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ll. Tratamento Dispensado aos Deficientes Físicos

 

Palestra II

TRATAMENTO A SER DISPENSADO AOS DEFICIENTES FÍSICOS

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio, em Realengo, no Rio de Janeiro, em setembro de 2013

INTRODUÇÃO

Sempre acreditei piamente que era absolutamente inumano, condenável e revoltante o tratamento dispensado pelo poder público aos deficientes físicos de minha nação, o Brasil. O número de indivíduos incluídos nesta situação em meu país gira em torno dos 25 milhões, número este maior do que o da população de muitos países juntos! Procurei então nos sites especializados tudo o que podia encontrar sobre o assunto e, pasme amigo leitor, há coisas realmente fantásticas para beneficiar este publico além de uma legislação consistente e atual para cuidar destes nossos cidadãos brasileiros. Por que então havia tanto de reportagens e documentários falando negativamente e sem nenhum orgulho sobre o assunto? Por que a mídia sempre destacava o lado não atendido da política pública ao invés de prescrever orientações para os ouvintes ajudarem naquelas dificuldades? Minhas divagações avançaram um pouco mais e logo me vi perguntando: “Por que tão poucos templos cristãos, instituições filantrópicas e organizações não governamentais não auxiliam o Governo nesta importantíssima questão? Por que estas instituições, que se dizem tão interessadas no ser humano, não tomam a iniciativa de abençoar os deficientes físicos com boas propostas aos órgãos responsáveis, com medidas criativas ou simplesmente se adequando as orientações já emanadas pelo Governo, o que já facilitaria em muito a vida deste público específico?” Minha preocupação como guia espiritual também me levou a perguntar: “Será que existe alguma orientação bíblica sobre o assunto? Se existia, podia ser observada por todos?

UMA HISTÓRIA TRISTE COM FINAL FELIZ

Minha pesquisa bíblica me levou a um texto no Antigo Testamento que fala da atenção dispensada por um rei a um jovem que, quando ainda criança, se tornara um deficiente físico. Ele não nascera com uma deficiência física, mas se tornara um deficiente físico, por um acidente que lhe acometera. Isto deve redobrar a nossa atenção sobre o relato, pois milhares e milhares de pessoas se tornaram deficientes físicos em conseqüência de desastres aéreos, automobilísticos, atropelamentos, construção civil, assaltos, tráfico, doenças, erros médicos, e outras circunstâncias mais. Desde já, quero me solidarizar com todos os que se encontram nesta situação, comprometendo-me a orar por suas vidas e as de suas famílias e a utilizar de todas as formas possíveis, como escrevendo e dando palestras, para ajudá-los.

O referido texto ocupa todo um capítulo das Escrituras Sagradas, o que, por si só, já revela a sua importância para Deus e para a vida deste monarca. Ele se encontra no 2º Livro de Samuel 9:1-13 e narra a história de Mefibosete, filho de um amigo do rei Davi, por nome Jônatas. Quando Mefibosete era uma criança de apenas cinco anos de idade, sua ama recebera a notícia de que o pai do menino, Jônatas, e seu avô, Saul, rei de Israel, haviam morrido em Gilboa na peleja contra os filisteus e que um filho de Saul por nome Isbosete reinava em Israel (2ª Samuel 2: 8-10). Ela então, com medo de que o novo rei e seus asseclas viessem atrás do menino para matá-lo, tomou a criança em seus braços e fugiu com ela para Lo-Debar, em Gileade. Na fuga, o menino caiu do colo da ama ficando aleijado de ambas as pernas (2º Samuel 4:4). Alguns anos depois de Isbosete ter morrido e Davi ter assumido o trono de Israel, o rei inquiriu um antigo servo do rei Saul sobre a existência de algum descendente do rei que houvesse sobrevivido. Davi então ficou sabendo da existência de Mefibosete, o filho de Jônatas e, após ter se certificado de seu paradeiro, ordenou a seus servos para trazerem-no a sua presença. O relato a seguir é algo digno de ser conhecido por todos:

“Disse-lhe Davi: Não temas, porque de certo usarei contigo de beneficência por amor de Jônatas, teu pai, e te restituirei todas as terras de Saul, teu pai, e tu, de contínuo comerás pão à minha mesa”. Mefibosete mal acreditou no que ouvia e inclinando-se para o rei, disse: “Quem é o teu servo, para tu teres olhado para um cão morto tal como eu?” Sabe de uma coisa, querido leitor? Por vezes tenho a impressão de que é exatamente assim que os deficientes físicos se sentem. Como se fossem “um peso morto” que não devesse receber a atenção de ninguém! Mas isto não é verdade! O texto continua: “Então chamou Davi a Ziba, moço de Saul, e disse-lhe: Tudo o que pertencia a Saul, e de toda a sua casa, tenho dado ao filho de teu senhor. Trabalhar-lhe-eis a terra, tu e teus filhos, e teus servos, e recolherás os frutos, para que o filho de teu senhor tenha pão que coma: e Mefibosete, filho de teu senhor, de contínuo comerá pão à minha mesa. E tinha Ziba quinze filhos e vinte servos. E disse Ziba ao rei: Conforme a tudo quanto meu senhor, o rei, manda a seu servo, assim fará o teu servo; porém, Mefibosete comerá à minha mesa como um dos filhos do rei. E tinha Mefibosete um filho pequeno, cujo nome era Mica: e todos quantos moravam em casa de Ziba eram servos de Mefibosete. Morava, pois, Mefibosete em Jerusalém, porquanto de contínuo comia à mesa do rei, e era coxo de ambos os pés” (2º Livro de Samuel 9:1-13).

O leitor percebeu o que se passou aqui? O rei Davi devolveu todas as terras que haviam pertencido ao rei Saul e depois ao seu filho Isbosete, já morto, e que agora pertenciam ao Estado, para seu neto Mefibosete e ordenou a Ziba, antigo servo do rei Saul, que trabalhasse essas terras, juntamente com seus filhos e servos, e trouxesse o produto delas a Mefibosete para que ele e seu filho, de nome Mica, semente de Jônatas, seu amigo, tivesse sustento garantido por toda a vida! Ziba, com todos os seus filhos e servos, passaram a ser empregados de Mefibosete que passou a comer na mesa do rei continuamente, juntamente com os seus filhos, como se fora um dos próprios filhos do rei Davi! (Vide 2ª Samuel 8:15-18). Que texto maravilhoso, não é verdade, prezado leitor?

Que ensinamentos podemos extrair destes textos? Que lições podemos tirar para os dias de hoje? Creio que consigo enxergar alguns deles, como por exemplo:

1º) A ação de Davi, como representante maior do poder público, mandando trazer a sua presença um jovem que soubera, de antemão, ser um deficiente físico me traduz o ensinamento de que os governantes deveriam se interessar em conhecer quais e quantos são os deficientes físicos de sua nação, para poderem elaborar políticas, programas e ações adequadas para beneficiá-los. Este conhecimento poderia ser obtido através de um levantamento entre os seus cidadãos (censo populacional). A seguir se poderia formular um Cadastro Nacional que contivesse todos os dados do deficiente físico e de sua família. Essa base de dados nacional seria então utilizada para formular políticas públicas, criar programas sociais e implementar ações governamentais visando beneficiar os deficientes físicos. Só em ficar sabendo que algum órgão público está interessado em incluir a sua pessoa e a sua família em alguma política governamental já eleva, em muito, a auto-estima do indivíduo a ser beneficiado. Mefibosete quase não acreditou que estava na presença do rei Davi, ouvindo o que estava ouvindo!

2º) A ação de Davi em restituir as terras que pertenceram ao rei Saul para o seu neto Mefibosete fala da implementação de políticas públicas e de leis capazes de preservarem a condição financeira do deficiente. Enquanto o seu avô Saul estava no governo, Mefibosete sabia que estava seguro e experimentaria todas as regalias da corte. Com a morte de seu avô, em Gilboa, e a ascensão de outro governante ao trono, essa certeza já não era mais possível. A criação de leis voltadas para proteção do patrimônio do deficiente e para evitarem a sua dilapidação por meio de impostos, tributos e taxas mil, em todas as esferas do governo; a redução da carga tributária sobre ele, sua família e seus negócios; a concessão de benefícios de caráter pecuniários como auxílio para tratamento médico, compra de remédios, etc., garantirão que o deficiente e sua família permaneçam amparados.

3º) A ação de Davi de fazer de Ziba, seus filhos e seus servos, empregados de Mefibosete, fala da criação, pelos governantes, de condições capazes de darem ao deficiente físico dignidade pessoal, valorização profissional, estímulo mental. Sendo as terras de Saul agora de propriedade de Mefibosete e tendo Davi lhe concedido alguns empregados, isto significava que Mefibosete podia administrar suas terras dali mesmo, do lugar onde estava, gerenciar o seu negócio mesmo não podendo andar. AFINAL DE CONTAS ELE ERA DEFICIENTE DOS PÉS E NÃO DA CABEÇA! Isto fala da criação de políticas públicas, programas e projetos, capazes de trazerem dignidade pessoal ao deficiente físico, tais como, a criação de postos de trabalhos, concessão de bolsas de estudos, participação em eventos desportivos, etc.

4º) A ação de Davi em fazer com que Mefibosete se assentasse à mesa com ele e seus filhos fala de inclusão social. Mefibosete não fora deixado à parte, relegado a um segundo plano por ser um deficiente físico. Não! Ele participava da mesa do rei, o que representava a mais alta posição de comunhão, de confiança e de amizade que alguém poderia gozar! Quantos nobres no reino de Davi não desejariam participar, pelo menos uma vez na vida, do altíssimo privilégio dado ao filho deficiente de seu amigo Jônatas, de poder assentar-se à mesa do rei! O que aqueles nobres desejavam experimentar uma vez na vida Mefibosete experimentava todos os dias!

5º) A ação de Davi em fazer com que Mefibosete se assentasse à mesa com ele e seus filhos também me levou a pensar que os governantes deveriam criar um órgão especializado voltado para as questões dos deficientes físicos. Este poderia ser um Ministério, uma Secretaria, uma Coordenação que fosse, para pensar e dar tratamento as questões envolvendo os deficientes. O líder deste órgão deveria ter assento com os demais ministros e representantes de outras áreas governamentais (“os filhos de Davi”), para discutir as necessidades de seu Setor. CREIO MESMO QUE ESTE LÍDER DEVERIA SER UM DEFICIENTE FÍSICO, visto ninguém melhor que um deficiente para falar das necessidades do grupo que representa. Só Mefibosete sabia como era difícil cuidar de sua higiene pessoal, se deslocar pelos cômodos do palácio e sair para vistoriar suas terras. Do alto da posição em que estava, ele conseguia divisar como ninguém as necessidades dos outros deficientes.

É possível que alguém diga que Davi fez tudo aquilo por Mefibosete por ter sido Jônatas, o pai do jovem deficiente, seu amigo, mas que ele não se preocupou com os demais deficientes de sua nação. Isto me faz pensar nos políticos que possuem deficientes físicos em suas famílias e que fazem de tudo para beneficiá-los, mas que não estendem estes benefícios a todos os deficientes de sua nação também. Mesmo que Davi tivesse feito este benefício apenas para Mefibosete e sua família, já deveria ser digno de apreciação e de exemplo para outros governantes, pois naquele tempo, qualquer deficiência física era vista como resultante de uma vida de pecados e o seu praticante alguém que merecidamente estava sendo punido (Evangelho de João 9:1-3). Muitos políticos modernos não têm que lutar contra nenhum tabu ou tradição e, ainda assim, não fazem nada por ninguém só se preocupando em se dar bem com a sua carreira política!

Há um outro texto bíblico que também orienta sobre o tratamento a ser dispensado aos deficientes físicos e que, pelo seu conteúdo, se presta mais às iniciativas do poder público. Ele se encontra no livro de Levítico 19:14 e diz assim: “Não amaldiçoarás ao surdo, nem porás tropeço diante do cego; mas terás temor do teu Deus: Eu sou o Senhor”. Qualquer indivíduo pode amaldiçoar um surdo, que este não ouvirá mesmo! De igual maneira, qualquer um pode por tropeço diante de um cego, que este não verá nada! A única maneira de todos seguirem estas orientações é através da educação, seja esta, familiar, escolar ou religiosa. Tais coisas poderiam ser conseguidas mediante campanhas públicas informativas, socializadoras, educativas, de âmbito nacional, visando conscientizar a população sobre a importância deste tema. Apenas o poder público com seus especialistas, recursos e legalidade pode atingir a todos os cidadãos de uma maneira rápida e abrangente sobre os informes de seu interesse.

AS INSTITUIÇÕES E OS DEFICIENTES FÍSICOS

Com relação as instituições seculares prestadoras de serviços, comércio e indústria, sei que estas só colocam em execução aquilo que o poder público decreta, não tomando por si próprias a iniciativa de implementar serviços e ações que possam favorecer este ou aquele outro grupo, pois tais iniciativas custam caro e ninguém quer gastar dinheiro se não for para obter algum retorno com ele. O mais assombroso para mim, contudo, são as instituições filantrópicas e as religiosas que, apesar de não terem seus recursos controlados nem confiscados pelo governo, também não priorizam nenhuma ação voltada para beneficiar os deficientes físicos. Nada há na estrutura de seus prédios capaz de sinalizar que houve uma preparação para recebê-los, tais como, rampas facilitadoras de acesso, corredores amplos para o deslocamento de “cadeirantes”, banheiros adequados para sua higiene pessoal; lugar específico para eles participarem dos ofícios religiosos sem terem que se mudar de seus assentos, quase sempre mais confortáveis que os bancos das igrejas, entre tantas outras medidas que poderiam ser adotadas. Algumas igrejas possuem alguns profissionais na linguagem de sinais e utilizam os seus serviços nos ofícios religiosos, mas estas, além de serem poucas, só utilizam os préstimos desses especialistas durante a celebração dos ofícios litúrgicos.

A impressão que eu tenho é que nossas igrejas e demais instituições religiosas não se preparam para terem em sua congregação pessoas com deficiências físicas. Tudo é feito para receber as pessoas ditas “normais”. Entretanto muitos deficientes podem desejar participar conosco como membros, sócios, parceiros, afiliados, participantes diretos de nossas instituições. Devemos, pois, apelar para que os dirigentes de nossas instituições cumpram as políticas públicas emanadas para facilitarem a vida dos deficientes físicos.

Toda vez que um deficiente físico entra em um lugar e percebe que nada foi preparado para facilitar a sua vida, ele se sente diminuído, humilhado, preterido, pois, a leitura que ele faz dessa falta de preparação é que ninguém o estava esperando mesmo, que ele é demais naquele lugar, que não passa de um estorvo. Todos ficarão olhando para ele como se fosse um “coitadinho”, tentarão ajudá-lo nas dificuldades que encontre não por amor ou por ser ele um igual, mas por ser um limitado, um deficiente, um  humano defeituoso. O efeito que essas coisas produzem na alma do deficiente físico é devastador e indescritível.

Que me perdoem os dirigentes destas instituições, mas qualquer igreja, centro, terreiro, orfanato, asilo, seminário e outras instituições religiosas, por mais humildes que sejam, podem e devem adotar medidas simples para ajudar os deficientes. O que se cobra das instituições, tanto das seculares quanto das religiosas não é que elas promovam políticas, planos e programas de ajuda aos deficientes físicos, visto ser esta uma atribuição do poder público, e sim que elas os implementem! Esta sim é a sua função! Se o governo planeja, as instituições operacionalizam! Como, porém, supervisionar a implementação de tais orientações? Nenhum governo tem condições para fiscalizar uma coisa desse tamanho, dessa amplitude, capaz de atingir todas as repartições públicas e privadas de uma nação. Que fazer então?

Creio que o governo, através daquele órgão específico que mencionei mais acima, poderia exigir de todas as instituições públicas e privadas, incluindo aí as organizações não governamentais, as instituições filantrópicas e as religiosas, relatório sobre a existência ou não de deficientes físicos em seus quadros, bem ainda as soluções adotadas pela instituição para beneficiá-los. Ele poderia também fornecer informações sobre os procedimentos a serem adotados pelas instituições para a implementação de suas políticas. Os fiscalizadores de tais determinações seriam todos os interessados, a partir dos próprios deficientes, visto serem eles os primeiros cidadãos a serem beneficiados. Um número de telefone e diversos endereços eletrônicos seriam disponibilizados pelo órgão responsável para explanação de dúvidas, críticas e envio de sugestões.

O CRISTÃO E OS DEFICIENTES FÍSICOS

Deixei propositadamente este tópico para o final porque desejo falar nele sobre o tratamento a ser dispensado aos deficientes físicos pelos cristãos e assim o farei, não por discriminação a qualquer outro credo que seja, mas por ser eu mesmo um cristão e acreditar que as Escrituras Sagradas fornecem um corpo de doutrinas voltado para a ajuda aos deficientes que outros credos podem não possuir ou que talvez desconheçam.

Creio sinceramente que a primeira postura que um cristão deve tomar com relação aos deficientes físicos é a de querer enxergá-los! Você já leu o episódio do cego de nascença, relatado no Evangelho de João 9?. Nele se diz que “passando Jesus, viu um cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Mestre, quem pecou, este ou seus pais para que nascesse cego?” Foi Jesus quem viu o cego. Seus discípulos apenas o avistaram e mesmo assim, por causa de Jesus. Um deficiente físico é alguém que precisa ser visto, olhado, percebido. Se você não estiver interessado em ver suas questões e sentir suas dificuldades você não os verá e, mesmo que tenha uma dezena deles pertinho de você, eles continuarão “invisíveis”, “intocados”, “impercebíveis” para você.

Visto que o deficiente existe e que é um ser humano tão digno quanto você o próximo passo a dar é revestir-se de uma atitude permanente de respeito para com ele, visto não sabermos por qual motivo aquele indivíduo veio limitado à esta vida ou tornou-se limitado em algum momento dela. LIMITAÇÃO FÍSICA NÃO É SINÔNIMO DE IMPERFEIÇÃO, visto Deus ter assumido a criação do deficiente físico como um projeto de sua santíssima mente (Êxodo 4:10,11). Um espírito perfeito está colocado dentro de um corpo “imperfeito”, limitado, e isto foi assim executado para que o deficiente possa participar dos mais elevados propósitos de Deus.

Outra postura a ser tomada pelo cristão e por todos os demais humanos com relação aos deficientes físicos é a de orar por eles para que sejam curados. Era assim que Jesus, Pedro, Paulo e os cristãos primitivos faziam e é assim também que devemos fazer (João 9 / Atos 3 / ….). Só os Evangelhos registram 8 (oito) casos de curas de cegos feitas por Jesus de maneira miraculosa. Algumas dessas deficiências eram adquiridas; outras, de nascença. Algumas possuíam uma causa natural; outras eram derivadas de espíritos demoníacos. Por todos eles Jesus orou e os curou. Bom é que se diga que os próprios deficientes devem orar pelos outros deficientes!

A alma cristã deve ainda levar o deficiente físico à presença de pessoas dotadas por Deus com o dom da cura divina. Este dom é real e extremamente necessário sendo o único que aparece no plural na orientação que o apóstolo Paulo dera aos crentes da cidade de Corinto (1ª Coríntios 12:9). Muita gente era levada a Jesus e aos apóstolos para serem curados de suas deficiências (Mateus 4:24 / 9:1 / 15:30,31 / 21:14 / …..). O fato de termos orado por um deficiente e ele não ter ficado curado não significa que Deus tenha desistido dele, pois há muita gente no meio cristão com a capacidade de operar milagres. Acessar tais pessoas não significa que tenhamos falta de fé em nós mesmos, mas o reconhecimento de que Deus possui pessoas poderosas, dotadas com um extraordinário dom de restaurar a saúde dos enfermos e dos deficientes físicos. Glória a Deus pelos seus “curadores-divinos”!

Encontramos casos, porém , nas Escrituras, de pessoas que foram com seus próprios pés a Jesus procurando a cura de suas deficiências, como os dois cegos de Mateus 9:27. Sua cegueira não os impedia de caminhar. Outros foram encontrados já dentro da igreja como o homem que tinha uma mão mirrada (Mateus 12:9,10). Alguém os levou até lá ou eles foram caminhando até o Templo. O que esta atitude significa? Significa que o deficiente deve ser o primeiro a procurar pela sua cura! Ele não precisa ficar esperando pelos outros para procurar uma intervenção divina! Se a sua limitação não o impedir de caminhar, então amigo deficiente, caminhe até Jesus, seja curado, e glorifique ao Senhor dos céus!

A ÚNICA POSTURA QUE O CRISTÃO JAMAIS DEVE TER, NEM AINDA ALGUMA OUTRA PESSOA, É A DE USAR O DEFICIENTE FÍSICO PARA DELE TIRAR ALGUMA VANTAGEM. O deficiente físico, ainda que limitado, é um ser humano completo, inteiro, integralmente feito à imagem e semelhança de Deus como qualquer outro ser tido como “normal”, e não um objeto de descarte, de uso-próprio, para dele tirarmos algum proveito. Os Evangelhos (João 9:1-3) e o livro de Atos dos Apóstolos (3:1,2) trazem relatos de pessoas que usavam deficientes físicos para esmolarem em ruas movimentadas ou à frente do Templo. Esta prática é muito comum em vários países, mas como exploração do outro que é, deve ser criminalizada e duramente reprimida nos lugares onde acontece! Tristes são estes casos em que um doente mental e moral, usa um deficiente físico para dele auferir vantagens! Esta ausência de interesse do poder público pelos deficientes físicos se reflete na vida de toda a sociedade, chegando até ao seio de suas famílias. Muitas destas, por saberem que não encontrarão nenhum apoio por parte das autoridades constituídas e instituições públicas especializadas, bem ainda, dos próprios parentes, abandonam os seus filhos à própria sorte, no momento em que estes delas mais precisam.

CONCLUSÃO

Chegando ao final desta palestra devo dizer que fiquei feliz ao descobrir que o Brasil dedica muita de sua atenção para cuidar de seus cidadãos deficientes. Entretanto, sei que nem com toda a legislação elaborada, política pública, programa, ação social, o Brasil será capaz de resolver o problema dos deficientes físicos. Somos um “país-continente” e não possuímos nem gente nem instrumentos capazes de fiscalizarem nacionalmente qualquer orientação emanada pelo Governo. Daí ser necessária a participação de todos. Todos devem ajudar todos a tornarem o Brasil um pais mais justo e mais humano. E se você, como eu, for um cristão renascido, então nossa responsabilidade é maior ainda, pois como disse o Mestre Jesus: “Na verdade quem der um copo de água a qualquer um que tenha sede na qualidade de profeta receberá galardão de profeta”. Conto com a sua ajuda e, o Pai do céu que criou esses filhos limitados para através deles sarar sim as nossas deficiências íntimas, também está contando.

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

l. Limitados Para Crescer

 

Palestra I

LIMITADOS PARA CRESCER

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio, em Realengo, no Rio de Janeiro, em agosto de 2013

INTRODUÇÃO

Não me lembro jamais de ter ouvido um único sermão que fosse sobre a questão dos deficientes físicos. Não sobre os deficientes morais, visto sobre estes a Igreja de Cristo pregar todos os domingos, mas sobre os deficientes físicos. Aqueles que já vêm desde o ventre de suas mães com limitações físicas, quer sejam estas de caráter permanente ou não. Eu mesmo nunca preguei ou ensinei nada sobre o tema. Apenas quando recebi a revelação sobre a reencarnação bíblica é que passei a examinar o assunto com o objetivo de compreendê-lo e de aprender as suas lições. Descobri que a Bíblia não se furta de falar sobre a matéria, e que nós, os que nela cremos, não deveríamos também fazê-lo por podermos aliviar o sofrimento de muitos com os nossos conhecimentos. Em uma nação com aproximadamente 25 milhões de pessoas portadoras de alguma limitação física (14,5%) como acontece em nosso Brasil, segundo o censo do IBGE de 2000, o entendimento espiritual do assunto por parte de líderes de congregações se revela por demais importante e necessário.

O DIFÍCIL CAMINHO DA VIDA

Eu já havia ouvido e visto vários documentários científicos sobre a dificílima luta que os espermatozóides têm de travar para conseguir fertilizar um único óvulo capaz de lhes garantir a sobrevivência e despontar em uma nova forma de vida. Quase todos os cerca de 400 milhões de espermatozóides, lançados pelo homem em uma única ejaculação, morrem durante a longa corrida que têm de fazer do colo do útero até o óvulo feminino. Apenas um e, excepcionalmente dois ou três, conseguirão lograr êxito em tão terrível batalha! O caminho para a vida não é nada fácil, mas entremeado de muitos e perigosos obstáculos! Cada etapa superada pelos espermatozóides só faz surgir outra pior ainda que elimina mais alguns milhões deles, reduzindo drasticamente o número dos concorrentes. O caminho para a vida passa necessariamente pelo caminho da morte. O objetivo dessa eliminação maciça, catastrófica, é, segundo a ciência, permitir que os espermatozóides mais capacitados possam se fundir com o óvulo e se transformar com este em novos seres humanos, melhores preparados e capacitados para enfrentar os novos desafios da nova vida!

No mundo animal, por vezes, acontece de um espermatozóide fecundar e uma cria aleijada ser concebida, mas esta, quando não é logo eliminada pela mãe, é abandonada à própria sorte para enfrentar sozinho os rigores da natureza. A mãe animal instintivamente sabe que a cria deficiente não está habilitada para a sobrevivência e para a evolução de sua espécie e por isso dá rapidamente um jeito de eliminá-la. Mas seres humanos não são animais! Seres humanos não são descartáveis! Cada criatura humana é um fantástico projeto de vida programado e “engenheirado” pelo Divino e deve ser preservado e cuidado por todo o grupo social envolvido desde o seu início. E é exatamente aqui que entram as minhas considerações: Como é que um espermatozóide doente, fraco, limitado, pode chegar à frente de milhões e milhões de tantos outros sadios, vigorosos, cheios de potencialidades, se o objetivo da corrida até o óvulo é justamente eliminar os menos habilitados para a vida e fortalecer a espécie da qual ele se origina? Como pode o óvulo “se abrir” para um espermatozóide doente, menos capaz, e “se fechar” para outros mais habilitados para a perpetuação da vida? Que tipo de sistema evolutivo pode funcionar assim? Acaso a “máquina de leitura química” do óvulo está defeituosa, emperrada, não conseguindo fazer a leitura correta do espermatozóide perfeito que deverá ser fecundado ou será que ela consegue ler coisas que escapa, ainda hoje, ao nosso entendimento e visão?

Creio que a resposta a essas perguntas é muito mais transcendental do que científica, e pode, com certeza, ser encontrada nas páginas da Bíblia Sagrada. Segundo as Escrituras é Deus mesmo quem determina para o óvulo qual espermatozóide, dentre todos aqueles milhões e milhões de outros, ele deve deixar passar e com ele se unir quimicamente para a construção de um novo indivíduo! O rei Davi disse em um de seus belos Salmos: “Eu te louvarei, Senhor, porque de um modo terrível, e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado, e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas essas coisas foram sendo escritas; as quais iam sendo dia-a-dia formadas, quando nem ainda uma delas havia (Salmo 139:14-16). Segundo o rei Davi, o ser humano é uma construção de Deus, uma arquitetura do Divino, que o conhece antes mesmo que este possa adentrar no ventre de uma mulher e que acompanha o seu desenvolvimento quando ainda é um embrião – em suas palavras – se encontra ainda informe (sem forma). Jó, um dos Patriarcas bíblicos mais antigos que conhecemos também disse: “As tuas mãos me fizeram e me entreteceram; e, todavia, me consomes. Peço-te que te lembres de que como barro me formaste, e de que ao pó me farás tornar. Porventura não me vazaste como leite, e como queijo não me coalhaste? (Acho interessantíssima essa linguagem de Jó!) De pele e carne me vestiste e de ossos e nervos me entreteceste. Vida e beneficência me concedeste, e o teu cuidado guardou o meu espírito (Jô 10:8-12).

Por essa determinação do Divino, o fraco se torna forte e o limitado, pleno de condições para a vida! A “leitura química” que o óvulo faz dos espermatozóides deveria ser capaz de eliminar os “deficientes” e permitir que apenas o melhor dentre eles pudesse dar continuidade à espécie, mas ainda assim o óvulo “escolhe” o espermatozóide “doente”, “limitado”, “fraco”, para tornar-se um com ele, pois, contra todas as evidências e possibilidades científicas, é exatamente este espermatozóide “deficiente” quem está melhor preparado para cumprir o propósito divino da construção de uma nova criatura! Quanto aos outros milhões e milhões de competidores que morrerão pelo caminho, estes apenas servirão de paredes de proteção para o “candidato de Deus” que deverá se sair vencedor daquele dificílimo desafio e demonstrar a todos os seres existentes no universo, quão fantástico, difícil e misterioso é o caminho que conduz à vida!

DEUS, O DOADOR DA VIDA

As Escrituras ensinam que Deus, e apenas Deus, é o doador, o mantenedor e o destruidor da vida. Ela inicia suas páginas contando como Deus criou o homem e soprou em suas narinas o seu próprio fôlego de vida. Como Ele lhe proveu alimentos e condições para manter-se sadio (Gênesis 1:26-30 / 2:7). O homem é um projeto divino que deve se desenrolar no tempo pelo tempo que o seu Criador desejar. Qualquer um que intente abreviar esse tempo se rebela contra o Senhor e interfere em seus desígnios. Por isso, cada ser humano vive exatamente o tempo que deve viver com toda sorte de percalços que possa ter. Todo ser humano que vem a este mundo vem envolto em um invólucro próprio, em um corpo designado por Deus para que este desenvolva a sua vida na terra.

Mas nem todos os corpos que os humanos receberão estarão completos, inteiros, acabados. Alguns virão com limitações, deficiências, anomalias. Em alguns casos, com terríveis e dolorosas aberrações! Se o meu prezado leitor é um deficiente físico ou possui uma aberração muito grande, com certeza já terá se perguntado mil vezes qual o propósito de Deus em tê-lo criado e em tê-lo mantido vivo! “Não é Deus um ser onisciente, que sabe todas as coisas? Pergunta o amado. Então por que permitiu que eu nascesse assim, com pouquíssimas chances de sobrevivência, sofrendo discriminações e dores o tempo todo e ocupando tanta gente com atenção e cuidado? Que propósito pode ter um Ser Divino, Poderoso, Inteligente, em manter uma criatura minúscula “defeituosa” assim? Não é isto muito mais uma expressão de maldade, de falta de misericórdia, de abandono, do que de amor da parte de Deus? Será que Ele não se descuidou por um momento e me deixou “passar” inadvertidamente para a vida?”

Isto me remete imediatamente ao livro de Êxodo 4:10,11 (o 2º livro da Bíblia) onde o Senhor ordenou a Moisés ir ao Egito para falar com o seu governante e pedir-lhe a soltura de seu povo. Moisés se mostrou todo reticente dizendo ser muito pesado de língua e não ter a eloqüência necessária para convencer ao Faraó. Tanto Moisés se desculpou que o Senhor lhe respondeu com veemência: “Quem fez a boca do homem? Ou quem fez o mudo ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o Senhor?” (Êxodo 4:10,11). Pasme, meu amigo leitor! Essa declaração é textualmente verídica e partiu da boca do próprio Deus! Você pensava que era “um nada”, “um coisa nenhuma”, “um Zé ninguém”, um ser insignificante nascido por “um descuido de Deus”, mas o Pastor Olívio acabou de lhe demonstrar biblicamente que DEUS MESMO SE RESPONSABILIZA PELA CRIAÇÃO DO DEFICIENTE E POR SUA DEFICIÊNCIA FÍSICA TAMBÉM! E se Ele se responsabiliza pessoalmente pela criação de algo é porque Ele tem um propósito definido com este algo, pois Deus não é um Ser alienado, insano, que não sabe o que faz! Se Ele afirma que criou o mudo, o surdo, o cego, ou qualquer outro deficiente físico e, a despeito de possuir Ele todo o poder do mundo para não fazê-lo ou para curá-lo, não o faz, então é porque Ele tem um propósito muito definido e todo especial para com a vida deste indivíduo, pois Deus não faz coisa alguma que não tenha propósito, não tenha objetivo, não tenha alguma função!

Todo indivíduo que vem ao mundo, vem com um propósito definido. Eu, você, o bebe natimorto, o avô de muitos anos. Ninguém jamais pode acusar Deus de não ter um propósito para com a sua vida. Muitos de nós podemos desconhecer qual seja esse propósito, mas ainda assim ele existe. Só que para cumprir esse propósito, alguns devem vir limitados, contidos, com restrições, mas ainda assim, sob os ternos cuidados e assistência de Deus! PODE VIBRAR, MEU AMIGO DEFICIENTE! PODE VIBRAR! Você acabou de descobrir biblicamente, pelas palavras do próprio Deus, que Ele tem um propósito pessoal e especial com a sua vida! O Deus dos homens sadios é também o Deus dos deficientes físicos! Uau! Como isto faz vibrar a minha alma! Nada, pois, de se desesperar da vida! Nada, pois, de ficar enchendo a cabeça com pensamentos tolos e suicidas! Louvado seja o meu Deus, e louvado seja o teu Deus, para todo o sempre, amigo deficiente!

O PROPÓSITO DIVINO DAS LIMITAÇÕES FÍSICAS

Mas se Deus possui um propósito específico com a minha vida de deficiente, será que eu posso descobri-lo? Pergunta o amado. Creio que sim, querido! Este propósito pode ser encontrado no Evangelho de João 9:1-3, onde os discípulos de Jesus ao encontrarem um cego de nascença, mendigando na estrada, perguntaram ao Senhor: “Mestre, quem pecou, este ou seus pais para que nascesse cego?” Note que os discípulos não estavam questionando a Jesus sobre o propósito de Deus com a cegueira congênita na vida daquele homem, mas sim tentando descobrir quem seria o responsável por ela – se seus pais terrenos, mediante uma enfermidade hereditária, ou se o próprio deficiente, por algum pecado cometido em uma vida anterior, pois no entendimento dos discípulos, nascer alguém com alguma limitação física era conseqüência direta de algum pecado, tanto que iniciaram a questão perguntando a Jesus: “Quem pecou?” Na visão destes seguidores de Cristo o que acontecia no plano espiritual tinha um rebatimento direto no plano material.

É fato que a entrada do pecado no mundo trouxe enfermidades e dores para a humanidade (Salmo 90:8-10 / Isaías 53:4,5 / Romanos 5:12). O próprio Cristo dissera para um paralítico, que curara, após este ter ficado 38 anos com aquela enfermidade: ”Eis que já estás são: não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior” (João 5:1-15). Ele estava reafirmando o ensino das Escrituras Hebraicas de que os nossos pecados nos trazem doenças, dores, aflições e outras tantas dificuldades. Muitos foram os deficientes físicos que os Evangelhos relatam que o Cristo curou, mas o caso deste cego de nascença se reveste de EXTREMA IMPORTÂNCIA por ter o Cristo nos revelado o propósito das deficiências físicas inatas, congênitas, trazidas pelo indivíduo desde o ventre de sua mãe – mesmo aquelas que não se manifestarão de imediato, mas que irão se manifestar em outras fases mais avançadas da vida. Você não está animado para descobrir qual seja este propósito, prezado leitor?

Observe, primeiramente, que Jesus não negou as alternativas apresentadas pelos seus discípulos, tanto em relação a origem quanto em relação aos responsáveis pelas deficiências físicas inatas, até porque elas estavam mesmo corretas. Uma pessoa podia realmente vir limitada desde o ventre de sua mãe como conseqüência de algum pecado cometido por seus pais ou por ela mesma em uma vida passada, pretérita (Por favor, leia a Palestra V, do tema Reencarnação, sob o título “Os Discípulos de Cristo e a Reencarnação”, neste mesmo Site). O Mestre resolvera ampliar ainda mais a compreensão que os seus discípulos já tinham sobre o assunto. Note que eles haviam Lhe perguntado: “Mestre, quem pecou, este ou seus pais para que nascesse cego?”. Ao que Jesus lhes respondeu: “Nem ele pecou, nem os seus pais, mas foi assim para que nele se manifestem as obras de Deus”. Fantástica esta revelação de Jesus! Do lugar em que seus discípulos pararam, Ele continuou a lição. O objetivo das deficiências físicas, segundo o Mestre Jesus, não era o de revelar a gravidade do pecado na vida dos homens, pois isto toda forma de sofrimento já o fazia; não era ainda o de revelar quão grandes pecadores eram os seus portadores em relação aos demais homens pelo horror de suas anomalias, pois sofrimentos há na vida dos homens que são maiores e mais vergonhosos do que uma deficiência corporal; não era ainda fazer com que todos olhassem o deficiente como um maldito de Deus pelo seu pecado, visto a Bíblia ensinar que todos os que cometem pecado estão debaixo de maldição. Segundo o Mestre Jesus, DEUS MESMO DESEJARA QUE AQUELE HOMEM NASCESSE CEGO! Porém, muito mais do que isto Ele afirmou que AS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS ERAM O MEIO EMPREGADO POR DEUS PARA FAZER AS SUAS MARAVILHOSAS OBRAS SE MANIFESTAREM NA VIDA DO DEFICIENTE FÍSICO!

Uau! Que demais! Que fantástico esse Mestre Jesus! Por esta os sés discípulos não esperavam! Nem o meu amigo leitor também! Ao fazer uso da expressão “para que”, Cristo ensinou que as deficiências físicas não eram o fim para o deficiente físico, não eram o limite onde ele poderia chegar, mas sim o ponto certo, ideal, para Deus levá-lo a algo maior, mais nobre, mais sublime, mais elevado! O limite da maldição era sim, o início da benção! A Bíblia diz que Deus transforma a maldição em benção! O Mestre ultrapassara o porquê (motivos, causas, razões, origens) e o quem (pessoas, indivíduos), que já eram do conhecimento de seus discípulos, e entrara no para que (propósitos, metas, objetivos, intenções) de uma maneira nunca antes vista ou imaginada! Se os seus discípulos e os judeus achavam que nascer alguém com uma deficiência física era um sinal da maldição de Deus, Cristo iria mostrar que maldição alguma era suficiente para deter o Senhor que a ultrapassaria, que iria além, transformando a maldição em benção! Nascer uma pessoa com determinada deficiência física era a vontade de Deus para aquela vida, como as Escrituras já o ensinavam, mas manifestar naquela mesma pessoa as suas maravilhosas obras era também objeto da vontade Divina! Aqui a fantástica e diferenciadora revelação de Jesus!

AS MARAVILHOSAS OBRAS DE DEUS NA VIDA DO DEFICIENTEFÍSICO

Mas que obras seriam estas que Deus queria que se manifestassem na vida daquele homem? A continuação de sua história no Evangelho de João 9 nos informa: 1º) Jesus curou a cegueira daquele homem (9:7); 2º) alegrou muitíssimo o coração de seus pais e de seus queridos com a sua cura (vs. 18-22); 3º) trouxe contradição para os adversários da fé (vs. 13-18); 4º) libertou espiritualmente o ex-cego (35-38); 5º) promoveu a salvação de muitos que viram aquele milagre e creram no Senhor Jesus como o enviado de Deus (10:21). A mesma coisa aconteceu com o homem coxo de nascença que era colocado todos os dias à porta do Templo de Jerusalém para esmolar (Atos 3 :1-26 / 4:1-22). Os apóstolos Pedro e João o curaram usando o Nome de Jesus e ele “saltando, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no Templo: andando e saltando, e louvando a Deus” (3:8). O apóstolo Pedro pregou o Evangelho aos que conheciam aquele homem e que testemunharam o seu milagre (3:9,10) e o número dos que creram em Jesus chegou a quase cinco mil pessoas (4:4). Resultados semelhantes encontramos em Atos 14:8-22, onde o apóstolo Paulo orou em um homem coxo desde o ventre de sua mãe, na cidade de Listra, e este ficou curado. O impacto daquele milagre nas pessoas que o presenciaram foi tão grande que os cidadãos da cidade de Listra queriam sacrificar animais a Paulo e a seu amigo Barnabé como se eles fossem deuses! Há outros milagres de coxos relatados na Bíblia, mas como ela não diz que eles eram deficientes desde o ventre de suas mães, eu não os destaquei aqui, mas apenas os relacionei (Mateus 11:5 / 15:31 / 21:14 / Luc. 7:22 / Atos 8:7). Se o leitor faz parte do grupo dos deficientes físicos inatos, congênitos, saiba que a glória de Deus pode se manifestar em sua vida a qualquer momento e, através dela, em outras vidas também a exemplo do cego de nascença do Evangelho e dos homens coxos do Templo de Jerusalém e da cidade de Listra!

“Mas como vou ficar sabendo se estou ou não inserido neste grupo, Pastor Olívio? Milhares e milhares de pessoas há que nascem com limitações, anomalias e aberrações e ninguém diz para elas que elas nasceram assim “para que nelas se manifestem as obras de Deus”, até porque se assim fosse, todos os deficientes físicos de nascença deveriam ser curados sobrenaturalmente pelo Senhor e sua cura utilizada como instrumento de salvação de muitos! Ao contrário disto, milhares e milhares de deficientes congênitos recebem orações, fazem promessas, vivem uma vida pia e, ainda assim, permanecem doentes. Por quais razões eles não são curados, Pastor Olívio? Como nós, deficientes físicos, podemos saber quem nasceu ou não para ser curado?”

NÃO PODEM! Nenhum deficiente o pode, nem ainda algum guia espiritual. Apenas o Senhor Deus o sabe, pois que essa questão foi “acordada” entre o deficiente físico e o Senhor quando ainda no mundo espiritual. É uma questão Kármica, envolvendo dívidas morais passadas. Observe que o cego de nascença e o homem coxo do Templo não estavam expectantes acerca de nada na vida, não estavam esperando receber coisa alguma a não ser uma esmola! Eles não estavam rezando, fazendo promessas, lendo livros sagrados ou qualquer outra atividade religiosa! Não estavam esperando que alguém os curasse ou os levasse à Igreja para receberem um milagre! Nenhum deles tinha expectativa de ser curado de suas deficiências e sim de recolherem o suficiente para o almoço do dia e quiçá, mais algum dinheiro para levarem para casa! Um cego é alguém que precisa ser visto e um coxo, alguém que precisa ser carregado. Toda manhã, estes dois homens eram levados por alguém e deixados em locais específicos até a noitinha, quando as atividades cessavam: um era deixado em uma rua costumeira e o outro á porta do Templo por serem lugares melhor freqüentados!

Não podemos, pois, dizer que eles foram curados pela sua fé, pois não a estavam exercendo para serem curados, mas sim para ganharem algum dinheiro! Foi a autoridade espiritual de Jesus que levou o cego a fazer o que Ele lhe mandava fazer e ficar curado (João 9: 4-7). Quanto ao coxo do Templo foi também a autoridade espiritual de Pedro que o levou a acreditar em sua palavra após a determinação do apóstolo (Atos 3:1-8). Já o coxo da cidade de Listra possuía fé para ser curado e o apóstolo Paulo não deixou que essa ficasse vazia, sem receber alguma resposta, e o curou (Atos 14:8-10). Em todos esses casos vemos que Deus mesmo se preocupou em terminar com o sofrimento dos atormentados. Foi Ele quem tomou a iniciativa de levar Jesus por aquele caminho onde estava o cego; foi Ele quem levou Pedro e João a olharem para aquele coxo entre tantos outros enfermos ali colocados; foi Ele ainda quem levou Paulo à fugir de uma perseguição para a cidade de Listra onde encontrou um varão deficiente que tinha fé para ser curado. Tudo isto nos ensina que o agente de Deus deve estar sempre em comunhão com o Altíssimo a fim de ser instrumentalizado quando Deus quiser, pois curar deficientes congênitos é mais que uma cura divina, é uma libertação de uma prisão Kármica! Esta é a razão de não vermos curadores espirituais curando deficientes de nascença em quantidades iguais aos que se tornaram deficientes por algum motivo, em alguma outra fase da vida. Há muita diferença entre curar alguém que se acidentou ou ficou enferma e adquiriu uma deficiência física em alguma fase de sua vida, e alguém que já nasceu trazendo uma carga Kármica que só será suspensa quando o tempo do “acordo” feito entre o indivíduo e o Senhor terminar.

OS FANTÁSTICOS “ACORDOS ESPIRITUAIS”

“Mas que “acordos espirituais” são estes? Você pergunta. Nunca ouvi ninguém falar sobre isso! Será que o Pastor Olívio não está fantasiando com a fé? Como é que ele sabe da existência desses “acordos”? De onde é que ele tirou essa idéia? Como sabe ele que é exatamente isto que acontece lá do “outro lado”?

Quando Jesus respondeu aos seus discípulos dizendo que aquele cego nascera daquele jeito porque fora do agrado de Deus que isso acontecesse para nele manifestar as suas obras, Ele estava nos revelando a existência desses tais “acordos”, pois se Deus era o responsável direto pela criação do deficiente físico e sua deficiência e não um distúrbio físico natural ou uma disfunção genética como se poderia pensar, e se podia retirar a deficiência de alguém levando-o a uma posição abençoadora mais elevada, mais nobre, em algum momento de sua vida mediante uma cura e não o fazia – tendo em vista que nem todos os deficientes físicos eram por Ele curados – era porque ou Ele determinara isto por sua única e exclusiva vontade, sem ter sofrido a interferência de alguém, ou isto poderia ter sido acordado entre as duas partes, de maneira que todos os envolvidos saíssem ganhando!

Ora, Deus não é um pavão vaidoso, presunçoso, chamativo e nem ainda um vil tirano. Como poderia o Ser mais pleno de sabedoria, justiça e amor em todo o universo impor tiranicamente a sua vontade sobre alguém, deixando-o cego, em trevas, a viver como um mendigo na humilhação, por dezenas e dezenas de anos, só para que as suas obras nele se manifestassem? Como poderia fazer alguém nascer aleijado de suas duas pernas, alienado das coisas belas do mundo, deixado como um peso morto pelos seus parentes todo o dia na porta do Templo para mendigar e ser recolhido à tarde para sua casa, durante mais de 40 anos, como acontecia com o coxo do Templo, só para mostrar aos homens a sua glória? Acaso precisa Deus humilhar seres ínfimos para, através deles, mostrar o seu resplendor? NÃO, ELE NÃO PRECISA, E NÃO O FAZ, mas pode dar a estes a oportunidade de participarem de sua imensa dignidade, de sua elevadíssima honra, de sua exuberante glória, permitindo que tais humanos sejam instrumentalizados para abençoar outras pessoas e, através desta instrumentalização, a si mesmos! Isto Ele pode fazer e é exatamente isto o que Ele faz!

Foi mediante um “acordo espiritual” feito com o Senhor, que aquele homem do Evangelho aceitou entrar cego “na vida”, como dissera Jesus em Mateus 18:8,9 e Marcos 9: 42-50, e viver em condições humilhantes pelo tempo em que vivera, sem ver o mundo belo com as suas atrações fatais, sendo protegido do pecado pela sua própria cegueira e ser preparado para ser um instrumento de salvação de muitos! Tempo haveria em que Deus o curaria e a primeira pessoa que ele veria em toda a sua vida seria a pessoa do Senhor Jesus! E o que dizer do coxo que era colocado na porta do Templo para esmolar? Ele também aceitara ficar mais de 40 anos como um aleijado, pobre e mendicante para, no tempo certo, receber a sua cura por parte de dois dos maiores apóstolos de Cristo, cumprir o seu desejo de finalmente poder entrar no Templo e ver cerca de 5.000 pessoas recebendo a salvação de Cristo! Quanto ao homem coxo da cidade de Listra este vira o grande apóstolo Paulo em pessoa e a tremenda revolução que sua cura provocara nos cidadãos daquela localidade! Muitos deles aceitaram o Evangelho de Cristo! (Atos 14:21,22).

Nas passagens dos Evangelhos acima citadas Cristo ensinava os seus discípulos sobre os escândalos produzidos por alguém e o que se devia fazer para estes serem descontinuados. Ele dizia: “Se tua mão ou o teu pé te escandalizar (te levar continuamente ao pecado), corta-o e atira-o para longe de ti: melhor te é entrar na vida coxo, ou aleijado, do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo do inferno (Gehena de fogo). E se o teu olho te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti. Melhor te é entrar na vida com um só olho, do que, tendo dois olhos, seres lançado no fogo do inferno (Gehena de fogo)”. (Mateus 18:8,9). Cristo não estava se referindo as atividades literais de cortar partes do corpo e lançá-las para longe de si a fim de não pecar mais, pois o pecado é uma decisão da mente, que pode ou não se exteriorizar no corpo. A mente continua a desejar o mal mesmo quando o indivíduo não tem mais o respectivo órgão para instrumentalizá-lo. Ninguém, em sã consciência, corta os pés, as mãos, ou arranca os olhos em vida, para se livrar de algum hábito pecaminoso. Qualquer um que fizesse isto e o teríamos por louco, insano, desajustado. Quando Cristo fez estas declarações ninguém saiu a cortar os seus órgãos e partes do corpo para ficar mais santificado! Não existem registros históricos de amputações em massa de órgãos ou de partes do corpo em Israel, á época deste discurso, em obediência a ordem do Mestre! Nem ainda em Cafarnaum, cidade onde o Mestre estava quando proferiu estas palavras! A que estava se referindo o Cristo então?

Ele estava se referindo aos misteriosos “acordos espirituais”, feitos nas regiões invisíveis, nos quais um espírito cheio de vícios pecaminosos e taras morais, aceita “cortar”, “amputar”, “eliminar”, aquilo que escapa ao seu controle moral e o leva a pecar continuamente, a cometer escândalos após escândalos. Mediante um acordo espiritual feito entre esse espírito que vai adentrar no mundo e o responsável pela sua introdução no mesmo, a saber, Deus, o indivíduo aceita vir limitado fisicamente, “amputado” fisicamente, para que o seu crescimento espiritual possa ser acelerado. Dizemos “aceita” porque o crescimento espiritual não pode ser algo imposto, forçado, coercitivo, mas algo desejado tanto pelo indivíduo que o propõe, quanto pelo indivíduo que o necessita. Daí Jesus ter falado que é o indivíduo quem deve tomar a iniciativa e a decisão de realizar a tal “amputação espiritual” que o limitará no físico, no corpo material. O espírito então “entra na vida” com uma ou várias limitações físicas (coxo, cego, aleijado, etc.) para que possa viver em plenitude o céu, ou seja, tenha “a vida eterna”, e os que vivem ao seu redor, por não conhecerem os desígnios de Deus para aquela pessoa, se sobrecarregam de pena, de dó, e de tristeza por mais um deficiente físico ter adentrado no mundo!.

A “Parábola dos Trabalhadores e das Diversas Horas de Trabalho”, registrada no Evangelho de Mateus 20:1-16, fala desses fantásticos “acordos espirituais”. Vários trabalhadores estavam ociosos na praça (mundo invisível), sem trabalho algum, até que o proprietário da vinha chegou e os contratou para nela trabalharem. Ele acordou o pagamento com cada um deles, que foram sendo contratados em diferentes horários do dia. No cair da noite, quando o dono da vinha foi lhes fazer o pagamento, alguns quiseram reclamar do salário recebido por terem visto outros trabalhadores, que foram contratados para poucas horas de serviço, recebendo proporcionalmente mais do que eles, mas o senhor da vinha não aceitou tais reivindicações dizendo-lhes que o salário havia sido acordado de antemão entre eles. Você pode ler mais sobre esta Parábola em meu livro disponibilizado neste site.

Por ter vindo o indivíduo do Evangelho cego, podemos conjecturar que sua dificuldade espiritual estava no mau uso que fazia de seus olhos e os outros dois que vieram coxos, com alguma dificuldade espiritual nas pernas que os levava continuamente a lugares obscuros, infames, e daí a pecar, mas, com muitos ou, com apenas um só pecado no coração, todos reencarnariam, de qualquer maneira, como nos ensinou o Cristo no seu Bendito Evangelho (João 5:21-26 / Mateus 18:23-35) visto o planeta Terra não ser o lugar de pessoas inocentes, puras, mas sim de pecadores com dívidas morais, pois todos os que estão vivendo na terra, estão devendo alguma coisa a alguém. O grande diferencial entre esses deficientes e os demais estava no “acordo espiritual” que fizeram com o Senhor antes de entrarem nesta vida! Eles viriam sim limitados fisicamente, mas no tempo certo, no tempo acordado entre ambos, neles se manifestariam “as obras de Deus” e toda a sua limitação física terminaria!

Se pela história do cego de nascença, descrita no Evangelho de João 9:1-4, pudemos inferir a existência dos “acordos espirituais” e pelo texto da Parábola dos Trabalhadores e das Diversas Horas de Trabalho relatada em Mateus 20:1-16 pudemos encontrá-los, na pregação de Jesus sobre os escândalos pudemos ver como tais “acordos” se processam, como ele acontecem “lá do outro lado”.

LIMITADOS PARA CRESCER

Com base nesses ensinamentos podemos afirmar que todos os deficientes físicos congênitos vêm ao mundo assim limitados não para se sentirem “coitadinhos”, “humilhados”, “abandonados pela Divindade”, mas sim para crescerem I-LI-MI-TA-DA-MEN-TE! Alguns receberão a sua cura física e com isto manifestarão, em si mesmos, as maravilhosas obras de Deus. Outros, porém, não receberão cura alguma, não receberão visitas de homens santos, nem terão respostas as suas preces de cura, mas permanecerão “contidos em seu corpo”, presos no seu “cativeiro corporal” por fazer isto parte do “acordo espiritual” estabelecido entre eles e o Senhor Deus. Tanto num, quanto noutro caso, porém, as “obras de Deus serão neles manifestas”, só que em um, elas serão visíveis aos homens, serão manifestas e em outro, elas não aparecerão, mas ficarão ocultas.

A limitação orgânica a que alguns estão sujeitos, longe de ser um castigo imposto pelo Divino, é um ato de bondade, uma benção acordada entre o indivíduo e o Senhor nas regiões espirituais. Não se trata de nenhuma malformação do feto ou de alguma anomalia infantil natural, pois sem a presente “contenção corpórea” a que o indivíduo está sujeito, o atual e necessário “aprisionamento físico” de seu espírito em seu corpo limitado, o indivíduo voltaria a cometer os seus antigos e horrorosos pecados, o que o enredaria ainda mais em sua “prisão kármica” da qual ele poderia nunca mais sair. A sua limitação corporal é a melhor chance que ele tem de se achegar ao Senhor, pois é apenas o seu corpo que é limitado, não o seu espírito!

Se tais indivíduos serão ou não alcançados pelo Cristo Salvador na manifestação de vida presente, como aconteceu com os indivíduos citados nesta Palestra, não o sabemos, mas fica evidenciado que o desconforto limitante da situação pela qual eles passam, é uma das formas graciosas com que Deus os abençoa, a fim de aproximá-los mais rapidamente de Si e de seu maravilhoso céu!

CONCLUSÃO

Quando entendi todas essas coisas, deixei de ter “pena” dos deficientes físicos e mentais, dos designados como “aberrações humanas” e passei a sentir amor, respeito, e admiração por todos eles, pois a Palavra de Deus me fez ver quão grandes e nobres são estes indivíduos que aceitam vir ao mundo como aleijados, deformados, rejeitados, diminuídos, para poderem avançar a largos passos na senda do conhecimento espiritual! Não é isto realmente fantástico, amigo leitor? Não são estas atitudes dignas e próprias de seres inteligentes e elevados? Quantos de nós não tivemos a nossa vida e a de nossa família transformadas para melhor pela presença de um deficiente em nosso meio? Quantos deficientes físicos não tem servido de inspiração para a humanidade com seus exemplos de superação, de dignidade e de amor diante de suas dificuldades? Muitos indivíduos, porém, tidos como “normais”, têm entrado “na vida” com dois pés, duas mãos e um par de olhos perfeitos, como dissera o Mestre Jesus em seu duro discurso, mas estão se perdendo para sempre por fazerem escolhas tolas e ruins.

No entendimento do Pastor Olívio, todo deficiente físico, seja esta deficiência de nascença ou não, deveria sim procurar a sua cura milagrosa indo a locais sagrados, procurando homens santos possuidores do dom da cura divina e recebendo deles oração. Quem sabe se o tempo de soltura de sua prisão kármica já tem terminado? Quanto aqueles que já receberam a certeza íntima de que não deveriam mesmo serem curados por entenderem que sua cura poderia ser a sua perdição, creio que os seus cuidadores deveriam investir ao máximo no aumento de sua qualidade de vida, a fim de minimizar os sofrimentos do deficiente. O louvor deste deficiente ao seu Criador que, agora ele sabe, o limitou para a salvação, deve ser sincero, belo e continuado. Afinal de contas, Deus quer a cura e a salvação de todos, como nos ensinou o Senhor Jesus em seu Santo Evangelho, só que com alguns, Ele os liberta de sua prisão para a vida, e com outros, Ele os mantêm em prisão para que vivam!

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.