte que seja, não destrói nada nem ninguém, antes edifica! A Bíblia diz que em Jerusalém milhares de pessoas estavam reunidas, por ocasião da festa de Pentecostes, quando o Espírito Santo veio silvando muito forte, como um vento impetuoso e incontrolável, e ainda assim ninguém foi lançado para longe, ferido ou morto (Atos 2:1,2). Ao contrário, milhares foram salvos! Aleluia! Quando a Lei foi entregue por Deus a Moisés, cerca de três mil pessoas morreram (Êxodo 32:28); quando o Espírito Santo veio fundar a Igreja de Cristo, cerca de três mil pessoas se converteram! (Atos 2:37-41). O furacão de Deus não mata ninguém, antes, dá vida! Oh! Glória a Deus! Como é grande e tremendo o nosso Deus Espírito Santo!

A sétima e última coisa sobre o vento que desejo destacar é que o vento é imensamente maior do que o homem! Não é como o sopro que depende do tamanho da boca de quem o produz e da força com que se assopra. Jesus soprou o Espírito Santo sobre seus discípulos, mas aquela foi uma porção pequena, limitada, pois que Jesus ainda vivia em carne (João 20:19-22). Ao subir ao céu, porém, pediu que o Pai enviasse o Espírito Santo “a todas as gentes” e o Espírito veio como um vento incontrolável e, até hoje, Ele está pegando “servos e servas” de todas as partes! (João 14:16 / Atos 2:16-18). O Espírito Santo é um sopro do tamanho da boca de Deus! Ele não é do nosso tamanho por estar habitando em nós! Ele é imenso, ao ponto de aninhar todo o universo debaixo de suas asas! (Gênesis 1:1,2). Isto serve para nos dizer que o Espírito Santo não nos é subordinado. Ele se encontra tanto fora quanto dentro de nós e isto serve para nos alertar que o Espírito Santo não é nossa propriedade. O maior controla o menor e não o inverso. Aprendemos assim que todo filho do Espírito Santo deve ser totalmente subordinado ao seu Pai espiritual e controlado pela sua “boa agradável, e perfeita vontade” (Romanos 12:2).

Nicodemos, o letrado Doutor da Lei, membro do Sinédrio, a mais alta corte civil de julgamento da nação de Israel, não entendera nada sobre o que Jesus falara sobre o vento e sobre o “nascer do Espírito”, pois que perguntara ao Mestre como aquele negócio de “nascer de novo”, de “nascer do Espírito” seria possível em um homem já velho (João 3:9). Mas os “filhos do Vento” sabem muito bem do que Jesus estava falando e compreendem perfeitamente a voz de seu Pai espiritual, o Espírito Santo, obedecendo-O e dignificando-O!

FOGO

Este é o segundo símbolo do Espírito Santo que desejo examinar e, como o anterior, é tirado da natureza. Ele é, além de forte, bastante impressivo, pois todos conhecemos a força do fogo e nos sentimos por ele intimidados. Em várias passagens das Escrituras o Espírito Santo é comparado ao fogo. Deus falou com Moisés do meio das chamas (Êxodo 3:15) e respondeu ao clamor de Elias mediante o fogo (1º Reis 18). Ao se manifestar aos discípulos de Jesus, no Pentecostes, o Senhor o fez através do fogo (Atos 2:1-3). O ensino é que Deus sempre fala através das chamas do Espírito Santo e, se há fogo na vida do meu leitor ou em sua congregação, então, do meio dessas chamas poderosas Deus irá falar!

Mas por que o Espírito Santo é comparado ao fogo?

Em primeiro lugar, o Espírito Santo é comparado ao fogo porque o fogo atrai. Existe um elemento mágico, de fascínio, de encantamento no fogo que prende a nossa atenção. Centenas de bichinhos ficam voando ao redor de uma lâmpada ou de uma fogueira, atraídos pelo calor. Multidões e mais multidões de pessoas se juntam a olhar para um prédio em chamas, hipnotizadas pelo poder do fogo. Um indivíduo que esteja às escuras procura logo a luz de uma vela, de um palito de fósforo, ou de uma fogueira para se orientar na escuridão. O Espírito Santo é o grande fogo de Deus que atrai as multidões, o mesmo acontecendo com os seus filhos. Na festa de Pentecostes, onde pessoas de 16 nações estavam reunidas, Pedro levou cerca de 3.000 delas a crerem no Senhor Jesus, atraídas que foram pelo fogo do Espírito! (Atos 2:5-12). Em nossa atual sociedade, indivíduos incendiários são presos e taxados de loucos, mas no reino de Deus, onde houver um homem ou uma mulher cheio(a) do Espírito Santo, as multidões acorrerão a ele(a), atraídas pela sua capacidade de provocar gigantescos incêndios espirituais!

Em segundo lugar, porque o fogo gera calor. Quando estamos frios em Deus, sem calor espiritual algum, sem empolgação para nada, o Espírito Santo vem sobre nós e aquece o nosso coração. Logo ressurge o desejo de consagração pessoal, de estudar a sua bendita Palavra, de orar mais intensamente e de ajudar em sua obra. A salvação dos perdidos volta a nos incomodar novamente e envidamos todo o esforço para alcançá-los. Na vida física, biológica, quando nos deparamos com um corpo frio, inerte, imóvel, dizemos que o indivíduo está morto. Na vida espiritual, a frieza do espírito humano não é sinal de morte e sim de inatividade. O espírito frio pode voltar a se aquecer e o crente levantar-se do meio dos mortos, onde estava, completamente renovado pelo Espírito Santo! (Efésios 5:14).

Em terceiro lugar, porque o fogo gera luz. Quando a luz do Espírito Santo se faz presente, nossas trevas espirituais são dissipadas, nosso campo de visão fica ampliado e nos movemos com firmeza e segurança! Jesus disse que aquele que anda em trevas não sabe para onde vai e sequer sabe no que tropeça (João 11:9,10 / 12:35). Em compensação, o salmista disse no Salmo 119:105: “Luz para os meus é a tua Palavra e luz para o meu caminho”. O Espírito Santo lança luz sobre um texto da Palavra de Deus, o “filho do fogo” pega então essa luz e a lança sobre a congregação. O resultado disso? Homens e mulheres cheios de novas e benditas revelações de Deus!

Em quarto lugar, porque o fogo purifica. O fogo é o maior elemento de purificação que se tem conhecimento. Ele queima, consome, destrói toda a impureza de nosso ser. A Bíblia diz em Hebreus 12:29 que “nosso Deus” – portanto, o nosso Espírito Santo -,“é um fogo consumidor”. Ele não destrói a nossa vida, mas consome os nossos pecados. Ele nos purifica de toda a impureza, de toda a sujeira, de todo a nossa imundície. Quando sua operação de limpeza acaba, estamos limpinhos, novinhos, prontos para sermos usados! Quando o fogo do Espírito Santo veio sobre os discípulos no Pentecostes, não queimou a cabeça de ninguém, não destruiu seus rostos, antes os dotou da capacidade de falar em outras línguas (Atos 2:1-4), significando que o Espírito Santo tinha controle total sobre eles, pois a língua é, biblicamente falando, a parte mais difícil do corpo humano de se domar! (Tiago 3:1-12).

Em quinto lugar, porque o fogo depende de combustível. Se não houver nenhum material para ser queimado não haverá fogo, pois que o fogo precisa ser alimentado por algum combustível para poder se propagar. No lixão da cidade de Jerusalém, conhecido como Gehena, era adicionado permanentemente enxofre para manter o fogo sempre aceso e aumentar a sua intensidade. No caso dos “filhos do Espírito”, sua vida inteira deve ser oferecida ao Espírito Santo, diariamente, para que também diariamente Ele tenha o que queimar! A Bíblia diz em Levítico 6:13: “O fogo arderá continuamente sobre o altar. Não se apagará”. O apóstolo Paulo ensinou os crentes de Tessalônica dizendo: “Não extingais o Espírito”, ou, como trazem outras traduções: “Não apagueis o Espírito” (1ª Tessalonicenses 5:19). Isto significa que somos responsáveis em manter a chama do Espírito Santo acesa no altar de nossos corações. Ofereça orações e sacrifícios de louvor ao Espírito Santo e, continuamente o fogo de Deus vai se manifestar em sua vida! Enquanto houver combustível o fogo vai queimar e, quanto mais houver, mais ainda ele se alastrará o que significa dizer que somos nós quem delimitamos a ação do Espírito Santo em nós!

Em sexto lugar, porque tudo o que você lança no fogo ele joga para cima! Mesmo que o fogo esteja descendo um morro, ele lança suas chamas para o alto e, com elas, tudo o que foi nele atirado. Tudo o que você lançar sobre o Espírito Santo Ele lançará para cima: sua adoração, seu louvor, suas preces, seus sonhos, suas expectativas. Tudo irá para o céu na força do fogo do Espírito de Deus! O que você está lançando para o alto com o objetivo de atingir o interior do céu?

ÁGUA

Este é o último símbolo desta primeira parte de nossa palestra que irei examinar e, como os anteriores, é também tirado dos elementos da natureza. A água se tornou um símbolo do Espírito Santo por conter vários significados vitais.

Em primeiro lugar, a água é vital para a sobrevivência humana. Sem ela o homem não sobrevive. Podemos resistir a grandes períodos sem alimento, mas não podemos passar muito tempo sem água. Logo o corpo fica desidratado e os órgãos ficam impedidos de funcionar. Cerca de 70% (setenta por cento) de nosso corpo é composto por água e nosso cérebro, por cerca de 90% (noventa por cento). Quando bebês, ficamos envolvidos por uma “bolsa d”água” no útero de nossa mãe (líquido aminiótico) até o momento do nosso nascimento. Quando essa “bolsa d’água” estoura, se rompe, a mamãe sabe que chegou a hora de ter o seu bebe. Fomos criados de tal maneira que não podemos sobreviver sem água! Mesmo se formos para outro planeta precisaremos de água. De igual maneira não conseguiremos sobreviver sem o Espírito Santo em nós! Tanto Jesus quanto o apóstolo Paulo disseram que temos de “beber do Espírito Santo” (João 7:37-39 / 1ª Coríntios 12:13). Ele é o elemento vital de nossa vida espiritual! Todo fiel ou congregação com pouca atuação do Espírito Santo é um fiel ou congregação fraca, sem tônus espiritual algum, sem vitalidade!

Em segundo lugar, a água é indispensável à nossa limpeza. A Bíblia fala da “lavagem da regeneração e renovação do Espírito Santo” como sendo algo essencial à vida do fiel (Tito 3:5,6). Sem a limpeza do corpo o indivíduo fica enfermo, fraco e pode ser levado ao óbito. Isto sem falar em seu mal cheiro, seu odor fétido, que acaba ficando insuportável! Precisamos da lavagem do Espírito Santo sobre nossos pecados, afim de que as coisas ruins, tais como, mágoas, ressentimentos, ódios, decepções, dores, enfermidades, sejam banidas para longe e não voltem mais. Os “filhos do Espírito Santo” devem ser limpos (santos) como seu Pai espiritual! Ao nos lavar de nossas sujeiras o Espírito Santo coloca sobre nós o bom perfume de Cristo (2ª Coríntios 2:14-16), mais precioso do que o caríssimo nardo derramado pela mulher dos Evangelhos aos pés de Jesus (Marcos 14:3-9) e que custava mais de 300 dias de trabalho de um trabalhador!

Em terceiro lugar, a água é extremamente versátil. Ela é o único elemento da natureza que se apresenta nos três estados da matéria: líquido (água), sólido (gelo) e gasoso (vapor d’água). Isto não acontece com o fogo, a terra e o ar, por exemplo, que são os outros elementos da natureza. No estado em que você precisar da água, você poderá encontrá-la. De maneira semelhante, do jeito que precisarmos do Espírito Santo, nós poderemos encontrá-Lo! Isto é para que não tenhamos desculpas em dizer que não encontramos o Espírito Santo por este ou por aquele outro motivo, pois, que Ele faz de tudo para que possamos encontrá-Lo! O escritor do Salmo 139 disse nos versículos 7 e 8 que, mesmo se estivéssemos no Sheol, ou seja, no inferno, poderíamos encontrar o Espírito Santo se assim o desejássemos! Irmão querido, não continue fugindo do Espírito Santo! Ao invés de correr Dele, corra para Ele! Você vai ver as transformações tremendas e maravilhosas que irão acontecer em sua vida!

Em quarto lugar, a água altera a substância com a qual se une. Ao ser adicionada a uma substância, a água se torna uma com ela. O elemento com a qual ela se uniu não terá mais a sua forma original. Procure, por exemplo, a água no café, no leite, no suco de laranja ou em um delicioso perfume. Você não a encontrará lá! Você sabe que ela está ali, mas não conseguirá enxergá-la! O mesmo acontece com o elemento com o qual ela for misturada. Não poderemos mais encontrá-lo puro lá! Mesmo se o elemento com o qual a água for misturada tiver mais consistência que os acima citados, ainda assim este fenômeno acontecerá! Misture, por exemplo, a água com uma terra seca, dura, áspera. O que teremos? Uma pasta, uma lama, um barro, uma nova forma de material que nem é líquida nem sólida! Assim deve acontecer com o Espírito Santo e com os seus filhos. A Escritura diz que “aquele que se junta com o Espírito Santo faz-se um com Ele” (1ª Coríntios 6:17). Todos os que são nascidos do Espírito se tornam mais maleáveis, mais dobráveis, mais flexíveis. Por isso um dos gomos de seu fruto divino é a “temperança” (Gálatas 5:22). Nossa dureza, nossa rudeza, nossa aspereza, devem desaparecer na nova forma que o Espírito Santo nos dará.

Em quinto lugar, a água sempre procura os lugares mais baixos. Ela nunca enche os lugares mais altos e depois desce para os mais baixos, mas sim enche os lugares mais baixos e, a partir daí, busca os lugares mais elevados! Apenas quando a água atinge o fundo, a parte mais baixa de um recipiente ou lugar, é que ela começa a subir! E quando o faz, o faz subindo no mesmo nível, sem nenhuma diferença de altura, em toda a sua extensão, independentemente da forma desconexa que o vaso ou lugar tenha! Nossos desníveis não desnivelam o Espírito Santo! Ele mantém o mesmo nível, apesar de nossos desníveis! O Espírito Santo primeiro desce as regiões mais profundas de nosso ser, as “regiões abismais de nossa alma”, e só então, após limpá-la, purificá-la, começa a nos encher! (Salmo 139:23,24). Um homem cheio do Espírito Santo é alguém que passou por uma lavagem espiritual profunda, que teve todos os cantos de sua alma examinados, vistoriados, purificados, e que possui em todo a extensão de seu ser, uma medida perfeita do Espírito Santo! Não é isto realmente fantástico, amigo leitor?

Em sexto lugar, a água assume a forma do vaso. A água é o elemento mais adaptável, mais amoldável que se conhece! O vaso pode ter o tamanho, a forma e a cor que tiver que a água não se limitará por nenhuma dessas coisas, mas ocupará todo o espaço vazio. É o vaso que delimita a quantidade de água que deve ser nele colocada. Assim acontece com o Espírito Santo. Ele não olha para o tamanho, o material ou a forma do vaso e sim para o espaço que tem para preenchê-lo. O Espírito Santo não nos discrimina; nós sim, o limitamos. Nenhum de nós tem a responsabilidade de ser o vaso que é, visto tal decisão não depender de nós e sim do oleiro que nos fez (Jeremias 18:1-4 / Romanos 9:20,21), mas temos a responsabilidade sobre o que permitiremos ser colocado dentro de nós. Deixemos então o Espírito Santo ocupar todos os espaços de nossa alma e, por menor que seja o nosso vaso, ele irá transbordar do poder do Espírito!

Em sétimo lugar, a água é um excelente condutor de eletricidade. Por causa desta sua característica, os oceanos são os maiores aparadores de raios da natureza. Quase não vemos estas descargas elétricas caírem do céu na terra, mas quando elas caem, provocam grandes estragos. O Espírito Santo ao vir sobre uma vida ou uma congregação de fiéis provoca descargas espirituais imensas, impossíveis de serem controladas, mas, ao contrário destas, não destrói nada nem ninguém. Veja o que Ele fez no ajuntamento da casa de Cornélio. Enquanto Pedro pregava o Evangelho, o Espírito Santo e os convidados ficaram ouvindo-o. Então Pedro chegou a um ponto de sua mensagem no qual disse: “todos os que Nele crêem (em Cristo) receberão o perdão dos pecados pelo seu Nome” (Atos 10:43). Era a “deixa” para o Espírito Santo “cair”! O sinal divino pelo qual Ele tanto esperara! O texto diz que o Espírito Santo “caiu” sobre os ouvintes e todos aqueles gentios (estrangeiros) começaram a falar em outras línguas e a magnificar a Deus! Uau! Que descarga poderosa trazida naquela tempestade de Deus! Onde houver um filho do Espírito Santo, descargas elétricas de imenso poder espiritual vão começar a acontecer! Oh! Glória! Bendito seja Deus!

Na próxima palestra continuaremos com outros símbolos do Espírito.

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

 

II. Espírito Santo: Um Deus Inferior?

 

 

Palestra II

ESPÍRITO SANTO: UM DEUS INFERIOR?

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em agosto de 2012

INTRODUÇÃO

Demonstrei na palestra anterior que o Espírito Santo não é uma coisa, um objeto, uma energia, e sim um Ente, um Ser dotado de personalidade que integra a poderosa Trindade de Deus.

Entretanto, sei que muitos têm olhado para o Espírito Santo como se fora um Deus de terceira categoria, inferior ao Pai e ao Filho, porquanto aparece sempre como subordinado a estes e, ainda, por aparecer sempre em último lugar na colocação que a Bíblia faz das pessoas da Trindade. Seriam estas insinuações, indicações de que, de fato, o Espírito Santo é um Deus menor? Quererão elas dizer que o Espírito Santo é realmente um Deus subserviente, submisso, servil às demais pessoas da Trindade? Qual o lugar do Espírito Santo na poderosa Trindade Divina?

Vamos examinar alguns títulos vinculadores da pessoa do Espírito Santo às pessoas de Cristo e de Deus Pai.

TITULOS DE VINCULAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO ÀS DEMAIS PESSOAS DA TRINDADE

As Escrituras apresentam vários títulos vinculando a pessoa do Espírito Santo à pessoa de Deus Pai. São eles:

  • Espírito de Deus (Gênesis 1:2);
  • Espírito do Senhor Deus (Isaías 61:1);
  • Espírito do Deus Vivo (2ª Coríntios 3:3);
  • Espírito do Pai (Mateus 10:20).

Com relação a pessoa de Deus Filho esses títulos são:

  • Espírito do Senhor (Atos 8:39);
  • Espírito de Cristo (1ª Pedro 1:11);
  • Espírito de Jesus Cristo (Fi9lipenses 1:19,20);
  • Espírito de Jesus (Atos 16:7);
  • Espírito do Filho de Deus (Gálatas 4:6).

Todos esses títulos pretendem realmente dizer que o Espírito Santo “pertence” às duas outras pessoas da Trindade, é propriedade delas, como se fora um objeto? Possui o Espírito Santo autonomia para agir por si próprio ou só pode agir quando mandado pelas outras pessoas da Trindade?

 

EXPLICANDO A VINCULAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO AO DEUS PAI E AO DEUS FILHO

Vamos entender primeiramente que, sendo as criaturas do céu, seres espirituais (anjos, arcanjos, serafins, etc.), e sendo Deus também espírito, o chamar o Espírito Santo só de Espírito, não o vincularia a nada, nem a ninguém, nem ainda lhe indicaria a origem, pois que Ele ficaria sendo apenas mais um dos muitos espíritos a conviverem no Universo! Nem mesmo quando o chamamos de Espírito Santo o estamos ligando a alguém, pois, Deus, que é um espírito, é essencialmente um espírito Santo! Apenas quando vinculamos o Espírito Santo à pessoa de Deus Pai ou à pessoa do Deus Filho, chamando-o de Espírito de Deus ou de Espírito de Cristo, é que o relacionamos, o vinculamos, à Pessoa do Deus Todo-Poderoso, à Trindade Perfeita do Senhor! Aprendemos assim que esta vinculação do Espírito Santo às demais pessoas da Trindade, longe de ser depreciativa, diminuidora, é extremamente necessária para indicar-lhe a origem e a conexão!

Outra coisa que devemos entender é que a designação que o Pai e o Filho fazem acerca do Espírito Santo chamando-o de “meu Espírito”, longe de ser uma questão de supremacia, de superioridade de ambas as pessoas divinas sobre o Espírito Santo, é sim uma declaração de intimidade, de essencialidade, de internalidade de Deus. É como se Deus estivesse dizendo que a pessoa ou o objeto sobre o qual Ele vai enviar o seu Espírito, vai ser tocado pela sua parte mais íntima, mais profunda, visto ser o espírito a parte mais interna, mais essencial do ser! O apóstolo Paulo ensinou isto aos crentes coríntios, dizendo-lhes: “o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus” (1ª Coríntios 2:10,11). Assim como o espírito é a parte mais íntima do homem; a sua alma, a parte mais central; e, o seu corpo, a parte mais externa, assim também a “parte mais externa” de Deus é o Pai, a “mais central” é o Filho e, a “mais interna”, o Espírito Santo. Claro está que isto é apenas uma forma didática de se falar sobre Deus a fim de facilitar a compreensão do estudante, visto Deus não ser constituído de “partes” e sim de “pessoas“. Quando, pois, o Pai ou o Filho aparecem na Bíblia dizendo: “vou enviar o meu espírito” ou “vou derramar do meu espírito”, eles estão dizendo que vão partilhar de sua intimidade, de sua essência com a criatura ou outro elemento qualquer de sua criação! Isso é honra demais! È privilégio demais! É dignidade demais!

O Espírito Santo não se importa de ser chamado de “meu Espírito” por Deus Pai ou por Deus Filho, pois que isto é sinal de carinho da parte deles, é sinal de intimidade, de comunhão extrema. Particularmente eu adoro quando meus filhos me chamam de “meu pai” ou minha esposa me chama de “meu marido”. Longe disto ser uma manifestação egoísta da parte deles sobre mim, de ser um sentimento frio de posse sobre a minha pessoa, é sim um compartilhamento do sentimento de amor, de integração, de união existente entre nós. Eu desejo sim pertencer a eles! Eu quero sim ser propriedade deles em amor, pois que são pessoas maravilhosíssimas! Da mesma maneira que o escravo antigo quando queria pertencer para sempre ao seu dono, por ser o seu dono uma pessoa boa, tinha a sua orelha furada para demonstrar a todos a sua nova condição de “prisioneiro voluntário” ou do apóstolo Paulo em seu amor por Cristo quando, ao escrever a seu amigo Filemom, disse ser “Paulo, prisioneiro de Jesus Cristo” (Filemom 1,9), assim também, todas as pessoas da Trindade desejam mesmo pertencer uma a outra, em total comunhão e integração. A superioridade aqui não está em ficar dando ordem um ao outro e sim em servir com amor, com o coração, um ao outro!

EXPLICANDO A SUBORDINAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO AO DEUS PAI E AO DEUS FILHO

Algumas pessoas também têm dito que o Espírito Santo é um Deus inferior ao Pai e ao Filho, por só ter vindo depois da morte, ressurreição e ascensão de Cristo (o Filho) e ainda por vir sempre em último lugar nas listas em que as três pessoas da Trindade aparecem. Para isto citam várias passagens em que tal coisa acontece, como por exemplo:

  • Mateus 28:19 – “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo”.
  • 2ª Coríntios 13:13 – “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo, seja com todos vós”.
  • 1ª João 5:7 – “Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito; e estes três são um”.

Mas será que tais pessoas – uma das quais pode ser o meu prezado leitor -, observaram que esta não é uma ordem fixa, imutável, inflexível? Observaram, por exemplo, que, em algumas destas listas, o Filho aparece em primeiro lugar e o Pai em último? Que em algumas delas o Espírito Santo aparece em primeiro lugar e o Filho por derradeiro? Se não, vejamos:

  • Em 1ª Coríntios 11:4-6, o Espírito Santo aparece em primeiro, o Filho em segundo e o Pai em terceiro: “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor (Jesus) é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus (Pai) que opera tudo em todos”.
  • Em 2ª Tessalonicenses 3:5, o Espírito Santo também aparece em primeiro, o Pai em segundo e o Filho em terceiro: “Ora, o Senhor (Espírito Santo) encaminhe os vossos corações no amor de Deus (o Pai) e na paciência de Cristo (o Filho)”.
  • Em 1ª Pedro 1:2, o Pai aparece em primeiro, o Espírito aparece em segundo, e o Filho em terceiro: “Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo”.
  • Em 1ª Pedro 3:18 o Filho aparece em primeiro, o Pai em segundo e o Espírito em terceiro: “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificados, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito”.
  • E que dizer da “benção apostólica” de 2ª Coríntios 13:13, pronunciada ao final dos cultos em nossas igrejas? Acaso ainda não percebemos que nela o Filho aparece também em primeiro, o Pai em segundo e o Espírito em terceiro? Veja: “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo, seja com todos vós”.

Como o meu prezado leitor pode ver, não se pode construir uma teologia sobre a importância das pessoas divinas com base nas listas bíblicas onde elas aparecem por não serem estas listas um ordenamento de caráter fixo, definitivo, imutável. Estas listas não traduzem a ascendência ou subserviência das pessoas da Trindade, uma em relação às outras, e sim o inter-relacionamento das pessoas da Deidade.

EXPLICANDO O PAPEL DO ESPÍRITO SANTO NA TRINDADE DIVINA

Outra insinuação feita por alguns sobre a importância do Espírito Santo na Deidade, encontra-se no seu pequeno destaque no Antigo Testamento e, ainda, no fato de Ele só ter vindo á Terra depois da morte, ressurreição e ascensão de Cristo. Segundo o ponto de vista dessas pessoas, isto só acontece em função das atividades do Espírito Santo serem de menor importância em relação as atividades das demais pessoas da Deidade. Mais outra vez dizemos que não se trata aqui de fixar a ascendência de uma pessoa divina em relação às demais e sim no estabelecimento da função, do papel, da missão de cada uma delas dentro do Conselho Divinal, ou seja, dentro do Conselho de Si Mesmas! Segundo o Conselho de Deus, o planejamento de ações deve ficar a cargo do Pai; a realização dessas ações deve ficar a cargo do Filho; e, o entendimento dessas ações deve ficar a cargo do Espírito Santo. Não se trata de dizer que o “maior” tem de ficar com o “melhor” e que o “menor” tem de ficar com o “pior”, e sim de uma divisão de tarefas! O que é mais importante? Criar? Mas do que adianta criar, se não tem ninguém para realizar? Realizar, talvez? Mas realizar o que, se não há nada planejado para ser realizado? Aplicar? Mas aplicar o que se nada foi realizado para se demonstrar a sua aplicação?

Querido, quando Deus intenta realizar alguma coisa Ele mobiliza todas as pessoas da Deidade. Nenhuma pessoa divina fica responsável pelo projeto todo, mas também nenhuma pessoa divina fica fora dele. Enquanto uma cria, outra realiza, e outra aplica. Cada uma fica responsável mais diretamente por uma parte, mas todas participam de todas as ações divinas. O papel de cada pessoa da Deidade é diferenciado e complementar. Onde um termina, o outro começa e projeta o que ainda falta, o que deve ser feito para o outro, de forma que todas participam de uma mesma missão. Assim é que na criação, obra atribuída a Deus Pai (Gênesis 1:1), encontramos a participação do Filho (João. 1:1-3,10) e do Espírito Santo (Gênesis 1:2 / Jó 26:13 / Salmo 104:30). Na salvação, obra atribuída ao Filho, encontramos a participação do Pai (João 3:16) e do Espírito Santo (João 16:7-15). Na santificação, obra atribuída ao Espírito Santo, vemos a ação de Deus, o Pai (Levítico 11:44,45) e de Deus, o Filho (Hebreus. 2:10,11 / 9:13,14), e este modelo se repete em todas as ações do Senhor. Deus trabalha em conjunto consigo mesmo, não discriminando uma pessoa da Deidade para favorecer ou desmerecer a outra. Isso é coisa que nós humanos fazemos, pois discriminamos as pessoas por qualquer coisa de diferente que estas tenham das demais!

Quanto a vir o Espírito Santo por último nas ações da Deidade isto é uma questão de lógica e de acerto entre as pessoas da Trindade. Toda ação divina começa em Deus e termina em Deus. A missão de salvação do homem é um bom exemplo disso: o Pai providenciou a salvação do homem através de seu Filho que, após a ter realizado, precisa do Espírito Santo para aplicá-la ao coração dos homens! Assim é que temos em todo o Antigo Testamento Deus Pai preparando a humanidade para a recepção do Salvador; nos Evangelhos temos Deus Filho entre nós realizando a nossa salvação; em Atos e demais epístolas do Novo Testamento temos Deus Espírito Santo aplicando essa salvação no coração dos crentes. O Espírito Santo tinha de vir mesmo por último, pois que a salvação do homem ainda estava sendo providenciada! Não dá para colocar uma coisa na frente da outra, pois que todas seguem uma seqüência lógica! O que há de “maior” ou de “menor” nisto?

CONCLUSÃO

Espero que o prezado leitor, que ainda possuía alguma dúvida sobre a posição do Espírito Santo em relação as demais pessoas da Deidade por causa de sua vinculação a elas, ou que achava que o Espírito Santo era um Deus inferior ao Deus Pai e ao Deus Filho por vir sempre colocado em último lugar nas listas em que todos aparecem citados, ou que achava que a sua vinda por último à Terra ou nas atividades desempenhadas pela Trindade indicava que Ele era um Deus inferior, tenha se dissipado plenamente. Que a partir de agora o meu prezado leitor olhe para o Espírito Santo com uma devoção nunca antes sentida, reconhecendo ser Ele o nosso Deus e Senhor, como já acontece com Deus Pai e com Deus Filho em nossa vida.

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

 

I. Quem ou o Que Ele é?

 

Palestra I

QUEM OU O QUE ELE É?

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em julho de 2012

INTRODUÇÃO

Por favor, leia atentamente estas passagens:

  • “O Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (Gênesis 1:2);
  • “E tirando (Deus) do Espírito que estava sobre ele (Moisés), o pôs sobre aqueles setenta anciãos: e aconteceu que, quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram; mas depois nunca mais” (Números 11:25);
  • “Então o Espírito do Senhor se apossou dele (de Sansão) tão possantemente que o fendeu (ao leão) de alto a baixo, como quem fende um cabrito, sem ter nada na sua mão” (Juízes 14:6);
  • “E há de ser que depois, derramarei (Deus) o meu Espírito sobre toda a carne” (Joel 2:28);
  • “Todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas” (Atos 2:4);
  • “E dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra” (Atos 10:44)
  • “E não vos embriagueis com vinho em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito” (Efésios 5:18);
  • “Todos temos bebido de um Espírito” (1ª Coríntios 12:13);
  • “E havendo dito isto (Jesus), assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo” (João 20:22).

Estas são apenas algumas das muitas passagens bíblicas que se reportam ao Espírito Santo como se fora uma pessoa e também como uma coisa estranha a serviço de Deus! Ora ele aparece como tendo vontade, personalidade; ora como um poder impessoal, um líquido ou um gás que pudesse ser derramado ou soprado em um recipiente qualquer! Afinal de contas, quem ou o que é o Espírito Santo?

DESCOBRINDO QUEM OU O QUE É O ESPÍRITO SANTO

Muitos estudantes sinceros, por conta dessa linguagem esquisita, simbólica, figurativa, têm desenvolvido uma concepção errada sobre quem ou o que seja o Espírito Santo. O resultado disso, claro, é também uma fé errada, frágil, quebradiça, porquanto alicerçada em um erro. Minha esperança é que até o final desta palestra, o prezado leitor, após ter examinado a pertinência das passagens bíblicas citadas e a solidez ou não dos argumentos sobre elas elaborados, possa desenvolver em seu coração uma posição mais justa e mais de acordo com aquilo que as Escrituras ensinam sobre o Espírito Santo.

A primeira grande coisa que desejo destacar neste estudo é que…..

O ESPÍRITO SANTO É UMA PESSOA!

Sim! Isto pode parecer uma afirmativa simplista e até desnecessária, tendo em vista já termos ouvido bastante sobre o Espírito Santo, mas ela pode fazer toda a diferença para aquele que até este momento acreditava que o Espírito Santo era apenas uma força impessoal, um poder incomum, algum tipo de energia utilizada por Deus para realizar os seus propósitos! É interessante notar que toda vez que Jesus se referia ao Espírito Santo utilizava um pronome pessoal, um designativo próprio dado apenas a seres inteligentes, a pessoas. Observe:

  • “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (João 14:26);
  • “Mas quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar; aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim” (João 15:26);
  • “Quando ele (o Espírito Santo) vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo” (João 16:8).

A igreja cristã seguiu fielmente este ensinamento de Cristo, conforme registro do médico Lucas ao escrever sobre uma visão que o apóstolo Pedro tivera:

  • “Pensando Pedro naquela visão, disse-lhe o Espírito Santo: Eis que três varões te buscam. Levanta-te, pois, e desce, e vai com eles, nada duvidando; porque eu os enviei”. (Atos 10:19,20).

Muitas outras passagens bíblicas demonstrando ser o Espírito Santo uma pessoa serão aqui citadas. O importante é que o leitor perceba que, caso o Espírito Santo fosse uma mera força impessoal, um poder incomum ou apenas uma influência, não poderia realizar essas coisas, próprias de seres inteligentes, de pessoas, tais como: ensinar, fazer lembrar, testificar, convencer, falar, ordenar, enviar e consolar. Jesus e seus discípulos estariam errados ao tratá-lo como uma pessoa e o próprio Espírito Santo estaria nos enganando, ao se fazer passar por um ente, um ser, uma pessoa, que ele não seria. Só que para fazer isto necessariamente essa tal ”coisa enganadora” teria de ser inteligente – e muito inteligente, por sinal-, pois enganar é faculdade de quem tem muita inteligência e falta de caráter, o que torna o argumento de que o Espírito Santo é uma coisa, algo totalmente impossível! Como pessoa que é, o Espírito Santo possui sentimentos (Romanos 8:27 / 15:30), intelecto (1ª Coríntios 2:11) e vontade (1ª Coríntios 12:11), podendo ser, como o nosso Mestre Jesus e qualquer um de nós,

  • Tentado (no sentido de ser provocado) – “Então Pedro lhe disse (a Safira, mulher de Ananias, que acordara com o marido mentir ao Espírito Santo): Por que é que entre vós vos concertastes para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e também te levarão a ti” (Atos 5:9);
  • Resistido“Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido; vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais” (Atos 7:51). Discurso de Estevão, primeiro mártir cristão, no mesmo Concílio Judaico que julgara Jesus.
  • Entristecido“Não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção” (Efésios 4:30). Conselho de Paulo aos crentes de Éfeso.
  • Agravado (ofendido) – “De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do testamento com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça” (Hebreus 10;29). Sentença do desconhecido escritor da Carta aos Hebreus aos seus leitores.
  • Rejeitado“Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos” (Gênesis 6:3). Sentença do Senhor para as gerações antediluvianas.
  • Blasfemado“Portanto eu vos digo: Todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens. E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado, mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro” (Mateus 12:31,32). Sentença de Jesus Cristo aos fariseus que o acusavam de expulsar demônios através de Belzebu, um espírito do mal.
  • Extinto (sem influência na vida do cristão) – “Não extingais o Espírito” (1ª Tessalonicenses 5:19). Conselho de Paulo aos crentes de Tessalônica, onde havia muitas manifestações do Espírito Santo.

Viu? Todas essas ações são feitas contra pessoas e não contra um poder impessoal!

Mas dizemos também que o Espírito Santo é uma pessoa porque Jesus o chamou de Consolador. Força impessoal não consola ninguém, não é mesmo, irmão? Ao falar o Mestre para os seus discípulos que iria para o céu preparar-lhes lugar, afirmou-lhes que rogaria ao Pai para que lhes enviasse “outro Consolador” (João 14:16) – uma pessoa para substituir outra pessoa -, já que Jesus, o nosso Consolador terreno iria ser substituído, e Ele era uma pessoa e não uma coisa! A quem Jesus estava se referindo, chamando esse outro de Consolador? Não podia ser Ele mesmo, pois que estava partindo da Terra: “Convém que eu vá, porque se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas se eu for, enviar-vo-lo-ei” (João 16:7). Não podia também ser o Pai, pois quem envia não pode ser o enviado e o Pai é quem seria o responsável pelo envio deste “outro Consolador”! Jesus estava se referindo ao Espírito Santo, como bem pode ser visto na primeira passagem deste tópico de João 14:26!

A palavra “Consolador”, pela qual o Espírito Santo é chamado, é uma interessante palavra traduzida do grego PARÁKLETOS com vários significados, quais sejam; Confortador, Conselheiro, Advogado, Ajudador. Ela aparece 5 vezes em nossas Bíblias – 4 vezes ela é traduzida como Consolador (João 14:16,26 / 15:26 / 16:7) e 1 vez como Advogado (1ª Epístola de João 2:1) e significa, originalmente, “alguém que é chamado para o nosso lado para nos ajudar, defender, aconselhar e guiar”. Isto é o que faz o maravilhoso Espírito Santo por nós!

Agora você já está sabendo porque o Senhor Jesus nunca se referiu ao Espírito Santo como “isto” ou “aquilo” e sim como “ele”, “este” ou “aquele”. O Espírito Santo não é uma coisa, um objeto, uma energia a serviço de Deus, e sim uma Pessoa, e como pessoa que é, merece o mesmo respeito que devotamos ao Senhor Jesus!

Mas, ao se referir Jesus ao Espírito Santo como sendo o “outro” Consolador nos revelou uma coisinha a mais, importantíssima para o exercício correto de nossa fé: Ele nos revelou qual era o status do Espírito Santo no céu, ou seja, a sua posição celestial!

O ESPÍRITO SANTO É UMA PESSOA DIVINA!

Jesus usou a palavrinha “ALLOS” ao referir-se ao Espírito Santo como o “outro” Consolador que viria à Terra e não a palavrinha “HETEROS” que poderia ter usado, caso desejasse. O que há demais nestas duas palavrinhas? É que apesar de ambas serem traduzidas de seu original grego para a língua portuguesa como sendo “outro”, o termo “ALLOS”, conforme utilizado em João 14:16, significa, “outro da mesma espécie e natureza”, enquanto “HETEROS”, utilizado pelo apóstolo Paulo em Gálatas 1:6 para falar de “outro evangelho”,  significa, “outro de espécie e natureza diferentes!” Isto é o mesmo que dizer que o Espírito Santo é o “outro da mesma espécie e qualidade que Jesus!” O que Jesus é, o Espírito Santo também é! O que Jesus faz, o Espírito Santo também faz! Jesus é Consolador? O Espírito Santo também o é! (Salmo 23:4). Não é isto realmente incrível!

Algo, porém, de mais incrível, de mais espetacular ainda se pode derivar destas declarações do Cristo: sendo o Pai de Jesus, o Deus Altíssimo, o único Ser do universo reconhecido como a fonte de toda consolação (Isaías 49:13 / 51:12 / 52:9 / Jeremias 31:13), chamar a Cristo e ao Espírito Santo de Consoladores é o mesmo que colocá-los no mesmo patamar divino, no mesmo nível de divindade do Altíssimo, na mesma posição de Deus Pai! É o mesmo que afirmar que ambos, o Espírito Santo e Jesus, fazem também parte, com o Pai, de um assombroso e inexplicável ser triunitário, triúnico, tripessoal, a que denominamos de Deus! Assim é que o Pai é Deus, o Filho é Deus, e o Espírito Santo também é Deus! Como Deus triúnico que é, este Ser Divino deve ser adorado, reverenciado e obedecido, sem distinções de adoração em todas as manifestações de suas pessoas!

Para corroborar as declarações que fizemos acima, e fortalecer ainda mais a fé de nosso prezado leitor, elencamos alguns dos atributos, atividades é títulos divinos devotados ao Deus Pai, mas que também são devotados ao Deus Espírito Santo. Observe:

  • O Espírito Santo é chamado de Deus, nas Escrituras“Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus (Atos 5:3,4);
  • Ele é chamado de Senhor, exatamente como Cristo e o Pai o são“Ora o Senhor (Espírito Santo) encaminhe os vossos corações no amor de Deus (o Pai) e na paciência de Cristo (o Filho)” (2ª Tessalonicenses 3:5); “Ora o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade. Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (2ª Coríntios 3:17,18).
  • Ele é co-Criador do mundo com o Pai e com o Filho“E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (Gênesis 1:2) – comp. c/ Gênesis 1:1 e Colossenses 1:16,17;
  • Ele é Onipotente como Deus“E respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra: pelo que também o santo que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus….Porque para Deus nada é Impossível” (Lucas 1:35,37);
  • Ele é Onipresente“Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Sheol a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá” (Salmo 139:7-10);
  • Ele é Onisciente“Quem guiou o Espírito do Senhor? E que conselheiro o ensinou? Com quem tomou conselho, para que lhe desse entendimento e lhe mostrasse as veredas do juízo e lhe ensinasse sabedoria, e lhe fizesse notório o caminho da ciência?” (Isaías 40:13,14); “O Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus” (1ª Coríntios 2:10,11);
  • Ele é Eterno“Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” (Hebreus 9:14);
  • Ele é a Verdade“Este é aquele que veio por água e sangue, isto é, Jesus Cristo: não só por água, mas por água e sangue. E o Espírito é o que testifica, porque o Espírito é a verdade” (1ª João 5;6) – comp. c/ Deuteronômio 32:4 e João 14:6;
  • Ele é plenamente Santo“Pois se vós sendo maus sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” (Lucas 11:13);
  • Ele aparece lado a lado com o Pai e o Filho fazendo parte da Trindade Divina“Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (Mateus 28:18-20). O nome é um só, é singular, mas as pessoas são plurais, são três. “Mas ele (Estevão), estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus” (Atos 7:55);

ELE É DEUS!

Agora você sabe porque muitas pessoas ao lerem as Escrituras ficaram tão impressionadas com o Espírito Santo que passaram a dizer que ele era uma energia incomum, um poder sobrenatural, alguma coisa muito poderosa sem limites! Eles estavam quase que totalmente certos ao afirmarem assim, só errando por desconhecerem que o Espírito Santo é uma pessoa! Sendo o Espírito Santo Deus e, sendo Deus um ente Todo-Poderoso, o Espírito Santo não podia ser mesmo um ente fraco, débil, sem vigor! O próprio Cristo associou o poder ao Espírito Santo (Atos Lucas 24:49 / 1:8). O Espírito Santo que o prezado leitor comunga e serve, como o Pastor Olívio também o faz, é um ser extraordinário, fantástico, que tem poder para fazer tudo quanto deseja, pois que é o próprio Deus!

Mas agora você também sabe porque o Espírito Santo não é um líquido ou um gás! Ele é o Deus que é espírito, como disse Jesus para aquela mulher samaritana (João 4:24) e o espírito, como nos ensinou também o apóstolo Paulo, penetra todas as coisas, nada havendo no universo que não possa ser penetrado por Ele, nem mesmo as profundezes de Deus! (1ª Coríntios 2:10,11). Quando a Bíblia, pois, diz, que alguém foi “cheio do Espírito Santo”, ou que “o Espírito Santo caiu sobre o indivíduo”, está nos dizendo que o indivíduo recebeu uma porção maior, uma invasão maior do Espírito Santo em sua vida e que, a partir daquele momento, vai começar a manifestar mais coisas ainda do Espírito Santo em sua vida de fé! Daí aparecerem línguas estranhas, dons esquisitos e poderosos, inspirações nunca antes tidas, capacidade de pregar sobre um livro codificado, ousadia para fazer coisas nunca antes tentadas, etc. O Espírito Santo é vibração pura!

CONCLUSÃO

Nunca esqueça que o Espírito Santo é uma pessoa extremamente sensível, poderosa e amiga, enviada pelo nosso Pai em resposta a oração do Cristo que, para não ser acusado de só ter resistido as tentações, vencer o Diabo, e realizar a sua obra, porque tinha o Espírito Santo com Ele, também solicitou ao Pai que nos enviasse o mesmo Espírito Santo, para que tivéssemos as mesmas condições de vitória que o Cristo teve. Nada, pois, de ficar nos enganando e procurando desculpas para nossas fraquezas. O Espírito Santo que estava em Jesus é o mesmo Espírito Santo que está em nós. Vamos, pois, honrá-lo, exaltá-lo e dignificá-lo com a nossa obediência e vida de poder, está bem irmão?

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

I. Onde Tudo Começou

 

Palestra I

ONDE TUDO COMEÇOU

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em fevereiro de 2012

 

INTRODUÇÃO

Uma das coisas que mais surpreendem os leitores da Bíblia Sagrada é encontrar, logo no seu início, mais especificamente no seu terceiro capítulo, do total de 1189 que ela contêm, a figura do Diabo no Jardim do Éden conversando com o homem, este, recém criado por Deus. Por que ele está ali? Por que está no lugar aonde Deus vinha comungar com o homem? Por que o Senhor colocou o homem em um lugar onde o Diabo já estava presente? Não entendemos muito bem porque Ele deixou isto acontecer, pois a conversa que os dois estão travando não tem nada de inocente, nada de ingênua, pois o Diabo está incitando o homem a se rebelar contra Deus! Por que o Senhor não fez nada? Por que não afastou logo o Diabo e protegeu o homem de suas investidas? Por que não destruiu o Maligno de imediato a fim de afastar toda a possibilidade de ataques futuros? Não havia o Tentador acabado de promover uma horrível rebelião no céu? Não sabia o Senhor que o Diabo iria conseguir que o homem caísse de seu estado de pureza, lhe traria enormes problemas, inclusive a encarnação e morte de seu Filho Unigênito em horrendo sacrifício e promoveria a rebelião coletiva de toda a raça humana? Será que Deus é mesmo onisciente ou fomos nós quem colocamos este atributo Nele para dizer que tipo de Ser nós entendemos que seja Deus?

A simples aparição de uma entidade no Éden que não partilhava da alegria do Senhor, de sua imensa satisfação em realizar algo que Ele afirmava ser o seu maior projeto, o mais glorioso de toda a sua criação, mas intentava destruir essa sua obra, como fez o Diabo, já evidenciava a existência de um antagonismo antigo, um conflito bastante remoto, um estado de beligerância aguda entre essa entidade e o Senhor. Por outro lado, o não afastamento ou bloqueio imediato e antecipado de tal criatura no cenário onde se desenrolaria a pior tragédia cósmica de todos os tempos enche o nosso espírito de questionamentos e de sentimentos que não sabemos bem analisar. Onde foi que todo esse ódio do Diabo por Deus começou? Por que ele resolveu se tornar o arquiinimigo do Senhor, mesmo sabendo que não tinha a mínima chance de vencê-lo ou arruiná-lo? Por que fez questão de demonstrar para todas as criaturas universais que ele se opunha ferrenhamente a Deus, lhe era contrário em tudo o que fazia, não se subordinava as suas orientações e não temia ser destruído para sempre? O que poderia ter acontecido de tão ruim a este ser para ele ter chegado a esse ponto de vileza e de crueldade? Como pode um Deus bom ter criado um Diabo mau?

O SURGIMENTO DO MAL

A Bíblia ensina que o ser que conhecemos atualmente como Diabo nem sempre foi assim. Que ele era um ser perfeito, cheio de sabedoria e formosura. Ele era o modelo da perfeição celeste, porquanto criado como querubim, considerado por muitos, a mais elevada criatura de Deus. Onde estiver um querubim aí estará a presença de Deus, pois os querubins são os encarregados de anunciarem e de levarem a presença do Divino a qualquer lugar do universo, seja no mundo espiritual, seja no mundo material. Não que Deus precise ser carregado de um para o outro lado, como acontece com os humanos, mas sim que Ele concede a honra, o privilégio, de ter a sua manifestação finita, corpórea, limitada, conduzida por seres criados por Ele para esta tarefa. Esta foi a razão de Ezequiel ter visto a “semelhança dum homem” sobre os querubins na visão que teve sobre o rio Quebar (Ezequiel 1:26). O Salmo 80:1 diz que “o Senhor se assenta entre os querubins” e o de número 99:1 que “Ele está entronizado (tem o seu trono) entre os querubins”. Os estranhos textos de Ezequiel 1 e 10 mostram os querubins trazendo a glória de Deus aos lugares onde aparecem. A tampa da Arca da Aliança, conhecida pelo nome de Propiciatório, trazia dois querubins de ouro puro, batido, feitos de uma só peça, que olhavam para dentro da Arca e tocavam-se, um ao outro, com as suas asas. Acima dos querubins Deus se comunicava pessoalmente com o Sumo-sacerdote (Êxodo 25:17-22). Os querubins estavam presentes no véu do Tabernáculo que separava o Santuário do Santíssimo (Êxodo 26:31) exercendo mais outra de suas atribuições: a proteção do sagrado. No Jardim do Éden, após a expulsão do homem decaído, eles aparecem protegendo o caminho que levava à Arvore da Vida (Gênesis 3:22-24).

O ser que ficamos conhecendo como Diabo era o responsável pela adoração celeste e possuía grande proximidade com Deus. Tanta que intentou tomar o seu lugar! Era possivelmente a mais bela e elevada criatura já criada por Deus. Os textos de Isaías 13 e 14 o comparam ao rei de Babilônia a quem chamam de “jóia dos reinos” e os de Ezequiel 27 e 28 ao rei de Tiro, de quem se diz ser “mais sábio que Daniel” (28:3). Não sabemos qual o seu verdadeiro nome, visto Diabo ser apenas a qualificação de seu caráter, de sua personalidade após a queda, já que significa na língua grega, “mentiroso”, “caluniador”. No hebraico ele é conhecido como Satã, que significa “adversário”, “opositor”. O nome Lúcifer, atribuído a este ser em algumas versões da Bíblia, significa “portador da luz”, “quem tem ou dá luz”, o que revela como era alta a sua posição no céu antes de sua queda. Em Isaías 14:12 ele é chamado de “estrela da manhã”, “filho da alva”, numa clara referência ao planeta Vênus, corpo celeste de maior brilho no firmamento, após o Sol e a Lua. O Sol, como astro-rei de nosso sistema solar, possui brilho próprio e representa Cristo. Já a Lua, por ser um planeta, não possui brilho próprio, mas refletido. Ela representa a Igreja, que reflete a luz de Cristo. Em Gênesis 1:16 se diz que o Sol foi criado para governar o dia e a Lua para governar a noite. Cristo, como o Sol, permite que a vida se desenvolva em perfeita normalidade, tanto pela manhã como pela tarde. Já a Igreja dá a sua luz aos que estão em trevas, representadas pela noite. A luz da Lua some na luminosidade da manhã para significar que a Igreja desaparece totalmente em Cristo. As derivações que podem ser feitas dessas comparações são muitas, mas eu não vou explorá-las aqui. Desejo apenas destacar que Vênus, que representa Lúcifer, é o planeta precursor da aurora. Ele aparece pela manhã ou pela tarde, dependendo da posição do Sol, o que significa dizer que todos os seres constituídos, têm a sua posição definida, constituída, em relação a posição de Cristo, o ponto central de tudo! Aleluia!

Tendo em vista o objetivo de meu site de manter informadas pessoas de todos os credos e, até de quem não tenha credo nenhum sobre assuntos escriturísticos, sejam estes religiosos ou não, e, sabedor que nem todos os que estão lendo esta palestra possuem um exemplar da Bíblia em casa ou acesso à Internet para poderem baixar algum programa contendo a Bíblia virtual para conferirem as passagens aqui citadas, resolvi redigir por completo o texto de Ezequiel 28:11-19 e tantos outros que falem sobre o assunto e que eu entenda ser interessante partilhar a fim de que o meu leitor o examine juntamente comigo e veja se a interpretação que estou dando aos mesmos faz sentido ou não. Vamos então ao texto citado:

“(11) Veio mais a mim a palavra do Senhor dizendo: (12) Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro, e dize-lhe: Assim diz o Senhor Jeová: Tu és o aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. (13) Estavas no Éden, jardim de Deus: toda a pedra preciosa era a tua cobertura, a sardônia, o topázio, o diamante, a turquesa, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo, a esmeralda e o ouro; a obra dos teus tambores e dos teus pífaros estava em ti; no dia em que foste criado foram preparados. (14) Tu eras querubim ungido para proteger; e te estabeleci; no monte santo de Deus, no meio das pedras afogueadas andavas. (15) Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti. (16) Na multiplicação do teu comércio se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei profanado fora do monte de Deus, e te farei perecer, ó querubim protetor, entre pedras afogueadas. (17) Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti. (18) Pela multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça do teu comércio profanaste os teus santuários: eu pois fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu a ti, e te tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te vêem. (19) Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti: em grande espanto te tornaste, e nunca mais serás para sempre”.

Por esse texto ficamos sabendo que Deus não criou o Diabo, mas que um ente do Senhor, de projeção excelente, de grandíssima proeminência, se tornou um Diabo (um “mentiroso”, “caluniador”). Jesus disse para Pedro: “Não vos escolhi a vós os doze? E um de vós é um diabo. E isto dizia ele de Judas Iscariotes, filho de Simão; porque este o havia de entregar (trair), sendo um dos doze” (Evangelho de João 6:70,71). Toda vez que caluniamos alguém, traímos alguém, falamos mentiras sobre alguém, nos tornamos um Diabo, pois fazemos exatamente o que o Diabo faz. Este ser que conhecemos como Lúcifer era perfeito em todos os seus caminhos, desde o dia em que fora criado, até que se achou iniqüidade nele (v.15). Isto quer dizer que houve um tempo – acredite se quiser, leitor – em que Lúcifer era puro, santo, imaculado, que obedecia ao Senhor em tudo, comungava com a sua santidade, até que resolveu desobedecê-Lo. O texto de Gênesis 1:31 diz que “viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom. Isto incluía a criação dos anjos e de Lúcifer. Jesus disse em João 8:44 que Lúcifer “não se firmou na verdade”, o que significa dizer que ele conheceu a Verdade, viveu na Verdade, mas não se firmou nela.

A iniqüidade que surgira dentro do coração de Lúcifer não fora resultado de um defeito de fabricação, de um erro do Divino, mas era sim um sinal de perfeição, pois apenas seres livres, autônomos, soberanos, podem arbitrar entre coisas, entre obedecer e não obedecer. A liberdade para tomar decisões é o máximo de perfeição que um ser independente pode manifestar. Aqui nós podemos ver a grandeza da sabedoria de Deus. Ele não teve receio de criar seres livres que pudessem contestá-Lo, desobedecê-Lo ou levá-Lo a perder o controle sobre eles, pois caso fizesse isso, estaria sendo menos perfeito, menos divino, fazendo coisas abaixo de sua perfeição. E Deus não pode fazer nada que seja menos que perfeito. Ele poderia fazer de Lúcifer um ser de espetacular grandeza, de sabedoria inacreditável, mas incapaz de arbitrar. Lúcifer então seria fantástico, extraordinário, mas não poderia decidir nada. Seria um maravilhoso e elitizado robô. Mas ao fazer todas as suas criaturas livres como Ele mesmo é, Deus se arriscou a produzir criaturas capazes de desobedecê-Lo, visto que se alguém é verdadeiramente livre é livre tanto para obedecer quanto para desobedecer. Quem não pode desobedecer não é livre para nada nem ainda é obediente, pois que não possui nenhuma alternativa a não ser a de obedecer mesmo, a de se submeter às ordens de seu superior. Lúcifer pecou porque era perfeito, tanto quanto Jesus não pecou porque perfeito era. Obedecer ou não a Deus é uma questão de escolha, de soberania, de sublime perfeição do ser.

O leitor então pode perguntar: “Como pode a iniqüidade acontecer em um ambiente totalmente asséptico, limpo e puro como o céu, sem nenhuma presença do mal? Como pode Lúcifer ser tentado a transformar seus pensamentos iníquos em atos iníquos, se não havia ninguém para tentá-lo?” O texto de Ezequiel ensina que a fonte de pecados de Lúcifer não estava fora dele, mas sim dentro dele mesmo! Não estava em algum ser tentador que o tivesse levado a cair, mas nele mesmo! Lúcifer tentou a si próprio! Ele foi a causa de sua própria tentação e queda, diferentemente de nossos pais que foram tentados por uma fonte externa, por alguém que estava fora deles, a saber, o próprio Lúcifer! Tiago, o irmão carnal de Jesus disse: “Ninguém sendo tentado diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e seduzido pela sua própria concupiscência (cobiça). Depois havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado sendo consumado, gera a morte” (Tiago 1:13-15). Aqui encontra-se descrito o processo de nascimento do pecado: primeiro, a cobiça, o desejo, a atração; depois, a “ruminância”, o prazer de ficar pensando e repensando na coisa desejada; depois a decisão, a resolução em dar à luz ao que foi germinado. Daí para a frente é só esperar a oportunidade. Veja o que Jesus falou sobre o nascimento do pecado em Mateus 5:27,28.

Como seres pensantes que somos podemos pensar sobre tudo o que quisermos, pois apenas pensar sobre algo, quer seja este algo bom ou ruim, não se constitui pecado em si, ainda que possa nos levar a ele. Muitos de nossos pensamentos nos levarão a tomar alguma decisão. Outros virão e irão, sem nos causar problema algum. Se tomarmos uma decisão errada por ignorância, por desconhecimento, por não termos recebido nenhuma orientação sobre a coisa que estamos decidindo, não poderemos ser taxados de pecadores e sim de ignorantes, pois errar também é uma forma de aprender. Se, porém, tomarmos uma decisão sobre algo que sabemos ser errado por assim desejarmos, voluntariamente, deliberadamente, então isto nos transformará em pecadores, pois o elemento moral que qualifica a nossa decisão como boa ou má, se encontra presente nela. Isto nos ensina que o pecado pode acontecer em qualquer lugar em que o ser pensante se encontre presente: quer seja no lindo e puríssimo céu de Deus, em nossas poderosas igrejas, no lar moralista em que vivemos, ou sozinho com os nossos pensamentos. No caso de Lúcifer, o primeiro pecado de que se tem notícia, aconteceu no céu, porquanto foi lá que ele resolveu se rebelar contra Deus!

O que serviu de inspiração tentadora para Lúcifer vir a pecar? Que motivos internos o levaram a se insurgir contra Deus?

OS MOTIVOS PARA O PECADO DE LÚCIFER

Os versículos 4 e 5 do capítulo 28 de Ezequiel dizem: “Pela tua sabedoria e pelo teu entendimento alcançaste o teu poder, e adquiriste ouro e prata nos teus tesouros. Pela extensão da tua sabedoria no teu comércio aumentaste o teu poder; e elevou-se o teu coração por causa do teu poder”. Já o versículo 17 diz: “Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor”. Aqui está a razão da queda de Lúcifer: o seu orgulho. O apóstolo Paulo disse para seu filho na fé, Timóteo, não ordenar nenhum cristão novato ao ministério sagrado a fim de evitar que este, ensoberbecendo-se, não caísse na condenação do Diabo (1ª Timóteo 3:6). Segundo este apóstolo, foi o orgulho a causa principal da queda de Lúcifer. Observe o encadeamento das coisas nas duas citações de Ezequiel acerca da queda deste ser: na primeira se diz que a sabedoria de Lúcifer lhe trouxe o poder; o poder lhe trouxe a riqueza; a riqueza aumentou ainda mais o seu poder; e este poder aumentado, lhe trouxe a soberba. Na segunda, a sua formosura, o seu resplendor, lhe trouxe o orgulho que corrompeu a sua sabedoria. Ao ver o grande sucesso que obtinha entre as nações celestes em suas relações transacionais, o coração de Lúcifer elevou-se com a sua capacidade de adquirir ouro e prata (linguagem figurada para dar idéia do que havia de melhor, de mais precioso), e ele então se sentiu o melhor, o maior, o mais inteligente, o mais poderoso entre todos. Isto encheu o seu coração de violência e ele agora queria conquistar as nações celestes também pela força. A batalha espiritual havia começado! Não fora dele, mas dentro dele! Todo ser livre criado por Deus, pela liberdade que possui em ter os seus próprios pensamentos, vive em constante batalha espiritual! Você pensava que a batalha espiritual havia começado com a guerra de Lúcifer, mas esta foi apenas a conseqüência da batalha espiritual que se havia travado em seu interior e que o levara a declarar guerra contra Deus!

A PRIMEIRA BATALHA CÓSMICA

O sucesso de Lúcifer o fez dirigir-se para Deus e, de lá do Éden, onde estava, onde Deus havia lhe estabelecido trono, ele intentou um ataque direto contra a Pessoa do Altíssimo (Ezequiel 28:13). Por três vezes Jesus chamou o Diabo de “o Príncipe deste mundo” (Evangelho de João 12:31 / 14:30 / 16:11). Esta era uma referência, tanto em relação ao domínio espiritual que Lúcifer exercia sobre os homens, visto a palavra “mundo” referir-se ao sistema de coisas vigentes dirigido por Satanás (Evangelho João 17:9-16), como em relação ao planeta Terra fazer parte de seus domínios, de seus territórios celestiais. Quando Jesus foi tentado pelo Diabo, no deserto, este lhe mostrou todos os reinos “do mundo” (do planeta Terra) e disse que os daria a Jesus se este o adorasse (Evangelho de Mateus 4:8,9). A Terra pois, fazia parte da jurisdição de Lúcifer. O texto de Isaías 14: 13-14, conhecido como “os cinco hei de Lúcifer”, mostra a que ponto a cobiça deste ser chegou: “Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, da banda dos lados do norte. Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo”. Em Ezequiel 28:2 se diz: “Filho do homem, dize ao príncipe de Tiro: Assim diz o Senhor Jeová: Visto como se eleva o teu coração, e dizes: Eu sou Deus, sobre a cadeira de Deus me assento no meio dos mares (sendo tu homem – criatura – e não Deus), e estimas o teu coração como se fora o coração de Deus”. Lúcifer queria o lugar de Deus, queria usurpar o trono de Deus. Sua cobiça era grande e o seu orgulho maior ainda. Juntando as nações celestes subjugadas por sua sabedoria e violência lançou-se em feroz ataque contra as hostes fiéis do Senhor. O resultado desta batalha foi desastroso para as forças do mal.

Em 2ª Pedro 2:4 se diz que parte desses anjos foi feita prisioneira pelas forças fiéis ao Senhor: “Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas havendo-os lançado no Tártaro (a parte mais interna, mas inferior do Sheol), os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo” (2ª Epístola de Pedro 2:4). Outra parte foi lançada na terra onde atuam como os demônios que conhecemos. Estes podiam ser visto no tempo em que Jesus estivera na terra. Nunca houve um tempo, em toda a história da humanidade, em que os demônios estivessem tão evidentes como no tempo de Cristo, pois que eles intentavam destruir a sua missão de salvar o homem de seus pecados. A oposição a Deus começara no céu, com uma única pessoa. Depois, alcançara milhares e milhares de anjos e se estendera por todo o Cosmo, conforme se pode ver em Apocalipse 12:3,4: “E viu-se outro sinal no céu; e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas. E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra. Veja também Apocalipse 12:7-9. Não se esqueça que “estrelas do céu” é um dos designativos dos anjos celestes (Isaías 14:12,13 / Jó 38:7). Após ter se desenrolado no céu, a oposição ao Divino desceu à terra e alcançou nossos primeiros pais. Daí passou a todos os homens, cuja maior parte, a exemplo do Diabo e de seus anjos, não cessa de se rebelar contra o Senhor.

AS RAZÕES PARA O ÓDIO DE LÚCIFER

Agora você já está entendendo melhor a presença do Diabo no Éden e o porquê de Deus não ter impedido a sua tentação ao homem. Sua derrota no céu e posterior lançamento na terra foram contemplados por Jesus que disse: “Eu vi Satanás, como um raio, cair do céu” (Lucas 10:38). Um raio é sempre fulgurante, poderoso e belo, mas nunca é visto subindo da terra ao céu e sim, sempre caindo dele. A queda de Lúcifer, agora transformado em Satanás (“inimigo”, “opositor”), cobriu-o de vergonha e de desprezo ante as nações celestiais. Ezequiel 28:9, 10 diz: “Dirás ainda diante daquele que te matar: Eu sou Deus? Mas tu és homem, e não Deus, na mão do que te traspassa; Da morte dos incircuncisos morrerás, por mão de estranhos: porque eu o falei, diz o Senhor Jeová”. No verso 19 deste mesmo capítulo se diz: “Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti: em grande espanto te tornaste, e nunca mais serás para sempre”. Em Isaías 14:16-20 se diz: “(16) Os que te virem te contemplarão, considerar-te-ão, e dirão: É este o varão que fazia estremecer a terra, e que fazia tremer os reinos? (17) Que punha o mundo como um deserto, e assolava as suas cidades? Que a seus cavalos não deixava ir soltos para suas casas? (18) Mas tu és lançado da tua sepultura, como um renovo abominável, como um vestido de mortos atravessado à espada, como os que descem ao covil de pedras, como corpo morto e pisado. (20) Com eles não te reunirás na sepultura; porque destruíste a tua terra e mataste o teu povo: a descendência dos malignos não será nomeada para sempre”.

A vergonha pela derrota no céu encheu Satanás de ódio à Pessoa do Senhor e ele desejou macular toda obra que visse suas benditas mãos produzir. Daí ele ter intentado destruir o homem no Éden. Está bem, você afirma, mas por que Deus o deixou tentar um ser inocente, sem experiências e ingênuo como o homem?

ADÃO: INOCENTE OU CULPADO?

Sabe de uma coisa, amado? Por vezes ficamos achando que Adão era um pobre coitado, um bobão, sem experiência alguma, totalmente entregue nas mãos de Satanás. Mas uma coisa é ser ingênuo, inexperiente, e outra é ser incrédulo, desconfiado, quando motivo algum há para sê-lo. O homem tinha todos os motivos do mundo para não pecar contra Deus. O Senhor sabia que se Adão não quisesse pecar nem o Diabo, nem todas as hostes celestiais constituídas do universo poderiam levá-lo a pecar! Muito mais tarde, um homem decaído como nós, chamado Jó, decidira não transgredir contra Deus, em condições totalmente adversas, desfavoráveis, com um conhecimento sobre Deus menor do que o que Adão possuía e, ainda assim, o conseguira (Jó 1:22 / 2:10 / 42:5). Sim, nenhuma tentação é capaz de levar alguém a pecar se este alguém já decidiu em seu coração não fazê-lo. Outra coisa é que era com Deus, o seu Criador, o Mantenedor de sua vida, que o homem mantinha comunhão e não com o Diabo, com quem travava alguns “papos”. Outra coisa mais, é que Deus só conversava com o homem coisas salutares, edificantes, que o levavam a crescer em maturidade e comunhão; já o Diabo, só conversava como iniciar a sua rebelião contra o Senhor. A última coisa a destacar é que Adão fora capaz de lançar uma profecia, quando ainda estava no Éden, que se estende até aos dias de hoje e que por nós ainda passará e se cumprirá nos últimos dias com o casamento de Cristo e sua Igreja, tamanha a sua grandeza espiritual! Ele disse: “Portanto deixará o varão o seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher e serão ambos uma só carne” (Gênesis 2:24). Ainda está com pena de nosso primeiro pai ou achando Deus injusto, prezado leitor?

CONCLUSÃO

Após ter conseguido levar o homem a cair de seu estado de inocência e levá-lo a morrer espiritualmente pelo cometimento do pecado, o Maligno ganhou mais um adjetivo para juntar-se aos tantos que já possuía: “homicida”, ou seja, “matador de homens”. Jesus disse em João 8:44 acerca do Diabo: “ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira”.  Apesar dessas vis características, milhares de pessoas estão se unindo ao Diabo e entrando com ele em um estado de rebelião consciente e permanente contra o Senhor. Elas não precisam fazer isso, mas estão fazendo assim mesmo e o resultado disso, todos nós sabemos, não será nada bom. O apóstolo Paulo disse aos crentes gálatas: “A carne cobiça contra o Espírito e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro para que não façais o que quereis”. Tanto o Espírito Santo quanto a sua carne, leitor, a sua natureza carnal, pecaminosa, lutam dentro de você para que você não faça o que pretende fazer. O Espírito querendo que você só faça o bem, e a sua natureza carnal desejando que você só faça o que é mal. Mas eles não determinam o que você fará. Apena você pode decidir por seus atos. Quem vai vencer essa sua batalha espiritual particular? Você, o Diabo ou o Espírito Santo?

“Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo” (Apocalipse 12:12). Escolha certo, prezado leitor.

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

I. Quem são eles?

 

Palestra I

QUEM SÃO ELES?

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em março de 2012

 

INTRODUÇÃO

Você sabe o que são anjos? Já ouviu falar deles? Conhece alguém que tenha dito ter se encontrado com um anjo? E demônios, sabe o que são? Já se esbarrou com algum deles em sua vida? Ah, sim, esses com certeza sim! Sabia que Jesus Cristo, a maior revelação corporal de Deus aos homens, vivia cercado de anjos e de demônios? Pois é, sei que algumas pessoas dizem que anjos e demônios não existem, não são reais, mas apenas maneiras de qualificarmos os sentimentos que assomam a nossa alma: se estes forem bons dizemos que fomos tomados de sentimentos lindos, nobres, angelicais, e se forem maus, que fomos assaltados por nossos demônios interiores, nossos medos mais profundos, nossos pesadelos e taras. Muitos comentaristas bíblicos afirmam que a tentação que Jesus experimentou no deserto foi apenas uma tentação mental, um enfrentamento de seus próprios medos, personalizados por Satanás, dos quais Ele conseguiu se sair vencedor. Conquanto reconheçamos que todo ser humano esteja repleto de sentimentos bons e maus que o levam a agir ora como se estivesse sendo influenciado por um anjo bom, ora como se estivesse possuído por um demônio, as Escrituras ensinam que tanto os anjos quanto os demônios são reais!

CARACTERÍSTICAS DOS ANJOS E DOS DEMÔNIOS

Os anjos são seres inteligentes, de grande mobilidade e força, e de constituição diferente da nossa. Tanto o Antigo quanto o Novo Testamentos estão repletos de citações sobre eles. São cerca de trezentas delas, feitas de forma direta ou indireta! É muita coisa para alguém, no final de um exame acurado, dizer que ainda não sabe o que são os anjos, não é verdade? Ao tempo de Cristo, a presença dos anjos bons e maus entre nós estava elevadíssima, como nunca estivera em todas as gerações anteriores e posteriores a Ele! Cristo mesmo dissera para os seus discípulos no início de seu ministério: “Na verdade, na verdade vos digo que daqui em diante vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subirem e descerem sobre o Filho do homem” (João 1:51). Ele estava se referindo aos anjos bons e não aos anjos maus, pois que foram chamados de “anjos de Deus” e vinham e voltavam do “céu aberto” sobre Jesus. Por outro lado, nunca tivemos um tráfego tão intenso de demônios, tantos casos de possessões demoníacas, tanta gente endemoninhada, como no primeiro século do tempo de Cristo! Qual o motivo disso? É que o Salvador dos homens estava encarnado na terra, vivendo como homem, realizando a extraordinária operação de salvação da humanidade! Os demônios tinham de fazer alguma coisa para detê-lo! Tinham de freá-lo custasse o que custasse! Cristo jamais poderia obter êxito em sua missão! Esta era a razão deles estarem presentes em todas as partes, MESMO DENTRO DAS IGREJAS, onde um deles se dirigiu a Jesus dizendo: “Bem sabemos quem tu és: o Santo de Deus” (Marcos 4:21-28). Aqueles demônios conheciam bem a Jesus e muitos deles conhecem bem a minha vida e a vida de meu prezado leitor! O que será que eles andam dizendo de nós? E de tudo aquilo que eles dizem de nós, o que será verdade e o que será mentira?

Os anjos são seres criados, e por isso mesmo, sua existência depende exclusivamente da vontade de Deus. Todos eles tiveram um princípio, um começo, um início. Os anjos não são seres eternos, sem início, desde sempre. A Bíblia ensina que houve um tempo em que não havia anjos e outro tempo em que passou a existir anjos. Ela diz em Neemias 9:6: “Tu só és Senhor; Tu fizeste o céu, o céu dos céus, e todo o seu exército; a terra e tudo quanto nela há; os mares e tudo quanto neles há; e Tu os guardas em vida a todos; e o exército dos céus Te adora. O apóstolo Paulo escreveu aos colossenses dizendo de Cristo: “Porque Nele (em Cristo) foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades: tudo foi criado por Ele (Cristo) e para Ele (Cristo). Ele (Cristo) é antes de todas as coisas (incluindo os anjos e os homens), e todas as coisas subsistem por Ele” (Cristo) - Colossenses 1:16,17. Caramba! Você percebeu o que o apóstolo Paulo disse? Ele disse que Cristo criou os anjos! O apóstolo João também sabia disto, pois que falou acerca de Cristo: Todas as coisas foram feitas por Ele (Cristo) e sem Ele (Cristo) nada do que foi feito se fez” (João 1:3). Estávamos acostumados a ouvir que Cristo era a Maior de todas as criaturas, o Primeiro entre todos os seres, o Principal nos céus e na terra, mas não que Ele havia criado os anjos, os querubins, os serafins, e todo o exército do céu! Muito menos que Ele os sustentava mediante o seu imenso poder! Sem o enorme poder agregador e sustentador de Cristo, nenhum anjo, querubim, homem, ou qualquer outra criatura poderia manter-se vivo neste maravilhoso e extraordinário universo! Como é grande e majestoso o nosso Cristo! Como é incomensurável e descomunal o seu poder! Lembre-se sempre disso em suas orações, querido leitor!

Os anjos são realmente seres de passado antigo, bastante remoto, mas ainda assim são seres criados. Apenas Deus é desde sempre e para sempre. Segundo indicações bíblicas os anjos foram criados imediatamente após a criação dos céus e antes do Senhor ter criado a terra. O livro de Jó afirma isto no capítulo 38:4-7, onde o Senhor aparece questionando o patriarca desta maneira: “Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faze-mo saber se tens inteligência? Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina? Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam?” Nem Jó, nem nenhum outro ser humano ainda existia quando o Senhor fundava a terra, mas os anjos e demais criaturas universais se alegravam e se rejubilavam quando O viram trazê-la à existência. No livro de Gênesis o homem aparece como última criação de Deus, o que coloca a criação dos anjos obrigatoriamente como antecedendo a criação dos homens. Apenas quando Deus terminou de criar os céus com os seus exércitos é que Ele dirigiu a sua atenção para a criação da terra. O texto de Gênesis 2:1 resume assim a narrativa da criação: “Assim os céus, e a terra e todo o seu exército foram acabados” (Gênesis 2:1). Os céus e o seu exército primeiro; a terra e o seu exército depois. Os céus aparecendo no plural, visto serem diversos e diferenciados, como mais tarde nos ensinaria o Mestre Jesus em seu Santo Evangelho (João 14:2); a terra, no singular, pois é única, ímpar, não existindo outra igual.

A criação dos anjos foi diferente da criação dos homens, tendo em vista que os anjos são assexuados, não se reproduzem, não geram outros seres de si mesmos. Jesus disse que eles “não se casam nem se dão em casamento” (Mateus 22:30). Para gerar uma multidão de humanos, Deus criou apenas um casal e estes, através do relacionamento sexual, outros humanos que também geraram outros humanos e assim por diante, até encherem toda a terra, conforme a ordem dada pelo Senhor (Gênesis 1:26-28). Para fazer as multidões de anjos que enchem os céus Deus teve de criá-los UM A UM, individualmente. Isto não só quer dizer que cada anjo é único, singular, diferente de todos os demais, mas que o número de anjos também jamais se altera, jamais varia, sendo atualmente, o mesmo que era no princípio. Todos os seres humanos, por provirem de outros seres humanos, constituem uma raça, uma classe, uma “espécie”, enquanto os anjos, por provirem diretamente de Deus, sem a intermediação de pais, de genitores, se constituem em hostes, em milícias, em batalhões. O fato deles não terem um representante racial como têm os humanos em Adão, não possuírem nenhum vínculo familiar, não serem nascidos de ninguém, faz com que os anjos não carreguem e não transmitam nenhuma característica herdada, nenhuma predisposição para o bem ou para o mal. Seus pecados se revestem assim de imensa gravidade, pois cada um peca friamente, sem compulsão herdada ou fraqueza espiritual. Cristo pode assumir a natureza humana para salvar toda a humanidade, mas não pode assumir a natureza angélica para salvar todos os anjos, pois teria que fazer isto para cada anjo do universo!

O número de anjos criados é imenso e desconhecido, pois a Bíblia não os quantifica, mas apenas diz que eles são milhares de milhares. Em Hebreus 12:22 o escritor dessa epístola ao falar sobre a santidade devida por todos ao Senhor diz: “Chegastes ao monte de Sião, e a cidade do Deus Vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos”. Em Deuteronômio 33:2 se diz que quando o Senhor foi entregar a Lei a Moisés dez mil anjos vieram com Ele confirmando a presença santa de Deus e a sacralidade de sua Lei: “O Senhor veio de Sinai, e lhes subiu de Seir; resplandeceu desde o monte Parã, e veio com dez milhares de santos: à sua direita havia para eles o fogo da Lei”. Jesus disse para Pedro, após este ter cortado a orelha de um soldado que fora prender o Mestre no Getsêmani: “Pensas tu que Eu não poderia agora orar ao meu Pai, e que Ele não me daria mais de doze legiões de anjos”? De quantos anjos Jesus estava falando? Considerando que uma legião romana poderia alcançar o número de seis mil soldados em tempos de guerra é só multiplicar o número de uma legião por doze e teremos a noção exata do que Jesus estava falando. Ele estava dizendo que cerca de setenta e dois mil anjos, poderiam descer imediatamente do céu e batalharem por Ele ferrenhamente até a destruição de seus inimigos! Mas Daniel elevou significativamente o número desses habitantes dos céus para alguma coisa “prá lá” de inimaginável! Ele disse acerca de uma visão que tivera: “Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou: o seu vestido era branco como a neve, e o cabelo de sua cabeça como a limpa lã; o seu trono chamas de fogo, e as rodas dele fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de diante dele: milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões estavam diante dele: assentou-se o juízo, e abriram-se os livros” (Daniel 7:9,10). Em Apocalipse 5:11 o apóstolo João disse acerca da glória celeste: “Olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos seres viventes, e dos anciãos; e era o número deles, milhões de milhões e milhares de milhares. Quanta gente poderosa a serviço do Rei Jesus, heim irmão?

Há algo de muito importante nestas declarações de que os anjos são uma multidão incontável de seres celestiais que eu desejo falar. É o fato de eles serem limitados no espaço, serem circunscritos a si mesmos, serem finitos. O mundo não comporta mais de um ser absoluto. Apenas Deus é infinito e onipresente e pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Por mais mobilidade que tenha um anjo – e eles a possuem em nível elevadíssimo, se locomovendo a velocidades altíssimas – não podem estar em dois lugares ao mesmo tempo. O fato de em muitas visões de anjos (não todas) se mencionar a presença de asas neles é apenas para demonstrar a imensa capacidade de locomoção que eles possuem. A Bíblia fala de inumeráveis céus e os anjos não podem estar em todos os céus e na terra ao mesmo tempo. Jesus ensinou seus discípulos a orarem dizendo: “Pai nosso, que estás nos céus(todos eles) – Mateus 6:9. O apóstolo Paulo disse aos efésios acerca de Cristo: “Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas” (Efésios 4:10). Ele também disse aos crentes de Filipos que ao Nome de Jesus deve-se dobrar “todo o joelho dos que estão nos céus, na terra e debaixo da terra” (Filipenses 2:10). Os anjos não podem deixar os domínios onde foram criados para adentrarem em outros territórios sem a permissão do Senhor. Judas, o irmão carnal de Jesus, disse em sua epístola que “aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, (Deus) reservou na escuridão, e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia” (Judas v.6).

Os anjos são seres de grandíssima inteligência, mas não são oniscientes. Não conhecem tudo de tudo, apesar de terem conhecimento maior que o dos homens. A mulher que foi enviada por Joabe, comandante-chefe dos exércitos de Israel, a falar com o rei Davi, disse-lhe: “Sábio é meu senhor, conforme a sabedoria de um anjo de Deus, para entender tudo o que há na terra” (2º Samuel 14:20). O profeta Ezequiel disse acerca de Lúcifer, prefigurado pelo rei de Tiro, cidade da Fenícia: “Eis que mais sábio és que Daniel: não há segredo que se possa esconder de ti. Pela tua sabedoria e pelo teu entendimento alcançaste o teu poder; e adquiriste ouro e prata nos teus tesouros” (Ezequiel 28:3). Jesus demonstrou a restrição do conhecimento dos anjos ao dizer que sobre a data e hora de sua vinda “ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai” (Mateus 24:36) e o apóstolo Pedro disse em sua primeira carta que os anjos “desejam bem atentar” para os desdobramentos da operação de salvação do homem (1ª Pedro 1:12). Eles não precisariam prestar atenção em nada se soubessem antecipadamente de seus resultados, não é mesmo?

Os anjos também possuem um poder imenso, mas não são onipotentes. No Salmo 103:20 se diz: “Bendizei ao Senhor, anjos seus, magníficos em poder, que cumpris as suas ordens, obedecendo à voz de sua palavra”. Em 2ª Tessalonicenses 1:7 o apóstolo Paulo ao falar sobre a vinda do Senhor Jesus disse que Ele se manifestará “desde o céu com os anjos do seu poder”. O apóstolo Pedro disse em sua segunda carta que os anjos são “maiores em força e em poder” do que os homens (2ª Pedro 2:11). O poder dos anjos pode ser apreciado nos relatos de libertação dos apóstolos, conforme registrados em Atos 5:17-19 e 12:1-7,23; na abertura do túmulo de Jesus, conforme registrado em Mateus 28:2, no qual se diz que “um anjo do Senhor, descendo do céu, chegou, removendo a pedra, e sentou-se sobre ela”, pois aquela pedra teria dois metros e meio de diâmetro e pesaria mais de quatro toneladas; e, ainda, na cena do Apocalipse 20:1,2 em que o apóstolo João diz: “E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos”. Você já imaginou o que é isto? Um anjo apenas, debaixo do poder de Deus, foi suficiente para anular as forças de Satanás, aprisioná-lo com uma forte corrente e lançá-lo dentro da prisão abismal! Quanto poder possui um filho de Deus na unção, sem pecado algum no coração e dirigido pelo Espírito Santo?

Como se não bastasse tudo isso, os anjos são invisíveis! No Salmo 104:4 se diz que Deus: “Faz dos ventos seus mensageiros, dos seus ministros um fogo abrasador”. Em Hebreus 1:7 ficamos conhecendo quem são estes ventos velozes que são chamados de “mensageiros”: “O que de seus anjos faz ventos, e de seus ministros labareda de fogo”. Em Hebreus 1:14 se indaga acerca dos anjos: “Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação?” Após ter ressuscitado, Jesus apareceu aos seus discípulos, estando eles com as portas fechadas. Isso os deixou sobremaneira assustados. Ele então os tranqüilizou dizendo: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo: apalpai-me e vede; pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que Eu tenho” (Lucas 24:39). Vento, espírito -, coisas que não se vêem, mas que se notam, se sentem, se percebem em suas ações. Algumas vezes a Bíblia menciona o aparecimento de anjos em forma corpórea, humanizada, mas este não é o padrão. Um bom exemplo destes é o relato dos anjos que revolveram a pedra do túmulo de Jesus. O texto de Mateus 28: 2,3 diz: ”Eis que houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do céu, chegou removendo a pedra, e sentou-se sobre ela. E o seu aspecto era como um relâmpago, e o seu vestido branco como a neve”. Lucas diz que dois anjos estavam ali próximos e que os seus vestidos eram “resplandecentes.” Como é “olhar para um relâmpago?” O que se vê quando se olha para um deles? Glória, resplendor, luminosidade! Isto é exatamente o que vêem aqueles que afirmam terem se encontrado com um anjo!

A MORALIDADE DOS ANJOS

Mesmo sendo os anjos seres tão extraordinários, não são imunes ao pecado. Tanto que milhares deles o cometeram e foram lançados do céu abaixo! (2ª Pedro 2:4). Segundo Apocalipse 12:1-4 cerca de um terço de todas as hostes angelicais seguiram Satanás em sua louca rebelião contra Deus! Você já imaginou o que é isto? Muitos desses anjos foram lançados na terra, e estão entre nós INFERNIZANDO A NOSSA VIDA! “E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamado Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele (Apocalipse 12:9). O fato de um ser exaltado, puro, santo, viver em um ambiente limpo, asséptico, sem nenhuma sujeira espiritual, como o céu, não o livra de, a qualquer momento, pelo uso errado que possa fazer de seu livre arbítrio, cometer o pecado que desejar. Aconteceu com Lúcifer e uma multidão de anjos. Aconteceu com Adão e sua mulher Eva no Paraíso. E enquanto Deus tiver seres livres, autônomos, soberanos, vivendo em seu universo, decisões erradas poderão ser tomadas e o horrível pecado se manifestar. O ensino da Bíblia é que um anjo de luz pode virar um demônio de trevas (Ezequiel 28:15), e um demônio de trevas pode se transfigurar em um anjo de luz (2ª Coríntios 11:14). Eles não podem mudar a sua essência, alterar a sua natureza, mas podem alterar a sua forma, a sua figura. Os filhos de Deus jamais deveriam esquecer que o inferno começou no céu. Começou com Lúcifer no céu de Deus e estendeu-se no Éden com os nossos primeiros pais. A igreja está uma benção? Ótimo! O lar vai bem? Não existem brigas nem discordâncias? Muito bom! No trabalho e na escola há paz e harmonia? Então é hora de tomar cuidado! Fique alerta! Ore, vigie e fique sempre perto de Deus, pois esta é uma ocasião favorável, assaz propícia para o inferno se manifestar! Nada de “baixar a guarda”, irmão!

A rebelião de Lúcifer determinou a separação dos anjos em ANJOS BONS e ANJOS MAUS. Ela criou um abismo intransponível entre eles. Os anjos que não se rebelaram contra Deus passaram a ser conhecidos como anjos bons e os que seguiram voluntariamente a Lúcifer passaram a ser conhecidos como demônios. Este tem sido o ponto de vista tradicional da Igreja, mas nem todos os estudiosos estão convencidos de que anjos decaídos e demônios seja a mesma coisa, daí eles terem aventado duas hipóteses para sustentarem as suas argumentações:

  • A primeira afirmando que demônios são as almas dos homens maus, ruins, especialmente aqueles que manifestaram um mau caráter durante a sua vida física na terra. Apesar desta posição ter sido defendida por Filo, Josefo, e praticamente todos os escritores cristãos primitivos, não é muito fácil de ser sustentada, tendo em vista que as Escrituras ensinam que os ímpios falecidos, desencarnados, estão todos confinados em um mesmo local conhecido como Sheol / Hades (Salmo 9:17 / Ezequiel 32:17-24 / Lucas 16:23 / Apocalipse 20:13): Outra dificuldade é pensar que o Senhor Jesus, que possui as chaves do Hades e da morte, conforme Apocalipse 1:18, liberte as almas malvadas, perturbadoras, para ficarem perambulando pela terra, atazanando a vida dos outros;

  • A segunda, que demônios seriam espíritos, sem corpos, pertencentes a uma raça pré-adâmica que teria existido na terra, anterior ao homem. Os defensores desta posição ensinam que, tendo a queda de Satanás e de seus anjos ocorrido entre os capítulos 1 e 2 do Gênesis, não seria coisa improvável que uma raça de seres diferentes dos homens e dos anjos e sobre a qual Satanás também dominava, habitasse na terra. Tal raça teria caído quando Satanás caiu e o castigo dado por Deus a ela seria ficar vagando pela terra, em estado de desincorporação, até o Dia do Julgamento, quando então seriam lançados no Lago de Fogo. Isto explicaria melhor, segundo tais comentaristas, o fato de demônios tentarem sempre se apossar de seres humanos, que possuem corpos como eles outrora também possuíam. Seria então mais coerente dizer que um demônio possui um ser humano do que dizer que um anjo decaído o possui.

Conquanto o Pastor Olívio compartilhe a crença de que seres de outras raças, diferentes da humana, habitaram o planeta Terra antes e depois do Dilúvio, não acredita que os demônios sejam espíritos das raças preconizadas pelos comentaristas bíblicos defensores da segunda teoria, visto que a terra fora criada especificamente para o homem, a coroa da criação de Deus, e a presença desses seres habitando nela antes do homem, obscureceria esse objetivo. O Pastor também acha difícil assumir que tais seres, que desejavam possuir corpos humanos, só viessem a manifestar esse seu desejo quando Cristo estava na terra e não durante o longo período coberto por todo o Antigo Testamento que sequer possui um caso de possessão espiritual registrado! Os demônios diziam conhecer a Cristo, mas de onde o conheciam? Da terra? Creio que não, pois estes o chamavam de “o Santo de Deus”, ou seja, “o Ungido de Deus”, “o Separado de Deus”. Onde foi que os espíritos das raças pré-adâmicas viram Deus separar o seu Filho Jesus para realizar a grande obra do resgate humano?

CONCLUSÃO

A incrível mobilidade dos anjos fala da prontidão de Deus em atender as preces de seus filhos. O poder que eles possuem, da enorme capacidade de Deus em realizar coisas difíceis. O número incontável de seus indivíduos, do enorme contingente que Deus pode mobilizar para ajudar os seus filhos. A proximidade deles com Deus fala da autoridade moral e espiritual que possuem para transmitirem as mensagens divinas. Sua invisibilidade, do socorro não visto, mas percebido pelos que o recebem. Com tantos seres assim nos ajudando e velando sobre a nossa vida fica muito mais fácil acreditar na providência de Deus, não é mesmo? Não podemos esquecer, porém, que os anjos não são deuses, mas criaturas como nós, portanto, finitas, limitadas, temporais e sujeitas a tentação e ao pecado. Nada pois de se meter em cultos a anjos, como ensinou o apóstolo Paulo aos crentes de Colossos. Ele disse: “Ninguém vos domine ao seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, metendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão” (Colossenses 2:18). Nas próximas palestras falaremos sobre a obra dos anjos bons e a obra dos anjos maus e ainda sobre as diferentes classes angelicais. Aguarde!

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

VOCÊ E O ANO NOVO

 

VOCÊ E O ANO NOVO

É comum nesta época do ano todos os nossos parentes, amigos, vizinhos e por vezes, até mesmo nossos inimigos, desejarem-nos um feliz e próspero Ano Novo, saudação esta que se repete por anos e anos a fio. Apesar disso, poucas coisas mudam de fato em nossas vidas e sentimo-nos cansados e enfastiados de nada mudar. Por que isto acontece?

Porque o ano é realmente novo, mas você é velho! Velho de espírito e de perspectivas! Velho de atitudes e de visão de vida! Os anos podem mudar, o tempo pode passar, mas você continua com a mesma rabugice, a mesma intolerância, a mesma grosseria, a mesma falta de objetivos – tudo em você é velho -, e com a chegada do novo ano, mais velho você fica!

Como sair dessa ciranda? Como festejar a esperança?

O apóstolo Paulo conseguiu divisar uma saída para este problema. Ele disse para os seus amigos de Roma: “transformai-vos pela renovação de vossa mente” (Romanos 12:1). Os romanos de seu tempo sofriam do mesmo mal que nós. É a mente que tem de mudar! É a mente que tem de ser renovada! Sem isto, tudo pode ser novo ao seu redor, e ainda assim você estará agindo como um velho. Em outro lugar ele disse: “Colocai o capacete da salvação” (Efésios 6:17). Capacete é algo para proteger a cabeça. O apóstolo estava dizendo que a nossa salvação ou a nossa morte depende do que colocamos em nossa cabeça.

Do que você enche a sua cabeça? O que há de valioso nela para protegê-la? Se nada mudou nela após tantos e tantos anos de vida, então talvez ai esteja a raiz de seus problemas. Mude a sua mente para os novos valores da vida; mude a sua mente para o conhecimento e a educação; mude a sua mente para a preservação do planeta; mude a sua mente para a ajuda ao próximo, mude a sua mente para a sua família; mude a sua mente para Cristo e para Deus.

Que o Senhor te abençoe neste novo ano que se inicia e te ajude a operar a grande revolução da sua mente e do seu espírito que, tenho certeza, você irá passar!

TODA SEMANA É SANTA

 

TODA SEMANA É SANTA

Todo ano, exatamente 40 dias após o Carnaval, a maior festa popular do mundo, que acontece aqui no Brasil, as igrejas da Cristandade, notadamente as do ramo católico, promovem a celebração da Semana Santa, assim chamada por nela ser relembrado os últimos acontecimentos da vida do Mestre Jesus, quais sejam, a sua paixão, morte e ressurreição.

Por toda uma semana os fiéis são orientados pelos líderes de suas paróquias a não comungarem com o mundo, a se afastarem dos prazeres da carne, não ingerirem bebidas alcoólicas, comerem carne de gado ou de outro animal que não o peixe, assistirem aos ofícios religiosos respectivos, participarem da Santíssima Ceia e receberem também uma pequena porção de cinzas em sua testa como sinal de contrição e arrependimento pelos pecados que levaram o Cristo a morrer por todos nós.

Esta possivelmente é a semana mais poderosa do mundo! Milhões de famílias orando porque um homem, após ter o seu corpo todo flagelado, torturado e pendurado em um madeiro, ressuscita 36 horas depois tendo todos os seus ferimentos sarados, cicatrizados, num incrível processo de regeneração biológica e dizendo para todos aqueles que confiarem Nele e em sua mensagem também receberão um corpo semelhante ao seu em um dia determinado por Deus! Isto é estupendo! Isto é maravilhoso!

Mas sabe de uma coisa? Não é apenas a última semana da vida de Cristo que deve ser considerada santa, mas todas as semanas que fazem parte da vida de meu prezado leitor e da minha própria, pois a vida é santa, como santo também é o ser por onde ela se manifesta. O apóstolo Paulo questionou os crentes de Corinto dizendo: “Não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (1ª Coríntios 6:19,20).

Precisamos do apoio de todos os católicos do mundo para fazermos, juntos, um esforço espiritual de orações, jejuns, comunhão, e tudo o mais que possa nos aproximar de Deus a fim de vermos a nossa nação crescendo por cima de nossas preces; a corrupção sendo contida pela ação de homens justos; a imoralidade sendo substituída por novos e nobres valores; e a violência freada em sua carreira enlouquecida. Então teremos, não apenas uma Semana Santa, mas todo um mês santo, todo um ano santo, e toda uma vida santa, por estarmos vivendo dentro dos padrões santíssimos de Deus.

O CRISTO DO NATAL

 

O CRISTO DO NATAL

Foram literalmente milhares de anos de espera! Centenas de profecias sobre quem seria Ele! Uma nação inteira de prontidão aguardando-O! Até que finalmente Ele chegou! O Salvador da humanidade, prometido na mais antiga promessa das Escrituras, havia chegado! (Gênesis 3:15). Mas, ao contrário do que poderíamos imaginar, ninguém, a não ser os seus pais, O celebrou! Não houve festas, fogos, risos ou presentes, como fazemos hodiernamente no dia de Natal. Apenas um silêncio sepulcral caía sobre as casas de Belém. No campo, onde alguns pastores guardavam os seus rebanhos, o silêncio fora quebrado. O evangelista diz que uma multidão de anjos cantava e celebrava o menino que nascera, enquanto um mensageiro celeste anunciava aos pastores: “Eis que na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lucas 2:8-11).

Apesar dessa belíssima anunciação, feita somente para reis, outra mensagem estranha saía da boca do mensageiro: “Isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos e deitado numa manjedoura”. O que? Um rei nascendo em uma estrebaria, em um lugar para guardar animais? Envolto, não em mantos reais, mas em “paninhos”? Quem iria acreditar nisso? Quem iria acreditar nas palavras de humildes pastores, classe considerada tão indigna quanto os adúlteros e ladrões, a quem não era sequer permitida a entrada no Templo?

OS BICHOS ACREDITARIAM! Sim, eles acreditariam! Não se diz em nenhum lugar das Escrituras que os animais acreditaram ser aquele bebe o Cristo prometido de Deus, mas eu serei bastante católico nesta questão e firmarei posição afirmando que, pessoalmente, eu creio que aqueles animais sabiam que estavam diante do Augusto Senhor da Criação, do Deus dos céus e da terra! Eles reconheceram em Jesus o Senhor de todos os mundos! Mais do que isto, eu quero afirmar a minha crença que aqueles animais ajudaram Maria e José a tornar o lugar onde estava envolto o menino em paninhos, um lugar mais aquecido, mais aconchegante, com o calor de seus corpos e de sua respiração!

Você não é obrigado a acreditar que Jesus é o Cristo de Deus enviado para salvar os homens de seus pecados. Os religiosos não acreditaram. Os políticos não acreditaram! Os comerciantes e empresários não viram nenhum “lucro” em acreditar assim! Nem seus irmãos carnais acreditaram ser ele o Messias! A mor parte da humanidade ainda hoje não acredita. Tanto que substituiu o dia de seu nascimento pelo dia da vinda de Papai Noel. Jesus não dá presentes como o “bom velhinho”, é verdade, mas transforma corações! Ele não come perus, não toma champanhe, nem dá sorrisos forçados prá ninguém, mas perdoa pecados, tira tristezas, e ainda nos leva para o céu!

Você é livre para crer no que quiser, mas neste Natal de Cristo, eu gostaria que você permitisse nascer na estrebaria de seu pobre e escuro coração, o Cristo do Natal!

Bom Natal prá você e para os seus!

MORTOS QUE ENTERRAM MORTOS

 

MORTOS QUE ENTERRAM MORTOS

“Segue-me e deixa os mortos sepultarem os mortos” (Mateus 8:22)

Esta estranha sentença partiu dos lábios de Jesus quando um de seus seguidores lhe pediu permissão para sepultar o seu pai, que havia acabado de morrer, prontificando-se depois este mesmo discípulo a seguí-Lo. Como pode Jesus fazer isso? Como pode dizer uma coisa dessas a um seguidor seu? Justamente Ele que era tão carinhoso, tão compassivo, tão condescendente com o sofrimento alheio! O que deu Nele para agir assim? Para onde foi toda a sua sensibilidade?

Com a estranha resposta que dera ao seu seguidor o Senhor Jesus estava nos ensinando que a oportunidade de entrar no Reino dos Céus tem de ser aproveitada imediatamente, instantaneamente, sem perda de tempo – no momento em que ela se nos apresentar! Isto é tão mais urgente, tão mais importante que tudo em nossa vida, que podemos até deixar de participar dos momentos que julgamos ser os mais importantes de nossa existência, no caso em questão, do sepultamento do próprio pai, para abraçá-la!

Segundo a orientação do Mestre, outras pessoas enterrariam o pai do discípulo. A presença deste no local só serviria para dar uma resposta ao grupo social que ali se reunira para um último adeus ao morto. Nada mais ele poderia fazer a fim de alterar o acontecido. Tudo que houvesse desejado fazer para com o seu pai em vida seria apenas uma lembrança, a ser diluída com a passagem do tempo. Ele deveria então deixar os mortos espiritualmente, distantes de Deus, enterrar o seu morto físico e começar imediatamente a seguir aquele que era a Vida! “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida”, dissera Jesus, “Ninguém vem ao Pai senão por Mim” (Evangelho de João 14:6). “Eu Sou a Ressurreição e a Vida. Aquele que crê em Mim, ainda que esteja morto, viverá” (Evangelho de João 11:25). Seguir a Vida é, e sempre será mais importante do que seguir a morte!

É possível que o prezado leitor vá a uma cerimônia de sepultamento hoje ou, quem sabe, já tenha vindo de alguma. Talvez vá ao cemitério no Dia de Finados relembrar um ente querido que partiu ou, simplesmente, durante o dia, relembrá-lo muitas vezes com carinho. O importante é que o prezado não entre nestes “locais de mortos” sozinho, desacompanhado, mas com o Cristo! Não como mais um morto a ser somado aos que lá já estão reunidos, mas como um vivo! Para tanto é só pedir que a Vida de Cristo invada a sua frágil vida. E a Vida do Cristo Poderoso se manifestará em você e espalhará alento e consolo verdadeiros aqueles que estando vivos, estão na realidade mortos. Todos os mortos com os quais Jesus se encontrou na Bíblia ressuscitaram, tornaram a vida! Leve, pois, você, a Vida de Cristo a estes mortos e ressuscite-os em seus espíritos!

DIA DOS PAIS

 

DIA DOS PAIS

Quero perguntar a você que tem filho: você já é pai?

Não estou querendo saber se você já possui uma prole, se já constituiu descendência, se já possui rebentos, e sim se você já é pai! Você já o é? Não sabe? Teve crianças e não sabe se é pai?

Esta pergunta deveria ser facilmente respondida por quem já gerou uma vida, mas todos nós sabemos que não é tão simples assim. O fato de alguém ter gerado outro ser não faz dele o seu pai, e sim o seu procriador, pois ser pai é muito mais do que ser um mero reprodutor, um “fazedor de filhos”, um “fabricante de bebes”. Muitos geram filhos e somem. Muitos geram filhos e os violentam. Muitos geram filhos e os maltratam.

Quando alguém chama a outrem de pai está lhe conferindo um título pelo qual ele não chamará a mais nenhuma outra criatura no mundo! É uma designação especialíssima, exclusivíssima, dada por um ser em reconhecimento a outrem por ter lhe trazido à vida. Segundo Jesus, nosso pai está “nos céus” (Evangelho de Mateus 6:9), acima de todo mundo, e ninguém mais pode estar onde ele se encontra!

Pai é um título de amor, de benquerença, de simpatia, o que significa dizer que se seu filho não o está chamando assim, mas pelo seu nome próprio, como Roberto, Antônio ou José, por seu título profissional, ou, ainda, pelo seu apelido, que algo não está bem neste relacionamento. O relacionamento entre pai e filho é de total cumplicidade – ninguém o chamará de pai, mas ninguém também me chamará de seu filho!

Pai também é um título de responsabilidade, pois todo pai cuida de seu filho, protegendo-o dos perigos, provendo alimentação, cuidando de sua educação, aconselhando-o, e zelando pela sua saúde. O filho sempre acredita que o pai vai cuidar dele e quando o pai não faz isto, o decepciona até o mais profundo de sua alma.

Por último, eu queria dizer que pai é um título que reflete a honra que o seu progenitor tem no seu filho. Se alguém é filho de uma pessoa de bem, trará a honra sobre si, só por possuir o mesmo nome do pai. Se, porém, é filho de uma pessoa má, voltada para as coisas ruins, refletirá a má fama do nome de seu pai, ainda que seja uma pessoa de bem.

Que nesta data tão festiva do Dia dos Pais, você que já possui um rebento, possa analisar consigo mesmo se você já pode ser chamado de pai.