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ll. Tratamento Dispensado aos Deficientes Físicos

 

Palestra II

TRATAMENTO A SER DISPENSADO AOS DEFICIENTES FÍSICOS

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio, em Realengo, no Rio de Janeiro, em setembro de 2013

INTRODUÇÃO

Sempre acreditei piamente que era absolutamente inumano, condenável e revoltante o tratamento dispensado pelo poder público aos deficientes físicos de minha nação, o Brasil. O número de indivíduos incluídos nesta situação em meu país gira em torno dos 25 milhões, número este maior do que o da população de muitos países juntos! Procurei então nos sites especializados tudo o que podia encontrar sobre o assunto e, pasme amigo leitor, há coisas realmente fantásticas para beneficiar este publico além de uma legislação consistente e atual para cuidar destes nossos cidadãos brasileiros. Por que então havia tanto de reportagens e documentários falando negativamente e sem nenhum orgulho sobre o assunto? Por que a mídia sempre destacava o lado não atendido da política pública ao invés de prescrever orientações para os ouvintes ajudarem naquelas dificuldades? Minhas divagações avançaram um pouco mais e logo me vi perguntando: “Por que tão poucos templos cristãos, instituições filantrópicas e organizações não governamentais não auxiliam o Governo nesta importantíssima questão? Por que estas instituições, que se dizem tão interessadas no ser humano, não tomam a iniciativa de abençoar os deficientes físicos com boas propostas aos órgãos responsáveis, com medidas criativas ou simplesmente se adequando as orientações já emanadas pelo Governo, o que já facilitaria em muito a vida deste público específico?” Minha preocupação como guia espiritual também me levou a perguntar: “Será que existe alguma orientação bíblica sobre o assunto? Se existia, podia ser observada por todos?

UMA HISTÓRIA TRISTE COM FINAL FELIZ

Minha pesquisa bíblica me levou a um texto no Antigo Testamento que fala da atenção dispensada por um rei a um jovem que, quando ainda criança, se tornara um deficiente físico. Ele não nascera com uma deficiência física, mas se tornara um deficiente físico, por um acidente que lhe acometera. Isto deve redobrar a nossa atenção sobre o relato, pois milhares e milhares de pessoas se tornaram deficientes físicos em conseqüência de desastres aéreos, automobilísticos, atropelamentos, construção civil, assaltos, tráfico, doenças, erros médicos, e outras circunstâncias mais. Desde já, quero me solidarizar com todos os que se encontram nesta situação, comprometendo-me a orar por suas vidas e as de suas famílias e a utilizar de todas as formas possíveis, como escrevendo e dando palestras, para ajudá-los.

O referido texto ocupa todo um capítulo das Escrituras Sagradas, o que, por si só, já revela a sua importância para Deus e para a vida deste monarca. Ele se encontra no 2º Livro de Samuel 9:1-13 e narra a história de Mefibosete, filho de um amigo do rei Davi, por nome Jônatas. Quando Mefibosete era uma criança de apenas cinco anos de idade, sua ama recebera a notícia de que o pai do menino, Jônatas, e seu avô, Saul, rei de Israel, haviam morrido em Gilboa na peleja contra os filisteus e que um filho de Saul por nome Isbosete reinava em Israel (2ª Samuel 2: 8-10). Ela então, com medo de que o novo rei e seus asseclas viessem atrás do menino para matá-lo, tomou a criança em seus braços e fugiu com ela para Lo-Debar, em Gileade. Na fuga, o menino caiu do colo da ama ficando aleijado de ambas as pernas (2º Samuel 4:4). Alguns anos depois de Isbosete ter morrido e Davi ter assumido o trono de Israel, o rei inquiriu um antigo servo do rei Saul sobre a existência de algum descendente do rei que houvesse sobrevivido. Davi então ficou sabendo da existência de Mefibosete, o filho de Jônatas e, após ter se certificado de seu paradeiro, ordenou a seus servos para trazerem-no a sua presença. O relato a seguir é algo digno de ser conhecido por todos:

“Disse-lhe Davi: Não temas, porque de certo usarei contigo de beneficência por amor de Jônatas, teu pai, e te restituirei todas as terras de Saul, teu pai, e tu, de contínuo comerás pão à minha mesa”. Mefibosete mal acreditou no que ouvia e inclinando-se para o rei, disse: “Quem é o teu servo, para tu teres olhado para um cão morto tal como eu?” Sabe de uma coisa, querido leitor? Por vezes tenho a impressão de que é exatamente assim que os deficientes físicos se sentem. Como se fossem “um peso morto” que não devesse receber a atenção de ninguém! Mas isto não é verdade! O texto continua: “Então chamou Davi a Ziba, moço de Saul, e disse-lhe: Tudo o que pertencia a Saul, e de toda a sua casa, tenho dado ao filho de teu senhor. Trabalhar-lhe-eis a terra, tu e teus filhos, e teus servos, e recolherás os frutos, para que o filho de teu senhor tenha pão que coma: e Mefibosete, filho de teu senhor, de contínuo comerá pão à minha mesa. E tinha Ziba quinze filhos e vinte servos. E disse Ziba ao rei: Conforme a tudo quanto meu senhor, o rei, manda a seu servo, assim fará o teu servo; porém, Mefibosete comerá à minha mesa como um dos filhos do rei. E tinha Mefibosete um filho pequeno, cujo nome era Mica: e todos quantos moravam em casa de Ziba eram servos de Mefibosete. Morava, pois, Mefibosete em Jerusalém, porquanto de contínuo comia à mesa do rei, e era coxo de ambos os pés” (2º Livro de Samuel 9:1-13).

O leitor percebeu o que se passou aqui? O rei Davi devolveu todas as terras que haviam pertencido ao rei Saul e depois ao seu filho Isbosete, já morto, e que agora pertenciam ao Estado, para seu neto Mefibosete e ordenou a Ziba, antigo servo do rei Saul, que trabalhasse essas terras, juntamente com seus filhos e servos, e trouxesse o produto delas a Mefibosete para que ele e seu filho, de nome Mica, semente de Jônatas, seu amigo, tivesse sustento garantido por toda a vida! Ziba, com todos os seus filhos e servos, passaram a ser empregados de Mefibosete que passou a comer na mesa do rei continuamente, juntamente com os seus filhos, como se fora um dos próprios filhos do rei Davi! (Vide 2ª Samuel 8:15-18). Que texto maravilhoso, não é verdade, prezado leitor?

Que ensinamentos podemos extrair destes textos? Que lições podemos tirar para os dias de hoje? Creio que consigo enxergar alguns deles, como por exemplo:

1º) A ação de Davi, como representante maior do poder público, mandando trazer a sua presença um jovem que soubera, de antemão, ser um deficiente físico me traduz o ensinamento de que os governantes deveriam se interessar em conhecer quais e quantos são os deficientes físicos de sua nação, para poderem elaborar políticas, programas e ações adequadas para beneficiá-los. Este conhecimento poderia ser obtido através de um levantamento entre os seus cidadãos (censo populacional). A seguir se poderia formular um Cadastro Nacional que contivesse todos os dados do deficiente físico e de sua família. Essa base de dados nacional seria então utilizada para formular políticas públicas, criar programas sociais e implementar ações governamentais visando beneficiar os deficientes físicos. Só em ficar sabendo que algum órgão público está interessado em incluir a sua pessoa e a sua família em alguma política governamental já eleva, em muito, a auto-estima do indivíduo a ser beneficiado. Mefibosete quase não acreditou que estava na presença do rei Davi, ouvindo o que estava ouvindo!

2º) A ação de Davi em restituir as terras que pertenceram ao rei Saul para o seu neto Mefibosete fala da implementação de políticas públicas e de leis capazes de preservarem a condição financeira do deficiente. Enquanto o seu avô Saul estava no governo, Mefibosete sabia que estava seguro e experimentaria todas as regalias da corte. Com a morte de seu avô, em Gilboa, e a ascensão de outro governante ao trono, essa certeza já não era mais possível. A criação de leis voltadas para proteção do patrimônio do deficiente e para evitarem a sua dilapidação por meio de impostos, tributos e taxas mil, em todas as esferas do governo; a redução da carga tributária sobre ele, sua família e seus negócios; a concessão de benefícios de caráter pecuniários como auxílio para tratamento médico, compra de remédios, etc., garantirão que o deficiente e sua família permaneçam amparados.

3º) A ação de Davi de fazer de Ziba, seus filhos e seus servos, empregados de Mefibosete, fala da criação, pelos governantes, de condições capazes de darem ao deficiente físico dignidade pessoal, valorização profissional, estímulo mental. Sendo as terras de Saul agora de propriedade de Mefibosete e tendo Davi lhe concedido alguns empregados, isto significava que Mefibosete podia administrar suas terras dali mesmo, do lugar onde estava, gerenciar o seu negócio mesmo não podendo andar. AFINAL DE CONTAS ELE ERA DEFICIENTE DOS PÉS E NÃO DA CABEÇA! Isto fala da criação de políticas públicas, programas e projetos, capazes de trazerem dignidade pessoal ao deficiente físico, tais como, a criação de postos de trabalhos, concessão de bolsas de estudos, participação em eventos desportivos, etc.

4º) A ação de Davi em fazer com que Mefibosete se assentasse à mesa com ele e seus filhos fala de inclusão social. Mefibosete não fora deixado à parte, relegado a um segundo plano por ser um deficiente físico. Não! Ele participava da mesa do rei, o que representava a mais alta posição de comunhão, de confiança e de amizade que alguém poderia gozar! Quantos nobres no reino de Davi não desejariam participar, pelo menos uma vez na vida, do altíssimo privilégio dado ao filho deficiente de seu amigo Jônatas, de poder assentar-se à mesa do rei! O que aqueles nobres desejavam experimentar uma vez na vida Mefibosete experimentava todos os dias!

5º) A ação de Davi em fazer com que Mefibosete se assentasse à mesa com ele e seus filhos também me levou a pensar que os governantes deveriam criar um órgão especializado voltado para as questões dos deficientes físicos. Este poderia ser um Ministério, uma Secretaria, uma Coordenação que fosse, para pensar e dar tratamento as questões envolvendo os deficientes. O líder deste órgão deveria ter assento com os demais ministros e representantes de outras áreas governamentais (“os filhos de Davi”), para discutir as necessidades de seu Setor. CREIO MESMO QUE ESTE LÍDER DEVERIA SER UM DEFICIENTE FÍSICO, visto ninguém melhor que um deficiente para falar das necessidades do grupo que representa. Só Mefibosete sabia como era difícil cuidar de sua higiene pessoal, se deslocar pelos cômodos do palácio e sair para vistoriar suas terras. Do alto da posição em que estava, ele conseguia divisar como ninguém as necessidades dos outros deficientes.

É possível que alguém diga que Davi fez tudo aquilo por Mefibosete por ter sido Jônatas, o pai do jovem deficiente, seu amigo, mas que ele não se preocupou com os demais deficientes de sua nação. Isto me faz pensar nos políticos que possuem deficientes físicos em suas famílias e que fazem de tudo para beneficiá-los, mas que não estendem estes benefícios a todos os deficientes de sua nação também. Mesmo que Davi tivesse feito este benefício apenas para Mefibosete e sua família, já deveria ser digno de apreciação e de exemplo para outros governantes, pois naquele tempo, qualquer deficiência física era vista como resultante de uma vida de pecados e o seu praticante alguém que merecidamente estava sendo punido (Evangelho de João 9:1-3). Muitos políticos modernos não têm que lutar contra nenhum tabu ou tradição e, ainda assim, não fazem nada por ninguém só se preocupando em se dar bem com a sua carreira política!

Há um outro texto bíblico que também orienta sobre o tratamento a ser dispensado aos deficientes físicos e que, pelo seu conteúdo, se presta mais às iniciativas do poder público. Ele se encontra no livro de Levítico 19:14 e diz assim: “Não amaldiçoarás ao surdo, nem porás tropeço diante do cego; mas terás temor do teu Deus: Eu sou o Senhor”. Qualquer indivíduo pode amaldiçoar um surdo, que este não ouvirá mesmo! De igual maneira, qualquer um pode por tropeço diante de um cego, que este não verá nada! A única maneira de todos seguirem estas orientações é através da educação, seja esta, familiar, escolar ou religiosa. Tais coisas poderiam ser conseguidas mediante campanhas públicas informativas, socializadoras, educativas, de âmbito nacional, visando conscientizar a população sobre a importância deste tema. Apenas o poder público com seus especialistas, recursos e legalidade pode atingir a todos os cidadãos de uma maneira rápida e abrangente sobre os informes de seu interesse.

AS INSTITUIÇÕES E OS DEFICIENTES FÍSICOS

Com relação as instituições seculares prestadoras de serviços, comércio e indústria, sei que estas só colocam em execução aquilo que o poder público decreta, não tomando por si próprias a iniciativa de implementar serviços e ações que possam favorecer este ou aquele outro grupo, pois tais iniciativas custam caro e ninguém quer gastar dinheiro se não for para obter algum retorno com ele. O mais assombroso para mim, contudo, são as instituições filantrópicas e as religiosas que, apesar de não terem seus recursos controlados nem confiscados pelo governo, também não priorizam nenhuma ação voltada para beneficiar os deficientes físicos. Nada há na estrutura de seus prédios capaz de sinalizar que houve uma preparação para recebê-los, tais como, rampas facilitadoras de acesso, corredores amplos para o deslocamento de “cadeirantes”, banheiros adequados para sua higiene pessoal; lugar específico para eles participarem dos ofícios religiosos sem terem que se mudar de seus assentos, quase sempre mais confortáveis que os bancos das igrejas, entre tantas outras medidas que poderiam ser adotadas. Algumas igrejas possuem alguns profissionais na linguagem de sinais e utilizam os seus serviços nos ofícios religiosos, mas estas, além de serem poucas, só utilizam os préstimos desses especialistas durante a celebração dos ofícios litúrgicos.

A impressão que eu tenho é que nossas igrejas e demais instituições religiosas não se preparam para terem em sua congregação pessoas com deficiências físicas. Tudo é feito para receber as pessoas ditas “normais”. Entretanto muitos deficientes podem desejar participar conosco como membros, sócios, parceiros, afiliados, participantes diretos de nossas instituições. Devemos, pois, apelar para que os dirigentes de nossas instituições cumpram as políticas públicas emanadas para facilitarem a vida dos deficientes físicos.

Toda vez que um deficiente físico entra em um lugar e percebe que nada foi preparado para facilitar a sua vida, ele se sente diminuído, humilhado, preterido, pois, a leitura que ele faz dessa falta de preparação é que ninguém o estava esperando mesmo, que ele é demais naquele lugar, que não passa de um estorvo. Todos ficarão olhando para ele como se fosse um “coitadinho”, tentarão ajudá-lo nas dificuldades que encontre não por amor ou por ser ele um igual, mas por ser um limitado, um deficiente, um  humano defeituoso. O efeito que essas coisas produzem na alma do deficiente físico é devastador e indescritível.

Que me perdoem os dirigentes destas instituições, mas qualquer igreja, centro, terreiro, orfanato, asilo, seminário e outras instituições religiosas, por mais humildes que sejam, podem e devem adotar medidas simples para ajudar os deficientes. O que se cobra das instituições, tanto das seculares quanto das religiosas não é que elas promovam políticas, planos e programas de ajuda aos deficientes físicos, visto ser esta uma atribuição do poder público, e sim que elas os implementem! Esta sim é a sua função! Se o governo planeja, as instituições operacionalizam! Como, porém, supervisionar a implementação de tais orientações? Nenhum governo tem condições para fiscalizar uma coisa desse tamanho, dessa amplitude, capaz de atingir todas as repartições públicas e privadas de uma nação. Que fazer então?

Creio que o governo, através daquele órgão específico que mencionei mais acima, poderia exigir de todas as instituições públicas e privadas, incluindo aí as organizações não governamentais, as instituições filantrópicas e as religiosas, relatório sobre a existência ou não de deficientes físicos em seus quadros, bem ainda as soluções adotadas pela instituição para beneficiá-los. Ele poderia também fornecer informações sobre os procedimentos a serem adotados pelas instituições para a implementação de suas políticas. Os fiscalizadores de tais determinações seriam todos os interessados, a partir dos próprios deficientes, visto serem eles os primeiros cidadãos a serem beneficiados. Um número de telefone e diversos endereços eletrônicos seriam disponibilizados pelo órgão responsável para explanação de dúvidas, críticas e envio de sugestões.

O CRISTÃO E OS DEFICIENTES FÍSICOS

Deixei propositadamente este tópico para o final porque desejo falar nele sobre o tratamento a ser dispensado aos deficientes físicos pelos cristãos e assim o farei, não por discriminação a qualquer outro credo que seja, mas por ser eu mesmo um cristão e acreditar que as Escrituras Sagradas fornecem um corpo de doutrinas voltado para a ajuda aos deficientes que outros credos podem não possuir ou que talvez desconheçam.

Creio sinceramente que a primeira postura que um cristão deve tomar com relação aos deficientes físicos é a de querer enxergá-los! Você já leu o episódio do cego de nascença, relatado no Evangelho de João 9?. Nele se diz que “passando Jesus, viu um cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Mestre, quem pecou, este ou seus pais para que nascesse cego?” Foi Jesus quem viu o cego. Seus discípulos apenas o avistaram e mesmo assim, por causa de Jesus. Um deficiente físico é alguém que precisa ser visto, olhado, percebido. Se você não estiver interessado em ver suas questões e sentir suas dificuldades você não os verá e, mesmo que tenha uma dezena deles pertinho de você, eles continuarão “invisíveis”, “intocados”, “impercebíveis” para você.

Visto que o deficiente existe e que é um ser humano tão digno quanto você o próximo passo a dar é revestir-se de uma atitude permanente de respeito para com ele, visto não sabermos por qual motivo aquele indivíduo veio limitado à esta vida ou tornou-se limitado em algum momento dela. LIMITAÇÃO FÍSICA NÃO É SINÔNIMO DE IMPERFEIÇÃO, visto Deus ter assumido a criação do deficiente físico como um projeto de sua santíssima mente (Êxodo 4:10,11). Um espírito perfeito está colocado dentro de um corpo “imperfeito”, limitado, e isto foi assim executado para que o deficiente possa participar dos mais elevados propósitos de Deus.

Outra postura a ser tomada pelo cristão e por todos os demais humanos com relação aos deficientes físicos é a de orar por eles para que sejam curados. Era assim que Jesus, Pedro, Paulo e os cristãos primitivos faziam e é assim também que devemos fazer (João 9 / Atos 3 / ….). Só os Evangelhos registram 8 (oito) casos de curas de cegos feitas por Jesus de maneira miraculosa. Algumas dessas deficiências eram adquiridas; outras, de nascença. Algumas possuíam uma causa natural; outras eram derivadas de espíritos demoníacos. Por todos eles Jesus orou e os curou. Bom é que se diga que os próprios deficientes devem orar pelos outros deficientes!

A alma cristã deve ainda levar o deficiente físico à presença de pessoas dotadas por Deus com o dom da cura divina. Este dom é real e extremamente necessário sendo o único que aparece no plural na orientação que o apóstolo Paulo dera aos crentes da cidade de Corinto (1ª Coríntios 12:9). Muita gente era levada a Jesus e aos apóstolos para serem curados de suas deficiências (Mateus 4:24 / 9:1 / 15:30,31 / 21:14 / …..). O fato de termos orado por um deficiente e ele não ter ficado curado não significa que Deus tenha desistido dele, pois há muita gente no meio cristão com a capacidade de operar milagres. Acessar tais pessoas não significa que tenhamos falta de fé em nós mesmos, mas o reconhecimento de que Deus possui pessoas poderosas, dotadas com um extraordinário dom de restaurar a saúde dos enfermos e dos deficientes físicos. Glória a Deus pelos seus “curadores-divinos”!

Encontramos casos, porém , nas Escrituras, de pessoas que foram com seus próprios pés a Jesus procurando a cura de suas deficiências, como os dois cegos de Mateus 9:27. Sua cegueira não os impedia de caminhar. Outros foram encontrados já dentro da igreja como o homem que tinha uma mão mirrada (Mateus 12:9,10). Alguém os levou até lá ou eles foram caminhando até o Templo. O que esta atitude significa? Significa que o deficiente deve ser o primeiro a procurar pela sua cura! Ele não precisa ficar esperando pelos outros para procurar uma intervenção divina! Se a sua limitação não o impedir de caminhar, então amigo deficiente, caminhe até Jesus, seja curado, e glorifique ao Senhor dos céus!

A ÚNICA POSTURA QUE O CRISTÃO JAMAIS DEVE TER, NEM AINDA ALGUMA OUTRA PESSOA, É A DE USAR O DEFICIENTE FÍSICO PARA DELE TIRAR ALGUMA VANTAGEM. O deficiente físico, ainda que limitado, é um ser humano completo, inteiro, integralmente feito à imagem e semelhança de Deus como qualquer outro ser tido como “normal”, e não um objeto de descarte, de uso-próprio, para dele tirarmos algum proveito. Os Evangelhos (João 9:1-3) e o livro de Atos dos Apóstolos (3:1,2) trazem relatos de pessoas que usavam deficientes físicos para esmolarem em ruas movimentadas ou à frente do Templo. Esta prática é muito comum em vários países, mas como exploração do outro que é, deve ser criminalizada e duramente reprimida nos lugares onde acontece! Tristes são estes casos em que um doente mental e moral, usa um deficiente físico para dele auferir vantagens! Esta ausência de interesse do poder público pelos deficientes físicos se reflete na vida de toda a sociedade, chegando até ao seio de suas famílias. Muitas destas, por saberem que não encontrarão nenhum apoio por parte das autoridades constituídas e instituições públicas especializadas, bem ainda, dos próprios parentes, abandonam os seus filhos à própria sorte, no momento em que estes delas mais precisam.

CONCLUSÃO

Chegando ao final desta palestra devo dizer que fiquei feliz ao descobrir que o Brasil dedica muita de sua atenção para cuidar de seus cidadãos deficientes. Entretanto, sei que nem com toda a legislação elaborada, política pública, programa, ação social, o Brasil será capaz de resolver o problema dos deficientes físicos. Somos um “país-continente” e não possuímos nem gente nem instrumentos capazes de fiscalizarem nacionalmente qualquer orientação emanada pelo Governo. Daí ser necessária a participação de todos. Todos devem ajudar todos a tornarem o Brasil um pais mais justo e mais humano. E se você, como eu, for um cristão renascido, então nossa responsabilidade é maior ainda, pois como disse o Mestre Jesus: “Na verdade quem der um copo de água a qualquer um que tenha sede na qualidade de profeta receberá galardão de profeta”. Conto com a sua ajuda e, o Pai do céu que criou esses filhos limitados para através deles sarar sim as nossas deficiências íntimas, também está contando.

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

l. Limitados Para Crescer

 

Palestra I

LIMITADOS PARA CRESCER

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio, em Realengo, no Rio de Janeiro, em agosto de 2013

INTRODUÇÃO

Não me lembro jamais de ter ouvido um único sermão que fosse sobre a questão dos deficientes físicos. Não sobre os deficientes morais, visto sobre estes a Igreja de Cristo pregar todos os domingos, mas sobre os deficientes físicos. Aqueles que já vêm desde o ventre de suas mães com limitações físicas, quer sejam estas de caráter permanente ou não. Eu mesmo nunca preguei ou ensinei nada sobre o tema. Apenas quando recebi a revelação sobre a reencarnação bíblica é que passei a examinar o assunto com o objetivo de compreendê-lo e de aprender as suas lições. Descobri que a Bíblia não se furta de falar sobre a matéria, e que nós, os que nela cremos, não deveríamos também fazê-lo por podermos aliviar o sofrimento de muitos com os nossos conhecimentos. Em uma nação com aproximadamente 25 milhões de pessoas portadoras de alguma limitação física (14,5%) como acontece em nosso Brasil, segundo o censo do IBGE de 2000, o entendimento espiritual do assunto por parte de líderes de congregações se revela por demais importante e necessário.

O DIFÍCIL CAMINHO DA VIDA

Eu já havia ouvido e visto vários documentários científicos sobre a dificílima luta que os espermatozóides têm de travar para conseguir fertilizar um único óvulo capaz de lhes garantir a sobrevivência e despontar em uma nova forma de vida. Quase todos os cerca de 400 milhões de espermatozóides, lançados pelo homem em uma única ejaculação, morrem durante a longa corrida que têm de fazer do colo do útero até o óvulo feminino. Apenas um e, excepcionalmente dois ou três, conseguirão lograr êxito em tão terrível batalha! O caminho para a vida não é nada fácil, mas entremeado de muitos e perigosos obstáculos! Cada etapa superada pelos espermatozóides só faz surgir outra pior ainda que elimina mais alguns milhões deles, reduzindo drasticamente o número dos concorrentes. O caminho para a vida passa necessariamente pelo caminho da morte. O objetivo dessa eliminação maciça, catastrófica, é, segundo a ciência, permitir que os espermatozóides mais capacitados possam se fundir com o óvulo e se transformar com este em novos seres humanos, melhores preparados e capacitados para enfrentar os novos desafios da nova vida!

No mundo animal, por vezes, acontece de um espermatozóide fecundar e uma cria aleijada ser concebida, mas esta, quando não é logo eliminada pela mãe, é abandonada à própria sorte para enfrentar sozinho os rigores da natureza. A mãe animal instintivamente sabe que a cria deficiente não está habilitada para a sobrevivência e para a evolução de sua espécie e por isso dá rapidamente um jeito de eliminá-la. Mas seres humanos não são animais! Seres humanos não são descartáveis! Cada criatura humana é um fantástico projeto de vida programado e “engenheirado” pelo Divino e deve ser preservado e cuidado por todo o grupo social envolvido desde o seu início. E é exatamente aqui que entram as minhas considerações: Como é que um espermatozóide doente, fraco, limitado, pode chegar à frente de milhões e milhões de tantos outros sadios, vigorosos, cheios de potencialidades, se o objetivo da corrida até o óvulo é justamente eliminar os menos habilitados para a vida e fortalecer a espécie da qual ele se origina? Como pode o óvulo “se abrir” para um espermatozóide doente, menos capaz, e “se fechar” para outros mais habilitados para a perpetuação da vida? Que tipo de sistema evolutivo pode funcionar assim? Acaso a “máquina de leitura química” do óvulo está defeituosa, emperrada, não conseguindo fazer a leitura correta do espermatozóide perfeito que deverá ser fecundado ou será que ela consegue ler coisas que escapa, ainda hoje, ao nosso entendimento e visão?

Creio que a resposta a essas perguntas é muito mais transcendental do que científica, e pode, com certeza, ser encontrada nas páginas da Bíblia Sagrada. Segundo as Escrituras é Deus mesmo quem determina para o óvulo qual espermatozóide, dentre todos aqueles milhões e milhões de outros, ele deve deixar passar e com ele se unir quimicamente para a construção de um novo indivíduo! O rei Davi disse em um de seus belos Salmos: “Eu te louvarei, Senhor, porque de um modo terrível, e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado, e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas essas coisas foram sendo escritas; as quais iam sendo dia-a-dia formadas, quando nem ainda uma delas havia (Salmo 139:14-16). Segundo o rei Davi, o ser humano é uma construção de Deus, uma arquitetura do Divino, que o conhece antes mesmo que este possa adentrar no ventre de uma mulher e que acompanha o seu desenvolvimento quando ainda é um embrião – em suas palavras – se encontra ainda informe (sem forma). Jó, um dos Patriarcas bíblicos mais antigos que conhecemos também disse: “As tuas mãos me fizeram e me entreteceram; e, todavia, me consomes. Peço-te que te lembres de que como barro me formaste, e de que ao pó me farás tornar. Porventura não me vazaste como leite, e como queijo não me coalhaste? (Acho interessantíssima essa linguagem de Jó!) De pele e carne me vestiste e de ossos e nervos me entreteceste. Vida e beneficência me concedeste, e o teu cuidado guardou o meu espírito (Jô 10:8-12).

Por essa determinação do Divino, o fraco se torna forte e o limitado, pleno de condições para a vida! A “leitura química” que o óvulo faz dos espermatozóides deveria ser capaz de eliminar os “deficientes” e permitir que apenas o melhor dentre eles pudesse dar continuidade à espécie, mas ainda assim o óvulo “escolhe” o espermatozóide “doente”, “limitado”, “fraco”, para tornar-se um com ele, pois, contra todas as evidências e possibilidades científicas, é exatamente este espermatozóide “deficiente” quem está melhor preparado para cumprir o propósito divino da construção de uma nova criatura! Quanto aos outros milhões e milhões de competidores que morrerão pelo caminho, estes apenas servirão de paredes de proteção para o “candidato de Deus” que deverá se sair vencedor daquele dificílimo desafio e demonstrar a todos os seres existentes no universo, quão fantástico, difícil e misterioso é o caminho que conduz à vida!

DEUS, O DOADOR DA VIDA

As Escrituras ensinam que Deus, e apenas Deus, é o doador, o mantenedor e o destruidor da vida. Ela inicia suas páginas contando como Deus criou o homem e soprou em suas narinas o seu próprio fôlego de vida. Como Ele lhe proveu alimentos e condições para manter-se sadio (Gênesis 1:26-30 / 2:7). O homem é um projeto divino que deve se desenrolar no tempo pelo tempo que o seu Criador desejar. Qualquer um que intente abreviar esse tempo se rebela contra o Senhor e interfere em seus desígnios. Por isso, cada ser humano vive exatamente o tempo que deve viver com toda sorte de percalços que possa ter. Todo ser humano que vem a este mundo vem envolto em um invólucro próprio, em um corpo designado por Deus para que este desenvolva a sua vida na terra.

Mas nem todos os corpos que os humanos receberão estarão completos, inteiros, acabados. Alguns virão com limitações, deficiências, anomalias. Em alguns casos, com terríveis e dolorosas aberrações! Se o meu prezado leitor é um deficiente físico ou possui uma aberração muito grande, com certeza já terá se perguntado mil vezes qual o propósito de Deus em tê-lo criado e em tê-lo mantido vivo! “Não é Deus um ser onisciente, que sabe todas as coisas? Pergunta o amado. Então por que permitiu que eu nascesse assim, com pouquíssimas chances de sobrevivência, sofrendo discriminações e dores o tempo todo e ocupando tanta gente com atenção e cuidado? Que propósito pode ter um Ser Divino, Poderoso, Inteligente, em manter uma criatura minúscula “defeituosa” assim? Não é isto muito mais uma expressão de maldade, de falta de misericórdia, de abandono, do que de amor da parte de Deus? Será que Ele não se descuidou por um momento e me deixou “passar” inadvertidamente para a vida?”

Isto me remete imediatamente ao livro de Êxodo 4:10,11 (o 2º livro da Bíblia) onde o Senhor ordenou a Moisés ir ao Egito para falar com o seu governante e pedir-lhe a soltura de seu povo. Moisés se mostrou todo reticente dizendo ser muito pesado de língua e não ter a eloqüência necessária para convencer ao Faraó. Tanto Moisés se desculpou que o Senhor lhe respondeu com veemência: “Quem fez a boca do homem? Ou quem fez o mudo ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o Senhor?” (Êxodo 4:10,11). Pasme, meu amigo leitor! Essa declaração é textualmente verídica e partiu da boca do próprio Deus! Você pensava que era “um nada”, “um coisa nenhuma”, “um Zé ninguém”, um ser insignificante nascido por “um descuido de Deus”, mas o Pastor Olívio acabou de lhe demonstrar biblicamente que DEUS MESMO SE RESPONSABILIZA PELA CRIAÇÃO DO DEFICIENTE E POR SUA DEFICIÊNCIA FÍSICA TAMBÉM! E se Ele se responsabiliza pessoalmente pela criação de algo é porque Ele tem um propósito definido com este algo, pois Deus não é um Ser alienado, insano, que não sabe o que faz! Se Ele afirma que criou o mudo, o surdo, o cego, ou qualquer outro deficiente físico e, a despeito de possuir Ele todo o poder do mundo para não fazê-lo ou para curá-lo, não o faz, então é porque Ele tem um propósito muito definido e todo especial para com a vida deste indivíduo, pois Deus não faz coisa alguma que não tenha propósito, não tenha objetivo, não tenha alguma função!

Todo indivíduo que vem ao mundo, vem com um propósito definido. Eu, você, o bebe natimorto, o avô de muitos anos. Ninguém jamais pode acusar Deus de não ter um propósito para com a sua vida. Muitos de nós podemos desconhecer qual seja esse propósito, mas ainda assim ele existe. Só que para cumprir esse propósito, alguns devem vir limitados, contidos, com restrições, mas ainda assim, sob os ternos cuidados e assistência de Deus! PODE VIBRAR, MEU AMIGO DEFICIENTE! PODE VIBRAR! Você acabou de descobrir biblicamente, pelas palavras do próprio Deus, que Ele tem um propósito pessoal e especial com a sua vida! O Deus dos homens sadios é também o Deus dos deficientes físicos! Uau! Como isto faz vibrar a minha alma! Nada, pois, de se desesperar da vida! Nada, pois, de ficar enchendo a cabeça com pensamentos tolos e suicidas! Louvado seja o meu Deus, e louvado seja o teu Deus, para todo o sempre, amigo deficiente!

O PROPÓSITO DIVINO DAS LIMITAÇÕES FÍSICAS

Mas se Deus possui um propósito específico com a minha vida de deficiente, será que eu posso descobri-lo? Pergunta o amado. Creio que sim, querido! Este propósito pode ser encontrado no Evangelho de João 9:1-3, onde os discípulos de Jesus ao encontrarem um cego de nascença, mendigando na estrada, perguntaram ao Senhor: “Mestre, quem pecou, este ou seus pais para que nascesse cego?” Note que os discípulos não estavam questionando a Jesus sobre o propósito de Deus com a cegueira congênita na vida daquele homem, mas sim tentando descobrir quem seria o responsável por ela – se seus pais terrenos, mediante uma enfermidade hereditária, ou se o próprio deficiente, por algum pecado cometido em uma vida anterior, pois no entendimento dos discípulos, nascer alguém com alguma limitação física era conseqüência direta de algum pecado, tanto que iniciaram a questão perguntando a Jesus: “Quem pecou?” Na visão destes seguidores de Cristo o que acontecia no plano espiritual tinha um rebatimento direto no plano material.

É fato que a entrada do pecado no mundo trouxe enfermidades e dores para a humanidade (Salmo 90:8-10 / Isaías 53:4,5 / Romanos 5:12). O próprio Cristo dissera para um paralítico, que curara, após este ter ficado 38 anos com aquela enfermidade: ”Eis que já estás são: não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior” (João 5:1-15). Ele estava reafirmando o ensino das Escrituras Hebraicas de que os nossos pecados nos trazem doenças, dores, aflições e outras tantas dificuldades. Muitos foram os deficientes físicos que os Evangelhos relatam que o Cristo curou, mas o caso deste cego de nascença se reveste de EXTREMA IMPORTÂNCIA por ter o Cristo nos revelado o propósito das deficiências físicas inatas, congênitas, trazidas pelo indivíduo desde o ventre de sua mãe – mesmo aquelas que não se manifestarão de imediato, mas que irão se manifestar em outras fases mais avançadas da vida. Você não está animado para descobrir qual seja este propósito, prezado leitor?

Observe, primeiramente, que Jesus não negou as alternativas apresentadas pelos seus discípulos, tanto em relação a origem quanto em relação aos responsáveis pelas deficiências físicas inatas, até porque elas estavam mesmo corretas. Uma pessoa podia realmente vir limitada desde o ventre de sua mãe como conseqüência de algum pecado cometido por seus pais ou por ela mesma em uma vida passada, pretérita (Por favor, leia a Palestra V, do tema Reencarnação, sob o título “Os Discípulos de Cristo e a Reencarnação”, neste mesmo Site). O Mestre resolvera ampliar ainda mais a compreensão que os seus discípulos já tinham sobre o assunto. Note que eles haviam Lhe perguntado: “Mestre, quem pecou, este ou seus pais para que nascesse cego?”. Ao que Jesus lhes respondeu: “Nem ele pecou, nem os seus pais, mas foi assim para que nele se manifestem as obras de Deus”. Fantástica esta revelação de Jesus! Do lugar em que seus discípulos pararam, Ele continuou a lição. O objetivo das deficiências físicas, segundo o Mestre Jesus, não era o de revelar a gravidade do pecado na vida dos homens, pois isto toda forma de sofrimento já o fazia; não era ainda o de revelar quão grandes pecadores eram os seus portadores em relação aos demais homens pelo horror de suas anomalias, pois sofrimentos há na vida dos homens que são maiores e mais vergonhosos do que uma deficiência corporal; não era ainda fazer com que todos olhassem o deficiente como um maldito de Deus pelo seu pecado, visto a Bíblia ensinar que todos os que cometem pecado estão debaixo de maldição. Segundo o Mestre Jesus, DEUS MESMO DESEJARA QUE AQUELE HOMEM NASCESSE CEGO! Porém, muito mais do que isto Ele afirmou que AS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS ERAM O MEIO EMPREGADO POR DEUS PARA FAZER AS SUAS MARAVILHOSAS OBRAS SE MANIFESTAREM NA VIDA DO DEFICIENTE FÍSICO!

Uau! Que demais! Que fantástico esse Mestre Jesus! Por esta os sés discípulos não esperavam! Nem o meu amigo leitor também! Ao fazer uso da expressão “para que”, Cristo ensinou que as deficiências físicas não eram o fim para o deficiente físico, não eram o limite onde ele poderia chegar, mas sim o ponto certo, ideal, para Deus levá-lo a algo maior, mais nobre, mais sublime, mais elevado! O limite da maldição era sim, o início da benção! A Bíblia diz que Deus transforma a maldição em benção! O Mestre ultrapassara o porquê (motivos, causas, razões, origens) e o quem (pessoas, indivíduos), que já eram do conhecimento de seus discípulos, e entrara no para que (propósitos, metas, objetivos, intenções) de uma maneira nunca antes vista ou imaginada! Se os seus discípulos e os judeus achavam que nascer alguém com uma deficiência física era um sinal da maldição de Deus, Cristo iria mostrar que maldição alguma era suficiente para deter o Senhor que a ultrapassaria, que iria além, transformando a maldição em benção! Nascer uma pessoa com determinada deficiência física era a vontade de Deus para aquela vida, como as Escrituras já o ensinavam, mas manifestar naquela mesma pessoa as suas maravilhosas obras era também objeto da vontade Divina! Aqui a fantástica e diferenciadora revelação de Jesus!

AS MARAVILHOSAS OBRAS DE DEUS NA VIDA DO DEFICIENTEFÍSICO

Mas que obras seriam estas que Deus queria que se manifestassem na vida daquele homem? A continuação de sua história no Evangelho de João 9 nos informa: 1º) Jesus curou a cegueira daquele homem (9:7); 2º) alegrou muitíssimo o coração de seus pais e de seus queridos com a sua cura (vs. 18-22); 3º) trouxe contradição para os adversários da fé (vs. 13-18); 4º) libertou espiritualmente o ex-cego (35-38); 5º) promoveu a salvação de muitos que viram aquele milagre e creram no Senhor Jesus como o enviado de Deus (10:21). A mesma coisa aconteceu com o homem coxo de nascença que era colocado todos os dias à porta do Templo de Jerusalém para esmolar (Atos 3 :1-26 / 4:1-22). Os apóstolos Pedro e João o curaram usando o Nome de Jesus e ele “saltando, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no Templo: andando e saltando, e louvando a Deus” (3:8). O apóstolo Pedro pregou o Evangelho aos que conheciam aquele homem e que testemunharam o seu milagre (3:9,10) e o número dos que creram em Jesus chegou a quase cinco mil pessoas (4:4). Resultados semelhantes encontramos em Atos 14:8-22, onde o apóstolo Paulo orou em um homem coxo desde o ventre de sua mãe, na cidade de Listra, e este ficou curado. O impacto daquele milagre nas pessoas que o presenciaram foi tão grande que os cidadãos da cidade de Listra queriam sacrificar animais a Paulo e a seu amigo Barnabé como se eles fossem deuses! Há outros milagres de coxos relatados na Bíblia, mas como ela não diz que eles eram deficientes desde o ventre de suas mães, eu não os destaquei aqui, mas apenas os relacionei (Mateus 11:5 / 15:31 / 21:14 / Luc. 7:22 / Atos 8:7). Se o leitor faz parte do grupo dos deficientes físicos inatos, congênitos, saiba que a glória de Deus pode se manifestar em sua vida a qualquer momento e, através dela, em outras vidas também a exemplo do cego de nascença do Evangelho e dos homens coxos do Templo de Jerusalém e da cidade de Listra!

“Mas como vou ficar sabendo se estou ou não inserido neste grupo, Pastor Olívio? Milhares e milhares de pessoas há que nascem com limitações, anomalias e aberrações e ninguém diz para elas que elas nasceram assim “para que nelas se manifestem as obras de Deus”, até porque se assim fosse, todos os deficientes físicos de nascença deveriam ser curados sobrenaturalmente pelo Senhor e sua cura utilizada como instrumento de salvação de muitos! Ao contrário disto, milhares e milhares de deficientes congênitos recebem orações, fazem promessas, vivem uma vida pia e, ainda assim, permanecem doentes. Por quais razões eles não são curados, Pastor Olívio? Como nós, deficientes físicos, podemos saber quem nasceu ou não para ser curado?”

NÃO PODEM! Nenhum deficiente o pode, nem ainda algum guia espiritual. Apenas o Senhor Deus o sabe, pois que essa questão foi “acordada” entre o deficiente físico e o Senhor quando ainda no mundo espiritual. É uma questão Kármica, envolvendo dívidas morais passadas. Observe que o cego de nascença e o homem coxo do Templo não estavam expectantes acerca de nada na vida, não estavam esperando receber coisa alguma a não ser uma esmola! Eles não estavam rezando, fazendo promessas, lendo livros sagrados ou qualquer outra atividade religiosa! Não estavam esperando que alguém os curasse ou os levasse à Igreja para receberem um milagre! Nenhum deles tinha expectativa de ser curado de suas deficiências e sim de recolherem o suficiente para o almoço do dia e quiçá, mais algum dinheiro para levarem para casa! Um cego é alguém que precisa ser visto e um coxo, alguém que precisa ser carregado. Toda manhã, estes dois homens eram levados por alguém e deixados em locais específicos até a noitinha, quando as atividades cessavam: um era deixado em uma rua costumeira e o outro á porta do Templo por serem lugares melhor freqüentados!

Não podemos, pois, dizer que eles foram curados pela sua fé, pois não a estavam exercendo para serem curados, mas sim para ganharem algum dinheiro! Foi a autoridade espiritual de Jesus que levou o cego a fazer o que Ele lhe mandava fazer e ficar curado (João 9: 4-7). Quanto ao coxo do Templo foi também a autoridade espiritual de Pedro que o levou a acreditar em sua palavra após a determinação do apóstolo (Atos 3:1-8). Já o coxo da cidade de Listra possuía fé para ser curado e o apóstolo Paulo não deixou que essa ficasse vazia, sem receber alguma resposta, e o curou (Atos 14:8-10). Em todos esses casos vemos que Deus mesmo se preocupou em terminar com o sofrimento dos atormentados. Foi Ele quem tomou a iniciativa de levar Jesus por aquele caminho onde estava o cego; foi Ele quem levou Pedro e João a olharem para aquele coxo entre tantos outros enfermos ali colocados; foi Ele ainda quem levou Paulo à fugir de uma perseguição para a cidade de Listra onde encontrou um varão deficiente que tinha fé para ser curado. Tudo isto nos ensina que o agente de Deus deve estar sempre em comunhão com o Altíssimo a fim de ser instrumentalizado quando Deus quiser, pois curar deficientes congênitos é mais que uma cura divina, é uma libertação de uma prisão Kármica! Esta é a razão de não vermos curadores espirituais curando deficientes de nascença em quantidades iguais aos que se tornaram deficientes por algum motivo, em alguma outra fase da vida. Há muita diferença entre curar alguém que se acidentou ou ficou enferma e adquiriu uma deficiência física em alguma fase de sua vida, e alguém que já nasceu trazendo uma carga Kármica que só será suspensa quando o tempo do “acordo” feito entre o indivíduo e o Senhor terminar.

OS FANTÁSTICOS “ACORDOS ESPIRITUAIS”

“Mas que “acordos espirituais” são estes? Você pergunta. Nunca ouvi ninguém falar sobre isso! Será que o Pastor Olívio não está fantasiando com a fé? Como é que ele sabe da existência desses “acordos”? De onde é que ele tirou essa idéia? Como sabe ele que é exatamente isto que acontece lá do “outro lado”?

Quando Jesus respondeu aos seus discípulos dizendo que aquele cego nascera daquele jeito porque fora do agrado de Deus que isso acontecesse para nele manifestar as suas obras, Ele estava nos revelando a existência desses tais “acordos”, pois se Deus era o responsável direto pela criação do deficiente físico e sua deficiência e não um distúrbio físico natural ou uma disfunção genética como se poderia pensar, e se podia retirar a deficiência de alguém levando-o a uma posição abençoadora mais elevada, mais nobre, em algum momento de sua vida mediante uma cura e não o fazia – tendo em vista que nem todos os deficientes físicos eram por Ele curados – era porque ou Ele determinara isto por sua única e exclusiva vontade, sem ter sofrido a interferência de alguém, ou isto poderia ter sido acordado entre as duas partes, de maneira que todos os envolvidos saíssem ganhando!

Ora, Deus não é um pavão vaidoso, presunçoso, chamativo e nem ainda um vil tirano. Como poderia o Ser mais pleno de sabedoria, justiça e amor em todo o universo impor tiranicamente a sua vontade sobre alguém, deixando-o cego, em trevas, a viver como um mendigo na humilhação, por dezenas e dezenas de anos, só para que as suas obras nele se manifestassem? Como poderia fazer alguém nascer aleijado de suas duas pernas, alienado das coisas belas do mundo, deixado como um peso morto pelos seus parentes todo o dia na porta do Templo para mendigar e ser recolhido à tarde para sua casa, durante mais de 40 anos, como acontecia com o coxo do Templo, só para mostrar aos homens a sua glória? Acaso precisa Deus humilhar seres ínfimos para, através deles, mostrar o seu resplendor? NÃO, ELE NÃO PRECISA, E NÃO O FAZ, mas pode dar a estes a oportunidade de participarem de sua imensa dignidade, de sua elevadíssima honra, de sua exuberante glória, permitindo que tais humanos sejam instrumentalizados para abençoar outras pessoas e, através desta instrumentalização, a si mesmos! Isto Ele pode fazer e é exatamente isto o que Ele faz!

Foi mediante um “acordo espiritual” feito com o Senhor, que aquele homem do Evangelho aceitou entrar cego “na vida”, como dissera Jesus em Mateus 18:8,9 e Marcos 9: 42-50, e viver em condições humilhantes pelo tempo em que vivera, sem ver o mundo belo com as suas atrações fatais, sendo protegido do pecado pela sua própria cegueira e ser preparado para ser um instrumento de salvação de muitos! Tempo haveria em que Deus o curaria e a primeira pessoa que ele veria em toda a sua vida seria a pessoa do Senhor Jesus! E o que dizer do coxo que era colocado na porta do Templo para esmolar? Ele também aceitara ficar mais de 40 anos como um aleijado, pobre e mendicante para, no tempo certo, receber a sua cura por parte de dois dos maiores apóstolos de Cristo, cumprir o seu desejo de finalmente poder entrar no Templo e ver cerca de 5.000 pessoas recebendo a salvação de Cristo! Quanto ao homem coxo da cidade de Listra este vira o grande apóstolo Paulo em pessoa e a tremenda revolução que sua cura provocara nos cidadãos daquela localidade! Muitos deles aceitaram o Evangelho de Cristo! (Atos 14:21,22).

Nas passagens dos Evangelhos acima citadas Cristo ensinava os seus discípulos sobre os escândalos produzidos por alguém e o que se devia fazer para estes serem descontinuados. Ele dizia: “Se tua mão ou o teu pé te escandalizar (te levar continuamente ao pecado), corta-o e atira-o para longe de ti: melhor te é entrar na vida coxo, ou aleijado, do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo do inferno (Gehena de fogo). E se o teu olho te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti. Melhor te é entrar na vida com um só olho, do que, tendo dois olhos, seres lançado no fogo do inferno (Gehena de fogo)”. (Mateus 18:8,9). Cristo não estava se referindo as atividades literais de cortar partes do corpo e lançá-las para longe de si a fim de não pecar mais, pois o pecado é uma decisão da mente, que pode ou não se exteriorizar no corpo. A mente continua a desejar o mal mesmo quando o indivíduo não tem mais o respectivo órgão para instrumentalizá-lo. Ninguém, em sã consciência, corta os pés, as mãos, ou arranca os olhos em vida, para se livrar de algum hábito pecaminoso. Qualquer um que fizesse isto e o teríamos por louco, insano, desajustado. Quando Cristo fez estas declarações ninguém saiu a cortar os seus órgãos e partes do corpo para ficar mais santificado! Não existem registros históricos de amputações em massa de órgãos ou de partes do corpo em Israel, á época deste discurso, em obediência a ordem do Mestre! Nem ainda em Cafarnaum, cidade onde o Mestre estava quando proferiu estas palavras! A que estava se referindo o Cristo então?

Ele estava se referindo aos misteriosos “acordos espirituais”, feitos nas regiões invisíveis, nos quais um espírito cheio de vícios pecaminosos e taras morais, aceita “cortar”, “amputar”, “eliminar”, aquilo que escapa ao seu controle moral e o leva a pecar continuamente, a cometer escândalos após escândalos. Mediante um acordo espiritual feito entre esse espírito que vai adentrar no mundo e o responsável pela sua introdução no mesmo, a saber, Deus, o indivíduo aceita vir limitado fisicamente, “amputado” fisicamente, para que o seu crescimento espiritual possa ser acelerado. Dizemos “aceita” porque o crescimento espiritual não pode ser algo imposto, forçado, coercitivo, mas algo desejado tanto pelo indivíduo que o propõe, quanto pelo indivíduo que o necessita. Daí Jesus ter falado que é o indivíduo quem deve tomar a iniciativa e a decisão de realizar a tal “amputação espiritual” que o limitará no físico, no corpo material. O espírito então “entra na vida” com uma ou várias limitações físicas (coxo, cego, aleijado, etc.) para que possa viver em plenitude o céu, ou seja, tenha “a vida eterna”, e os que vivem ao seu redor, por não conhecerem os desígnios de Deus para aquela pessoa, se sobrecarregam de pena, de dó, e de tristeza por mais um deficiente físico ter adentrado no mundo!.

A “Parábola dos Trabalhadores e das Diversas Horas de Trabalho”, registrada no Evangelho de Mateus 20:1-16, fala desses fantásticos “acordos espirituais”. Vários trabalhadores estavam ociosos na praça (mundo invisível), sem trabalho algum, até que o proprietário da vinha chegou e os contratou para nela trabalharem. Ele acordou o pagamento com cada um deles, que foram sendo contratados em diferentes horários do dia. No cair da noite, quando o dono da vinha foi lhes fazer o pagamento, alguns quiseram reclamar do salário recebido por terem visto outros trabalhadores, que foram contratados para poucas horas de serviço, recebendo proporcionalmente mais do que eles, mas o senhor da vinha não aceitou tais reivindicações dizendo-lhes que o salário havia sido acordado de antemão entre eles. Você pode ler mais sobre esta Parábola em meu livro disponibilizado neste site.

Por ter vindo o indivíduo do Evangelho cego, podemos conjecturar que sua dificuldade espiritual estava no mau uso que fazia de seus olhos e os outros dois que vieram coxos, com alguma dificuldade espiritual nas pernas que os levava continuamente a lugares obscuros, infames, e daí a pecar, mas, com muitos ou, com apenas um só pecado no coração, todos reencarnariam, de qualquer maneira, como nos ensinou o Cristo no seu Bendito Evangelho (João 5:21-26 / Mateus 18:23-35) visto o planeta Terra não ser o lugar de pessoas inocentes, puras, mas sim de pecadores com dívidas morais, pois todos os que estão vivendo na terra, estão devendo alguma coisa a alguém. O grande diferencial entre esses deficientes e os demais estava no “acordo espiritual” que fizeram com o Senhor antes de entrarem nesta vida! Eles viriam sim limitados fisicamente, mas no tempo certo, no tempo acordado entre ambos, neles se manifestariam “as obras de Deus” e toda a sua limitação física terminaria!

Se pela história do cego de nascença, descrita no Evangelho de João 9:1-4, pudemos inferir a existência dos “acordos espirituais” e pelo texto da Parábola dos Trabalhadores e das Diversas Horas de Trabalho relatada em Mateus 20:1-16 pudemos encontrá-los, na pregação de Jesus sobre os escândalos pudemos ver como tais “acordos” se processam, como ele acontecem “lá do outro lado”.

LIMITADOS PARA CRESCER

Com base nesses ensinamentos podemos afirmar que todos os deficientes físicos congênitos vêm ao mundo assim limitados não para se sentirem “coitadinhos”, “humilhados”, “abandonados pela Divindade”, mas sim para crescerem I-LI-MI-TA-DA-MEN-TE! Alguns receberão a sua cura física e com isto manifestarão, em si mesmos, as maravilhosas obras de Deus. Outros, porém, não receberão cura alguma, não receberão visitas de homens santos, nem terão respostas as suas preces de cura, mas permanecerão “contidos em seu corpo”, presos no seu “cativeiro corporal” por fazer isto parte do “acordo espiritual” estabelecido entre eles e o Senhor Deus. Tanto num, quanto noutro caso, porém, as “obras de Deus serão neles manifestas”, só que em um, elas serão visíveis aos homens, serão manifestas e em outro, elas não aparecerão, mas ficarão ocultas.

A limitação orgânica a que alguns estão sujeitos, longe de ser um castigo imposto pelo Divino, é um ato de bondade, uma benção acordada entre o indivíduo e o Senhor nas regiões espirituais. Não se trata de nenhuma malformação do feto ou de alguma anomalia infantil natural, pois sem a presente “contenção corpórea” a que o indivíduo está sujeito, o atual e necessário “aprisionamento físico” de seu espírito em seu corpo limitado, o indivíduo voltaria a cometer os seus antigos e horrorosos pecados, o que o enredaria ainda mais em sua “prisão kármica” da qual ele poderia nunca mais sair. A sua limitação corporal é a melhor chance que ele tem de se achegar ao Senhor, pois é apenas o seu corpo que é limitado, não o seu espírito!

Se tais indivíduos serão ou não alcançados pelo Cristo Salvador na manifestação de vida presente, como aconteceu com os indivíduos citados nesta Palestra, não o sabemos, mas fica evidenciado que o desconforto limitante da situação pela qual eles passam, é uma das formas graciosas com que Deus os abençoa, a fim de aproximá-los mais rapidamente de Si e de seu maravilhoso céu!

CONCLUSÃO

Quando entendi todas essas coisas, deixei de ter “pena” dos deficientes físicos e mentais, dos designados como “aberrações humanas” e passei a sentir amor, respeito, e admiração por todos eles, pois a Palavra de Deus me fez ver quão grandes e nobres são estes indivíduos que aceitam vir ao mundo como aleijados, deformados, rejeitados, diminuídos, para poderem avançar a largos passos na senda do conhecimento espiritual! Não é isto realmente fantástico, amigo leitor? Não são estas atitudes dignas e próprias de seres inteligentes e elevados? Quantos de nós não tivemos a nossa vida e a de nossa família transformadas para melhor pela presença de um deficiente em nosso meio? Quantos deficientes físicos não tem servido de inspiração para a humanidade com seus exemplos de superação, de dignidade e de amor diante de suas dificuldades? Muitos indivíduos, porém, tidos como “normais”, têm entrado “na vida” com dois pés, duas mãos e um par de olhos perfeitos, como dissera o Mestre Jesus em seu duro discurso, mas estão se perdendo para sempre por fazerem escolhas tolas e ruins.

No entendimento do Pastor Olívio, todo deficiente físico, seja esta deficiência de nascença ou não, deveria sim procurar a sua cura milagrosa indo a locais sagrados, procurando homens santos possuidores do dom da cura divina e recebendo deles oração. Quem sabe se o tempo de soltura de sua prisão kármica já tem terminado? Quanto aqueles que já receberam a certeza íntima de que não deveriam mesmo serem curados por entenderem que sua cura poderia ser a sua perdição, creio que os seus cuidadores deveriam investir ao máximo no aumento de sua qualidade de vida, a fim de minimizar os sofrimentos do deficiente. O louvor deste deficiente ao seu Criador que, agora ele sabe, o limitou para a salvação, deve ser sincero, belo e continuado. Afinal de contas, Deus quer a cura e a salvação de todos, como nos ensinou o Senhor Jesus em seu Santo Evangelho, só que com alguns, Ele os liberta de sua prisão para a vida, e com outros, Ele os mantêm em prisão para que vivam!

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

l. Quando Só Viver Não Basta

 

Palestra I

QUANDO SÓ VIVER NÃO BASTA

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em Outubro de 2014

INTRODUÇÃO

Eu estava voltando de um evento missionário na Igreja que meu genro freqüenta quando meu filho mais novo me avistou na esquina da rua que leva à minha casa. Ele me interpelou com alguns amigos seus, visivelmente agitado. O Pastor da Igreja que ele visitara fora convidado a fazer uma palestra para líderes em outro estado de meu país, o Brasil, mas alguns dias antes, um Pastor, amigo seu, que iria participar do evento por já ter se cadastrado para tal, fora encontrado enforcado em sua casa. Os resultados das investigações indicaram que o Pastor se suicidara. Aparentemente, nada havia que pudesse levar alguém a dizer que o suicídio deste Pastor acontecera em decorrência de problemas financeiros, conjugais, congregacionais, ou outro qualquer que estivesse mal resolvido. O referido Líder era muito querido de todos em sua cidade e Igreja, ao ponto de o Prefeito da cidade em que ele vivia ter decretado luto municipal! O que teria acontecido para levar aquele homem de Deus a se enforcar? O choque da morte desse Pastor fora tão grande no coração do Pastor da Igreja que meu filho visitara que ele dissera de púlpito que tinha toda a convicção em Deus de que aquele outro Pastor seu amigo seria salvo e que ele iria encontrá-lo no céu! Daí a agitação de meu filho ao me perguntar: “E aí, pai, o que você acha? Este Pastor está certo em ter dito isto ou não? Um suicida pode ser salvo? A Bíblia não diz que os suicidas não entrarão no reino do céu?”

Eu então tentei dar-lhe as respostas sobre os seus questionamentos ali na hora e discorri um pouco sobre os tipos de suicídios que eu conhecia. Mais tarde, uma pesquisa no site da Wikipédia me ajudou bastante na elaboração desta Palestra. Vamos examinar quais são esses tipos, mas antes, porém, vamos entender a diferença entre suicídio e homicídio.

SUICÍDIO VERSUS HOMICÍDIO

Suicídio ou autocídio é o atentado do indivíduo contra a sua própria vida e que traz como consequência o seu falecimento. Já o homicídio é o atentado consciente do indivíduo contra a vida de outros e que traz como resultado a morte destes. As diferenças entre ambos ficam por conta de quem sofre o atentado – se o próprio indivíduo, ou se terceiros – e, o número dos que são vitimados por tais atentados – pelo suicida, só ele mesmo; e, pelo homicida, um número ilimitado de vítimas. Quanto à semelhança, esta fica por conta de ambos os atos levarem a vitima à morte. A grande questão a ser examinada, porém, é se o suicídio ou autocídio é um tipo de homicídio, visto tirar a vida de um ser humano e Deus dizer claramente em sua Palavra que os homicidas serão lançados no Lago de Fogo (Apocalipse 21:8) e não entrarão no reino dos céus (Apocalipse 22:15).

Bom é que se diga que a palavra “suicídio” não existe na Bíblia, apesar de o seu ensinamento ser claramente demonstrado nela. E este ensinamento declara que, se alguém tira a vida de um ser humano, mesmo que seja a sua própria vida, torna-se um homicida. Sim, todo suicídio é um homicídio, ENTRETANTO, nem todo suicídio decorre de uma ação voluntária, consciente, intencional. E se não decorre de uma ação intencional, proposital, volitiva, não pode ser caracterizada como pecado, como transgressão, como rebeldia contra a Lei de Deus, pois o pecado para ser caracterizado como pecado tem de ser intencional. Não sendo tal ação voluntária, o indivíduo que cometeu esse tipo de ato não pode ser julgado, condenado e apenado. O resultado prático disto é que não podemos enquadrar todos os atentados contra a própria vida como suicídios, pois apenas Deus que conhece o íntimo de cada um, sabe o que se passa em cada coração, pode afirmar com certeza se o indivíduo que praticou tal ato o fez conscientemente, desejoso de fazê-lo, ou se o praticou destituído de intenção alguma, sem responsabilidade sobre o próprio feito. Por esta compreensão ficamos livres de julgar os nossos irmãos, de assumir o posto hipócrita, indevido e fracassado em que Deus NÃO NOS COLOCOU de seus juízes.

OS RELATOS DE SUICÍDIO NA BÍBLIA

As Escrituras não se omitem de falar sobre o suicídio, nos apresentando quatro casos de pessoas que tiraram suas próprias vidas. São eles: a) Sansão, um dos mais destacados juízes de Israel, cujo evento se encontra narrado no livro de Juízes 16:23-31; b) o rei Saul e o seu escudeiro, com sua narrativa no 1º livro de Samuel 31:1-5; c) e Judas, o apóstolo traidor de Jesus, com sua história relatada no Evangelho de Mateus 27:1-10 e no livro de Atos 1:15-19.

No primeiro caso, o poderoso juiz Sansão fora feito prisioneiro dos filisteus, povo contra o qual a nação de Israel se encontrava em guerra. Eles ficaram tão alegres por terem aprisionado Sansão que foram dar uma festa de agradecimento ao seu deus Dagom. Tão logo os filisteus aprisionaram a Sansão, arrancaram os seus olhos de suas órbitas e o puseram para girar uma pesada pedra de moer grãos, no cárcere. Agora eles queriam que Sansão os alegrasse, a exemplo do que fazia o bobo da corte. Humilhado e cego, Sansão os alegrou e, fazendo-se parecer cansado, pediu ao moço que o guiava, para que o aproximasse das colunas que sustentavam o templo. Colocou as suas mãos em ambas e as afastou, uma da outra, com força. O que aconteceu a seguir foi indescritível! O templo inteiro desabou sobre ele e sobre o povo. Todos os príncipes dos filisteus morreram e com eles cerca de 3.000 homens e mulheres que estavam no terraço do templo. A Bíblia diz que mais foram os mortos que Sansão matara nesta ocasião do que em toda a sua vida! O seu suicídio ficou bem evidenciado nas palavras que ele mesmo dissera ao colocar suas mãos nas colunas do templo: “Morra eu com os filisteus” (Juízes 16:30).

No segundo caso, o rei Saul estava travando uma batalha contra os filisteus em um lugar chamado Gilboa. Estes já haviam matado três de seus filhos e agora o haviam encurralado e chamado os seus flecheiros para o crivarem de flechas. O texto diz que Saul muito temeu por causa dos flecheiros. Então ele pediu ao seu pagem de armas para que este o atravessasse com a espada para que os filisteus não o matassem e escarnecessem sobre ele. Seu pagem, porém, não teve coragem para fazê-lo. Saul então lançou-se sobre a sua própria espada e morreu, o que vendo o seu pagem de armas, imitou o ato do rei e também faleceu.

O terceiro caso de suicídio na Bíblia diz respeito a um apóstolo de Jesus, nascido em Iscariotes, cidade da Judéia. Judas era o nome desse apóstolo que se tornou o traidor do Mestre. Seu desejo de ver o Cristo, o Messias de Deus, fazendo uso das armas terrenas, se levantando contra Roma e implantando o seu reino, que julgava ser material, o levou a vender o seu Mestre por 30 moedas de prata, o preço de um escravo na época. O remorso então tomou conta de sua vida e Judas saiu para se enforcar. Ao fazer isto, porém, o galho da árvore onde ele se pendurara partiu-se e ele rolou pelo despenhadeiro abaixo, espatifando-se no chão. Suas entranhas saíram de seu ventre e ficaram à mostra. A árvore em que ele se pendurara o rejeitara pelo seu ato ignominioso, e o chão onde ele caíra tentou expulsá-lo de si, o que ficara demonstrado pela expulsão de suas tripas de seu ventre!

OS DIFERENTES TIPOS DE SUICÍDIO

Muitos são os tipos de suicídio praticados pelos humanos, tanto na forma individual quanto na forma coletiva. Eu os contei em número de dez, mas, não sendo um especialista da área, talvez possam existir ainda outros mais. Nem todos são realizados de maneira consciente, mas ainda assim são suicídios, porquanto supressores da vida do indivíduo. As estatísticas dizem que, todo ano, 1 milhão de pessoas em todo o mundo, tira a sua vida desta maneira, mas acredita-se que, cerca de 10 a 20 milhões de indivíduos tentam anualmente o autocídio, sem conseguí-lo. O suicídio é hoje a 10ª causa de mortes no mundo! Eu os classifiquei didaticamente como voluntários e involuntários, e os categorizei de uma maneira toda pessoal, particular, para facilitar a compreensão de meu prezado leitor. Os suicídios podem integrar um dos seguintes grupos: heróico, depressivo, assistido, imolatório, automático, expiatório, covarde, demoníaco, contínuo e espiritual. Vamos examiná-los um a um a fim de termos o entendimento de como eles se manifestam e de suas características.

SUICÍDIOS INVOLUNTÁRIOS

São aqueles que, quando praticados, os indivíduos não estavam mais em pleno uso de suas faculdades mentais, não estavam mais cientes do que iriam fazer, não eram mais responsáveis por seus atos. Eles são em número de três e se encontram abaixo discriminados.

O primeiro deles é conhecido como suicídio depressivo e acontece quando o indivíduo encontra-se tomado de profunda depressão, de intensa angústia de alma. É muito comum entre pessoas que possuem um histórico de transtorno bipolar, esquizofrenia e depressão profunda. Neste estado, tudo na vida perde o encanto e viver torna-se um fardo, uma horrível obrigação. O tratamento, feito a base de poderosas drogas e de orientações contínuas de especialistas do comportamento humano, serve para demonstrar o quanto de atenção o indivíduo precisa receber para não se atirar nos braços da morte. Uma simples desatenção ao paciente ou a falta de drogas apropriadas e o indivíduo pode alcançar o seu objetivo. Segundo informações de meu filho, aquele Pastor do início de nossa Palestra já possuía um histórico de depressão, ainda que, no momento em que se suicidara, tudo parecesse ir muito bem. Daí o outro Pastor ter demonstrado esperança de vê-lo salvo no céu! Quando lemos o histórico de Saul vemos que ele tinha uma personalidade confusa, bipolar, cheia de alternâncias, próprias de quem experimenta os horrores da depressão. Por todas essas ponderações, possivelmente o seu suicídio se enquadraria no tipo depressivo, o que não podemos dizer acerca do suicídio de seu pagem de armas.

O segundo tipo, não muito conhecido, é o suicídio automático que acontece em situações de extremo perigo para o corpo humano. Neste quadro, o sistema nervoso central do indivíduo dá lugar ao sistema nervoso autônomo ou vegetativo que passa a coordenar todas as ações do corpo. Eu ouvi pela primeira vez sobre este tipo de suicídio quando fazia a faculdade de Administração de Empresas. Meu professor de Segurança no Trabalho, um major do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, impressionou toda a classe ao afirmar que, quando em um incêndio, uma pessoa se vê envolvida pelas chamas e pela escaldante fumaça, seu sistema nervoso central simplesmente se desliga e o autônomo passa a conduzir as suas ações corporais. É como se fosse o piloto automático de um avião. O corpo precisa de ar fresco, sem toxidade; precisa também de água e de alguma condição capaz de refrigerá-lo, de abaixar a sua temperatura. Só que esta condição se encontra lá fora, além da janela! Então o sistema nervoso autômato estimula o corpo, já impregnado pelos muitos gases da fumaça, a procurar este lugar. Para nós que estamos daqui debaixo olhando para cima, vendo corpos e mais corpos caindo do alto do prédio em chamas, todas aquelas pessoas estão se atirando pelas janelas, se lançando em desespero para a morte, se suicidando, mas, na realidade, elas estão procurando uma condição de sobrevivência, sem noção alguma dos limites do prédio, se lançando em busca da vida, sem consciência de que encontrarão a morte!

O terceiro tipo de suicídio involuntário é o suicídio demoníaco que acontece quando a pessoa, possuída por um espírito demoníaco ou, vários deles, é levada a atentar contra a sua própria vida. Não é a pessoa que tenta tirar a sua vida, mas os demônios que nela estão incorporados. É um suicídio aparente, um falso suicídio, porquanto não é produzido pela pessoa que se encontra possuída e sim pelos demônios que a possuem. É este o caso do menino que fora levado pelo seu pai aos discípulos de Jesus para estes o libertarem (Evangelho de Marcos 9:14-29). O demônio lançava o menino no fogo e na água com a intenção de destruir a sua vida. Jesus expulsou aquele demônio do menino e ele não mais atentou contra a sua vida. Muitas pessoas estão se lançando debaixo de carros, pulando de pontes e de altos prédios, dando tiro na cabeça, pondo fogo no corpo ou em sua casa com ele dentro, afirmando estar ouvindo vozes que os mandam praticar tais atos. Jesus ensinou no Evangelho de João 10:10 que o Diabo veio para “roubar, matar e destruir”. Por isso sabemos que este é um tipo de suicídio demoníaco. Para os que estão vendo pessoas cometendo tais atos, tudo não passou de mais um suicídio; para aqueles, porém, que tiraram suas vidas, um demônio muito poderoso as obrigou a tirá-la.

SUICÍDIOS VOLUNTÁRIOS

São aqueles que, quando praticados, os indivíduos ainda estavam em pleno uso de suas faculdades mentais, estavam cientes do que iriam fazer, eram ainda responsáveis por seus atos. Eles são em número de sete. Veja abaixo, as suas características.

O suicídio heróico é o primeiro que examinaremos. Ele é um ato consciente e voluntário de violência contra a vida de outros e contra a própria vida. Seus objetivos possuem conotação militar, política ou religiosa. Durante a Segunda Guerra Mundial soldados japoneses, denominados Kamikazes (“vento divino”) se voluntariavam para praticarem este tipo de suicídio. Eles pilotavam pequenos aviões-bombas ou torpedos-bombas e se lançavam contra navios e aviões inimigos, explodindo tudo na empreitada. Acredito que é neste tipo de suicídio que se enquadra o suicídio do juiz Sansão. Israel estava em guerra contra os filisteus; a conquista de tão poderoso guerreiro era visto pelos filisteus como a vitória de seu deus Dagom, sobre Jeová, o Deus dos hebreus; Sansão orou a Jeová para que Este lhe restaurasse as forças uma última vez, antes de ele tirar a sua própria vida e a dos filisteus e o Senhor lhe respondeu! Nunca o Senhor responderia uma oração se o motivo solicitado estivesse errado! A explosão das Torres Gêmeas, acontecida em 11 de setembro de 2001, em Nova York, nos Estados Unidos, que matou cerca de 3.000 mil pessoas, foi considerada um ato de terrorismo pelas nações que não se encontravam envolvidas naquele conflito, mas como atentados heróicos pelos integrantes da nação representada pelos indivíduos suicidas.

Os suicídios heróicos devem ser diferenciados daqueles atos em que o indivíduo também doa a sua vida em favor de outrem, mas sem o objetivo de aparecer, de ser reconhecido como herói. Sãos os casos dos salvamentos de pessoas em catástrofes, situações de morte no dia a dia, ações de proteção à autoridades legalmente constituídas, doação do corpo em vida para o experimento de novas drogas e tratamentos de doenças desconhecidas, etc. Aqui o objetivo não é tirar a própria vida, ainda que se possa perdê-la, mas salvar a do próximo. Por isso tais ações se revestem de altruísmo, de dignidade, de honra. O indivíduo tem certeza que aquilo que vai fazer pode resultar em sua morte, mas ainda assim ele o faz para tentar salvar a vida do outro. Doa consciente e voluntariamente a sua vida para que outro(s) viva(m). Por isso os praticantes de tais ações não são vistos como suicidas, mas sim como heróis e mártires.

O suicídio assistido apesar de ser, na maior parte das vezes, decidido pelo indivíduo que se encontra acometido de uma doença terminal ou dor extrema, pode não ser qualificado como voluntário quando a decisão pela interrupção da vida é tomada pela família da vítima, em conseqüência do vitimado não ter mais condição alguma de decidir. Então os aparelhos ou tratamentos que mantinham a pessoa viva são desligados / descontinuados para que a pessoa possa morrer. É o que comumente chamamos de “eutanásia”. Agora mesmo, enquanto estou escrevendo esta Palestra (03/11/2014) o noticiário está reportando a história de Brittany Maynard, de 29 anos, que foi acometida de um câncer muito agressivo no cérebro que lhe trazia muitas dores e que ceifaria a sua vida dentro de poucos meses. Ela então acordou com os médicos um suicídio assistido para o dia 1º de novembro do corrente ano. Eles ministraram-lhe drogas que apressaram a sua morte e ela faleceu no dia aprazado. O Dr. Jack Kevorkian, conhecido como “Doutor Morte” foi condenado a oito anos de prisão por ter ajudado 130 pacientes a morrerem.

O nosso terceiro tipo de suicídio é conhecido como suicídio imolatório ou de auto-imolação e tem como objetivo demonstrar que aquilo que a pessoa reivindica, é tão ou mais importante para ela do que a própria vida. É o caso, por exemplo, dos monges que tocam fogo em suas vestes e se consomem no meio das chamas e ainda, de pessoas que fazem greve de fome até a morte, se necessário. Em 1981, Bobby Sands liderou um grupo que pessoas que fez greve de fome em protesto contra o conflito que havia tomado conta da Irlanda do Norte. Ao final do protesto 10 pessoas haviam morrido de fome. O suicídio que algumas comunidades indianas impunham as viúvas para que entrassem vivas na pira funerária do marido morto a fim de também morrerem, por mais que tivesse a conotação de honra, de dignidade, de prestígio, na passava de um suicídio imolatório para a comunidade que esperava continuar honrada por meio daquele sacrifício da viúva. Tal prática foi totalmente abolida na Índia

O suicídio expiatório é aquele em que, o indivíduo, após ter falhado em uma determinada missão, tira a sua própria vida como meio de compensar o seu fracasso. Este era o caso, por exemplo, de japoneses que fracassavam em alguma missão importante. Em uma cerimônia bem organizada, e diante de vários expectadores, eles enfiavam uma espada em sua barriga e a cortavam até as vísceras ficarem expostas e a morte lhes sobrevir. O seu estripamento ou esventramento, como é chamado, servia para mostrar a pureza de caráter do indivíduo. Por fim, como ultimação do ritual, os indivíduos estripados eram decapitados. Esta prática de suicídio ficou conhecida entre nós como “haraquiri”.

O suicídio covarde, nosso quinto tipo de suicídio voluntário, é aquele realizado pelo indivíduo medroso, fraco, pusilânime, que, temendo as conseqüências de permanecer vivo, após o cometimento de seu ato de fraqueza, atenta contra a sua própria vida. Este foi o caso de Judas Iscariotes e, possivelmente, do pagem de armas de Saul. Judas sentiu remorso por ter traído a Cristo e o peso que isto trouxe a sua vida tornou-se insuportável. Sua consciência não aquentara mais viver com aquele peso e ele resolveu tirar a sua própria vida. Todos os indivíduos que cometem o suicídio covarde temem que os seus maus atos sejam descobertos e eles então venham a receber críticas duríssimas e sejam desconsiderados como pessoas. Eles temem ainda serem alijados do meio em que vivem, perderem os seus postos de trabalho e a sua projeção social. Este é o tipo de suicídio a que as Escrituras se referem no livro do Apocalipse. As pessoas ali citadas poderiam ter tomado uma decisão diferente da que tomaram e permanecerem vivas, mas, ainda assim, elas decidiram tirar a sua vida, praticando uma ação que só a Deus pertence fazer.

O suicido contínuo ou permanente é conhecido de todos nós, ainda que não tenha esse nome. É um tipo de suicídio no qual o indivíduo vai se desligando da vida pouco a pouco, devagarzinho, permanentemente, a prestação. O indivíduo sabe que aquilo que ele faz está lhe conduzindo à morte, matando-o lentamente, sem pressa, dia após dia, mas ele não abre mão de continuar fazendo o que faz. É o caso dos viciados em comida, em fumo, em álcool e outras drogas mais. O viciado tem consciência de que o uso continuado e descontrolado que faz da coisa vai matá-lo a qualquer dia, mas para ele, este dia está ainda muito distante e a responsabilidade pela sua vida, caso algo venha a dar errado, sairá de suas mãos e passará para as mãos do médico. Se algo falhar no tratamento empregado e o indivíduo vier a falecer, foi o médico quem deixou a sua vida escapar e não ele próprio. Em todo o tempo o viciado tenta se excluir de sua responsabilidade. A culpa por ele se encontrar assim é de seu vício; se ele não conseguir superá-lo, é culpa do tratamento; e se ele não conseguir sobreviver, a culpa é do médico. Todo mundo é culpado pelo seu estado, menos ele mesmo. Só que este é um tipo de suicídio reversível, que pode ser descontinuado, a qualquer momento que o indivíduo o desejar, o que o responsabiliza absurdamente diante de Deus pela destruição voluntária e consciente que ele aplica ao seu corpo e a sua vida.

O último tipo de suicídio a examinar é o mais comum de todos, qual seja, o suicídio espiritual. Neste tipo o indivíduo rejeita consciente e voluntariamente a vida plena oferecida por Deus para continuar a viver a sua própria vida. O Senhor o chama para viver a vida com plenitude, com exuberância, com abundante e abençoada satisfação, mas o indivíduo escolhe os seus próprios caminhos, seus próprios projetos de vida, mergulhado que está em egoísmo, em licenciosidade e em ambição. O resultado disto, claro, é a morte, que se acerca cada vez mais de sua alma pela sua errônea decisão. A bíblia diz em Provérbios 14:12 e 16:25 que “há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele, são os caminhos da morte”. O Senhor disse para o povo de Israel, através de Moisés, antes de eles entrarem na terra prometida de Canaã: “Vês aqui, hoje te tenho proposto a vida e o bem, a morte e o mal; Porquanto te ordeno hoje que ames ao Senhor teu Deus, que andes nos seus caminhos, e que guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, para que vivas, e te multipliques, e o Senhor teu Deus te abençoe na terra a qual entrais a possuir…Os céus e a terra tomo hoje por testemunha contra vós, que te tenho proposto a vida e a morte, a benção e a maldição: escolhe pois, a vida para que vivas, tu e a tua semente” (Deuteronômio 30:15,16,19). Não escolher a vida é fazer opção pela morte e escolher morrer é um tipo de suicídio. Como o anterior, este se reveste de muita responsabilidade pela atitude suicida do indivíduo poder ser revertida no momento em que ele assim o desejar.

SUICÍDIOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Na mor parte das vezes os suicídios acontecem de forma individual, pessoal, pois não é nada fácil convencer alguém a morrer conosco! Entretanto, temos conhecimento de pessoas que fazem pactos suicidas, alianças de morte. Isto acontece entre amantes, ou ainda entre cúmplices de uma mesma prática errada. Pessoas há que persuadem ou obrigam outras a morrerem com ele. Quem não se lembra do reverendo Jim Jones, líder de uma seita estado unidense denominada Peoples Temple (Templo dos Povos), que levou 918 seguidores seus a se suicidarem na Guiana Inglesa, em 1978, entre os quais havia 270 menores de idade? Os que não quiseram se suicidar, por persuasão ou imposição, foram mortos a tiros de armas de fogo. No ano de 2012, trezentos funcionários da empresa Foxconn, responsável pela fabricação do Xbox360, ameaçaram um suicídio coletivo se a direção da empresa não atendesse seus pedidos. Felizmente a direção da empresa atendeu as reivindicações dos funcionários e ninguém precisou morrer! O maior suicídio coletivo já acontecido com a nossa humanidade é o suicídio espiritual, no qual milhares e milhares de pessoas se desligam voluntariamente de Deus e se preparam para viver a eternidade em trevas. Não sei como alguém pode escolher algo assim!

O DESTINO DOS SUICIDAS CONSCIENTES

Toda essa discussão tem servido para mostrar ao leitor como é difícil para alguém julgar alguma pessoa que tenha se suicidado. E graças ao Senhor que é muito difícil mesmo, pois não fomos colocados na posição de Deus para julgar os nossos irmãos. Todos somos muito rápidos em apontar o nosso dedo para aqueles que julgamos estarem errados e que “devem ser condenados”, segundo nossa concepção. Mas, como vimos, Deus não pode condenar ao inferno alguém que não tenha consciência de seus próprios atos, que não possa ser responsabilizado pelas suas próprias decisões, mas apenas aqueles que tenham conhecimento pleno de tudo quanto em suas decisões esteja envolvido. Que adiantaria Ele mandar para o inferno alguém que se lançou de um prédio abaixo quando tudo o que o indivíduo desejava era mesmo partir para a morte por acreditar que a morte sim o libertaria para a vida por estar tal pessoa vivendo um momento de depressão intensa, profunda, e ao chegar ao lugar de condenação, nem sequer ter consciência do que lhe está acontecendo? Não seria isto um ato irracional da parte de Deus? Um contra-senso da Divindade? Se nós que vemos tudo isso, achamos ser algo contraditório, quanto mais o nosso Deus que é puro amor e justiça! Mesmo o suicídio consciente e voluntário de um soldado em tempo de guerra, como os “kamikazes”, por exemplo, é algo extremamente difícil de se julgar, pois que eles estavam realizando missões de guerra, obedecendo ordens de seus superiores, dando a sua vida para salvarem a de seus irmãos de nação!

Assim como a todos os seres humanos é permitido retornar à Terra para continuar a sua jornada evolutiva, ao suicida consciente também é dada esta oportunidade, pois o seu pecado, que aos nossos olhos parece ser imperdoável, irredimível, não é mais grave nem menos grave do que outros que são na Bíblia alinhados. Veja os textos que falam dos homicidas em Apocalipse 21:8 e 22:15 e note que esses textos abrangem outros tipos de pecadores nos quais muitos de nós poderemos estar incluídos! O primeiro diz: “Quanto aos tímidos (covardes), e aos incrédulos (que não crêem em Deus), e aos abomináveis (desprezíveis), e aos homicidas (que tiram a vida humana), e aos fornicários (imorais), e aos feiticeiros (praticantes da feitiçaria), e aos idólatras (adoradores de ídolos) e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte”, e o segundo, parecido com este, diz: “Ficarão de fora os cães (viciados) e os feiticeiros (praticantes da feitiçaria), e os que se prostituem (imorais), e os homicidas (que tiram a vida humana), e os idólatras (adoradores de ídolos), e qualquer que comete a mentira (mentirosos)”.

Viu só! Quantos de nós não poderíamos ser enquadrados como covardes, imorais, idólatras e desprezíveis em nossas atitudes e comportamentos? E mentirosos? ESTE ENTÃO NEM SE FALA! Quantos de nós não poderíamos ser enquadrados nestes grupos de pecadores? Por que o suicida iria para um lugar e o mentiroso para outro? Não acha que tudo parece uma errônea interpretação dos textos, prezado leitor? Que adianta você não ser um assassino e ser um descrente? Que adianta você não ser um idólatra, mas ser um imoral? Qual a vantagem de um sobre o outro? Todos serão condenados de qualquer maneira! O apóstolo Tiago disse em sua epístola: “Qualquer que guardar toda a Lei e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos. Porque Aquele que disse: Não adulterarás também disse: Não matarás. Se tu, pois, não adulterares, mas matares, estás feito transgressor da Lei.” (Tiago 2:10,11).

O que devemos tomar cuidado é para não ficarmos adiando a nossa decisão de recebermos Cristo em nossa vida indefinidamente, pois não sabemos quando se processará a nossa última reencarnação, ou mesmo se já a estamos vivendo, visto o apóstolo João ter feito referência ao inferno chamado “Lago de Fogo” e não ao inferno conhecido como “Gehena”. Quem entra na “Gehena” ainda pode sair de lá, mas quem entra no “Lago de Fogo”, não pode sair jamais (Evangelho de Mateus 5:21-26 / Mateus 18:23-35). Ele disse em uma de suas cartas: “Deus nos deu a vida eterna e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho, tem a vida, mas quem não tem o Filho de Deus não tem a vida” (1ª Carta de João 5:11,12). Cristo disse no livro de Apocalipse 3:20: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, cearei com ele e ele comigo”. Deixe, pois Cristo entrar em sua casa (seu coração) e receba a vida plena de Deus!

CONCLUSÃO

Chegando ao final de nosso estudo, o Pastor Olívio não pode dizer que concorda integralmente com a declaração feita por aquele Pastor do início de nossa Palestra acerca daquele outro Pastor amigo seu que se suicidara em casa, por falta de mais informações e conhecimento da pessoa daquele Líder, mas concorda plenamente com a declaração do Pastor de que não somos Deus para julgar ninguém. Ele ainda se sente plenamente grato por ter tal discurso, feito por este Pastor em sua Igreja, despertado a curiosidade de alguns para o estudo do assunto, inclusive o Pastor Olívio que, através desta Palestra em seu Site, vai despertar também a curiosidade de milhares e milhares de pessoas.

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

 

lll. As Sete Dispensações da Salvação

 

Palestra III

AS SETE DISPENSAÇÕES DA SALVAÇÃO

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio, em Realengo, no Rio de Janeiro, em junho de 2012

INTRODUÇÃO

As Escrituras ensinam que, muito antes que Deus criasse o mundo, colocasse as estrelas no céu ou preparasse a terra para receber o homem que criara, Ele já havia tomado as medidas necessárias para a salvação da humanidade. Ela diz em Apocalipse 13:8 que “o Cordeiro de Deus“ – aquele mesmo que João Batista vira passar por ele e dissera “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29), referindo-se com isto ao Cristo – já havia sido morto “antes da fundação do mundo”. Como isto era possível? Como poderia o Cordeiro de Deus já estar morto “antes da fundação do mundo” se Jesus ainda não se manifestara em carne e o homem não havia ainda pecado? É que Deus já sabia, através de sua onividência, de sua onisciência, de sua antevisão, que o homem pecaria contra Ele; que escolheria transgredir contra suas Leis ao invés de obedecê-las; que preferiria andar sozinho no mundo, sem ninguém para ficar dizendo-lhe o que fazer ou o que não fazer. Então, Ele providenciou a salvação da raça humana, muitíssimo tempo antes de sua queda espiritual vir a acontecer! Aprendemos assim que a queda do homem não pegara a Deus de surpresa, nem tampouco o sacrifício substitutivo de Cristo fora uma medida reparadora, acidental, não programada, pois quem possui o conhecimento antecipado de tudo pode providenciar a solução perfeita para todos os problemas com os quais vier a se defrontar e assim evitar o fracasso.

Mesmo sabendo que o homem poderia cair – e caiu – ainda assim Deus o criou, pois a excelência da sabedoria não está em criar um ser que não possa pecar e sim em criar um ser que possa ou não pecar, dependendo de sua vontade, de sua própria deliberação! Essa liberdade de escolha, dada à criatura, traz consigo um altíssimo preço e, tanto Deus (o Doador), quanto o homem (o receptor), tiveram de pagar caro por ela! O primeiro, tendo que ver a sua criatura rebelando-se contra Ele e levando-O a dar o seu único e amado Filho em sacrifício substitutivo a fim de tê-la de volta e, o segundo, tendo de acreditar em uma história “prá lá de inacreditável” sob o risco de ser lançado futuramente em um lugar podre, sujo, cheio de criaturas más, consideradas “o lixo do universo”, o restolho do cosmo, conhecido pelo nome de “inferno”. Se o leitor puder ler o capítulo 3 do Livro de Gênesis observará que, tão logo o homem cometeu o seu primeiro pecado, o Senhor o expulsou rapidamente do Jardim do Éden e pôs guardiões para impedir que ele tornasse àquele local sagrado. Antes de expulsá-lo, porém, o Senhor lhe prometera que do ventre de uma mulher nasceria Aquele que seria o Salvador dos homens (Gênesis 3:15). Milhares e milhares de anos se passariam até que o Salvador pudesse estar entre nós.

DESCOBRINDO AS “DISPENSAÇÕES” BÍBLICAS

Enquanto o tempo passava e o Cristo não se manifestava, o Senhor observava as diversas tentativas adotadas pelo homem para a obtenção de sua própria salvação. Todas elas, inapelavelmente, redundaram em tremendos fracassos, pois salvação não é algo que dependa apenas do esforço do que deseja ser salvo, mas também da misericórdia daquele que pode salvar. A Bíblia diz em Provérbios 14:12 e 16:25 que “há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte” (Provérbios 14:12 / 16:25). Cada tentativa de salvação fracassada trazia consigo uma lição espiritual e uma revelação diferenciada do Senhor ao homem na qual Ele objetivava conceder-lhe mais luz, mais entendimento, mais compreensão das coisas espirituais. Essas “coisas espirituais” não possuíam nenhum poder de salvação em si mesmas, mas serviam para apontar o Salvador que um dia viria operar a salvação da humanidade.

Estudiosos observaram que a história da salvação humana estava relacionada com os seis dias da criação e, mais o sétimo dia do descanso do Senhor, conforme registrados em Gênesis 1 e 2:1-3. Esses dias da criação apontavam para uma história de salvação a se desdobrar em sete longos períodos que não eram “eras cronológicas”, ainda que pudessem ser mais ou menos delimitadas no tempo, mas sim, períodos diferenciados de tentativas de aproximação de Deus para com o homem e das respostas deste à revelação que possuía da Divindade. O trabalho ficava em detectar que períodos ou “blocos dispensacionais” seriam estes e quais as características de cada um deles. Sabendo-se que o homem fora criado no sexto dia e que no sétimo, o Senhor descansara de toda a sua obra, a redenção do homem por Cristo só poderia ocorrer então no sexto período. Com isto já se ficava conhecendo a que períodos dispensacionais o primeiro, o sexto e o sétimo dia da criação estavam vinculados. Faltava agora estabelecer a vinculação dos demais “blocos” com os dias criacionais. Ao término de tal estudo, sete blocos havia que se complementavam e deixavam antever uma história de salvação a se desdobrar no tempo, tanto no passado, no presente e até mesmo no futuro! Um interessante quadro contendo os sete blocos dispensacionais com sua vinculação aos sete dias da criação foi então elaborado, cada um contendo uma palavra-chave caracterizando as ações do homem no período e as tentativas de aproximação de Deus com sua criatura. Apresentaremos um modelo resumido deste no final da Palestra.

AS SETE DISPENSAÇÕES BÍBLICAS

Como já dissemos acima, as “dispensações” bíblicas são em número de sete e estão assim discriminadas:

DISPENSAÇÕES DO PASSADO

  • 1. Dispensação Edênica ou da Inocência – Assim denominada por abranger o período de inocência vivido por nossos primeiros pais no Éden. Está associado ao primeiro dia da criação quando Deus criou a luz e as trevas e delas fez um único dia. Nem a luz era ruim nem as trevas também o eram, pois o texto diz que “Deus vira tudo quanto criara e eis que era muito bom” (Gênesis 1:31). Essa luz e essas trevas representavam a capacidade do homem em poder escolher, em poder arbitrar entre o bem e o mal. Mais tarde passou-se a associar a luz com a pureza espiritual e o conhecimento, enquanto as trevas foram associadas ao pecado e a ignorância (1ª João 1:5-7). Este período durou desde a criação de Adão (Gênesis 1:27) até o cometimento do primeiro pecado pelo casal humano (Gênesis 3:1-6). Não conhecemos a sua duração, pois a linguagem do Gênesis é muito concisa, muito sintética, muito compacta. Apenas Adão e Eva participaram desta dispensação. Nem os seus filhos dela participaram visto, ao nascerem, terem de habitar com os seus pais fora do ambiente do Éden, em um lar onde já se obtivera a experiência do pecado e onde amiudemente os seus residentes o praticavam. Durante a dispensação da inocência o homem se relacionava diretamente com Deus, sem a intermediação de sacerdotes ou sacrifícios. Sua natureza era totalmente pura, casta, inocente, o que não quer dizer que ele era um bobão, um tolo, um ingênuo, porquanto havia sido feito à imagem de Deus e era por Este orientado em todas as coisas. O homem era inexperiente, mas não ingênuo. Sua natureza casta e pura não foi suficiente para evitar a sua queda espiritual. Inocência sem obediência não gera seres livres.

Aprendemos com isto que inocência não é método de salvação e sim condição da alma que ainda não pecou. A permanência continuada no estado de inocência, vivido por nossos primeiros pais, experimentando diariamente a presença do Senhor e ouvindo a sua palavra, não garantiria, de maneira alguma, que eles jamais viessem a pecar, mas os manteria puros, santos, longe do pecado e de suas funestas conseqüências. Eles estavam sofrendo ataques de Satanás, sendo tentados a duvidarem de Deus, mas a tentação em si não é pecado, e sim o caminho que leva a ele (Tiago 1:13-15). A tentação é a ponte que leva o indivíduo ao delito, mas não o delito em si. A providência tomada por Deus em cobrir os nossos primeiros pais com a pele de animais, mortos por Ele mesmo no Éden quando estes cometeram o seu primeiro pecado, não só denunciava a perda de inocência por parte do casal como ainda apontava para uma comunhão a ser efetivada doravante mediante o sacrifício de animais.

  • 2. Dispensação Pré-Diluviana ou da Consciência – É a etapa do agir livremente da humanidade que vai desde a percepção do pecado cometido pelos nossos primeiros pais, conforme relatado em Gênesis 3:7, até o Dilúvio, narrado a partir de Gênesis 7:11. Calculam alguns que este período deve ter durado aproximadamente 1656 anos, mas eu não tenho muita simpatia por essas datações bíblicas, visto estarem pautadas em genealogias que não computavam os filhos homens que não tivessem tido algum destaque e, ainda, as filhas mulheres, que bem podiam ter sido as primeiras ou únicas de um casal. Esta segunda dispensação está vinculada ao segundo dia criacional no qual Deus fez a separação entre as águas de cima e as águas de baixo (Gênesis 1:6-8). As principais palavras nestes versículos são águas e separação. É o período dos longevos (homens que viviam muito tempo); do afastamento de Caim, filho de Adão e de Eva, do clã adâmico, por ter assassinado o seu irmão Abel; da violência desenfreada e da depravação que tomou conta da terra; e, ainda, do julgamento da humanidade pelas águas do Dilúvio. Cada pessoa fazia o que bem entendia, dirigida apenas por sua consciência. Neste período o homem edifica cidades; trabalha metais; domina o ferro; aprende a prosperar com o gado; fabrica instrumentos de música; e, cria belas coisas com a arte. Quase que a totalidade deles não queria saber de Deus. Jesus ensinou que neste período os homens só queriam saber de se darem aos prazeres da carne (Mateus 24:38). O resultado dessa filosofia de “tudo fazer, já que vamos mesmo morrer” levou o mundo antediluviano a perecer no Dilúvio. Consciência própria longe de Deus não gera liberdade e não pode salvar ninguém.
  • 3. Dispensação Pós-Diluviana ou do Governo Humano – Vai do término do Dilúvio até a dispersão dos homens na famosa Torre de Babel (Genesis 11:7,8,9). Após a destruição quase que total da raça humana pelo Dilúvio, Deus apresentou a Noé as bases divinas para o novo governo (Gênesis 9:1-19). Os homens deveriam povoar a terra e gerir os seus recursos com sabedoria e responsabilidade. Deveriam se alimentar agora também de animais, já que antes só se alimentavam de ervas verdes e árvores frutíferas e, ainda, eliminar os assassinos que aparecessem entre eles. O arco-íris no céu seria o sinal de que Ele não destruiria mais a humanidade pela força das águas. Mas os homens não quiseram saber de nada disso. Não queriam se aventurar a ir para locais distantes e desconhecidos e enfrentar inimigos também desconhecidos, após terem ouvido falar do Dilúvio. Eles então instituíram um governo participativo, onde todos viveriam unidos e perseguiriam os objetivos comuns. Este governo, que parecia ser “o céu na terra”, não acontecia por simpatia, por amor, por benquerença de uns aos outros, mas por temor, por necessidade de estarem unidos para poderem enfrentar qualquer outro juízo externo que pudesse vir da parte de Deus. Esta é a razão desta dispensação se encontrar vinculada ao terceiro dia da criação, pois neste dia Deus ordenara que a terra produzisse a relva, a erva verde que dá semente e as árvores frutíferas (Gênesis 1:11-13). Todos estes são vegetais, de tipos diferentes, e que sempre são encontrados em grupos. Não se encontram tais vegetais isolados na natureza. Sempre há uma coleção deles. Não nos esqueçamos que as Escrituras se referem aos homens como árvores (Marcos 8:24). O ajuntamento medroso dos indivíduos, contrariando a ordem de Deus de se espalharem e possuírem a terra, não agradou ao Senhor que tratou logo de dissipar os homens que haviam se reunido em Babel. Governo algum, por mais fantástico que seja, por mais perto do céu que leve os seus cidadãos, pode salvar homem algum do juízo de Deus.
  • 4. Dispensação dos Patriarcas ou Patriarcal – Iniciou-se com a chamada de Abrão por Deus em Gênesis 12:1 e durou até o êxodo do povo hebreu do Egito, descrito no livro do Êxodo 12:37. Os historiadores calculam esse período em 630 anos aproximadamente. Todos os patriarcas descritos na Bíblia experimentaram comunhão íntima com Deus e receberam Dele várias promessas, como a de terem uma grande posteridade, conquistarem a terra desejada, verem suas famílias como bênçãos para todas as famílias do planeta e, a maior de todas elas – a de que de suas famílias sairia o Messias, o Salvador dos homens, o Líder Supremo de Israel. A condição estabelecida por Deus para eles foi a de permanecerem na terra de Canaã, mas Abraão desceu ao Egito, Isaque foi à Filístia e Jacó e sua família se mudaram para o Egito. O Senhor teve de intervir para livrá-los de várias perseguições e da escravidão. Por todas essas coisas este período dispensacional está vinculado ao quarto dia da criação, no qual o Senhor fez aparecer as estrelas e os luminares para governarem a terra (Gênesis 1:14-18). Tudo neste dia criacional é grande e luminoso, exatamente como os Patriarcas desta dispensação. No sonho de José, um dos doze filhos do Patriarca Jacó, seu pai é comparado ao sol, sua mãe, a lua e os seus irmãos, as estrelas. Todos eles se curvam perante José, o maior tipo de Jesus no Antigo Testamento (Gênesis 37:9,10). Todas as grandiosas promessas de Deus feitas aos Patriarcas não foram suficientes para levá-los à obediência. Mesmo Abraão, que fora chamado “o amigo de Deus” (Isaías 41:8Tiago 2:23) falhara algumas vezes. Com os Patriarcas aprendemos que fazer parte de uma família abençoada e ter amizade com Deus, não é suficiente para salvar a nossa alma.
  • 5. Dispensação Legal ou da Lei – Esta dispensação vai desde a saída do povo hebreu do Egito até a crucificação de Cristo. Durou aproximadamente 430 anos. Neste período Deus revelou-se através de sua Lei que era composta de muitas ordenanças, mandamentos e rituais. Por essa abundância de ordenamentos e belos preceitos esta dispensação encontra-se vinculada ao quinto dia criacional, período em que Deus cria os animais marinhos, os grandes monstros das águas e as aves do céu. Pela primeira vez são mencionados os seres de alma vivente. Os versículos que falam deste período pululam de tanta vida! (Gênesis 1:20-22). Tanto a Lei quanto os profetas estavam circunscritos a nação de Israel. Quando o Senhor propôs o seu Concerto para o povo este prontamente o aceitou, dizendo: “Tudo o que o Senhor tem falado, faremos” (Êxodo 19:8). Mas antes mesmo que Moisés pudesse entregar-lhe os Dez Mandamentos, escritos pelo próprio dedo de Deus, como afirmam as Escrituras, eles já haviam feito um ídolo de ouro e se prostrado diante dele! A depravação do coração do homem é enorme e assusta até os mais experientes estudiosos do comportamento humano (Jeremias 17:9). Ninguém, a exceção de Jesus, jamais conseguiu cumprir a Lei com o espírito de obediência amorosa. O Apóstolo Paulo afirmou que, segundo a justiça que há na Lei, ele fora “irrepreensível” (Filipenses 3:6), mas ainda assim, este comportamento virtuoso não o salvara porque o homem não é justificado pelas obras da Lei e sim pela fé no sacrifício de Cristo (Gálatas 2:16). A Lei não foi feita para salvar ninguém e sim para revelar ao homem quão pecaminoso é o seu coração que precisa ser contido a qualquer custo em seus impulsos maléficos! Obediência sem amor também é pecado. Esta foi a razão de o Apóstolo Paulo ter afirmado ser “o principal dos pecadores” (1ª Timóteo 1:15). Com a dispensação da Lei aprendemos que nenhuma religião, ritual, sacerdote, boa conduta, boa moral, pode salvar ninguém – Gálatas 2:16 / 3:11,22-24.

DISPENSAÇÃO DO PRESENTE

  • 6. Dispensação Crística da Graça – Esta dispensação é diferente de todas as demais, pois, a exemplo do sexto dia da criação que teve dois períodos criacionais distintos, sendo os animais terrestres criados na primeira metade deste (Gênesis 1:24,25) e o homem criado em sua segunda metade (Gênesis 1:26,27), ela também se encontra dividida em dois períodos, um na era presente e outro na era futura. Em seu primeiro período, que começa com a crucificação de Cristo e termina com o arrebatamento da Igreja, o Salvador dos homens se encontrava pessoalmente na terra realizando o grande sacrifício de nossa redenção. Por este tempo, o Espírito Santo é enviado à Terra, a igreja de Jesus nasce linda e poderosa, as Escrituras do Novo Testamento são produzidas e a evangelização dos povos efetivada. Quase dois mil anos já se passaram desde o seu início e ele ainda não terminou! (2ª Tessalonicenses 2:1-8 / 1ª João 2:18 / 2ª Pedro 3:8,9). Esta primeira divisão, que eu chamaria de Sub-Dispensação Evangelística ou do Evangelho está atrelada a primeira metade do sexto dia criacional no qual Deus criou as feras, o gado e os répteis terrestres. Quando o Senhor deu uma visão ao apóstolo Pedro de um lençol que descia do céu à terra cheio de toda sorte de animais quadrúpedes, de répteis, e de aves do céu, este interpretou a visão como sendo cada um daqueles grupos de animais representado uma nação da terra (Atos 10:9-17 / 11:5-18). Era para todos aqueles povos que o Evangelho deveria ser pregado.

DISPENSAÇÕES DO FUTURO

A segunda divisão deste período terá uma característica bastante interessante: ela será regida pela força! Durante este período Cristo retornará fisicamente à terra e, após destruir os exércitos opositores ao seu reinado e prender Satanás por mil anos, assumirá o controle da nação judaica e reinará diretamente de Israel. Jerusalém será a capital do reino messiânico. As nações irão adorar o Senhor no Monte Sião. Será o período mais próspero e fecundo da humanidade. A vida será prolongada e a animosidade das nações será contida pelo poder do Cristo. O governo humano do Messias durará até a instalação do Grande Trono Branco, descrito em Apocalipse 20:11-15, quando todos os homens serão julgados. Todas as ações do Cristo neste período estarão impregnadas de autoridade real, razão pela qual este período se encontra vinculado à segunda metade do sexto dia criacional, quando Deus cria o homem e o reveste de autoridade sobre toda a criação (Gênesis 1:26-30). Todos estes versículos do Gênesis estão impregnados de força e de autoridade  Por todas as razões aqui apresentadas, este período é designado pelo Pastor Olívio como Sub-Dispensação Milenar ou Milênio.

É comum estudiosos separarem a Dispensação da Graça da Dispensação Milenar, em dois blocos distintos, com características também distintas, mas a graça do Senhor estará operando durante todo o Milênio também, pois a Bíblia nos informa que haverá salvação durante este período, o que nos impede de separá-los com base apenas na forma como o Cristo estabelecerá o seu reino. Como rei de Israel Ele submeterá os inimigos nacionais pelo uso da força, mas como rei da salvação, Ele continuará salvando os homens pela sua graça, pelo seu favor, pela sua misericórdia. Nunca alguém poderá ser salvo pela força, pois não existe salvação espiritual na violência. Apesar da grandiosidade desta Sub-dispensação, em que o próprio Cristo estará na terra governando, nem todos os que viverem neste período serão seus súditos leais, pois a Bíblia diz que, após Satanás ser solto de sua prisão de mil anos, ajuntará as nações para lutarem contra o Messias. A obediência fingida dos falsos servos de Cristo então se manifestará. Nem mesmo a força de um rei divino e maravilhoso como o Cristo é suficiente para converter um homem que não deseja se submeter a Deus! Graça sem obediência amorosa e constante não produz salvação para ninguém.

  • 7. Dispensação da Nova Eternidade ou do Repouso Divino – As Escrituras dizem que depois de Deus haver terminado toda a sua obra criacional em seis dias, que Ele descansou no sétimo período (Gênesis 2:1-3), razão pela qual os estudiosos não colocam este sétimo dia do descanso de Deus como integrando a história da salvação humana, pois tudo o que havia para ser feito já fora realizado. Entretanto, eu o coloquei aqui, como mais uma dispensação, dando-lhe os nomes que dei, por iniciar ela o período mais fantástico e exuberante a ser vivido pelo homem – o período eternal de comunhão com Deus! Se na dispensação milenar os santos foram julgados e galardoados, na dispensação do repouso de Deus eles serão introduzidos no local em que viverão a nova eternidade, de posse já de seus novos corpos, à semelhança do corpo imortal de Cristo: a cidade santa, a nova Jerusalém, que desce do céu ataviada para viverem em comunhão contínua com o Senhor e para O servirem em amor para sempre. A terra, que se tornara o inferno depois do pecado de nossos primeiros pais, se tornará agora em céu, para a habitação eternal dos justos. Muito trabalho nos espera pela frente! Pedro chamou esta nova era de convivência pacífica entre Deus e os homens de “o dia da eternidade” (2ª Pedro 3:18) e Isaías, o profeta messiânico, proclamou que “Israel é salvo pelo Senhor, com uma eterna salvação. Pelo que não sereis confundidos nem envergonhados em todas as eternidades” (Isaías 45:17). Quantas dessas eternidades passarão, o Pastor Olívio não sabe, mas, pela Palavra de Deus, ele sabe que os salvos do Senhor, ultrapassarão todas elas, sejam quantas forem! Glória a Deus!

APRENDENDO COM AS DISPENSAÇÕES

Aprendemos com o estudo das dispensações que nenhuma das respostas humanas às revelações de Deus foram ou serão capazes de salvá-lo de seu estado pecaminoso, pois como vimos em nosso estudo, nem a inocência em um meio-ambiente puro, nem a “livre” consciência para fazer o que se quer fazer, nem alguma forma de governo maravilhoso e participativo, nem o fazer parte de uma família santa, nem ser membro atuante de qualquer forma de religião, nem a própria presença do Salvador entre nós, nem a prosperidade material com paz, foram e serão suficientes para salvar o homem se este não o desejar. Apenas a aceitação confiante no sacrifício substitutivo de Cristo em nosso favor, a entrega sem reservas aos seus cuidados, a obediência voluntária e permanente a Ele, podem ser capazes de nos salvar de todo o mal. O profeta Isaías disse que “todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de nós todos”. Disse mais ainda: “Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; “Ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades: o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele e pelas suas pisaduras, fomos sarados” (Isaías 53: 4,5,6). O prezado leitor pode estar agora mesmo tentando algum outro meio de salvação que não seja o da cruz de Cristo, mas eu tenho a obrigação de lhe dizer, como guia espiritual que sou, que Deus não reconhece este seu método nem nenhum outro método como meio de salvação e que ele redundará em tremendo fracasso. Apenas para relembrá-lo: “Há caminhos que ao homem parecem direitos, mas o fim deles são caminhos de morte” (Provérbios 14:12 / 16:25).

Aprendemos ainda com as dispensações que a revelação de Deus é progressiva, é evolutiva, é crescente, pois a medida que as eras dispensacionais iam passando, a revelação de Deus sobre sua Pessoa e vontade ia aumentando e a sua abrangência também. O que havia começado com duas pessoas apenas, em um local restrito, onde a voz de Deus era ouvida e a sua presença sentida (Gênesis 3:8) chega agora a todo o mundo, em uma revelação plena, integral, completa, mediante a corporificação de Deus na pessoa de Jesus Cristo! (Hebreus 1:1-3). Qualquer pessoa hoje, incluindo o meu prezado leitor, pode ter mais informação sobre Deus e vivenciar mais experiências espirituais com Ele, do que qualquer outra pessoa em todo o mundo! Está disposto a isto, meu prezado leitor?

Por último eu quero destacar que, com o estudo das dispensações, aprendemos que Deus realmente está interessado no homem! Ele poderia começar a tentar salvar-nos apenas no sexto período dispensacional, quando o homem seria criado e o Cristo viria à Terra, mas Ele começou a operação de salvação já no início da eternidade, quando em sua mente, o Cordeiro Crístico fora morto pelo fracasso de nossos primeiros pais! Ele não ficou esperando chegar o dia em que enviaria o seu Filho à terra para só então começar a agir. Ele deu início à “Operação Resgate” logo, imediatamente, e não cessará com ela até o último dia desta nossa eternidade! Deus ama você, ama ao Pastor Olívio e a todos os demais seres! Você pode não compreender isto e tampouco eu compreendo, mas não somos chamados a compreender Deus e sim a crer Nele! “Deus amou o mundo de tal maneira que Deus o seu Filho Unigênito para que todo aquele que Nele crê não pereça m as tenha a vida eterna” (João 3:16). Creia em Deus e em seu Cristo de todo o seu coração e serás salvo, tu e a tua família (Atos 16:31).

CONCLUSÃO

Gostaria de terminar esta palestra dizendo para o meu prezado leitor que nada havia de errado com os métodos utilizados por Deus para resgatar a raça humana. O Senhor sabia que nenhum homem responderia favorável e integralmente a nenhum de seus métodos por uma questão de rebeldia, de animosidade, de aversão as coisas divinas, mas ainda assim Ele precisava mostrar para a sua criaturinha que Ele havia tentado de tudo o que a mente humana pudesse reivindicar como método de salvação! Caso o Senhor não os utilizasse, o homem poderia acusá-Lo de não ter tentado tudo, de não ter se esforçado ao máximo para salvá-lo e de estar se fazendo passar por “bonzinho” para impressionar suas criaturas! Só que as Escrituras ensinam que Deus foi muito além do que qualquer mente humana, angelical, demoníaca e de outros seres universais pudesse imaginar e elaborou um plano ousado, extremamente arriscado, em que o seu próprio Filho Unigênito tomaria parte nele, assumiria a forma humana, tomaria a culpa de todos os homens sobre si e libertaria definitivamente a criatura de seus erros fatais! Falaremos sobre isso nas próximas palestras.

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

AS SETE DISPENSAÇÕES DA SALVAÇÃO

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Elaborado pelo Pastor Olívio em complementação à Palestra “As Sete Dispensações da Salvação”

 

 

lV. Os “Carros de Fogo” de Deus

 

Palestra IV

OS “CARROS DE FOGO” DE DEUS

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio, em Realengo, no Rio de Janeiro, em Maio de 2014

INTRODUÇÃO

O que você faria se estivesse lendo a sua Bíblia e, de repente, se defrontasse com essa declaração: “Sucedeu que, indo eles andando e falando (o profeta Elias e seu discípulo Eliseu), eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro e Elias subiu ao céu num redemoinho” (2º Livro dos Reis 2:11) ou, ainda, com esta sentença: Os carros de Deus são vinte milhares, milhares de milhares. O Senhor está entre eles, como em Sinai, no lugar santo”? (Salmo 68:17). Pararia de ler a sua Bíblia e ficaria pensando no que elas significam ou, simplesmente continuaria a ler o restante do texto sem dar atenção específica a tais afirmações? SIM, O QUE FARIA?

Há aproximadamente quarenta anos atrás eu li essas declarações em minha Bíblia e, conquanto não conhecesse nada sobre os “carros de fogo” ou as “carruagens celestes de Deus” eu fiquei me perguntando: “Que tipo de carro seria este que levou o profeta ao céu? Seria ele de constituição material ou espiritual? Se espiritual, como se dirigiria um deles? Se material, em que tipo de céu ele estaria visto este céu necessariamente ter de possuir carros voadores, seres desconhecidos e humanos juntos, já que o profeta Elias teria ido para lá após o seu arrebatamento? Com relação a declaração do salmista sobre a frota de carros estelares do Senhor eu me perguntava: “Por que Deus precisa de uma frota de vinte mil carros? Se eram carros mesmo por que voavam? E se voavam por que não eram chamados de naves? Se existem carros então existem pilotos para dirigi-los e ainda, um lugar para eles estacionarem, visto não ficarem voando o tempo todo: Onde ficaria este lugar? E por aí vai….. Perguntas e mais perguntas assomavam à minha mente e, até o dia de hoje, elas não cessam de me assaltar. Graças a Deus!

Na palestra anterior examinamos o espetacular fenômeno da abdução de humanos; nesta examinaremos os espetaculares instrumentos utilizados por Deus para realizar essas abduções. Descobrimos, até com um certo assombro, que as Escrituras não se omitem de mencionar os muitos raptos de terráqueos por seres de outros mundos, descrevendo-os em número e detalhes tão abundantes, que nos impedem deles duvidar. Podemos rejeitá-los, mas não duvidar deles. Na atual palestra iremos examinar os “carros de fogo de Deus” que as Escrituras tanto falam em suas benditas páginas. Confio em que o meu prezado leitor não irá desistir de ler este estudo por achar o assunto irrelevante à fé ou totalmente absurdo, mas que o lerá até o final com toda a atenção devida por algo que se encontra registrado na Bíblia Sagrada. Muitos não acreditavam que houvesse abduções de humanos, naves estelares e habitantes de outros mundos, mas depois de lerem algumas de minhas palestras, já não duvidam mais dessas coisas. A razão para isto? Todas as palestras do Pastor Olívio são tiradas diretamente da Bíblia e não de fontes seculares!

Vamos então ao nosso estudo!

A CARRUAGEM CELESTE QUE SEQUESTROU ELIAS

A primeira menção bíblica sobre um veículo celeste abdutor de santos é justamente aquele com que iniciamos o nosso estudo: os carros de fogo que arrebataram o profeta Elias. Esse evento se encontra descrito no segundo capítulo, do segundo Livro dos Reis. Ali se diz que os profetas que viviam nos ranchos proféticos de Gilgal, Betel e Jericó, já tinham conhecimento de que o profeta Elias iria ser tomado por cima de suas cabeças. Eliseu, o discípulo de Elias, também já tinha conhecimento de tal promessa. O texto só não índica que alguém soubesse o momento exarto em que o evento aconteceria. Isto parece ficar mais evidente ao dizer o autor que foi enquanto Elias e Eliseu iam “andando e falando” pelas margens do rio Jordão que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro e Elias foi levado ao céu em um redemoinho!” Tanto Elias quanto Eliseu estavam conversando, dialogando, palestrando descontraidamente quando o rapto do profeta acontecera! A velocidade do evento, porém, não impediu que Eliseu visse os vários objetos voadores por cima de sua cabeça, antes deles sumirem. O texto diz: “O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros (2º Reis 2:12). O carro que levou Elias ao céu fora um só, mas os carros que participaram daquele acontecimento, foram muitos! E todos eles tinham pilotos, quem sabe mesmo tripulantes, pois que levou Eliseu a dizer: “Carros de Israel, e seus cavaleiros”.

A descrição que Eliseu faz do veículo que raptou Elias da terra o faz parecer uma carruagem (um carro puxado por cavalos), visto serem estes os veículos mais velozes de sua época. A exemplo das carruagens terrestres, as celestes se moviam com grande velocidade. Elas também possuíam um condutor, um piloto, chamado aqui por Eliseu de cavaleiros. Quanto a cor de fogo descrita como sendo a cor do carro e dos cavalos esta servia para indicar o poderio e a composição metálica do veículo. Já o fato de o veículo celeste ascender ao céu em um redemoinho, este o faz parecer ainda mais com as descrições atuais dos “discos voadores” nos quais os seus observadores afirmam se movimentarem tais objetos em giros, rodopios, em muitas voltas ao redor de si mesmo. Assim temos que uma nave espacial e específica abduziu Elias ao “céu”, enquanto outras, possivelmente de menor porte que aquela, atuaram como seguranças, como guarda-costas, como naves de proteçã. Absolutamente estonteante, não!

ELISEU E OS CARROS DE FOGO DE DEUS

A inacreditável história que eu vou contar agora se encontra registrada no texto do 2º Livro dos Reis 6:8-17. O rei da Síria estava em guerra contra Israel. Toda noite ele reunia os seus generais e dizia onde o seu exército deveria acampar para surpreender os exércitos do inimigo. Mas Eliseu, avisado pelo Senhor, alertava o rei de Israel, e este evitava passar por aqueles locais de armadilhas com suas tropas. Tantas vezes isto aconteceu que o rei da Síria achou que havia algum espião no meio de seus soldados. Consultando os seus generais ele descobriu que Eliseu, o profeta do Senhor, era quem estava alertando o rei de Israel. Informando-se do lugar onde o profeta estava, o rei da Síria mandou um grande exército para capturar Eliseu e levá-lo a sua presença. Geazi, o discípulo de Eliseu, viu o movimento do exército sírio em Dotã, cidade onde Eliseu residia, e, mais do que depressa correu até o seu mestre para informá-lo das novidades. Encontrou Eliseu repousando tranquilamente em sua casa e quase que sem fôlego lhe falou: “Eliseu, Eliseu, o rei da Síria enviou o seu exército e cercou toda a cidade. Eles vieram até aqui para pegá-lo e levá-lo preso. O que faremos agora?” Eliseu então fez uma estranha declaração ao seu moço. Ele lhe disse: “Não temas, porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles”. Geazi não entendeu nada! Até onde ele podia ver, o profeta estava sozinho com ele naquela casa! Onde estariam aqueles outros em número maior do que o exército do rei da Síria? Eliseu viu a expressão de espanto no rosto de seu discípulo e então, enternecido, fez esta oração: “Senhor, peço-te que lhe abras os olhos, para que veja”.

O que aconteceu a seguir arrepia a pele de qualquer um! O texto diz que “o Senhor abriu os olhos do moço e ele viu”. O que foi que Geazi viu? A Bíblia responde: “Eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu”. Uau! Isso é prá lá de fantástico! É extraordinário! Os carros e os cavalos celestes não estavam posicionados ao redor do monte e sim ao redor de Eliseu! Tanto eram eles que, partindo da pessoa do profeta para trás, eles iam fazendo círculos e mais círculos ao redor do homem de Deus, até que o monte inteiro ficou tomado de sua presença! Eles não estavam fazendo a segurança do monte contra o exército sírio e sim a segurança do servo do Senhor! Isto lembra o salmista falando: “Como estão os montes ao redor de Jerusalém, assim está o Senhor ao redor do seu povo” (Salmo 125:2). O apóstolo Pedro disse: “O Diabo, vosso adversário anda ao vosso derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1ª Carta de Pedro 5:8). Aprendemos assim que o Diabo anda ao nosso derredor (círculo mais externo), mas ao nosso redor (circulo mais próximo) está o Senhor! Que maravilha! Um carro daqueles apenas já seria suficiente para destruir todo exército dos assírios, mas Eliseu disse que os carros de fogo de Deus eram mais numerosos do que os soldados daquele grande exército! Veja quanta proteção o Senhor coloca ao redor daqueles que o temem!

Uma coisa que também me impressionou bastante nessa narrativa é que Eliseu orou ao Senhor para que Ele abrisse os olhos de Geazi, não os seus, a fim de que o seu discípulo pudesse ver quão cercado de proteção o profeta de Deus estava, pois os olhos do profeta estavam bem abertos contemplando todo aquele movimento de carros de fogo no céu! Uau! Que demais! Como isto faz vibrar a minha alma! Tenho certeza que ainda hoje existem homens e mulheres espirituais que conseguem ver o movimento dos céus quando ninguém ao seu redor está vendo nada e estão se sentindo plenamente seguros e salvos pela proteção do Senhor! É também possível que exista alguém que esteja se sentindo cercado pelas forças das trevas, dos exércitos do mal, das potestades malignas lhe corroendo a alma em provações, mas eu quero lhe dizer agora que o Senhor está atento a sua vida e que, mesmo que tenha de mover suas naves celestiais de poder para libertá-lo, Ele as moverá e o libertará do domínio do Maligno! Eliseu disse que todos aqueles carros e cavalos de fogo pertenciam ao Senhor. Estavam subordinados a Ele. Pertenciam a sua frota celestial!

O REI DAVI E O QUERUBIM QUE O SEQUESTROU

O rei Davi é o primeiro entre os fiéis abduzidos a dizer claramente que fora um querubim o responsável pelo seu rapto. Ele descreve esse querubim com alguma riqueza de detalhes, só sendo suplantado em sua descrição pelo profeta Ezequiel. Vou repetir aqui o que ele disse em seu Salmo 18: 4-15, quando orou ao Senhor pedindo livramento de seus inimigos, “Cordéis de morte me cercaram, e torrentes de impiedade me assombraram. Cordas do inferno me cingiram, laços de morte me surpreenderam. Na angústia invoquei ao Senhor, e clamei ao meu Deus: desde o seu templo ouviu a minha voz, aos seus ouvidos chegou o meu clamor perante a sua face. Então a terra se abalou e tremeu; e os fundamentos dos montes também se moveram e se abalaram, porquanto se indignou. Do seu nariz subiu fumo, e da sua boca saiu fogo que consumia; carvões se acenderam dele. Abaixou os céus e desceu, e a escuridão estava debaixo de seus pés. E montou num querubim, e voou;sim, voou sobre as asas do vento. Fez das trevas o seu lugar oculto; o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas e as nuvens dos céus. Ao resplendor de sua presença as nuvens se espalharam, e a saraiva e as brasas de fogo. E o Senhor trovejou nos céus, o Altíssimo levantou a sua voz; e havia saraiva e brasas de fogo. Despediu as suas setas, e os espalhou: multiplicou raios, e os perturbou. Então foram vistas as profundezas das águas, e foram descobertos os fundamentos do mundo; pela sua repreensão, Senhor, ao soprar das suas narinas”.

Seria absolutamente irracional pensar que o Senhor solta fumaça pelo nariz e fogo pela boca. Ele não se acende como carvão nem traz escuridão sob seus pés. Tampouco multiplica raios para afugentar e espalhar os seus inimigos. Sendo puríssimo espírito e estando em toda parte, não necessita montar em nenhum veículo e com ele voar pelos céus, como o texto diz que Ele fez ao montar em um querubim! Esta não é a descrição de um Ser divino e sim de um Ser vivente e inteligente que se move em um objeto voador em Nome de Deus, que se oculta nas nuvens e nas águas e que as dissipa quando aparece! Davi chamou este objeto voador de querubim e disse que foi com ele que o Senhor “abaixou os céus e desceu”. O objeto não era terrestre, não era de fabricação humana, pois que desceu do céu com o Senhor!

UMA CARREATA DIVINA NO SINAI

Ao dizer o rei Davi no Salmo 18 que o objeto voador que o ajudara a se livrar de seus inimigos era um querubim e afirmando ele ainda no Salmo 68:17 que “os carros de Deus são vinte milhares, milhares de milhares: O Senhor está entre eles, COMO EM SINAI, no lugar santo”, somos levados a examinar o relato da “descida de Deus” em Sinai, conforme registrada em Êxodo 19: 16-25 por Moisés e repetida no Livro do Deuteronômio 33:2 pelo mesmo profeta, a fim de descobrirmos se estes “carros de Deus” são veículos celestias poderosíssimos como os vistos por Eliseu, ou, se toda a frota estelar era composta de objetos voadores de altíssima complexidade aos quais ele chamou de querubins! O leitor está empolgado com esta pesquisa ou apavorado? Se está empolgado, então vamos seguir adiante! Se apavorado, de que lhe adianta todo este pavor? De nada! Vença então este seu receio e vamos seguir juntos em nossa eletrizante pesquisa!

O texto de Êxodo 19: 10,11,16-19 diz o seguinte: “Disse também o Senhor a Moisés: Vai ao povo, e santifica-os hoje e amanhã, e lavem eles os seus vestidos. E estejam prontos para o terceiro dia; porquanto no terceiro dia o Senhor descerá diante dos olhos de todo o povo sobre o monte Sinai….“E aconteceu ao terceiro dia, ao amanhecer, que houve trovões e relâmpagos sobre o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de buzina mui forte, de maneira que estremeceu todo o povo que estava no arraial. E Moisés levou o povo fora do arraial ao encontro de Deus; e puseram-se ao pé do monte. E todo o monte de Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo; e o seu fumo subiu como fumo dum forno, e todo o monte tremia grandemente. E o sonido da buzina ia crescendo em grande maneira: Moisés falava, e Deus lhe respondia em voz alta. E, descendo o Senhor sobre o monte de Sinai, chamou o Senhor a Moisés ao cume do monte; e Moisés subiu.” Em Êxodo 20:18,19 se diz ainda: ”E todo o povo viu os trovões e os relâmpagos, e o sonido da buzina, e o monte fumegando; e o povo, vendo isso, retirou-se e pôs-se de longe. E disseram a Moisés: fala tu conosco, e ouviremos; e não fale Deus conosco, para que não morramos”.

Após a entrega da Lei o texto continua em Êxodo 24: 1:2: “E depois (Deus) disse a Moisés: Sobe ao Senhor, tu e Arão (irmão de Moisés), Nadabe e Abiú (filhos de Arão), e setenta dos anciãos de Israel; e inclinai-vos de longe. E só Moisés se chegará ao Senhor, mas eles não se cheguem, nem o povo suba com ele”. Em resposta a esta ordem do Senhor “subiram Moisés e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel. E VIRAM O DEUS DE ISRAEL, e debaixo de seus pés havia como uma obra de pedra de safira, e como o parecer do céu na sua claridade. Porém Ele não estendeu a sua mão sobre os escolhidos dos filhos de Israel; MAS VIRAM A DEUS, e comeram e beberam. Então disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim ao monte, e fica lá; e dar-te-ei tábuas de pedra, e a Lei, e os mandamentos que tenho escrito para os ensinares. E levantou-se Moisés com Josué seu servidor; e subiu Moisés ao monte de Deus. E disse aos anciãos: Esperai-nos aqui (a Moisés e a Josué), até que tornemos a vós; e eis que Arão e Hur ficam convosco; quem tiver algum negócio, se chegará a eles. E, subindo Moisés ao monte, a nuvem cobriu o monte. E habitava a glória do Senhor sobre o monte de Sinai, e a nuvem o cobriu por seis dias; e ao sétimo dia chamou a Moisés do meio da nuvem. E o parecer da glória do Senhor era como um fogo consumidor no cume do monte, aos olhos dos filhos de Israel. E Moisés entrou no meio da nuvem, depois que subiu ao monte; e Moisés esteve no monte quarenta dias e quarenta noites.”

Em Deuteronômio 33:2, Moisés acrescentou alguns dados preciosos sobre aquele evento: “O Senhor veio de Sinai, e lhes subiu de Seir, resplandeceu desde o monte Parã, e veio com dez milhares de santos: à sua direita havia para eles o fogo da Lei.” Habacuque disse em seu livro: “Deus veio de Temã, e o santo do monte de Parã. A sua glória cobriu os céus, e a terra encheu-se do seu louvor” (3:3). Estevão, o primeiro mártir da Igreja Cristã disse para seus ouvintes: “Vós, que recebestes a Lei por ordenação dos anjos e não a guardastes.” (Atos 7:53). Paulo, o grande apóstolo dos gentios disse em Gálatas 3:19 que “a Lei foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro”.

O que podemos depreender de todos estes textos? Várias coisas, como se segue:

1º)     Que quando o Senhor foi entregar a sua Santíssima Lei a Moisés no monte Sinai, Ele veio do céu viajando em um querubim, tendo em vista a descrição do veículo voador relatada pelo rei Davi no Salmo 18 ser a mesma que a descrita por Moisés em Êxodo 19:16-19, ainda que o texto do Êxodo não cite o querubim nominalmente.

2º)     Que o querubim que transportava o Senhor descera em Seir, onde ficara estacionado por três dias, segundo Êxodo 19:11,16; a seguir, ascendeu vôo, sendo visto todo resplandecente desde o monte Parã; depois, desceu no Monte Sinai, onde foi visto por Moisés, Arão, Nadabe, Abiú, Josué e os 70 anciãos escolhidos de Israel. Na parte inferior do querubim (os “pés” do Senhor) havia “como uma obra de pedra de safira e como o parecer do céu em sua claridade” (Êxodo 24:10). Azul celeste é a cor da safira, pedra em que foi inscrita a Lei de Deus.

3º)     Que a comitiva do Senhor era composta, segundo Moisés em Deuteronômio 33:2, de “dez milhares de santos” que atravessaram o Sinai em incontáveis “carros de fogo”, segundo a declaração do rei Davi no Salmo 68:17. Os carros de Deus não podem, obviamente, serem confundidos com os santos de Deus, pois os carros de fogo eram os objetos voadores que traziam dentro deles os santos de Deus, em número de “dez milhares”.

4º)     Que esses “santos” descritos por Moisés eram seres constituídos de materialidade, como os humanos o são, visto os anjos serem puríssimos espíritos, segundo Hebreus 1:14 e não precisarem ser transportados de nenhum lugar para outro, em nenhum tipo de veículo que seja. Outra coisa a pensar é que se a Lei foi entregue a Moisés pelos anjos, como dizem Estevão e Paulo, então seres materiais entregaram um objeto material, constituído de pedra, a outros seres materiais, ou seja, havia indivíduos na comitiva do Senhor que possuíam materialidade. A Lei foi entregue por Deus aos homens através de mediadores, quais sejam, os seus santos “anjos”.

O FANTÁSTICO QUERUBIM DA VISÃO DE EZEQUIEL

Em Ezequiel temos a descrição mais pormenorizada, mais minuciosa, mais detalhada de um dos tipos de “carros de fogo” de Deus. A exemplo do rei Davi, ele chama esse “carro de fogo” de “querubim”. Os textos que descrevem os querubins e falam de suas atividades são tão longos e numerosos que eu não poderia transcrevê-los aqui sem comprometer enormemente o espaço delimitado para esta palestra. Então eu vou pedir encarecidamente ao meu amigo leitor que leia pacientemente os capítulos 1, 2, 3, 8, 9, 10 e 11 do livro de Ezequiel para observar os detalhes da impressionante descrição de um querubim. O capítulo de número 10, entretanto, eu o reproduzirei aqui na íntegra.

Conforme informamos na palestra anterior, Ezequiel fora deportado juntamente com o povo judeu de Jerusalém para a Babilônia em 597 a.C. pelo rei Nabucodonozor (2º Reis 24:14). Ali chegando, ele fora residir, juntamente com os demais cativos em Tel Abibe. Foi neste lugar, as margens do rio Quebar, que o profeta teve, pela primeira vez, a visão de um querubim e da “glória do Senhor” (Ezequiel 1:1-28). Ele descrevera minuciosamente a aparência desses objetos que eu agora compartilho com o meu amigo leitor:

“(1) Depois olhei, e eis que no firmamento, que estava por cima da cabeça dos querubins, apareceu sobre eles como uma pedra de safira, como o aspecto da semelhança de um trono (2) E falou ao homem vestido de linho, dizendo: Vai por entre as rodas, até debaixo do querubim, e enche as tuas mãos de brasas acesas dentre os querubins, e espalha-as sobre a cidade. E ele entrou à minha vista (3) E os querubins estavam ao lado direito da casa, quando entrou aquele homem; e uma nuvem encheu o átrio interior (4) Então se levantou a glória do Senhor de sobre o querubim para a entrada da casa; e encheu-se a casa duma nuvem, e o átrio se encheu do resplendor da glória do Senhor (5) E o estrondo das asas dos querubins se ouviu até o átrio exterior; como a voz do Deus Todo-Poderoso, quando fala (6) Sucedeu pois, dando ele ordem ao homem vestido de linho, dizendo: Toma fogo dentre as rodas, dentre os querubins, entrou ele, e se pôs junto às rodas (7) Então estendeu um querubim a sua mão de entre os querubins para o fogo que estava entre os querubins; e tirou, e o pôs nas mãos do que estava vestido de linho; o qual o tomou, e saiu (8) E apareceu nos querubins uma semelhança de mão de homem debaixo das suas asas (9) Então olhei, e eis quatro rodas junto aos querubins, uma roda junto a um querubim; e outra roda junto a outro querubim; e o aspecto das rodas era como cor de pedra de turquesa (10) E, quanto ao seu aspecto, as quatro tinham uma mesma semelhança; como se estivera uma roda no meio doutra roda (11) Andando eles, andavam elas pelos seus quatro lados; não se viravam quando andavam, mas para o lugar para onde olhava a cabeça, para esse andavam; não se viravam quando andavam (12) E todo o seu corpo, e as suas costas, e as suas mãos, e as suas asas, e as rodas, as rodas que os quatro tinham, estavam cheias de olhos em redor (13) E, quanto às rodas, elas foram chamadas, ouvindo eu, Galgal (girantes) (14) E cada um tinha quatro rostos: o rosto do primeiro era rosto de querubim, e o rosto do segundo era rosto de homem, e do terceiro era rosto de leão, e do quarto rosto de águia (15) E os querubins se elevaram ao alto; estes são os mesmos animais que vi junto ao rio Quebar (16) E, andando os querubins, andavam as rodas juntamente com eles; e, levantando os querubins as suas asas, para se elevarem de sobre a terra, também as rodas não se separavam deles (17) Parando eles, paravam elas; e, elevando-se eles, elevavam-se elas, por que o espírito de vida estava nelas (18) Então saiu a glória do Senhor da entrada da casa, e parou sobre os querubins (19) E os querubins alçaram as suas asas, e se elevaram da terra aos meus olhos, quando saíram; e as rodas os acompanhavam, e pararam à entrada da porta oriental da casa do Senhor; e a glória do Deus de Israel estava no alto, sobre eles (20) Estes são os animais que vi debaixo do Deus de Israel, junto ao rio Quebar, e conheci que eram querubins (21) Cada um tinha quatro rostos e cada um quatro asas, e a semelhança de mãos de homem debaixo das suas asas (22) E a semelhança dos seus rostos era a dos rostos que eu tinha visto junto ao rio Quebar, como o seu aspecto e eles próprios; cada um andava ao direito de seu rosto”. (Ezequiel 10:1-22)

Escolhi o capítulo 10 do livro de Ezequiel por trazer ele informações que complementam as já fantásticas informações registradas no capítulo 1 de seu livro e, ainda, por tratar ele com mais detalhes um estranho objeto que ficava por cima dos estranhos querubins. Se o prezado leitor não conhecia este texto deve estar se perguntando se o que Ezequiel vira e chamara de querubim não era, na realidade, uma nave espacial, extremamente complexa, como as descritas hodiernamente por avistadores de OVNIs. Mas, se era uma nave espacial, o que tem ela a ver com a história divina? Se nós, hoje, temos dificuldades em entender essas coisas, maiores ainda eram as dificuldades do profeta em descrever o que vira, pois, por 5 vezes usara a palavra “como” e 5 vezes a palavra “semelhança” tão somente neste capítulo, na tentativa de encontrar palavras e símbolos conhecidos que pudessem ajudar os seus leitores a compreenderem melhor o que ele vira. Em apenas 22 versículos ele repetira a palavra querubim 22 vezes, uma para cada versículo; várias vezes repetiu palavras e informações como se as não tivesse dito. O profeta ficara atordoado com o que vira e o leitor também vai ficar atordoado e mudo quando terminar de ler este capítulo!

A primeira coisa que desejo destacar aqui é que o objeto voador visto por Ezequiel e chamado por ele de querubim é um composto de quatro objetos que se juntam e se separam de acordo com a tarefa a ser executada. Quando estão unidos, o objeto por inteiro é chamado de querubim, mas quando estão separados, cada um dos quatro é também chamado de querubim. Assim é que o versículo 7 diz que, após o Comandante que estava no trono de safira ter dado uma determinada ordem, “um querubim estendeu a sua mão de entre os querubins para o fogo que estava entre os querubins; e tirou, e o pôs nas mãos do que estava vestido de linho; o qual o tomou e saiu”. Quando o profeta vai falar da saída do módulo denominado “glória do Senhor” até o templo ele diz: “Então se levantou a glória do Senhor de sobre o querubim para a entrada da casa; e enche-se a casa duma nuvem, e o átrio se encheu do resplendor da glória do Senhor (v.4). Isto mostra a individualidade dos elementos integrantes daquele objeto ao mesmo tempo que fala da necessidade de união de todos quando se tem de desempenhar tarefas maiores.

A segunda coisa que desejo destacar é que os querubins visto por Ezequiel atuavam muito mais como naves espaciais complexas do que como seres espirituais. Já mencionei isto em minha palestra nº 1 sobre o tema “Extraterrestres”, intitulada “Os Guardiões do Éden”. Sei que a Bíblia menciona um querubim que é espírito em Ezequiel 28 e que ficou conhecido por nós como o Diabo. Ele não é nenhuma nave espacial, mas um espírito com personalidade própria e moral baixa que objetiva destruir tudo o que é feito por Deus. Mas os querubins de Ezequiel definitivamente não são anjos, dentro da concepção moderna que temos desta palavra! Eles realizam manobras aéreas como subir, descer, fazer curvas semelhantes as nossas naves. Voam a altíssimas velocidades. Aterrissam, se deslocam em terra, comunicam-se entre si e voam, individualmente ou juntos. Tanto a sua configuração quanto a sua operacionalização são semelhantes a de naves espaciais.

A terceira e última coisa a destacar é que o objeto denominado “glória do Senhor” atuava como um módulo espacial que se deslocava de cima dos querubins unidos, voava até o local onde devia ir para cumprir sua tarefa, voltava voando e se acoplava por cima dos quatro querubins que, assim unidos, levantavam vôo e transportavam o passageiro do módulo para outro lugar. É isto o que vemos nos versículos 4,18,19 e 20 do capítulo 10 de Ezequiel. Gostaria muito de falar mais especificamente sobre os querubins de Ezequiel, seus tripulantes, e sobre o módulo espacial chamado “glória do Senhor”, mas isto vai ficar dependendo do interesse de meu leitor.

A ATUAÇÃO DOS CARROS DE FOGO DE DEUS NO FIM DOS TEMPOS

Isaías, profeta messiânico do Antigo Testamento, disse em seu livro, no capítulo 66:15,16: “Eis que o Senhor virá em fogo; e os seus carros como um torvelinho; para tornar a sua ira em furor; e a sua repreensão em chamas de fogo. Porque com fogo e com a sua espada entrará o Senhor em juízo com toda a carne; e os mortos do Senhor serão multiplicados”. Este versículo faz parte da resposta de Deus à oração feita pelos exilados nos capítulos 64 e 63. Ele fala do fim dos tempos e encontra rebatimento nos últimos acontecimentos de Apocalipse 19 e 20. Por este tempo a Igreja do Senhor já terá sido arrebatada ao céu conforme descrevi na palestra anterior em um evento planetário que envolverá milhões de indivíduos. Como o Senhor promoverá a partida de milhões e milhões de indivíduos ao céu?

Os textos que falam do rapto da Igreja – e eles são muitos – não dizem como tal coisa acontecerá, mas após ter estudado sobre a abdução dos santos nas Escrituras e os “carros de fogo de Deus”, não tenho dúvida alguma que ele acontecerá através da frota estelar do Senhor. Todas as características do fenômeno de rapto de santos mediante os carros de fogo do Senhor estarão presentes então: será um fenômeno rápido, instantãneo, veloz, tanto que foi comparado ao piscar de olhos; será ainda, um fenômeno mundial, universal, planetário, pois que envolverá pessoas do mundo inteiro; será um fenômeno espiritual, discriminatório, pois que só raptará os santos, os que têm em seu coração a marca do Cristo, diferentemente dos infiéis que tem em sua mão e em sua testa a marca do Anticristo; será um fenômeno de luz, pois toda vez que houve uma abdução de santos na Bíblia, esse fenômeno foi coberto de luz! Será um evento maravilhoso!

CONCLUSÃO

O seqüestro de santos nas Escrituras, nos poderosos “carros de Deus”, servem para demonstrar que a nossa vida é conhecida nos céus! Ela é assunto na morada do Todo Poderoso! O tempo todo os céus falam de nós! Eles nos conhecem e sabem quando precisamos de suas intervenções! O escritor da Carta aos Hebreus disse que estamos cercados por “uma imensa nuvem de testemunhas” (Hebreus 12:1) e o apóstolo Pedro disse que os emissários de Deus estão olhando o tempo todo para os santos no planeta (1ª Pedro 1:12). Podemos não gostar do método utilizado por Deus para nos proporcionar livramento, mas o certo é que, se Ele está usando determinado método é porque este é o melhor para enfrentar a determinada situação. Então graças a Deus pelas abduções de seus santos! Graças a Deus pelas suas “carruagens de fogo”! Os seres empregados em nossa libertação e transporte podem ser esquisitos, exóticos e suas naves espaciais, assustadoras, mas o que importa é que todos estão debaixo do comando do Senhor, das ordens do nosso Deus!

Que aprendamos, pois, a respeitar os irmãos que possuem histórias de avistamentos de OVNIs, de raptos em luz, de experimentos em seus corpos, de sonhos abdutores e outras coisas mais, pois já é difícil demais ter de agüentar o escárnio e o descrédito do povo do mundo para ainda ter de suportar o descrédito e o escárnio daqueles que dizem comungar a mesma fé, mas que enxovalham, discriminam e zombam desses irmãos por não terem eles passado pelas mesmas experiências que aqueles, ainda que as Escrituras estejam tão repletas das mesmas.

 

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

 

 

lll. Abduções na Bíblia

 

Palestra III

ABDUÇÕES NA BÍBLIA

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em Maio de 2014

INTRODUÇÃO

A palavra abdução significa “seqüestro”, “rapto”, “arrebatamento”, e se encontra hodiernamente quase que exclusivamente vinculada ao rapto de terráqueos por criaturas alienígenas. Você já foi abduzido por seres de outros mundos? Possui alguém na família ou conhece alguém que já tenha sido? Pasme o meu amigo leitor, mas o Pastor Olívio conhece várias pessoas que já foram abduzidas, sendo que duas delas freqüentam atualmente igrejas evangélicas e outras tantas que avistaram e foram avistadas por OVNIs (Objetos Voadores não Identificados)! Mas o que eu desejo mesmo falar nesta palestra não é sobre o fenômeno de abdução acontecido com pessoas de nosso tempo e sim com pessoas abduzidas dentro das páginas da Bíblia! Profetas, reis, apóstolos, diáconos e pessoas comuns como eu e você! Sabia que a Bíblia possui vários relatos de pessoas que foram abduzidas por seres de outros mundos? Pois é, algumas dessas pessoas foram abduzidas “até o céu” enquanto outras foram abduzidas de uma região para outra dentro do próprio planeta Terra. Fantástico, você não acha?

RELATOS BÍBLICOS SOBRE ABDUÇÃO DE HUMANOS

A quantidade de relatos de abduções que encontrei na Bíblia foi tão grande, tão numerosa, tão significativa, que eu tive de agrupá-los segundo as duas grandes divisões das Escrituras, quais sejam: O Novo Testamento e o Antigo Testamento! Acho que nem eu mesmo tinha noção de que eram tantos casos assim! Alguns deles são descritos de forma clara e detalhada enquanto outros, nem tanto, mas todos foram por mim considerados para apreciação conjunta com meu amigo leitor. Vamos então examiná-los:

ABDUÇÕES DE PESSOAS NO ANTIGO TESTAMENTO

O primeiro registro de um terráqueo abduzido em corpo “até o céu” se encontra no capítulo 5 do livro do Gênesis, o primeiro livro da Bíblia, no versículo 24. Ali se diz que ENOQUE, um justo que vivera antes da época do Dilúvio, fora trasladado misteriosamente por Deus: “E andou Enoque com Deus; e não se viu mais, porquanto Deus para Si o tomou”, diz o texto. No livro de Hebreus 11:5 se diz: “Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte, e não foi achado, porque Deus o trasladara; visto como antes de sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus”.

O segundo registro se encontra no 2º Livro dos Reis, no capítulo 2, mais especificamente no versículo 11, onde se noticia que ELIAS, um dos profetas de Israel, estava caminhando com Eliseu, seu discípulo, junto as margens do rio Jordão, quando, de repente, “indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro: e Elias subiu ao céu num redemoinho”!

O terceiro registro bíblico de uma abdução com humanos, se deu com um dos mais famosos reis da Antiguidade, também da nação de Israel, chamado DAVI. Temos o seu relato no Salmo 18:4-19 no qual o rei disse: “Enviou desde o alto, e me tomou; tirou-me das muitas águas…livrou-me do meu inimigo e dos que me aborreciam… eram mais poderosos do que eu…trouxe-me para um lugar espaçoso, livrou-me porque tinha prazer em mim” (18:16-19).

O quarto registro de uma abdução, em corpo, de um terráqueo, aconteceu com outro profeta de Israel, de nome EZEQUIEL. No capítulo 8, versículos 14 e 15 do livro que leva o seu nome ele diz: “Então o espírito me levantou, e me levou; e eu me fui mui triste, no ardor do meu espírito; mas a mão do Senhor era forte sobre mim. E vim aos do cativeiro, a Tel Abibe, que moravam junto ao rio Quebar, e eu morava onde eles moravam: e fiquei ali sete dias, pasmado no meio deles”.

Temos também pelo menos um caso de abdução física no Novo Testamento!

ABDUÇÕES DE PESSOAS NO NOVO TESTAMENTO

Encontramos no livro de Atos 8:39,40 o relato da abdução terrestre, em corpo, de FILIPE, um dos sete diáconos da Igreja Primitiva que fora abduzido quando estava na estrada que descia para Gaza e deixado corporalmente em Azoto, cidade que ficava no litoral do Mediterrâneo, sem que ele ou alguém soubesse informar como fora parar ali! No dizer do evangelista Lucas “o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe”   e Filipe se achou em Azoto”.

Em 1ª Tessalonicenses 4: 15-17 temos a declaração do apóstolo Paulo de que, TODOS OS CRENTES QUE ESTIVEREM VIVOS, QUANDO DO RETORNO DO SENHOR JESUS À TERRA, não passarão pela morte física, mas serão transformados em vida e arrebatados corporalmente ao céu! Uau! Quantas emoções fortes nas páginas da Bíblia Sagrada! Sem dúvida alguma este será mais um daqueles eventos espetaculares a acontecer no planeta Terra nos últimos dias!

Respire calma e relaxadamente, tome um gole de água fresca, caminhe um pouco por onde possa, e, quando tiver terminado, volte e vamos continuar a leitura desses raptos de humanos um pouco mais de perto! Você ainda tem muito para se assombrar!

EXAMINANDO OS CASOS DE ABDUÇÃO NA BÍBLIA

As Escrituras não informam como a trasladação do justo ENOQUE se deu. Ela apenas diz que ele foi tomado por Deus ao céu e pronto! Por terem as pessoas de seu tempo procurado por ele após o seu desaparecimento e não o encontrado, conforme o texto de Hebreus 11: 5, podemos afirmar que a sua trasladação se deu corporalmente. Quanto a questão de ele não ter morrido e estar vivo até hoje no céu com Elias, conforme apregoado pela Igreja Cristã, já discuti sobre o assunto na Palestra II, do tema Reencarnação, sob o título “O Grupo dos Arrebatados”. Muitos estudiosos acreditam que Enoque terá de voltar à Terra como uma das duas testemunhas apocalípticas (Apocalipse 11:1-14) para cumprir o seu ministério e morrer, tendo em vista o mandamento de Deus a todos os humanos para passarem pela morte física.

Quanto ao arrebatamento de ELIAS temos um pouco mais de informação. O texto de 2º Reis 1-5 relata que os profetas que viviam nos ranchos de Gilgal, de Betel e do Jordão, e o próprio Eliseu, sabiam que Elias seria “tomado por cima de suas cabeças e levado ao céu” em determinado dia. Não conheciam o momento nem a maneira como tal coisa aconteceria, mas tinham a informação precisa de que iria acontecer! Então, ao caminhar o profeta com o seu discípulo Eliseu pelas margens do rio Jordão, “um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho”! Uau! Que maravilha! Que coisa extraordinária! Pasme o meu amigo leitor, mas essa abdução fora vista pelo profeta Eliseu, que atormentado, se pôs a gritar: “Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros!” (v.12).

Por três dias seguidos procuraram pelo corpo do profeta Elias nas cercanias do Jordão sem o encontrarem. Por causa deste seu glorioso arrebatamento os escribas de Israel acreditavam que Elias desceria do céu em corpo para participar de outro glorioso evento, a saber, a unção do Messias de Deus! Mas Elias não viera na forma como eles pensavam, então a Igreja passou a dizer que o profeta virá no futuro para pregar com Enoque, a outra testemunha apocalíptica, e, com aquele, passar pela morte física, segundo a ordem emitida pelo Senhor para todos os humanos morrerem (Hebreus 9:27).

A abdução do rei DAVI torna-se interessante por apresentar outros componentes integrantes do fenômeno da abdução, como pode ser visto no relato do livro dos Salmos. Davi se encontrava em grande aflição pela perseguição imposta a ele pelo rei Saul. Então ele invocou o nome do Senhor em seu auxílio. A partir do versículo 4 do Salmo 18 lemos: “Cordéis de morte me cercaram, e torrentes de impiedade me assombraram. Cordas do inferno me cingiram, laços de morte me surpreenderam. Na angústia invoquei ao Senhor, e clamei ao meu Deus: desde o seu templo ouviu a minha voz, aos seus ouvidos chegou o meu clamor perante a sua face. Então a terra se abalou e tremeu; e os fundamentos dos montes também se moveram e se abalaram, porquanto se indignou. Do seu nariz subiu fumo, e da sua boca saiu fogo que consumia; carvões se acenderam dele. Abaixou os céus e desceu, e a escuridão estava debaixo de seus pés. E montou num querubim, e voou; sim, voou sobre as asas do vento. Fez das trevas o seu lugar oculto; o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas e as nuvens dos céus. Ao resplendor de sua presença as nuvens se espalharam, e a saraiva e as brasas de fogo. E o Senhor trovejou nos céus, o Altíssimo levantou a sua voz; e havia saraiva e brasas de fogo. Despediu as suas setas, e os espalhou: multiplicou raios, e os perturbou. Então foram vistas as profundezas das águas, e foram descobertos os fundamentos do mundo; pela sua repreensão, Senhor, ao soprar das suas narinas. Enviou desde o alto, e me tomou: tirou-me das muitas águas. Livrou-me do meu inimigo forte e dos que me aborreciam, pois eram mais poderosos do que eu. Surpreenderam-me no dia da minha calamidade; mas o Senhor foi o meu amparo. Trouxe-me para um lugar espaçoso; livrou-me, porque tinha prazer em mim”. Uau! Que narrativa tremenda! O Pastor Olívio realmente vibra com isto! O leitor pode encontrar esse relato também no 2º Livro de Samuel 22.

Quanto a abdução do profeta EZEQUIEL talvez seja a mais espetacular de todas pela riqueza de seus detalhes, tanto em relação ao modo como ela aconteceu quanto a descrição do instrumento utilizado por Deus para operá-la. Não trataremos nesta palestra da descrição de tal instrumento, visto ser nosso objetivo apenas demonstrar a existência do fenômeno da abdução nas páginas das Escrituras Sagradas, mas na palestra que se seguirá a esta nós trataremos sim de tal instrumento! O meu prezado leitor não pode deixar de lê-la!

Ezequiel havia sido deportado juntamente com o povo judeu de Jerusalém para a Babilônia em 597 a.C. pelo rei Nabucodonozor (2º Reis 24:14). Ali chegando, os cativos foram residir em Tel Abibe, onde o profeta teve, pela primeira vez, a visão de um querubim e da “glória do Senhor” (Ezequiel 1:1-28). Ele descreveu minuciosamente a aparência desse querubim e da “glória do Senhor”. A seguir, no capítulo 3:10-15 de seu livro, ele descreve como fora transportado de Tel Abibe à Jerusalém, distante 1.100 km do lugar onde estava! Ele disse: “Disse-me mais (o Senhor): Filho do homem, mete no teu coração todas as minhas palavras que te hei de dizer; e ouve-as com os teus ouvidos. Eia, pois, vai aos do cativeiro, aos filhos do teu povo, e lhe falarás, e lhe dirás: Assim diz o Senhor Jeová, quer ouçam, quer deixem de ouvir. E levantou-me o espírito, e ouvi por detrás de mim uma voz de grande estrondo, que dizia: Bendita seja a glória do Senhor, desde o seu lugar. E ouvi o barulho das asas dos animais, que tocavam umas nas outras, e o barulho das rodas defronte deles, e o sonido de um grande estrondo. Então o espírito me levantou, e me levou; e eu me fui mui triste, no ardor do meu espírito, mas a mão do Senhor era forte sobre mim. E vim aos do cativeiro, a Tel-Abibe, que moravam junto ao rio Quebar; e eu morava onde eles.moravam; e fiquei ali sete dias, pasmado no meio deles.”

Ezequiel também descreveu a sua abdução após o Senhor ter-lhe revelado as abominações que o povo e as autoridades faziam em Jerusalém. Ele disse: “E a glória do Senhor se alçou desde o meio da cidade, e se pôs sobre o monte que está ao oriente da cidade. Depois o Espírito me levantou e me levou em visão à Caldéia, para os do cativeiro, pelo Espírito de Deus; e se foi de mim a visão que eu tinha visto. E falei aos do cativeiro todas as cousas que o Senhor me tinha mostrado (Ezequiel 11:23-25).

O relato da abdução de FILIPE, um dos diáconos da Igreja Primitiva, não contém muitos detalhes. Ele está contido em apenas dois versículos do Novo Testamento e diz que, ao sair Filipe da água, junto com o Ministro das finanças da Etiópia, a quem batizara “o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu mais o eunuco; e jubiloso, continuou o seu caminho. E Filipe se achou em Azoto, e, indo passando, anunciava o Evangelho em todas as cidades, até que chegou a Cesaréia” (Atos 8:39,40). O importante aqui é destacarmos que Azoto ficava cerca de vinte e nove quilômetros do noroeste de Gaza e que o arrebatamento de Filipe foi corporal, físico, como os demais seqüestros que aqui abordamos. Filipe não foi viajando até Azoto; ele se achou lá! Não escolheu deliberadamente ir até aquele local; alguém escolhera para ele!

Quanto ao arrebatamento dos CRENTES QUE ESTIVEREM VIVOS QUANDO DA VOLTA DO SENHOR JESUS À TERRA, temos que este será um fenômeno coletivo, universal, pegando possivelmente milhões e milhões de seres espalhados pelo mundo todo! Como se dará tal fenômeno nós iremos examinar na próxima palestra, mas não é demais assinalar que este será um caso inconteste de abdução de terráqueos!

Não bastasse a Bíblia trazer todos esses extraordinários relatos de seqüestro físico de humanos, quer tenha sido para o céu, quer para outra região diferente na Terra, ela vai nos assombrar ainda mais ao falar de arrebatamentos só de espíritos, de raptos de almas, ou seja, de abduções unicamente espirituais! Você sabia que isto é possível? Já tinha ouvido falar sobre esse caso? Pois é, a Bíblia fala, e devo dizer ao meu prezado leitor que este tipo de abdução possui um aspecto exuberante, maravilhoso, fantástico, e outro extremamente assustador, apavorante, horripilante, como demonstrarei a seguir. Você pensava que a Bíblia era um livro “fechado”, “careta”, “ultrapassado”, mas a Bíblia não é nada disto que falam sobre ela e sim o livro que contém a sabedoria de Deus e as coisas que existem em seu universo!

RELATOS DE ABDUÇÕES ESPIRITUAIS NA BÍBLIA

As “abduções espirituais”, é bom que se diga, não são o mesmo que “arrebatamento de sentidos”, como o que teve o apóstolo Pedro em sua casa quando orava, três dias antes de receber a comitiva do centurião Cornélio em sua casa, conforme registrado em Atos 9:1-18. No arrebatamento de sentidos, estes são temporariamente suspensos, mas o individuo que participa do fenômeno sabe que seu espírito não foi retirado de seu corpo, não saiu dele, apenas seus sentidos foram afetados. No seqüestro espiritual, contudo, o espírito do indivíduo é retirado de dentro de seu corpo – melhor dizendo – é “estirado”, “esticado”, “distendido”, já que o indivíduo não morre, mas permanece a ele ligado pelo cordão astral ou “cadeia de prata”, conforme ensinado pelo sábio rei Salomão em Eclesiastes 12: 6.

Veja aqui dois registros do fenômeno de abdução espiritual reportados no Novo Testamento.

ABDUÇÕES ESPIRITUAIS DE PESSOAS NO NOVO TESTAMENTO

O apóstolo PAULO registrou em Atos 22: 16-22 que quando fora orar no templo sofrera uma abdução de seu espírito. Ele diz literalmente que fora retirado de dentro de si, sem que soubesse dizer por quem ou como tal fato acontecera. Ele não morrera por causa dessa “retirada de seu espírito”, mas continuou vivo para contar a sua história! Em outra ocasião ele dissera que fora levado até o céu, à morada de Deus, mas, desta vez ele não sabia dizer com precisão como chegara até lá – se no corpo ou se “fora dele” (em espírito) – (2ª Coríntios 12: 1-4).

JOÃO, o profeta do Apocalipse, disse várias vezes, que fora arrebatado em espírito até ao céu onde tivera as visões que registrara em seu estranho livro (1:10 / 4:2). Ele também não morrera em decorrência desses seqüestros espirituais, mas continuara vivo para nos brindar com o fantástico e exótico livro do Apocalipse!

Conforme eu havia dito no início, os fenômenos de abdução na Bíblia são mais numerosos do que poderíamos imaginar!

Muitas pessoas têm relatado casos de “saídas do corpo” chamando-as de “arrebatamento”, de “viagens astrais” e de outros nomes parecidos com estes nas quais afirmam terem viajado para o céu, visto anjos, pessoas conhecidas, seres de outros mundos e até conversado com Jesus, mas nós não temos lhes dado ouvido, não temos lhes dado nenhum crédito. Só porque nós não tivemos determinada experiência não significa que outros não a tenham tido, que sejam experiências falsas ou que elas não existam. Acabamos de ver dois pilares do Cristianismo afirmarem ter passado por experiências inacreditáveis de “saídas do corpo” e nenhum de nós tem autoridade espiritual suficiente para dizer que eles não as tiveram ou, que tudo o que experimentaram foi imaginação de suas cabeças, algo ilusório, irreal. Em não poucas vezes, tenho ficado impressionado com a incredulidade dos crentes!

Mas como disse, se existem abduções corporais e espirituais maravilhosas, também existem abduções corporais e espirituais aterradoras! Deixe-me contar-lhe uma história.

Eu estava orando solitariamente em meu quarto quando subitamente veio a minha mente a mensagem do rei Davi em seu Salmo 3:5 que diz: “Eu me deitei e dormi; acordei, porque o Senhor me sustentou”. Comecei a dar graças a Deus por ter conseguido dormir bem e me sentir descansado. Agradeci por ter despertado para um novo dia, pois enquanto estava dormindo, não tivera consciência do que acontecia ao meu redor. Foi então que comecei a atentar para a frase acordei, por que o Senhor me sustentou. Inesperadamente comecei a pensar que poderia haver pessoas que não estavam conseguindo acordar, despertar de seu sono, porque, enquanto estavam dormindo, o seu espírito saíra de seu corpo a fazer uma “viagem astral”, uma viagem a lugares desconhecidos, em outras dimensões, e não retornara ao seu corpo físico! “Deitar” e “dormir” são duas coisas naturais, mas “acordar” é coisa que depende de Deus! Muitos estão deitando e dormindo, mas não estão conseguindo acordar! Seus corpos físicos estão ótimos, em perfeito estado, mas eles não estão reagindo aos estímulos a eles endereçados! Quando dei conta de mim, estava orando pelos espíritos aprisionados de meus irmãos humanos em outros mundos, passando Deus sabe lá pelo o quê pelas mãos de quem sabe quem; orei, pelos médicos e pais de família que possuem pessoas em clínicas, em hospitais e em casa nestas condições; pelos líderes espirituais que não crêem em tais coisas e que nunca poderão ajudar tais pessoas, e por aí vai. Pedi a intervenção divina para estes casos difíceis ao Deus que tudo pode e tudo faz.

A abdução espiritual de “ímpios”, de “não crentes”, são possíveis sim e, se o meu prezado leitor não possui o temor de Deus em sua vida; não atenta para os seus mandamentos e despreza a sua Lei bendita, deve começar, a partir de hoje, a dar graças a Deus pelo dia vivido e pela noite que já chegou e que também precisa ser vivida sem medos, sem temores, sem tensões. Sobre o seu dia o meu prezado leitor tem controle, mas e sobre a noite?

QUEM E COMO ERAM OS SERES QUE ABDUZIRAM AS PESSOAS NA BÍBLIA?

Esta é uma pergunta que passa pela mente de todos os que se dedicam ao assunto. Quem eram e como eram os seqüestradores das pessoas na Bíblia? Como era a sua aparência? Eram amistosos ou inamistosos? Existe alguma passagem bíblica que os descreva?

Examinando os textos que falam dos casos em particular, vemos que, de ENOQUE se diz que “Deus para si o tomou”, não se dizendo como isto se deu; de ELIAS, que “um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro e Elias subiu ao céu num redemoinho”, registrando-se que o seqüestro do profeta se dera mediante um “carro voador”, sem que se faça nenhuma menção ao piloto e possíveis tripulantes do mesmo; do rei DAVI o texto diz, “enviou desde o alto e me tomou”, deduzindo nós, pela narrativa que fala de um querubim que transportava Deus, que esse mesmo querubim fora enviado pelo Senhor para descer lá do alto e arrebatar Davi; EZEQUIEL é o único abduzido a dizer que o piloto do objeto voador que o sequestrara tinha “a semelhança de um homem” (1:26); de FILIPE o texto diz, “o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe”, não se dizendo como isto se dera, a exemplo do que acontecera com Enoque; dos milhares de CRENTES QUE ESTARÃO VIVOS QUANDO JESUS VOLTAR se diz, “o mesmo Senhor (Jesus) descerá do céu com alarido e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus…nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados…a encontrar o Senhor nos ares”, não se dizendo como esse fenômeno acontecerá.

Quanto as abduções puramente espirituais dos apóstolos PAULO e JOÃO, não temos também nenhum detalhe capaz de nos ajudar a detectar quem e como eram os seus seqüestradores. Do apostolo PAULO se diz, “fui arrebatado para fora de mim e vi aquele que me dizia: Dá-te pressa, e sai apressadamente de Jerusalém” (Jesus); de João, “eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor”, e, outra vez,”e logo fui arrebatado em espírito e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono”.

Assim é que, todos os escritores bíblicos que relataram fenômenos de abdução, à exceção de Ezequiel, afirmaram que foi Deus mesmo quem os seqüestrou e os levou para si, o que nos leva a depreender que Deus não pretendia que os leitores de seu Livro Santo focassem os seus olhos em admiração e espanto nas poderosas máquinas celestes com seus admiráveis pilotos e tripulantes e sim naquele que, não possuindo forma alguma por ser puríssimo espírito, estava tratando com os seus servos e se utilizando de tais instrumentos para lhes dar a vitória!

O QUE PODEMOS APRENDER COM AS ABDUÇÕES?

Se o prezado leitor pode perceber, todos os casos de abduções relatados na Bíblia se deram apenas com fiéis! Isto não quer dizer absolutamente que não existam abduções de pessoas incrédulas, não religiosas, em nosso mundo, mas simplesmente que não existe nenhum caso bíblico de pessoas ímpias, não pias, não crentes que tenham sido abduzidas ao céu ou para outra região da Terra! Tanto Enoque quanto Elias, Ezequiel, Davi, Filipe, Paulo e João, eram pessoas que demonstravam uma fé viva, atuante no Senhor. Isto dá ao fenômeno da abdução uma conotação espiritual, transcendente, pois que faz com que os indivíduos que serão abduzidos sejam selecionados segundo a vinculação que tenham com o Senhor! Isto me impressiona bastante no sentido de que, apesar do fenômeno da abdução ser um fenômeno espiritual e só ter acontecido biblicamente com crentes, são exatamente os crentes que hodiernamente mais o combatem e que menos crêem nele!

Outra coisa a perceber é que o fenômeno da abdução só acontecia em casos extremamente necessários de uma intervenção divina, como por exemplo, salvar a vida de um servo do Senhor que estava ameaçada, que foi o que aconteceu com Enoque, Elias e Davi; livrar os servos do Senhor de depressões profundas, capazes de destruir sua fé em Deus, como foi o caso de Ezequiel e de Paulo, ou, quando a presença de um servo do Senhor em determinado lugar se fazia tão necessária, tão urgente, que o Senhor dispensava os meios  normais de transporte e utilizava os seus próprios meios como aconteceu com Filipe! Deus faz o impossível para alcançar uma alma e dar-lhe a sua salvação! Ele usa céus e terra para alcançar os seus propósitos e livrar um santo da morte indevida, seja ela física ou espiritual!

A última coisa a falar sobre o fenômeno da abdução é que toda vez que se pode explicá-lo, esclarecê-lo, ele aconteceu pela instrumentalidade dos “carros de fogo do Senhor”. Isto deveria tirar de nós o pavor que temos dos extraterrestres, discos voadores e outros mundos habitados. Os veículos celestiais que pegavam os indivíduos da terra e os levavam para seu interior, deixava-os exatamente nos lugares determinados por Deus. Foi assim com Davi, Ezequiel e certamente com todos os demais indivíduos aqui assinalados. Possivelmente a abdução coletiva que virá sobre os santos dos últimos tempos, conforme descrito por Paulo em sua 1ª Carta aos Tessalonicenses, se dará também pela utilização dos “carros de fogo de Deus”, mas trataremos disso na palestra seguinte.

CONCLUSÃO

Chegando ao final de nossa palestra, na qual demonstrei a existência de pelo menos seis casos de abduções físicas de humanos na Bíblia e três deles de abduções espirituais, gostaria de dizer que, ser abduzido, por quem quer seja, não deveria trazer ao servo do Senhor nenhum temor, pois nossa segurança não depende de estarmos perto de nossos amados ou de nossas igrejas e sim de estarmos pertos de Deus! Se sofrermos um sequestro por seres advindos de outros mundos e tivermos de entrar em suas naves, saibamos que Deus está nos protegendo e não nos destruindo! Estamos sendo seqüestrados para sobrevivermos e não para sermos destruídos, morrermos! Todos os personagens bíblicos que estavam em situações de morte e foram abduzidos, foram abduzidos para viver! Nosso Deus governa todo o universo. Dentro deste seu espetacular universo habitam seres exóticos e complexos com suas potentes e velozes naves. No interior de um planeta ínfimo, pequeníssimo, quase “não detectável”, quase “não visível”, estão os únicos seres da criação a quem Deus deu o título de filhos seus! Quem ousaria encostar o dedo nestes tais “filhos de Deus”? “Aquele que toca em vós, toca na menina dos meus olhos, diz o Senhor” (Zacarias 2:9). Como disse o abduzido Paulo: “Aquele que nem a seu próprio Filho poupou, como não nos daria com Ele todas as coisas?” (Romanos 8:32).

Nada pois de ficar dizendo que discos voadores e extraterrestres são “coisas do Diabo” e que se um dia se defrontar com um deles vai repreendê-los e expulsá-los em Nome de Jesus, pois é exatamente por causa de Jesus que eles estão nos salvando! Ao invés disso, vamos dar graças a Deus pelos nossos irmãos cósmicos existirem, por este universo estar pleno, repleto, cheio deles, e que, se for necessário, Deus os empregará para salvar nossa preciosa vida!

 

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

ll.c As Vária Raças do Gênesis – Os “Nefilins”

 

Palestra II c

AS VÁRIAS RAÇAS DO GÊNESIS

(Os “Nefilins”)

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em setembro de 2012

INTRODUÇÃO

Desejo examinar com o prezado leitor, o último dos grupamentos raciais encontrados no livro do Gênesis e em outros livros da Bíblia, conhecido como “Nefilins”. A quantidade de informações que dispomos sobre eles é tão grande, tão abundante, que nenhum pesquisador sério jamais poderia pretender disponibilizar toda a informação existente sobre tais criaturas em apenas alguns parágrafos! Livros volumosos têm sido escritos sobre eles e material informativo em abundância tem sido disponibilizado na rede mundial de computadores. Entretanto, poucos têm sido os pesquisadores bíblicos que se arriscaram a emitir uma opinião histórica, secular e factual, sobre o tema – talvez por ela nos levar a uma tomada de posição estranha, não muito convencional. Sendo o objetivo de minhas palestras e de meus livros o de estimular a mente de meus leitores a examinarem todo o tipo de assunto, por mais extravagante e exótico que seja, e confrontá-lo com a revelação bíblica, vou registrar aqui apenas alguns pontos que julgo serem importantes para comprovar a existência de seres extraterrestres na Bíblia.

Para a referida pesquisa foram-me de grande valia as informações contidas nos artigos do irmão Jurandir Santana, intitulados “Os Misteriosos Gigantes Bíblicos I e II”, escritos no jornal da Assembléia de Deus, Mensageiro da Paz, nº 1214 e 1215, de fevereiro e março de 1988, respectivamente. Claro que a consulta a um Dicionário Bíblico e a um Manual Bíblico são fundamentais em toda e qualquer pesquisa bíblica. No meu caso, o Dicionário Bíblico de Davis[1], o Manual Bíblico de Halley[2] e, ainda, o Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e “Contradições da Bíblia”, de Geisler e Howe[3], foram-me de grande ajuda.

Vamos examinar então algumas características dos esquisitos e temerosos nefilins!

CARACTERÍSTICAS DOS “NEFILINS”

A primeira coisa que desejo destacar sobre essas criaturas e que não demandou nenhum esforço intelectual de minha parte por já vir expresso em letras garrafais na Bíblia, é que todos os “nefilins” eram seres gigantescos, enormes, de elevadíssima estatura! Sei que já mencionei isto na palestra anterior, mas desejo enfatizar ainda mais este fato, dada a sua importância extrema. Quando Moisés enviou os seus espias à terra de Canaã para estes verificarem a possibilidade de se conquistar ou não aquela terra, os espias, ao retornarem, disseram para o seu líder que se sentiram “como gafanhotos” diante dos moradores de Canaã, pois que todos eles eram enormes! Eles lhe disseram literalmente: “todo o povo que vimos no meio dela são homens de grande estatura”. Também vimos ali gigantes (“nefilins”), filhos de Anaque, descendentes dos gigantes (“nefilins”) – Livro de Números 13:32-33. Você percebeu? Notou algo de horripilante no texto? Não? Então eu vou dizer: como se já não bastasse os espias israelitas estarem absolutamente apavorados por terem visto naquelas cidades uma raça de pessoas enormes, imensas, diferentes de todas as outras que haviam conhecido, eles também viram seres gigantescos, bem maiores do que aqueles outros, habitando com eles as mesmas cidades! Não é isto realmente impressionante? Duas raças de seres inteligentes convivendo entre si! Gigantes convivendo com outros gigantes!

Bom é que se diga que os “nefilins” não eram apenas alguns indivíduos avulsos, isolados, encontrados um aqui e outro acolá, mas, sim uma raça, uma espécie, uma casta de seres gigantescos que habitavam o planeta, junto com os humanos, antes mesmo de os “filhos de Deus” terem entrado às “filhas dos homens” e, ainda após isto ter acontecido! A espécie humana possui muitos indivíduos altos e também muitos indivíduos pequenos, de baixa estatura, o que nos impede de caracterizá-la tanto como uma raça de gigantes quanto como uma raça de nanicos, mas os “nefilins”, não! Todos eles eram imensos, enormes, gigantescos – sem exceção! (Deuteronômio 3:1-11 / 1º Samuel 17:4 / 2º Samuel 21:15-22 / 1º Crônicas 20:6). Só a cama de Ogue, rei de Basã, um dos gigantes vencidos pelos hebreus, feita totalmente de ferro, media cerca de quatro metros e meio de comprimento por dois de largura! O gigante Golias, que Davi enfrentou, media cerca de três metros de altura! (1ª Samuel 17:4). Em 1º Crônicas 11:23 se diz que Banaías, um dos valentes de Davi, feriu um gigante com cerca de dois metros e meio de comprimento! Os “nefilins” eram realmente gigantescos!”

O título dado aos “nefilins” de “valentes da Antiguidade” caracterizava-os como uma raça de guerreiros de espírito agressivo, combativo, lutador. Não se ganham esses adjetivos cuidando de lavouras ou criando gado, mas em campos de batalhas! Toda vez que se fala de um “nefilin” na Bíblia ele está guerreando, lutando, digladiando! Os “nefilins” disponibilizavam os seus serviços de guerreiros para qualquer povo que os quisesse contratar! Foi isto o que aconteceu com Golias de Gate, que alugou os seus serviços para os filisteus combaterem contra Israel (1º Samuel 17:1-11). Os “nefilins” eram uma raça de mercenários, de mercadores da morte, verdadeiras armas vivas de guerra! Já o título de “varões de fama”, dado também a eles, destacava a notoriedade, o sucesso que alcançaram como guerreiros de fibra. O destemor dos “nefilins”, sua valentia, sua bravura, ia adiante de seus nomes espalhando o terror por várias nações da Antiguidade. Se o meu leitor bem observou, os espias israelitas disseram para Josué que eles viram naquelas terras os filhos de Anaque, a saber: Aimã, Sesai e Talnai, todos eles indivíduos gigantescos (Josué 13:22, 33). Quem havia falado com eles sobre o gigante Anaque, um dos “varões de fama” daquele período da História e de seus filhos?

Os nefilins eram uma raça constituída somente de indivíduos machos! Você sabia que em nenhum lugar das Escrituras se diz que os “nefilins” entraram em conúbio com ‘as filhas dos homens”, as fêmeas humanas, como os “filhos de Deus” o fizeram, e nem mesmo que o tentaram, apesar de serem eles criaturas constituídas de muita força e as “filhas dos homens” serem imensamente belas e sensuais? Não se diz também que os “nefilins” entraram em conúbio com as fêmeas resultantes do acasalamento entre os “filhos de Deus” com as “filhas dos homens” que, algumas versões afirmam, terem sido também enormes e com as quais poderiam, teoricamente, mais facilmente se relacionar. No solo racial do Gênesis encontramos machos humanos procurando fêmeas humanas; machos extra-planetários procurando também por fêmeas humanas, mas não encontramos nenhum “nefilim” macho procurando uma fêmea, fosse ela de qualquer raça! Por que seria isso, hein?

Na visão do Pastor Olívio, a ausência de qualquer menção no texto bíblico sobre a existência de fêmeas “nefilins” e de um possível relacionamento sexual entre um “nefilin” e uma fêmea de qualquer outra raça que fosse, pode significar pelo menos quatro coisas:

  • que os “nefilins” não possuíam nenhum instinto sexual em sua natureza, eram assexuados;

  • que os “nefilins” possuíam sexualidade sim, mas que não poderiam se relacionar sexualmente com as fêmeas humanas ou de outra raça por serem anatomicamente incompatíveis com as mesmas;

  • que os “nefilins” machos só poderiam se relacionar sexualmente com mulheres de sua raça, caso estas existissem, e que, para tanto, deveriam também ser enormes;

  • que só existiam “nefilins”

Sei que é extremamente difícil imaginar uma raça inteira de indivíduos composta apenas por machos, mas a inexistência de uma passagem bíblica que se reporte a uma mulher “nefilin” ou, ainda, a “filhas de gigantes” me conduz inexoravelmente a esta posição. Observei que o texto bíblico cita várias cidades nas quais indivíduos de elevada estatura podiam ser encontrados e até reputados como gigantes, mas que faz questão de frisar que tais indivíduos eram apenas semelhantes aos gigantes da Antiguidade, mas que não eram os mesmos! Não possuímos referência de gigantes que pudessem ter sido gerados de parto normal, o que nos impede de acreditar em uma reprodução sexual por coito, por cópula, por acasalamento. Toda vez que se fala em “nefilins” na Bíblia, se fala de machos, de indivíduos do sexo masculino. Assim temos que eles não possuíam mães, mulheres, ou filhas!

Há mais uma coisa interessantíssima a ser destacada com relação aos “nefilins” e que julgo ser de importância capital, e esta é que os “nefilins” sobreviveram ao Dilúvio! Todas as passagens e narrativas feitas sobre eles, após o texto de Gênesis 6:4, aconteceram depois do Dilúvio! Como isso pode ser possível, se a Bíblia afirma que apenas Noé e sua família, constituída de sua esposa, três filhos e três noras, portanto, oito almas, foram os únicos seres a sobreviveram àquela catástrofe? (Gênesis 7:13 / 1ª Pedro 3:20). Os animais pereceram nas águas; os humanos pereceram nas águas; os “filhos de Deus”, se descendentes de Sete, pereceram nas águas, o mesmo acontecendo com suas proles; mas os “nefilins”, não! Eles sobreviveram ao Dilúvio e se espalharam pela terra! A citação de um gigante egípcio em 1º Crônicas 11:23 poderia indicar que o Dilúvio não fora um evento universal, mas parcial, e que os “nefilins”, por estarem espalhados por várias nações da Terra teriam sobrevivido aquela inundação, mas me parece que o relevo do Egito e do médio oriente, tanto quanto as muitas passagens bíblicas que falam sobre a altura que as águas alcançaram no Dilúvio não nos permitem alimentar este pensamento (Gênesis 7:17-20 / 8:4,5). Sobra então a hipótese de que os “nefilins” residentes na terra, teriam sido realmente exterminados no Dilúvio junto com “toda a carne”, conforme a vontade divina expressa em Gênesis 6:4-7,13,17 / 7:4,21-23, mas que tornaram a aparecer na Terra recolocados que foram nela pela ação de outros seres que, naquele momento fatídico, estavam fora do planeta, aguardando o fim do Dilúvio para tornar a recolocá-los lá!

Se você acha esta hipótese absurda, pergunte ao seu Pastor ou consulte os tradicionais livros de Teologia para ver o que eles falam sobre o assunto. Aí sim, você vai ficar realmente assombrado com o que eles dizem!

Antes do Dilúvio, quando os seres humanos se agrupavam em clãs, em patriarcados, em imensos grupos familiares, visto não existir ainda as nações, os “nefilins” podiam ser encontrados apenas naquelas partes do mundo em que os humanos também habitavam, como seja, o alto oriente, constituído da Babilônia, Suméria, Assíria   . Após o Dilúvio eles podiam ser encontrados por toda a Palestina, em diferentes grupos, com diferentes nomes, como Refains, Emins, Anaquins, Enacins, Zanzumins e Zuzins (Deuteronômio 1:28 / 2:10,11,20,21 / 9:1,2). Mas tarde, todos eles fIcaram conhecidos pela designação única de Refains (Josué 15:8 / 17:15 / 18:16). A passagem de 1ª Crônicas 11:23, que já citamos, fala que o gigante que Banaía, um dos valentes de Davi enfrentou, era de origem egípcia, o que serve para demonstrar que os “nefilins” se espalharam por várias nações do oriente. É sabido de todos os estudiosos do assunto que várias nações do mundo antigo tinham histórias de deuses e de semideuses poderosos que habitaram com os homens.

Já chamamos a atenção do leitor para o fato de que o Senhor intentava destruir os “nefilins” pelas águas do Dilúvio, mas como eles voltaram a proliferar a Terra, após a grande inundação, e tendo o Senhor prometido a Noé que não mais destruiria a Terra pela ação das águas (Gênesis 9:11-17), utilizou-se então de poderosos líderes como Moisés, Josué e Davi para destruí-los, exatamente através daquilo que havia trazido a fama para aqueles guerreiros – a arte da guerra! A última referência a um “nefilim” na Bíblia encontra-se no livro de 1º Crônicas 20:5-8, escrito apenas cerca de 1000 anos a.C. O reaparecimento destes seres no planeta após o Dilúvio e o desaparecimento dos chamados “filhos de Deus” e de sua semente naquela catástrofe, servem para fortalecer a posição do Pastor Olívio de que nunca existiu vertente alguma  santificada, justa, piedosa, de indivíduos no passado que pudesse ser diferenciada de outra má, podre, decadente que após se juntarem em uniões proibidas, trouxeram sobre si e sobre a humanidade a ira de Deus.

Os que afirmam serem os “nefilins” o resultado da miscigenação entre os indivíduos da semente maligna, ímpia, transgressora, de Caim (“os filhos dos homens”) com os descendentes da semente pia, justa, temente a Deus, de Sete (“os filhos de Deus”) não sabem explicar porque os “nefilins” reapareceram depois do Dilúvio, visto não haver mais nenhum descendente da família ímpia de Caim com o qual os descendentes da família de Sete pudessem novamente se relacionar. Os que também afirmam serem os “nefilins’ os descendentes do relacionamento entre Caim com uma mulher gigantesca de outra espécie (Gênesis 4:16,17) também não sabem informar porque os “nefilins” reapareceram depois do Dilúvio, visto não haver mais nenhum humano, descendente da semente ímpia de Caim sobre a terra, nem ainda nenhuma outra mulher gigante para novamente se relacionarem e deles tornarem a gerar os gigantes.

As citações encontradas em dois livros bíblicos, tão distanciados do Gênesis, como 2º Samuel 21:20 e 1º Crônicas 20:6, de que um “nefilin”, residente em Gate, cidade da Filístia, possuía 24 dedos, seis em cada mão e em cada pé, acrescidas das informações de que eles constituíam uma raça de guerreiros machos, sem apelo sexual algum, de elevadíssima estatura, sem fazer parte específica de nação alguma, e que teriam sobrevivido ao Dilúvio, faz de seus integrantes seres inumanos, não terrestres, não terrenos. Por possuírem eles várias características humanas, mesmo não sendo derivados de nenhum conúbio entre um humano e alguém de outra raça, e por não serem eles resultantes de nenhum experimento científico humano que pudesse gerá-los e modificá-los, visto não existir tal tecnologia naquele tempo e por ainda serem os “nefilins” anteriores à descida dos chamados ”filhos de Deus” à Terra, o Pastor Olívio acredita que os “nefilins” faziam parte de um experimento genético, evolutivo, de aperfeiçoamento racial, conduzido por seres extraterrestres.

Mas quem poderia estar interessado em tal projeto e com que objetivo? Teologicamente falando, apenas um ser, já bem conhecido de todos nós, e do qual o Senhor Jesus dissera ser homicida (matador de homens), “desde o princípio” (João 8:44) possuiria tal interesse nisto. “Princípio” quer dizer começo, início, origem, e desde o início da humanidade o ser que ficamos conhecendo como Diabo, tem tentado destruir o homem. Os textos de Ezequiel 28 e de Apocalipse 12:1-9 falam de multidões de nações celestiais seguindo Lúcifer em sua rebelião contra Deus. Nem todas essas nações celestiais seriam necessariamente constituídas por seres espirituais, angelicais, mas teriam corpos com alguma consistência. Outra coisa a pensar é que essas antiqüíssimas e inteligentíssimas nações bem poderiam ter conhecimento suficiente para desenvolverem um projeto de altíssima tecnologia intentando criar e modificar criaturas derivadas do homem, subservientes e destruidoras, como o eram os “nefilins”. Hoje somos nós, os humanos, quem estamos desenvolvendo tecnologia mecânica e de computação para criarmos órgãos a fim de beneficiar indivíduos a quem estes órgãos faltam.

Observe, prezado leitor, que os “nefilins” sempre aparecem citados em conexão com o povo de Deus. Eles são mencionados no Egito, país que abrigou o Senhor Jesus quando infante, e que possuía uma comunidade de judeus bastante expressiva e, ainda, em toda a terra de Canaã, lugar onde se instalariam os hebreus. Os “nefilins” conviviam bem com os outros povos que eram declaradamente inimigos de Israel, mas não compartilhavam de nada com os israelitas, cujo ódio mortal os levava a matá-los e a destruí-los! Por que isto acontecia? Porque Lúcifer sabia de qual vertente humana sairia “a semente da mulher” que pisaria a sua cabeça, conforme promessa expressa do Senhor em Gênesis 3:15, e então, onde quer que essa semente se manifestava, ele tentava destruí-la através de seus gigantescos guerreiros! Foi assim no tempo de Sete (Gênesis 4:26); no tempo de Enoque (5:22-24); no tempo de Noé (7:1); no tempo de Abrão (14); no tempo de Moisés (Números 13), e no tempo do rei Davi (1ª Samuel 17). A semente dos santos sobreviveu aos ataques dos “nefilins” e garantiu a vinda do Salvador Jesus Cristo ao nosso mundo!

O texto do Gênesis informa que enquanto havia “nefilins” e humanos na terra, a maldade presente em seus corações ainda era suportável por Deus, mas com o surgimento dos “filhos de Deus” e de sua prole, a maldade humana aumentou muitíssimo, se multiplicou, se exponenciou. Daí temos que a maldade física praticada pelos “nefilins”, que bem poderia ser entendida como violência, aliada a maldade moral e espiritual dos “filhos de Deus”, levou a humanidade a uma condição de malignidade tão grande, tão desproporcional, que Deus intentou destruir toda a carne.

Gostaria imensamente de continuar a falar sobre estes seres fantásticos e misteriosos, mas creio que estas poucas informações já são suficientes para indicar a existência de outra raça que não a humana, nos primeiros dias da humanidade e, ainda, para despertar o interesse daqueles que possuem um espírito investigativo e uma mente mais aberta, que não se aquieta com respostas prontas, “enlatadas”, a pesquisarem mais a Bíblia. Caso haja uma manifestação de real interesse por parte do povo de Deus sobre o assunto, então eu prepararei mais alguma coisa para informar aos interessados. De minha parte, já me sinto satisfeito por ter exposto as minhas idéias e visões sobre o assunto, por mais esquisitas, profanas e loucas que elas sejam.

CONCLUSÃO

Chegando, pois, ao final de nossa tríade de Palestras, podemos afirmar que encontramos pisando no solo do Gênesis e convivendo, entre si, os seguintes grupos raciais:

  • A raça humana, composta dos “homens” e das “filhas dos homens” criados por Deus e da qual eu, e o meu prezado leitor fazemos parte;

  • Os seres extraterrestres, provenientes de estrelas, mundos e sistemas estelares, conhecidos como “filhos de Deus”, que entraram às ”filhas dos homens” e delas geraram uma raça mestiça;

  • A raça mestiça, híbrida, resultante da miscigenação entre os “filhos de Deus” e as “filhas dos homens”, que nem era totalmente humana, nem totalmente extraterrestre;

  • Os “nefilins”, ou gigantes da Antiguidade, que não procriavam, não se acasalavam, e que parecem ter sido objeto de experiências genéticas, feitas por seres extraterrestres.

Quem leu a minha primeira palestra sobre Anjos e Demônios, agora compreende porque um grupo de estudiosos bíblicos acredita que os demônios que possuíam as pessoas e que são tão freqüentemente citados no Novo Testamento, não eram anjos decaídos, como se apregoa em nossas igrejas, mas sim espíritos de uma raça anterior ao homem, detentores de corpos, como os humanos, e que por isto mesmo estavam sempre desejosos de se incorporarem em alguém, de entrarem em outros corpos.

O leitor pode estar se perguntando: Em que tudo isso ajuda a minha Teologia? Em que esse estudo esquisito ajuda a minha vida de fé? Em que estas informações afetam a minha salvação?

Afetam a partir do momento em que o leitor, ao receber essas revelações, ganha a oportunidade de ter a sua fé aumentada, ampliada, exponenciada, ao ver que o Deus que possui tantas criaturas poderosas e exóticas em seu universo, resolveu fazer de nós, os humanos, os seres a serem preservados, resguardados, protegidos, por termos, em nós, a sua semente divina! Seu imenso amor quer fazer de cada um de nós seus filhos adotivos! Não impeçamos, pois, o trabalho do Espírito Santo com nossas limitações, nossos temores, mas deixemo-Lo trabalhar livremente em nós, pois, por mais estranho e improvável que seja determinado assunto, se estiver na Bíblia, traz para cada um de nós, a obrigação moral e espiritual de ser estudado, pesquisado e divulgado, mesmo que tenhamos de discordar com a posição de determinados grupos de fé e de estudiosos. O resultado advindo dessa submissão ao conhecimento será uma iluminação tão grande que serviremos de farol, de referência, de luz, para muita gente!

 

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

[1] Davis, John D. – Dicionário da Bíblia – Trad. J.R. Carvalho Braga – 4ª Ed. – Casa Publicadora Batista – RJ – 1973.

[2] Halley H. Henry – Manual Bíblico – Trad. David A. de Mendonça – Soc. Rel. Ed. Vida Nova – SP – 1970

[3] Geisler, Norman e Howe, Thomas – Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e “Contradições da Bíblia” – Trad. Milton Azevedo Andrade – Ed. Mundo Cristão –6ª Ed. – SP – 2001

 

ll.b As Várias Raças do Gênesis – Os “Filhos de Deus” e a “Prole dos Filhos de Deus com as Filhas dos Homens”

 

Palestra II b

AS VÁRIAS RAÇAS DO GÊNESIS

(Os “Filhos de Deus” e a “Prole dos Filhos de Deus com as Filhas dos Homens”)

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em setembro de 2012

INTRODUÇÃO

Discutimos longamente na palestra anterior sobre quem seriam os “filhos de Deus”, prometendo apresentar na exposição que se seguisse quem seriam tais criaturas. Bem, o momento chegou! É hora de o meu leitor ficar de cabelo em pé, totalmente arrepiado e tremente, com as grandes e poderosas revelações extraídas da imparcial Palavra de Deus! O texto básico de nosso estudo continua sendo o de Gênesis 6:1-4, que fala do acasalamento dos “filhos de Deus” com as “filhas dos homens” e dos horripilantes “Nefilins”. Quando lemos este texto somos logo tomados de um sentimento de que não há muita coisa para se falar sobre o assunto e, menos ainda, sobre a descendência daqueles dois grupos, visto o relato ser muito pequeno, muito conciso, muito sintético. Ledo engano! Cinco gramas da sabedoria de Deus contem mais informações do que uma tonelada de conhecimento humano! Para construir esse estudo extraí, além das informações do texto em destaque, informações de seu contexto, isto é, daquilo que antecedeu e sucedeu ao que nele está escrito, e procurei ainda informações em outros livros da Bíblia. Outra coisa que fiz foi analisar o silêncio que as fontes primárias fazem sobre o tema, pois o silêncio é tremendamente revelador e tem muito a nos informar!

DESCOBRINDO QUEM ERAM OS “FILHOS DE DEUS”

Uma das coisas que logo fica evidenciada quando fazemos a leitura do contexto, é a vinculação que o autor do Gênesis faz do aumento da malignidade da espécie humana como decorrência do acasalamento dos “filhos de Deus” com as “filhas dos homens”, pois segundo este, foi apenas depois que “os filhos de Deus” entraram as “filhas dos homens” e delas geraram filhos” que, “viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” (Gênesis 6:5). Antes, a maldade humana apenas crescia; agora, se multiplicava. Isto quer dizer que os “filhos de Deus” e sua prole eram seres maus, violentos, insubordinados e, ainda, cheios de malícia, visto terem influenciado negativamente os humanos contra Deus.

Outra coisa que nos chama a atenção é a ausência de informações sobre a compleição física desses seres. Nada se diz a respeito de como eles seriam fisicamente. Algumas versões até trazem que as fêmeas humanas “partejaram gigantes” dos “filhos de Deus”, o que significaria dizer que, tanto os “filhos de Deus” quanto os seus descendentes seriam indivíduos de elevada estatura, mas, ainda que pudesse ser verdade, não podemos firmar ponto sobre isto. A única coisa que podemos afirmar com certeza, é que os indivíduos resultantes da miscigenação dessas duas raças teriam necessariamente de trazer elementos físicos, morais e espirituais tanto de uma quanto de outra raça.

Uma coisa mais que podemos destacar é a ausência de informações, em toda a Bíblia, sobre algum tipo de embate, de luta, de conflito acontecido entre um “nefilim” e um “filho de Deus”. Isto é deveras interessante, tendo em vista os “nefilins” aparecerem sempre combatendo os humanos, guerreando contra eles, mas em nenhum lugar os vemos pelejando contra “os filhos de Deus”. Por que será que isto não acontecia? Será que existia algum tipo de relacionamento, de vínculo, ou de acordo entre os indivíduos dessas duas raças que os impedisse de guerrear uns contra os outros? Por que os “nefilins” só guerreavam contra os humanos?

Outra coisa também a observar é que não se diz, em nenhuma parte da Bíblia, que os “filhos de Deus” entraram às fêmeas dos “nefilins. Tampouco se diz que eles o tentaram, mas se afirma enfaticamente que os “filhos de Deus” entraram às “filhas dos homens” e delas geraram filhos. Por que? Talvez porque os “nefilins” não tivessem fêmeas; talvez as tivessem, mas não fossem formosas, já que os “filhos de Deus” se acasalaram com as “filhas dos homens” justamente por serem elas formosas; talvez as tivessem mas não fossem compatíveis sexualmente com os “filhos de Deus” como as fêmeas humanas o eram. O que sabemos é que os “filhos de Deus” entraram às fêmeas humanas e estas partejaram filhos.

A última coisa que desejo destacar sobre os “filhos de Deus” e os seus descendentes, e que eu reputo como sendo essencial, é que todos eles, ou foram destruídos com os humanos por ocasião do Dilúvio, ou retornaram para os lugares onde estavam antes do advento de tal catástrofe, tendo em vista a Bíblia não fazer mais nenhuma menção sobre eles!

Viu só? Você pensava que não havia muito para se falar sobre os “filhos de Deus”, mas já extraímos um bocado de informações sobre eles e mais ainda há para se tratar!

MAIS UM POUCO DE INFORMAÇÕES BÍBLICAS SOBRE OS “FILHOS DE DEUS”

Antes de “fechar” a minha posição sobre o assunto, gostaria de chamar a atenção de meu prezado leitor para o fato de que o texto que ora estamos examinando faz parecer absolutamente natural e evidente que o interesse dos “filhos de Deus” pelas “filhas dos homens” não fora decorrente de nenhum evento inusitado, extraordinário, sobrenatural, que estivesse acontecendo na Terra, mas sim da multiplicação natural do gênero humano em obediência a ordem dada por Deus para este “crescer e multiplicar” (Gênesis 1:28). O texto de Gênesis 6: 1,2 afirma que como os homens se começaram a multiplicar sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas, viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram” (vs.1,2). Foi ao observar a humanidade crescendo, se espalhando, se expandindo, que esses tais “filhos de Deus” perceberam que as “filhas dos homens” existiam em grande número e que eram também muito formosas à vista! Eles então “tomaram para si mulheres de todas as que escolheram”, entraram a elas e elas lhes conceberam filhos. Foi a profusão e a formosura das filhas dos homens na Terra que chamou a atenção desses “filhos de Deus” para elas e não outra coisa qualquer! Disto então podemos deduzir várias coisas IMPORTANTÍSSIMAS, quais sejam:

  • no local onde esses “filhos de Deus” estavam – que poderia ser ou não o local onde eles habitavam – não havia mulheres, ou se as havia, não podiam ser encontradas em quantidade e beleza suficientes para satisfazer a todos eles, pois que os levou a se apossarem sofregamente das fêmeas humanas;

  • estes “filhos de Deus” possuíam uma sexualidade muito ativa, muito intensa, pois que estavam ansiosos, ávidos para se acasalarem com aquelas mulheres;

  • todos os “filhos de Deus” relatados neste episódio eram machos;

  • estes “filhos de Deus” não eram seres espirituais, metafísicos, como os anjos, mas eram seres feitos de carne, dotados de corpos físicos. Creio que apenas isto poderia explicar a estranha declaração do Senhor ao dizer: “Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque ele também é carne. Todos as raças componentes do Gênesis, incluindo o homem, eram de carne e osso e, portanto, sofreriam o mesmo castigo divino;

  • por estarem todos esses “filhos de Deus” juntos, compondo um enorme grupo masculino, sem a presença de fêmeas de sua espécie e, externando todos eles um mesmo comportamento grupal, coletivo, de massa, de fazerem sexo com aquelas belas mulheres, temos que estes “filhos de Deus” estavam participando de alguma missão conjunta, ou sofrendo uma mesma punição conjunta, longe de seu habitat, de seu mundo natural, que não seria, de maneira alguma, o planeta Terra;

  • a sofreguidão com que os “filhos de Deus” possuíram as “filhas dos homens” indica que tal missão poderia estar já levando muito tempo longe de casa!!!

A mistura dos dois grupamentos envolvidos foi algo tão marcante, tão decisivo para o futuro das gerações antediluvianas, que o escritor do livro do Gênesis citou o momento em que os “filhos de Deus“ entraram as “filhas dos homens” como o fator divisor de épocas! Ele disse: “Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens, e delas geraram filhos: estes eram os valentes que houve na Antiguidade, os varões de fama” (Gênesis 6:1-4). Sim, já havia indivíduos enormes, gigantescos e ferozes habitando a Terra, antes dos “filhos de Deus” se acasalarem com as “filhas dos homens”, conhecidos como “nefilins”, mas este não foi o evento mais espetacular e estranho que acontecera naqueles dias do Gênesis e sim o momento em que os “filhos de Deus” entraram as “filhas dos homens”, se acasalaram com elas, e delas geraram filhos! Este sim era o evento a ser destacado! Mas o que havia de tão extraordinário, de tão espetacular nesses “filhos de Deus” para que o momento de seu acasalamento com as “filhas dos homens” merecesse tanto destaque – destaque este maior mesmo do que o da presença dos estranhíssimos “nefilins” entre nós?

Isso só seria possível se estes “filhos de Deus” não fossem humanos! Não fossem nem descendentes de Adão, nem descendentes dos “nefilins”! Poderiam ser estes “filhos de Deus“ habitantes das estrelas, seres de outros mundos que vieram nos “visitar”? Sim, poderiam, tendo em vista as Escrituras mencionarem diversos textos onde seres de outros mundos vieram até nós para cumprirem diferentes missões ou cumprirem penas, como demonstraremos nas palestras seguintes. Ora, se os “filhos de Deus” não eram humanos e ainda assim conseguiram entrar as “filhas dos homens”, TEMOS AQUI O CERNE DO PROBLEMA, qual seja, o de que o seu acasalamento só fora possível por serem as fêmeas humanas sexualmente compatíveis com eles! Isto me parece ser exatamente o que o autor do texto do Gênesis quer ressaltar: o momento em que seres estranhos, vindos do espaço, chegaram à Terra, entraram às fêmeas de outra espécie e elas partejaram filhos – os rebentos de uma nova raça! Novamente o texto do Gênesis: “E aconteceu que, como os homens se começaram a multiplicar sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas, viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos. Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens, e delas geraram filhos: estes eram os valentes que houve na Antiguidade, os varões de fama” (Gênesis 6:1-4).

OS “FILHOS DE DEUS” EM UM LIVRO NÃO CANÔNICO

Há um interessante livro religioso, não canônico, não reconhecido pela Igreja Cristã e Judaica como um livro “inspirado” (literalmente, “soprado por Deus”), de conteúdo bastante difícil, e que relata com maior riqueza de detalhes os eventos acontecidos no Gênesis 6:1-4. Seu título é “O Livro de Enoque”[1] e foi encontrado no século XVIII por um escocês de nome James Bruce que ouvindo falar sobre a existência de tal livro na Etiópia, viajou até lá, onde conseguiu um exemplar. O livro teria sido redigido em torno do 2º século. Nele, o autor  relata as visões que tivera Enoque, o sétimo depois de Adão; a descida dos “filhos de Deus” ou “anjos” à Terra; o nome dos líderes deste grupamento; o comportamento errático de tais criaturas; seu acasalamento com as “filhas dos homens”; e a prole resultante desta “mistura de raças”.

Bom é que se diga que o Pastor Olívio não se utilizou de nenhuma das declarações do Livro de Enoque para chegar as conclusões a que chegou, pois sua análise foi feita exclusiva e exaustivamente com os textos bíblicos, aqui citados abundantemente, mas ficou bastante feliz por ter encontrado em outra fonte, afirmações bastante semelhantes as que fizera sobre o tema. Apesar de o Livro de Enoque não fazer parte dos Escritos Sagrados do Antigo Testamento, o Pastor Olívio tem muitíssimo apreço pelo mesmo, pois o Patriarca Enoque foi, de fato, um importantíssimo personagem bíblico do período antediluviano, conforme relatado no livro de Gênesis 5:18-24. Ele foi citado pelo evangelista Lucas, que reconheceu a historicidade de sua pessoa (Lucas 3:37). O livro do Eclesiástico 44:16 / 49:14 e a Epístola aos Hebreus 11:5 falam da trasladação de Enoque ao céu e a Epístola de Judas, irmão carnal do Senhor Jesus, cita uma profecia, a acontecer no final dos tempos, sobre o retorno de Jesus à Terra como tendo sido proferida por Enoque (Judas vs.14,15). A Epístola de Barnabé, datada do IV século A. D., cita o livro de Enoque (16:5 / 4:3) e alguns pais da Igreja, de renome, como Clemente de Alexandria, Irineu, Atenágoras, Tertuliano e Orígenes o citavam livremente. Assim é que cinco livros canônicos das Escrituras Hebraicas e Gregas o citam, ainda que um deles seja reconhecido apenas pela Igreja Católica (Eclesiástico), o que nos dá uma base de confiança muito boa na historicidade de suas narrativas. O livro de Enoque ainda hoje faz parte do cânon da Igreja Ortodoxa Etíope.

Conheça então aqui alguns dos detalhes extraídos diretamente do Livro de Enoque sobre quem seriam os “filhos de Deus” e os seus descendentes:

Sobre o motivo da descida dos “filhos de Deus” à Terra:

  • “(1) Quando os filhos dos homens se multiplicarem nesses dias, sucederá que suas filhas sejam elegantes e belas (2) E assim que os anjos, os filhos dos céus, as viram, tornaram-se enamorados delas e disseram uns aos outros: escolhamos mulheres da raça dos homens e tenhamos filhos com elas” (Capítulo VII, 1 e 2);

Sobre o local da descida dos “filhos de Deus”:

  • “(7) Eram em número de duzentos, que desceram em Aradis, lugar situado nas vizinhanças do monte Armon” (8) Esta montanha recebeu o nome de Armon, porque foi lá que juraram e se ligaram por mútuas execrações” (Capítulo VII, 7 e 8);

Sobre os chefes desses “filhos de Deus”

  • “Eis o nome de seus chefes: Samyaza, seu chefe; Urakabarameel, Akibeel, Tamiel, Ramuel, Danel, Azkeel, Sarakmyal, Asael, Armers, Batraal, Anane, Zavebe, Samsaveel, Ertael, Turel, Yomyael, Arazael. Estes foram os chefes dos duzentos anjos e os demais estavam com eles” (Capítulo VII, 9);

Sobre o relacionamento dos “filhos de Deus” com as “filhas dos homens”

  • (10) E escolheram cada um uma mulher, e se aproximaram e coabitaram com elas; ensinaram-lhes a feitiçaria, os encantamentos, e as propriedades das raízes e árvores (11) E essas mulheres conceberam e partejaram gigantes (12 a) cujo talhe atingia trezentos côvados” (Capítulo VII, 10, 11,12);

Sobre o comportamento destrutivo dos “filhos de Deus” e de sua prole

  • (12) “Devoravam tudo que o trabalho dos homens pudesse produzir e tornou-se impossível nutri-los (13) Voltaram-se então contra os homens, a fim de devorá-los (14) E começaram a se lançar sobre os pássaros, os animais, os répteis e os peixes, para fartarem-se de sua carne e desalterarem-se com seu sangue (15) E então a Terra reprovou os maus” (Capítulo VII, 12,13,14,15).

Acho muitíssimo interessante estas citações do Livro de Enoque por confirmarem elas que os “filhos de Deus”, ou “vigilantes”, ou “vigias”, ou “anjos”, não eram humanos, pois possuíam corpos e necessidades terrenas como nós, tais como fome, sexo, etc.. Esses mesmos indivíduos afirmaram ser as mulheres humanas “de outra raça”, diferentes da sua. Vieram do espaço, de cima, (não se diz se em naves espaciais ou não), e “desceram”, todos juntos, em um lugar real, chamado Aradis. Eram muito vorazes e belicosos, voltando-se contra os homens quando estes não os atendiam em seus apelos. Possuíam elevada estatura e eram muito inteligentes. Sua organização era bem estruturada. Todos tinham nomes distintos, o que os caracterizava como indivíduos. Seu número, apesar de significativo, não era extravagante, o que nos leva a crer que não se tratava dos anjos decaídos citados em Judas 6,7 que biblicamente somavam aos milhares. Os motivos de sua destruição parecem ter sido aqueles mesmos já assinalados no Gênesis: violência, desregramento total e envolvimento sexual com outra raça.

CONCLUSÃO

Estas são pois as informações coletadas sobre os discutidíssimos “filhos de Deus”. Podem não ser muitas, como dissemos no início, mas são extremamente significativas, visto confirmarem que tais criaturas não eram terrenas, não eram humanas, não faziam parte de nós. Os “filhos de Deus” eram, pois, “filhos das estrelas”, seres de outros mundos, habitantes de outros sistemas planetários, que ao verem as fêmeas humanas se encantaram com sua quantidade e beleza e que, ao descobrirem serem elas compatíveis com a anatomia de seus corpos, entraram a elas que lhes conceberam filhos! O Pastor Olívio ainda não pode precisar biblicamente que estrelas, mundos e sistemas seriam estes de onde vieram os “filhos de Deus” quão distantes de nós eles se encontram, mas está absolutamente feliz por ter descoberto todas estas coisas a partir dos textos bíblicos, pois apenas fundamentando-se neles, conseguiremos firmar a nossa fé.

Na próxima palestra trataremos dos terríveis “nefilins”, isto é, os gigantes do Gênesis e esperamos que o prezado leitor continue querendo ler os nossos escritos e crescer em conhecimento conosco.

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

[1]  O Livro de Enoque, Trad. Márcio Pugliesi e Norberto de Paula Lima, Ed. Hemus, 1982

 

ll.a As Várias Raças do Gênesis – Os “Homens”, as “FIlhas dos Homens” e os “Filhos de Deus”

 

Palestra II a

AS VÁRIAS RAÇAS DO GÊNESIS

(Os “Homens”, as “Filhas dos Homens” e os “Filhos de Deus”)

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em setembro de 2012

INTRODUÇÃO

As Escrituras Hebraicas começam o seu sexto capítulo de uma maneira um tanto quanto estranha, para não dizer “prá lá de esquisita”, com um relato de arrepiar os cabelos e deixar qualquer um de garganta seca! Observe: “(1) E aconteceu que, como os homens se começaram a multiplicar sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas, (2) viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. (3) Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos. (4) Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens, e delas geraram filhos: estes eram os valentes que houve na Antiguidade, os varões de fama” (Gênesis 6:1-4).

Cinco grupos distintos são aqui mencionados, quais sejam:

  • Os homens;

  • As filhas dos homens;

  • Os filhos de Deus;

  • Os gigantes ou “nefilins”;

  • A prole resultante do relacionamento entre os filhos de Deus e as filhas dos homens.

As dificuldades em interpretar quem seriam os integrantes destes grupos têm sido tão imensas, tão maiúsculas, que muitos comentaristas bíblicos têm afirmado ser este texto uma “perícope”, ou seja, um texto enxertado de maneira artificial no contexto, tendo em vista o assunto nele tratado não se enquadrar naquilo de que trata o texto que lhe antecede, a saber, o capítulo 5. Segundo Ebenézer Soares Ferreira em seu livro Dificuldades Bíblicas e Outros Estudos[1] ”alguns até têm suposto que o fragmento é uma explicação popular e folclórica da origem dos gigantes ou “nephilins”. Como espero demonstrar neste estudo, o texto não tem nada de “artificial ou de enxertado”, nem, ainda, de “popular ou folclórico”, trazendo sim valiosas informações sobre o começo da expansão e da “des-organização” de nossa humanidade.

UM DESOLADOR ÍNICIO

O livro do Gênesis – primeiro livro das Escrituras Hebraicas – trata, em seus dois capítulos iniciais, de uma série de assuntos complexos e controvertidos, como seja: a criação do universo; de nosso planeta Terra; dos vegetais e animais; e, do homem e da mulher, com suas diferentes funções: em seu terceiro capítulo ele trata da queda espiritual do homem e de sua expulsão do Jardim do Éden, o paraíso terrestre em que fora colocado: o quarto capítulo fala do primeiro homicídio humano e da descendência de Caim, filho mais velho de Adão e Eva: o quinto capítulo fala da multiplicação dos homens e de sua longevidade: e, o sexto capítulo, dos diversos grupos raciais que compunham a geração antediluviana, bem ainda do comportamento errático desses grupos. Por três vezes, no capítulo seis, se diz que a terra estava corrompida (vs. 11, 12) e, duas vezes, que ela estava cheia de violência (v.11). Os versículos 5-7 deste mesmo capítulo trazem: (5) “Viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. (6) Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração. (7) E disse o Senhor: Destruirei, de sobre a face da terra o homem que criei, desde o homem até o animal, até o réptil, e até as aves dos céus; porque me arrependo de os haver feito”. Assim, a inclusão dos diversos grupos raciais no capítulo seis do livro do Gênesis tem sua conexão direta com o gravíssimo estado de corrupção e de degenerescência em que todos esses grupos se encontravam, razão pela qual nenhum deles foi poupado do castigo divino.

OS DIVERSOS GRUPOS RACIAIS DO GÊNESIS

O GRUPO DOS “HOMENS”

Quando estudarmos os vários grupamentos raciais que compunham o Gênesis percebemos que o único grupo que nenhum comentarista bíblico parece discordar é o que aparece nominado sob o título de “os homens”, termo este que não sofreria nenhuma redução ou alteração de sentido se fosse traduzido por “humanidade”, visto ser este o seu significado. Ele não quer se referir somente aos machos da espécie humana, pois, caso esta fosse a intenção do autor e ele teria usado a palavra hebraica própria para designar apenas os varões, os machos da espécie humana (“Ish”) e não o termo genérico, global, que empregou (“adam”). “Os homens”, isto é, os seres humanos, se multiplicavam sobre a face da terra porque seus pares, machos e fêmeas, se relacionavam entre si, conforme o Senhor ordenara no princípio (Gênesis 1:28) e, em decorrência deste relacionamento, mais homens e mulheres apareciam sobre a terra. O grupamento dos “homens”, pois, abrangia toda a raça humana’, toda a humanidade, e não apenas uma parte dela.

AS “FILHAS DOS HOMENS”

Já o grupo das “filhas dos homens” possui três interpretações divergentes, como seja:

  • a primeira afirmando serem elas criaturas embrutecidas que haviam evoluído de animais inferiores. Andavam eretas e possuíam aparência humana, mas não eram racionais, nem muito sociáveis. Eram chamadas de “filhas dos homens” para diferenciarem das “filhas de Deus” que seriam as mulheres descendentes de Eva, que traziam impressas em seu espírito a imagem e a semelhança do Senhor, conforme dotadas por Ele mesmo no início. Os defensores desta posição afirmam que foi ao ver essas “mulheres” meio embrutecidas, meio animalizadas – o tão procurado elo evolutivo entre os humanos e os macacos – que os “filhos de Deus”, tidos aqui como os machos da espécie humana, os descendentes de Adão, ficaram extremamente excitados e coabitaram com elas! A teoria não explica o porquê de apenas as fêmeas daquela espécie terem evoluído, nem ainda o motivo de os filhos machos de Adão terem ficado tão excitados ao verem essas criaturas grotescas, embrutecidas, meio-humanas meio–símias, ao ponto de deixarem suas mulheres humanas, mais evoluídas e formosas, para se acasalarem com estas, visto ter sido a beleza, a formosura das “filhas dos homens” algo tão notável, tão destacado, que atraiu a atenção até dos chamados “filhos de Deus”;

  • a segunda posição afirma que as “filhas dos homens” eram as representantes femininas da raça humana, as fêmeas da família humana, as mulheres resultantes do relacionamento natural entre os filhos dos casais humanos. Isto não só parece ser o mais natural, como também está mais de acordo com o relato bíblico, visto Deus ter ordenado aos seres por Ele criados se multiplicarem e encherem a terra (Gênesis 1:28);

  • a terceira posição afirma serem as “filhas dos homens” as mulheres integrantes da linhagem ímpia e perversa de Caim, o primeiro filho de Adão e Eva, que, após ter assassinado o seu irmão Abel e sido expulso do clã adâmico, foi habitar em uma terra distante, onde teria fundado uma cidade a qual dera o nome de seu filho Enoque (Gênesis 4:1-17). Examinaremos essa posição a seguir, em conexão com o tema sobre quem seriam os “filhos de Deus”.

OS DISCUTIDÍSSIMOS “FILHOS DE DEUS”!

O grupo dos “filhos de Deus” é, segundo a visão do Pastor Olívio, o mais difícil entre todos os acima discriminados apesar de aparentar ser de uma obviedade à toda prova, impossível de deixar alguém confuso. Uma rápida leitura no texto e ficaremos mesmo com a impressão de que ele apenas narra o crescimento da humanidade mediante o casamento dos homens com as mulheres. Os problemas começam a surgir quando vemos a reação do Senhor diante de tais casamentos! Ele ficara tão indignado com aquelas uniões, tão “revoltado” com aquelas alianças, que resolvera enviar um Dilúvio para acabar com toda a raça humana! Por que o Senhor se indignara tanto? Por que o casamento entre aqueles indivíduos o deixara tão “irritado”, tão “nervoso”? As respostas só podem ser encontradas nas especificidades dos grupos envolvidos; um grupo conhecido como “filhos de Deus” se acasalara com mulheres de outro grupo, conhecido como “filhas dos homens” e o resultado desse acasalamento fora tão terrível, tão degradante, que logo a terra ficara impregnada de maldade e de violência e a sobrevivência da humanidade, seriamente comprometida (Gênesis 6:5-12).

Estudiosos afirmam ser os “filhos de Deus” os descendentes piedosos da linhagem de Sete, enquanto as “filhas dos homens”, as descendentes da linhagem maligna de Caim. Encontramos no Gênesis 4, o registro da descendência de Caim e no Gênesis 5, o da descendência de Sete. Ambos eram filhos de Adão, sendo Caim o primogênito e Sete, o terceiro filho. Caim havia matado o seu irmão Abel, sido amaldiçoado pelo Senhor em virtude desse homicídio, se apartado do clã familiar e fugido para longe da presença de Deus. No registro de sua descendência encontramos assassinos, materialistas e bígamos, o que indicava ser a sua prole uma prole ímpia, violenta, degradada. Já a linhagem de Sete aparece limpa, sem a menção de indivíduos praticantes desses ou de outros delitos, além de ser integrada por grandes homens de Deus como Enoque, único homem de sua época a ser trasladado para o céu pelo Senhor; Matusalém, o sinal vivo de Deus para as gerações antediluvianas, visto o seu nome significar “Quando ele morrer, isto será enviado”. No ano em que Matusalém morreu, o Dilúvio veio sobre a terra; Noé, o pregoeiro da justiça de Deus até a vinda das Grandes Águas; e o próprio Sete que restaurou o culto já esquecido ao Senhor Deus (Gênesis 4:25-26). Da linhagem piedosa de Sete também proveio o Salvador, conforme registrado por Lucas em seu bendito Evangelho (3:23,38). A ira de Deus sobre a humanidade se justificava, pois, plenamente, visto a pureza espiritual da raça ter sido perdida e o temor ao seu santo Nome abandonado. O resultado dessas uniões indesejáveis teria produzido uma raça de seres gigantescos, extremamente violentos e desregrados, conhecidos na Bíblia como “nefilins” que também foram destruídos pelo Dilúvio.

É certo que as Escrituras do Antigo e do Novo Testamento não concordam com os casamentos mistos, de pessoas de condições espirituais diferentes (Esdras 10 / Neemias 13 / Êxodo 34:15, 16 / Deuteronômio 7:1-4 / 2ª Coríntios 6:14-18 / 7:1-17,39). Talvez os maiores exemplos destas malfadadas uniões tenham sido os casamentos de Salomão e de Sansão que se embaraçaram com mulheres de outra fé e trouxeram grandes sofrimentos à sua vida pessoal e à vida da nação, mas daí a dizer que da união de indivíduos de uma mesma raça, de concepções espirituais diferentes, derivou-se uma classe de seres gigantescos, anatomicamente diferenciados dos demais humanos e de índole perversa, é algo realmente difícil de acreditar! Desde quando a espiritualidade de alguém influencia na anatomia de seus corpos e na de seus descendentes? Não nos ensinou o Mestre Jesus que nenhum ser humano pode, com todo o seu esforço, acrescentar um côvado sequer à sua estatura? (Mateus 6:27). Como podem pois, pretender tais estudiosos, que alguém creia nisto? Só porque eu me caso com alguém que possui um sistema de fé diferente do meu, ou que talvez nem sistema algum de crença tenha, devo ser castigado por Deus, e o meu cônjuge também, tendo filhos limitados ou anormais, anatomicamente diferentes das demais pessoas?

Até onde sabemos Caim não era um indivíduo gigantesco, nem tampouco se casara com uma mulher gigantesca que houvesse lhe dado uma descendência também gigantesca! Cheguei por instantes a pensar, quando examinava este assunto, que o sinal que o Senhor colocara em Caim para livrá-lo da morte por quem o encontrasse, após ter matado o seu irmão Abel, fosse um possível gigantismo. Isto o diferenciaria dos demais humanos, permitiria que ele fosse avistado à distância e traria temor a quem intentasse matá-lo. Também explicaria o surgimento da vertente maligna dos gigantes na Bíblia. O problema é que as Escrituras afirmam que o Senhor “pôs” um sinal em Caim (Gênesis 4:15) e não que “fizera” de Caim um sinal! O sinal fora colocado em seu corpo já grande, já adulto, já amadurecido e não como uma maldição instantânea que o tivesse feito aumentar de tamanho! Outro problema é que ninguém pode caracterizar uma linhagem humana inteira como “ímpia” e outra linhagem também inteira, como “justa”, pois no meio de tais linhagens, filhos bons e filhos maus surgirão! (Ezequiel 18). Desde quando alguém reconhecido como bom só poderá ter filhos também bons? E desde quando alguém mau só poderá ter filhos maus? Não é o próprio exemplo de Adão e Eva, os dois pilares puros da raça humana, uma contradição a este pensamento? Não geraram eles filhos bons e maus? Será que por ter sido Sete temente ao Senhor, todos os seus descendentes deveriam ser chamados de “filhos de Deus”? E será que por ter sido Caim desobediente ao Senhor todos os seus descendentes deveriam ser chamados de “filhos do Diabo”? Se a linhagem de Sete era uma linhagem “boa”, “piedosa”, “justa”, então por que o Senhor não a salvou inteiramente no Dilúvio, mas apenas a Noé e sua família?

Os “filhos de Deus” viram que as “filhas dos homens” eram formosas e se acasalaram com elas, mas será que entre eles, os “filhos de Deus”, não haviam “filhas de Deus” também formosas para eles se acasalarem com elas? Não deveriam estas “filhas de Deus”, caso fossem elas descendentes de Sete, despertar ainda mais a atenção desses “filhos de Deus” pela sua formosura, que certamente seria maior do que a das “filhas dos homens”, porquanto abençoadas por Deus e por sua vida de temor e de obediência a Ele? O texto registra que foi quando a humanidade começou a crescer e a se dispersar pela terra que os “filhos de Deus” atentaram para a formosura das “filhas dos homens” e se acasalaram com elas. Não eram essas companheiras dos “filhos de Deus” também “filhas dos homens” por pertencerem elas à mesma humanidade? Como poderiam então ser diferenciadas daquelas? Realmente é muito difícil para mim aceitar essa proposta dos estudiosos.

Um grupo grande de comentaristas afirma serem os “filhos de Deus“ anjos decaídos que não guardaram o seu estado original de pureza e entraram em conúbio com as “filhas dos homens”, gerando destas os varões de fama da antiguidade. Isto fazem eles baseados em vários argumentos como, por exemplo:

  • a expressão “filhos de Deus”, quando aparece no Antigo Testamento, sempre se refere a anjos e não a homens (Jó 1:6 / 2:1 / 38:7) / Salmo 89:5-7 / Daniel 3:25);

  • alguns manuscritos da Septuaginta, a tradução da Bíblia Hebraica para o grego, traduz o termo “anjos” por “filhos de Deus” nos locais em que este aparece, incluindo Gênesis 6:2,4 ;

  • os versículos 6 e 7 da Epístola de Judas, no Novo Testamento, ensinam que os anjos cometeram o pecado da miscigenação, misturando-se com seres de outra raça;

  • os gigantes que aparecem no Gênesis não seriam humanos e sim anjos encarnados;

  • a mistura dos anjos decaídos, ou “filhos de Deus”, com as “filhas dos homens” teria dado origem a uma raça de gigantes que habitava a terra de Canaã e outros sítios geográficos.

O que podemos dizer sobre isto?

Várias coisas, como seja:

  • conquanto os anjos sejam chamados de “filhos de Deus” em diversos livros das Escrituras Hebraicas, como os acima referidos, nunca o são no livro do Gênesis, onde poderiam ser assim chamados se o autor o desejasse, visto haver vários relatos de aparições de anjos neste livro (18:2,16 / 28:12 / 32:1,2);

  • a tradução do termo “anjos” por “filhos de Deus”, conforme aparece na Septuaginta, é uma violência ao texto hebraico original, segundo alguns estudiosos, visto tal coisa ter sido feita para acomodar os textos bíblicos à filosofia alexandrina, que tinha Platão como seu expoente principal;

  • caso os versículos 6 e 7 da Epístola de Judas ensinassem que os anjos se miscigenaram com as “filhas dos homens” teríamos que arrumar outra interpretação para a afirmativa do Senhor Jesus de que “os anjos não se casam nem se dão em casamento” (Mateus 22:30), por serem assexuados e não possuírem nenhum instinto sexual em si;

  • os gigantes que aparecem no Gênesis ou “nefilins” não podem ser confundidos com os anjos decaídos, porquanto já habitavam a terra antes de os “filhos de Deus” virem as “filhas dos homens” e entrarem a elas;

  • a designação de “varões de fama da antiguidade” não fora dada aos rebentos dos anjos decaídos com os seres humanos, dos quais nenhum nome sequer é citado na Bíblia e sim aos “nefilins”, cujo nome de vários deles são conhecidos, pelo seu espírito guerreiro e valoroso.

Alguns estudiosos tentam contornar essas dificuldades afirmando que os “filhos de Deus” eram os anjos decaídos que deixaram a sua habitação celestial sim, exatamente como se encontra registrado na Epístola de Judas 6 e 7, só que incorporados espiritualmente nos machos da espécie humana! Estando assim incorporados esses anjos teriam coabitado com as “filhas dos homens” resultando dessa miscigenação uma raça superior à humana, os tais “gigantes” de renome da Antiguidade! O problema da impossibilidade sexual angélica, tão taxativamente rechaçado por Jesus, continua obstruindo tal posição, visto a possessão de corpos de homens por anjos não poder criar, diminuir ou aumentar o apelo sexual destes para com as “filhas dos homens” por não terem tais espíritos sexualidade alguma em seu ser, em sua essência, para passarem a outro ser, não podendo também transmitir nenhuma semente de consistência física, capaz de produzir uma raça diferenciada de ambas! O código genético de cada criatura física, carnal, material, se encontra codificado em seus genes, dispostos em sua estrutura molecular, biológica e não em seu espírito! Nunca um espírito poderá gerar um ser carnal.

Outro grupo de intérpretes afirma serem os “filhos de Deus” os “filhos de magnatas e de príncipes”, visto o texto fazer referência aos “varões de fama”, “valentes da antiguidade”. Conquanto essa posição possa resolver o problema do conúbio dos anjos com os seres humanos, traz consigo a dificuldade de dizer que apenas filhos de magnatas e de príncipes, conseguiram obter fama, serem valentes e possuírem elevada estatura, qualidades estas que não dependem de posição social ou espiritual alguma, e sim da essência de cada um, haja visto Davi que era um garoto miúdo comparado ao gigante Golias, a quem enfrentou e venceu (1º Samuel 17).

Interpretes há que afirmam serem os “filhos de Deus” homens piedosos que se consagraram a Deus através do voto da castidade. Desnecessário é dizer que esta posição não possui nenhuma fundamentação bíblica, visto a ordem de Deus para o homem ser a de “crescer e multiplicar”, conforme relatado em Gênesis 1:28, e não ficar solteiro, isolado, recluso, sem coabitar com mulher alguma. Esse estado de rejeição ao matrimônio só veio a ser apreciado por determinado grupo de fiéis muitíssimo tempo depois da miscigenação das raças do Gênesis.

Outra corrente de intérpretes afirma serem os “filhos de Deus” os filhos que Adão e Eva teriam tido antes da queda, visto Deus ter dito para Eva, quando esta O desobedecera: “Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua conceição: com dor terás filhos” (Gênesis 3: 17). Segundo estes estudiosos, tal sentença divina só faria sentido se Adão e Eva já houvessem tido filhos, sem que Eva houvesse sentido muita dor. Estes “filhos de Deus”, concebidos quando o primeiro casal ainda habitava o Éden, teriam deixado voluntariamente a sua morada paradisíaca e santa e se acasalado com as já decaídas “filhas dos homens”, tendo com elas gerado os gigantes da Antiguidade ou “nefilins”. Confesso que é absolutamente difícil para mim acreditar que um grupamento de pessoas santas, puras, imaculadas, desejasse voluntariamente abandonar o seu estado elevadíssimo de pureza espiritual, após ter visto todo o mal que se abatera sobre seus pais e irmãos terrenos e sobre o planeta, só .para se acasalar com mulheres decaídas e gerarem delas filhos degenerados!

Há ainda aqueles que dizem ser os “filhos de Deus” todos os integrantes da raça adâmica, tendo em vista todos os humanos terem sido feitos a “imagem e semelhança de Deus”. Esta posição até que é interessante, mas peca pelo fato de, a ser isto verdade e teríamos de explicar as diversas passagens em que os anjos são também chamados de “filhos de Deus”, mesmo não gozando eles da paternidade divina (Jó 1:6 / 2:1 / 38:7). Teríamos também de explicar o porquê de os integrantes da raça humana, que já eram nominados como “os homens”, receberem mais esta denominação de “filhos de Deus”, já que ambas significariam a mesma coisa. Outra coisa seria explicar o porquê do destaque do Gênesis ao casamento dos homens com suas próprias mulheres, tendo em vista ser isto o cumprimento natural e efetivo da ordem dada por Deus desde o início.

CONCLUSÃO

Bem, paarece que não sobrou muita coisa para a gente finalizar este assunto, não é mesmo? Se os “filhos de Deus” não eram os descendentes da vertente piedosa de Sete, o terceiro filho de Adão; se não eram os anjos decaídos que deixaram o seu principado, se revestiram de corpos e foram após outra carne; se não eram homens possuídos pelos espíritos desses anjos decaídos que entraram às mulheres humanas; se não eram filhos de príncipes e de magnatas influentes da época; se não eram homens piedosos que guardavam a castidade; se não eram os descendentes naturais de Adão e Eva; se não eram os filhos do primeiro casal humano, anteriores a sua queda espiritual, quem seriam então os “filhos de Deus”?

A resposta a esta importante e intrigante pergunta se encontra na Palestra a seguir, sob este mesmo tema. Não deixe de lê-la e de discuti-la com seus amigos e irmãos.

 

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

[1] Ebenézer Soares Ferreira – Dificuldades Bíblicas e Outros Estudos – Casa Publicadora Batista – Volume I – 2ª Edição – Rio de Janeiro – RJ – 1970

IV. O Mais Belo Símbolo do Espírito Santo

 

Palestra III c

O MAIS BELO SÍMBOLO DO ESPÍRITO SANTO

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em dezembro de 2012

INTRODUÇÃO

De todos os símbolos que representam o Espírito Santo, o que mais gosto e que mais me toca o coração é o que vou discorrer nesta Palestra. Este “gosto”, é claro, não representa uma posição bíblica, nem ainda teológica, mas é sim uma posição pessoal, particular, individual do Pastor Olívio. Este símbolo não possui a força do vento, nem a glória do fogo, nem ainda a cristalinidade da água, a utilidade do azeite ou a alegria do vinho. Não se encontra vinculado a nenhum poder terrestre nem é ainda um produto dos campos agrícolas. O belíssimo símbolo que desejo abordar diz respeito a um animalzinho inofensivo, não chamativo, encontrado em todas as praças do mundo. É o único símbolo de animal com que a Bíblia representa o Espírito! Tanto o Senhor Jesus, quanto o nosso Deus Pai, e até mesmo o próprio Satanás, possuem uma infinidade de símbolos de animais para lhes fazer comparação, mas o Espírito Santo só possui este. O símbolo que eu estou falando é o da simplíssima e humilde pomba.

A POMBA

Ela estava presente no Dilúvio quando este tomou conta da terra. Ao ver o patriarca Noé que o corvo que havia soltado não voltava para a arca, decidiu soltar uma pomba que voltou sem trazer nada. Sete dias depois tornou a soltá-la. Desta vez a pomba voltou trazendo uma folha de oliveira verde no bico. Ele então esperou mais sete dias e tornou a soltá-la. A pomba não voltou mais, o que significava que as águas do Dilúvio haviam baixado e que a pomba encontrara lugar firme para pousar. Você pode ler esta história em Gênesis 8:7-12. Encontramos a pomba também nos sacrifícios feitos no Templo. Ela estava lado a lado com o sacrifício dos gados, carneiros e outros animais (Levítico 1:1-17). Quando alguém não podia sacrificar um touro ou outro animal caro oferecia um par de pombinhas ou de rolinhas ao Senhor, como o fizeram os pais de Jesus (Lucas 2:21-24). Mas foi mesmo por ocasião do batismo do Cristo que o Espírito Santo foi definitivamente comparado a uma pomba. Todos os evangelistas falam desse simbolismo (Mateus 3:16 / Marcos 1:10 / Lucas 3:21,22). João Batista disse: “Eu vi o Espírito descer do céu como uma pomba e repousar sobre ele. E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo. E eu vi, e tenho testificado que esse é o Filho de Deus” (João 1:32-34). O Espírito Santo repousou sobre Jesus e nunca mais levantou vôo Dele!

Mas por que o Espírito Santo foi comparado a uma pomba?

Gostaria de chamar bastante a atenção do meu prezado leitor para este importante fato, pois a pomba é uma ave, não um réptil, uma besta-fera, ou um animal marinho. Como ave que é, não pode viver em cativeiro, viver em uma gaiola, viver aprisionada. O destino dos pássaros é voar livre pelo espaço, sem limitações, sem prisões ou amarras! Assim acontece com o Espírito Santo e seus filhos! Ninguém jamais pode pretender aprisionar o Espírito Santo ou os seus filhos sob o risco de tolher suas belas ações e impedir os seus lindos vôos! Somos filhos do Todo-Livre, somos rebentos da Liberdade! Paulo disse aos crentes de Corinto que “onde estiver o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2ª Carta aos Coríntios 3:17).
Vamos examinar porque o Espírito foi comparado a uma pomba.

Primeiro, porque a pomba é um animal limpo. Entre os animais que podiam ser comidos em Israel a pomba era um deles, o contrário do corvo que era considerado um animal imundo (Levítico 11:15). Quando Noé quis saber se as águas do Dilúvio já haviam baixado, soltou primeiramente um corvo, que não retornou à arca. O motivo? Havia alimento em abundância para ele, visto o corvo se alimentar de defuntos, de carniça, de carne putrefata, e muitos corpos de homens e de animais estavam boiando naquelas águas. A pomba retornou duas vezes, pois não havia lugar seco e com alimentos para ela ficar. Quem come e bebe do Espírito Santo se alimenta de coisa pura, santa, sem mácula (1ª Coríntios 12:13 / Efésios 5:18). Quem se alimenta do corvo, símbolo do Maligno, se alimenta de coisa podre, ruim, estragada. O patriarca Jó disse que “o homem bebe a iniqüidade como água“ (Jó 15:16) querendo significar com isso que o interior do homem é todo podre (Evangelho de Marcos 7:14-23). Alimentemo-nos e bebamos do Espírito Santo, queridos e seremos sempre saudáveis!

Segundo, porque a pomba é um animal manso. Ela é pacífica, dócil, sem agressividade. Ela se aproxima do homem como nenhuma outra ave o faz. A pomba não ataca outros animais. É totalmente mansa, inofensiva. Observe que quando ela veio sobre Jesus o texto diz que ela repousou sobre Ele e não que o agarrou, o segurou, o tomou, como fazem os predadores (João 1:32-34): Não é sem razão que ela é considerada o símbolo da paz. O Espírito Santo e seus filhos são indivíduos pacificadores, promotores da paz, e não da guerra, da discórdia, da confusão (Mateus 5:9). O Espírito Santo veio sobre Jesus com o objetivo de curar, salvar, perdoar e não de ferir, guerrear, matar (Lucas 4:18,19 / 9:56). David Yonggi Cho disse em seu livro “O Espírito Santo, Meu Companheiro”, algo sobre o momento pós-Dilúvio que eu gostaria de repassar. Ele disse : “A primeira evidência de que a paz retornara à terra, e que o julgamento e ira de Deus já haviam passado, foi uma pomba”. Oh, Glória! Onde homens e mulheres cheios do Espírito Santo estiverem, aí estará o sinal de que a justiça de Deus foi satisfeita e que a paz divina reina naquele lugar!

Terceiro, porque a pomba é um animal simples. Ela não tem nada que lhe possa dar destaque, chamar a nossa atenção. Sua plumagem está longe de ser a mais bela ou chamativa do reino animal, mesmo quando é toda branca. Nem ainda o seu tamanho desperta alguma curiosidade. Assim é o Espírito Santo. Ele é simples, modesto, e não chama atenção sobre Si. Ele veio sobre Jesus e quando Ele fez isto, ninguém mais ficou olhando para Ele e sim para aquele sobre quem Ele repousara, a saber, o Senhor Jesus Cristo. O Espírito Santo se esconde em Cristo e todos os que desejarem vê-Lo deverão olhar para Cristo primeiro! É olhando para Cristo que vemos o Espírito! Quando alguém olha para um filho do Espírito Santo e vê a Jesus, é porque este indivíduo está cheio do Espírito Santo!

Quarto, porque a pomba é extremamente sensível ao mal. Ela é um animal facilmente amedrontável. É só assustá-la uma ou duas vezes seguidas que ela deixará o ninho para sempre. Temos de ter muito cuidado no trato com o Espírito Santo. Podemos entristecê-lo com nossas freqüentes resistências às suas atuações (1ª Tessalonicenses 5:19,20). Podemos ainda entristecê-lo com nossos pecados descontinuados. O apóstolo Paulo ensinou em sua carta aos crentes de Éfeso que os crentes podem entristecer o Espírito Santo (Efésios 4:30). Ele não se apartará de nós, como fazia na dispensação do Antigo Testamento (Juízes 16:20 / Salmo 51:11), mas, não mais sentiremos a sua influência nem ninguém mais a sentirá em nós.
Quinto, porque a pomba não possui fel. É o que dizem os naturalistas. Não possuindo fel, ou bílis, não possui nada de amargo em si. Assim é o Espírito Santo. Não poderemos encontrar nenhuma amargura Nele, nenhum rancor, nenhum ódio. Tudo o que poderemos encontrar no Espírito Santo está descrito em Gálatas 5:22: “Mas o fruto (o resultado) do Espírito em nós é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, temperança”. O Espírito nos dá aquilo que Ele possui, e o que Ele possui são estas belíssimas virtudes. Nada, pois, de ficar remoendo coisas doentias, paranóicas, obsessivas, que retraem o fruto do Espírito Santo em nós, que nos deixam amargos, sem vida e sem virtude espiritual.

Sexto, porque a pomba é a única ave que bebe a água sorvendo. Todas as demais aves bebem água mergulhando o seu bico na água e levantando a cabeça para que a água escorra pelo bico e desça até a garganta. Apenas a pomba suga a água, sorve a água, puxa a água para dentro de si. O que isto nos ensina? Várias coisas: 1ª) Que o Espírito Santo precisa de Cristo, a água da Vida, para viver (João 4:10-14). Sem Cristo, Ele perece, perde o seu brilho, morre de sede (Apocalipse 22:17). Quanto mais nós humanos! Sem Cristo, todos perecemos; 2ª) Que apenas Cristo é sorvido pelo Espírito Santo. Nenhuma outra bebida é sorvida pelo Espírito, entra Nele. Apenas Cristo deve entrar em nossa vida e acabar com a nossa sede; 3ª) Que é necessário fazer algum esforço para se colocar Cristo para dentro de nós. Ele tem de ser desejado, puxado, sorvido para dentro de nós ou Ele não entrará (Apocalipse 3:20); 4ª) Temos de beber água várias vezes ao dia para nos dessedentarmos, nos aliviarmos, nos aplacarmos de nossa sede. O Espírito bebe de Cristo a todo momento e nós, que somos os Filhos do Espírito Santo, também temos de fazê-lo!

Sétimo, porque a pomba tem de chocar seus ovos para gerar filhos. O texto de Gênesis 1:2 diz que, após Deus ter feito a matéria com a qual iria formar o universo, “o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas (a matéria informe)”. Esta linguagem quer significar que o Espírito Santo estava sobre o universo como uma imensa ave, que viemos a saber ser a pomba, chocando o universo. Nessa ação de chocar Ele passava vida, calor e forma ao que iria criar. Ao terminar a sua obra, todo o céu estava organizado! O Espírito Santo é um Deus organizador, que transforma o caos em cosmo, a desordem em ordem, a confusão em organização! Quando veio sobre o ventre de Maria, Ele infundiu-lhe calor, vida e forma. Ao terminar sua obra, um Cristo estava pronto para nascer! (Lucas 1:26-38). Ao vir sobre os discípulos no Pentecostes, infundiu-lhes também calor (fogo), vida (novas línguas) e forma (vento). Ao terminar o processo, a Igreja de Cristo estava fundada! (Atos 2:1-4). Oh, glória! Onde um filho do Espírito estiver ele tem de passar vida, calor e organização e não morte, frieza e desordem!

CONCLUSÃO

Encerramos assim a nossa série de Palestras sobre “Os Símbolos do Espírito Santo”. Muitos outros símbolos há sobre a sua Pessoa para se falar, mas cremos que estes são suficientes para despertar o amigo leitor para o exame da Palavra de Deus a fim de encontrá-los.

Boa pesquisa então e que Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

 

[1] Yonggi Cho, Davi – O Espírito Santo, Meu Companheiro – Editora Vida – 3ª Impressão – 1993 – página 47.