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IV. O Mais Belo Símbolo do Espírito Santo

 

Palestra III c

O MAIS BELO SÍMBOLO DO ESPÍRITO SANTO

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em dezembro de 2012

INTRODUÇÃO

De todos os símbolos que representam o Espírito Santo, o que mais gosto e que mais me toca o coração é o que vou discorrer nesta Palestra. Este “gosto”, é claro, não representa uma posição bíblica, nem ainda teológica, mas é sim uma posição pessoal, particular, individual do Pastor Olívio. Este símbolo não possui a força do vento, nem a glória do fogo, nem ainda a cristalinidade da água, a utilidade do azeite ou a alegria do vinho. Não se encontra vinculado a nenhum poder terrestre nem é ainda um produto dos campos agrícolas. O belíssimo símbolo que desejo abordar diz respeito a um animalzinho inofensivo, não chamativo, encontrado em todas as praças do mundo. É o único símbolo de animal com que a Bíblia representa o Espírito! Tanto o Senhor Jesus, quanto o nosso Deus Pai, e até mesmo o próprio Satanás, possuem uma infinidade de símbolos de animais para lhes fazer comparação, mas o Espírito Santo só possui este. O símbolo que eu estou falando é o da simplíssima e humilde pomba.

A POMBA

Ela estava presente no Dilúvio quando este tomou conta da terra. Ao ver o patriarca Noé que o corvo que havia soltado não voltava para a arca, decidiu soltar uma pomba que voltou sem trazer nada. Sete dias depois tornou a soltá-la. Desta vez a pomba voltou trazendo uma folha de oliveira verde no bico. Ele então esperou mais sete dias e tornou a soltá-la. A pomba não voltou mais, o que significava que as águas do Dilúvio haviam baixado e que a pomba encontrara lugar firme para pousar. Você pode ler esta história em Gênesis 8:7-12. Encontramos a pomba também nos sacrifícios feitos no Templo. Ela estava lado a lado com o sacrifício dos gados, carneiros e outros animais (Levítico 1:1-17). Quando alguém não podia sacrificar um touro ou outro animal caro oferecia um par de pombinhas ou de rolinhas ao Senhor, como o fizeram os pais de Jesus (Lucas 2:21-24). Mas foi mesmo por ocasião do batismo do Cristo que o Espírito Santo foi definitivamente comparado a uma pomba. Todos os evangelistas falam desse simbolismo (Mateus 3:16 / Marcos 1:10 / Lucas 3:21,22). João Batista disse: “Eu vi o Espírito descer do céu como uma pomba e repousar sobre ele. E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo. E eu vi, e tenho testificado que esse é o Filho de Deus” (João 1:32-34). O Espírito Santo repousou sobre Jesus e nunca mais levantou vôo Dele!

Mas por que o Espírito Santo foi comparado a uma pomba?

Gostaria de chamar bastante a atenção do meu prezado leitor para este importante fato, pois a pomba é uma ave, não um réptil, uma besta-fera, ou um animal marinho. Como ave que é, não pode viver em cativeiro, viver em uma gaiola, viver aprisionada. O destino dos pássaros é voar livre pelo espaço, sem limitações, sem prisões ou amarras! Assim acontece com o Espírito Santo e seus filhos! Ninguém jamais pode pretender aprisionar o Espírito Santo ou os seus filhos sob o risco de tolher suas belas ações e impedir os seus lindos vôos! Somos filhos do Todo-Livre, somos rebentos da Liberdade! Paulo disse aos crentes de Corinto que “onde estiver o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2ª Carta aos Coríntios 3:17).
Vamos examinar porque o Espírito foi comparado a uma pomba.

Primeiro, porque a pomba é um animal limpo. Entre os animais que podiam ser comidos em Israel a pomba era um deles, o contrário do corvo que era considerado um animal imundo (Levítico 11:15). Quando Noé quis saber se as águas do Dilúvio já haviam baixado, soltou primeiramente um corvo, que não retornou à arca. O motivo? Havia alimento em abundância para ele, visto o corvo se alimentar de defuntos, de carniça, de carne putrefata, e muitos corpos de homens e de animais estavam boiando naquelas águas. A pomba retornou duas vezes, pois não havia lugar seco e com alimentos para ela ficar. Quem come e bebe do Espírito Santo se alimenta de coisa pura, santa, sem mácula (1ª Coríntios 12:13 / Efésios 5:18). Quem se alimenta do corvo, símbolo do Maligno, se alimenta de coisa podre, ruim, estragada. O patriarca Jó disse que “o homem bebe a iniqüidade como água“ (Jó 15:16) querendo significar com isso que o interior do homem é todo podre (Evangelho de Marcos 7:14-23). Alimentemo-nos e bebamos do Espírito Santo, queridos e seremos sempre saudáveis!

Segundo, porque a pomba é um animal manso. Ela é pacífica, dócil, sem agressividade. Ela se aproxima do homem como nenhuma outra ave o faz. A pomba não ataca outros animais. É totalmente mansa, inofensiva. Observe que quando ela veio sobre Jesus o texto diz que ela repousou sobre Ele e não que o agarrou, o segurou, o tomou, como fazem os predadores (João 1:32-34): Não é sem razão que ela é considerada o símbolo da paz. O Espírito Santo e seus filhos são indivíduos pacificadores, promotores da paz, e não da guerra, da discórdia, da confusão (Mateus 5:9). O Espírito Santo veio sobre Jesus com o objetivo de curar, salvar, perdoar e não de ferir, guerrear, matar (Lucas 4:18,19 / 9:56). David Yonggi Cho disse em seu livro “O Espírito Santo, Meu Companheiro”, algo sobre o momento pós-Dilúvio que eu gostaria de repassar. Ele disse : “A primeira evidência de que a paz retornara à terra, e que o julgamento e ira de Deus já haviam passado, foi uma pomba”. Oh, Glória! Onde homens e mulheres cheios do Espírito Santo estiverem, aí estará o sinal de que a justiça de Deus foi satisfeita e que a paz divina reina naquele lugar!

Terceiro, porque a pomba é um animal simples. Ela não tem nada que lhe possa dar destaque, chamar a nossa atenção. Sua plumagem está longe de ser a mais bela ou chamativa do reino animal, mesmo quando é toda branca. Nem ainda o seu tamanho desperta alguma curiosidade. Assim é o Espírito Santo. Ele é simples, modesto, e não chama atenção sobre Si. Ele veio sobre Jesus e quando Ele fez isto, ninguém mais ficou olhando para Ele e sim para aquele sobre quem Ele repousara, a saber, o Senhor Jesus Cristo. O Espírito Santo se esconde em Cristo e todos os que desejarem vê-Lo deverão olhar para Cristo primeiro! É olhando para Cristo que vemos o Espírito! Quando alguém olha para um filho do Espírito Santo e vê a Jesus, é porque este indivíduo está cheio do Espírito Santo!

Quarto, porque a pomba é extremamente sensível ao mal. Ela é um animal facilmente amedrontável. É só assustá-la uma ou duas vezes seguidas que ela deixará o ninho para sempre. Temos de ter muito cuidado no trato com o Espírito Santo. Podemos entristecê-lo com nossas freqüentes resistências às suas atuações (1ª Tessalonicenses 5:19,20). Podemos ainda entristecê-lo com nossos pecados descontinuados. O apóstolo Paulo ensinou em sua carta aos crentes de Éfeso que os crentes podem entristecer o Espírito Santo (Efésios 4:30). Ele não se apartará de nós, como fazia na dispensação do Antigo Testamento (Juízes 16:20 / Salmo 51:11), mas, não mais sentiremos a sua influência nem ninguém mais a sentirá em nós.
Quinto, porque a pomba não possui fel. É o que dizem os naturalistas. Não possuindo fel, ou bílis, não possui nada de amargo em si. Assim é o Espírito Santo. Não poderemos encontrar nenhuma amargura Nele, nenhum rancor, nenhum ódio. Tudo o que poderemos encontrar no Espírito Santo está descrito em Gálatas 5:22: “Mas o fruto (o resultado) do Espírito em nós é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, temperança”. O Espírito nos dá aquilo que Ele possui, e o que Ele possui são estas belíssimas virtudes. Nada, pois, de ficar remoendo coisas doentias, paranóicas, obsessivas, que retraem o fruto do Espírito Santo em nós, que nos deixam amargos, sem vida e sem virtude espiritual.

Sexto, porque a pomba é a única ave que bebe a água sorvendo. Todas as demais aves bebem água mergulhando o seu bico na água e levantando a cabeça para que a água escorra pelo bico e desça até a garganta. Apenas a pomba suga a água, sorve a água, puxa a água para dentro de si. O que isto nos ensina? Várias coisas: 1ª) Que o Espírito Santo precisa de Cristo, a água da Vida, para viver (João 4:10-14). Sem Cristo, Ele perece, perde o seu brilho, morre de sede (Apocalipse 22:17). Quanto mais nós humanos! Sem Cristo, todos perecemos; 2ª) Que apenas Cristo é sorvido pelo Espírito Santo. Nenhuma outra bebida é sorvida pelo Espírito, entra Nele. Apenas Cristo deve entrar em nossa vida e acabar com a nossa sede; 3ª) Que é necessário fazer algum esforço para se colocar Cristo para dentro de nós. Ele tem de ser desejado, puxado, sorvido para dentro de nós ou Ele não entrará (Apocalipse 3:20); 4ª) Temos de beber água várias vezes ao dia para nos dessedentarmos, nos aliviarmos, nos aplacarmos de nossa sede. O Espírito bebe de Cristo a todo momento e nós, que somos os Filhos do Espírito Santo, também temos de fazê-lo!

Sétimo, porque a pomba tem de chocar seus ovos para gerar filhos. O texto de Gênesis 1:2 diz que, após Deus ter feito a matéria com a qual iria formar o universo, “o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas (a matéria informe)”. Esta linguagem quer significar que o Espírito Santo estava sobre o universo como uma imensa ave, que viemos a saber ser a pomba, chocando o universo. Nessa ação de chocar Ele passava vida, calor e forma ao que iria criar. Ao terminar a sua obra, todo o céu estava organizado! O Espírito Santo é um Deus organizador, que transforma o caos em cosmo, a desordem em ordem, a confusão em organização! Quando veio sobre o ventre de Maria, Ele infundiu-lhe calor, vida e forma. Ao terminar sua obra, um Cristo estava pronto para nascer! (Lucas 1:26-38). Ao vir sobre os discípulos no Pentecostes, infundiu-lhes também calor (fogo), vida (novas línguas) e forma (vento). Ao terminar o processo, a Igreja de Cristo estava fundada! (Atos 2:1-4). Oh, glória! Onde um filho do Espírito estiver ele tem de passar vida, calor e organização e não morte, frieza e desordem!

CONCLUSÃO

Encerramos assim a nossa série de Palestras sobre “Os Símbolos do Espírito Santo”. Muitos outros símbolos há sobre a sua Pessoa para se falar, mas cremos que estes são suficientes para despertar o amigo leitor para o exame da Palavra de Deus a fim de encontrá-los.

Boa pesquisa então e que Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

 

[1] Yonggi Cho, Davi – O Espírito Santo, Meu Companheiro – Editora Vida – 3ª Impressão – 1993 – página 47.

 

III. Símbolos do Espírito Santo

 

 

Palestra III a

SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em outubro de 2012

INTRODUÇÃO

Muitos são os símbolos com os quais a Bíblia tenta passar ao fiel uma visão, ainda que parcial, sobre a Pessoa e o modo de agir do Espírito Santo. Esses símbolos são belíssimos além de extremamente reveladores, porquanto cheios de significados. Na presente palestra iremos demonstrar resumidamente alguns destes símbolos, considerados os principais dentre os muitos com os quais o Espírito Santo é comparado. Outros mais serão descritos no discorrer de outras palestras. O leitor interessado poderá pesquisar nas Escrituras outros símbolos vinculados a pessoa do Espírito Santo, a fim de aumentar o seu conhecimento sobre o caráter e o comportamento do nosso bendito Deus.

O primeiro símbolo do Espírito que desejo analisar diz respeito a um poderoso e fantástico elemento da natureza, qual seja,

O VENTO

Jesus disse para um Doutor da Lei, de nome Nicodemos: “O vento assopra onde quer; e ouves a sua voz; mas, não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (João 3:8). Acho essa declaração de Jesus absurdamente fantástica porquanto Ele declarou que esse vento – especificamente esse vento – é diferente de todos os demais que conhecemos! Esse vento possui vontade própria, tem querer, tem desejo, pois “assopra onde quer”, sem pedir consentimento a ninguém, e ainda, possui uma voz, “ouves a sua voz” – não um barulho, um som desordenado, mas uma voz! Se alguma coisa possui uma voz, então essa “coisa” não é coisa é sim “alguém”, é “um ser inteligente!” Ao comparar, pois, Jesus, o Espírito Santo com o vento e dizer que aqueles que são nascidos do Espírito reproduzem as suas características, Jesus elevou o coração dos crentes a um ponto onde eles nem sequer podem imaginar!

A primeira coisa a destacar nessa interessante declaração de Jesus é que o vento é o ar em movimento! Não apenas o ar, mas o ar em movimento! O Espírito Santo é como o vento: vivo, atuante, dinâmico, cheio de movimento e de energia! Não para um só momento, mas está ativo o tempo todo! Por consequinte, todos os filhos do Espírito Santo possuem também essas características, pois “filhos do Vento, vento também são!” Jesus disse: “Assim são todos aqueles que são nascidos do Espírito”. Você pensava que este título só era dado aos corredores mais velozes do mundo, mas acabou de aprender que você também é um “filho do Vento”, não porque corra muito, não porque seja uma pessoa veloz, mas por ser “filho do Espírito Santo, o Vento de Deus!”. Muito antes de um comentarista esportivo chamar alguém de “filho do vento”, Jesus Cristo, há dois mil anos atrás, já chamava a mim e ao meu amado irmão assim! Nada, pois de ficar parado, imóvel, sem fazer nada para o Senhor, pois eu e você somos pessoas cheias de energia e de vigor espiritual!

A segunda coisa que desejo destacar é que não existe vento em lugares fechados. Para que exista vento é necessário ter lugares abertos. O vento tem de poder entrar por um lugar e sair pelo outro. Se a porta de entrada de uma casa estiver aberta e todas as suas janelas estiverem fechadas não haverá vento ali. Haverá ar, mas não haverá vento. Agora, abra-se uma pequena fresta, por pequena que seja, e sentirá a corrente de ar passando por todo o ambiente! Isto nos ensina que o Espírito Santo precisa de gente com o coração e a mente aberta para Ele poder se manifestar! Se você é um crente fechado, carrancudo, que não dá abertura nenhuma as ações de Deus, não terá muitas chances de ver o Espírito Santo atuando em sua vida, pois assim como é verdade que Ele precisa de ambientes e de pessoas abertas para poder se manifestar, também é verdade que, se quisermos tolher as suas ações, restringir o seu agir, é só fechar o nosso coração e mente e Ele não poderá se manifestar! Mas como filhos do Espírito Santo que somos tenho certeza que iremos fazer aquilo que agrada ao nosso Pai espiritual. Filhos do Espírito Santo, abram os vossos corações e mentes para as ações de vosso Pai!

A terceira coisa que desejo destacar é que não podemos controlar o vento. Jesus disse que o vento “assopra onde quer” e “não sabemos de onde ele vem nem para onde ele vai”. Isto quer dizer que não temos controle algum sobre o Espírito Santo e suas ações! Nós até poderemos impedir o seu agir fechando-nos totalmente para Ele, mas se nos abrirmos para a sua Pessoa não poderemos ditar que ações Ele deverá ter em nós ou em nossas congregações! Ninguém pode ditar regras de ação para um “filho do Vento”, a não ser o seu próprio Pai, pois um homem cheio do Espírito Santo é um homem espiritualmente incontrolável, insubordinável, indisciplinado, visto só prestar obediência ao Espírito Santo! (Atos 4:19,20 / 5:28-29). Muitos dirigentes de Igreja não querem saber ou presenciar qualquer movimento do Espírito Santo em suas congregações, pois que não terão mais controle sobre os seus cultos, sobre a adoração e sobre o seu povo. Veja a bagunça espetacular que o Espírito Santo provocou através de Pedro quando ele curou um paralítico na porta do Templo em Jerusalém, chamada Formosa, e que redundou na salvação de mais de cinco mil vidas (Atos 3:1-12 / 4:1-4). Isso é o que faz o incontrolável Deus Espírito Santo! O que o meu prezado leitor deseja com o meu Senhor Espírito Santo?

A quarta coisa que desejo destacar é que o vento é resultante da diferença de pressão. O sol aquece as massas de ar existentes na atmosfera terrestre através de seu imenso calor. Essas massas de ar assim aquecidas aumentam enormemente a sua pressão sobre as áreas em que se encontram presentes. A diferença de pressão de um local mais quente sobre outro mais frio é que nos dá o vento. Assim acontece com o Espírito Santo. Quando Ele vê uma congregação vivendo em pecado, frieza espiritual, dor, sofrimento, com a temperatura espiritual baixa, morna, Ele fica intimamente perturbado, agitado, e então desce até ela e a ajuda a normalizá-la. Todo filho do Espírito Santo que esteja na benção, é um “normalizador de pressão espiritual!” É através dele que o Espírito Santo vem ajudar os seus irmãos a voltarem a vida espiritual plena ou, se ainda não a tiveram, a experimentá-la!

A quinta coisa que desejo destacar é que o vento é invisível. Não podemos vê-lo, mas podemos senti-lo, ouvi-lo, e ver as suas ações. Jesus disse para Nicodemos que “ouvimos a sua voz”. Quando um vendaval levanta telhados, derruba árvores, arrasta pessoas, não estamos vendo o vento, mas sentindo a sua força e vendo as suas ações. O fato de não podermos ver o vento não significa que ele não exista. Não podemos também ver a energia elétrica passando pelos fios de cobre, mas vemos sua ação em nossos utensílios domésticos e nas lâmpadas que acendem! Não podemos ver o Espírito Santo por ser Ele invisível, mas podemos senti-Lo em nós e ver as suas ações. E estas são lindas, estupendas e maravilhosas! O ensino que fica para os filhos do Espírito Santo é que estes devem permanecer invisíveis, sem chamar atenção sobre si, por mais extraordinárias que sejam suas ações em nós! Não nos esqueçamos que o vento é feito de ar. Ninguém percebe a presença do ar, pois que ele não pode ser visto e quase não possui peso. Mas Deus escolheu as coisas fracas para confundir as fortes e as coisas que não são para aniquilar as que são (1ª Coríntios 1:27-29). Fique pois firme, filho do Espírito, pois a qualquer momento Ele pode pegar você e iniciar um verdadeiro vendaval em sua igreja! Aleluia!

A sexta coisa que desejo destacar é que o vento é único, mas suas manifestações diversas. Os meteorologistas classificam o vento em vários tipos, dependendo de sua velocidade. Ora o vento se nos apresenta como uma suave brisa, ora como um poderoso tornado! Ora como uma pequena ventania, ora como violentos ciclones! Assim é o Espírito Santo e todos aqueles que Dele são nascidos! Ninguém sabe como nem quando Ele se manifestará! Quando um “filho do Vento” se encontra presente em um local tudo pode acontecer! Temos, pois, de aprender a detectar as várias movimentações do Espírito Santo, pois uma brisa espiritual é tão forte e originada pelo Espírito Santo quanto um poderoso ciclone! Momentos haverá em que precisaremos de uma suave brisa, e outros, de um poderoso furacão! Só que o vendaval produzido pelo Espírito Santo, por mais forte que seja, não destrói nada nem ninguém, antes edifica! A Bíblia diz que em Jerusalém milhares de pessoas estavam reunidas, por ocasião da festa de Pentecostes, quando o Espírito Santo veio silvando muito forte, como um vento impetuoso e incontrolável, e ainda assim ninguém foi lançado para longe, ferido ou morto (Atos 2:1,2). Ao contrário, milhares foram salvos! Aleluia! Quando a Lei foi entregue por Deus a Moisés, cerca de três mil pessoas morreram (Êxodo 32:28); quando o Espírito Santo veio fundar a Igreja de Cristo, cerca de três mil pessoas se converteram! (Atos 2:37-41). O furacão de Deus não mata ninguém, antes, dá vida! Oh! Glória a Deus! Como é grande e tremendo o nosso Deus Espírito Santo!

A sétima e última coisa sobre o vento que desejo destacar é que o vento é imensamente maior do que o homem! Não é como o sopro que depende do tamanho da boca de quem o produz e da força com que se assopra. Jesus soprou o Espírito Santo sobre seus discípulos, mas aquela foi uma porção pequena, limitada, pois que Jesus ainda vivia em carne (João 20:19-22). Ao subir ao céu, porém, pediu que o Pai enviasse o Espírito Santo “a todas as gentes” e o Espírito veio como um vento incontrolável e, até hoje, Ele está pegando “servos e servas” de todas as partes! (João 14:16 / Atos 2:16-18). O Espírito Santo é um sopro do tamanho da boca de Deus! Ele não é do nosso tamanho por estar habitando em nós! Ele é imenso, ao ponto de aninhar todo o universo debaixo de suas asas! (Gênesis 1:1,2). Isto serve para nos dizer que o Espírito Santo não nos é subordinado. Ele se encontra tanto fora quanto dentro de nós e isto serve para nos alertar que o Espírito Santo não é nossa propriedade. O maior controla o menor e não o inverso. Aprendemos assim que todo filho do Espírito Santo deve ser totalmente subordinado ao seu Pai espiritual e controlado pela sua “boa agradável, e perfeita vontade” (Romanos 12:2).

Nicodemos, o letrado Doutor da Lei, membro do Sinédrio, a mais alta corte civil de julgamento da nação de Israel, não entendera nada sobre o que Jesus falara sobre o vento e sobre o “nascer do Espírito”, pois que perguntara ao Mestre como aquele negócio de “nascer de novo”, de “nascer do Espírito” seria possível em um homem já velho (João 3:9). Mas os “filhos do Vento” sabem muito bem do que Jesus estava falando e compreendem perfeitamente a voz de seu Pai espiritual, o Espírito Santo, obedecendo-O e dignificando-O!

FOGO

Este é o segundo símbolo do Espírito Santo que desejo examinar e, como o anterior, é tirado da natureza. Ele é, além de forte, bastante impressivo, pois todos conhecemos a força do fogo e nos sentimos por ele intimidados. Em várias passagens das Escrituras o Espírito Santo é comparado ao fogo. Deus falou com Moisés do meio das chamas (Êxodo 3:15) e respondeu ao clamor de Elias mediante o fogo (1º Reis 18). Ao se manifestar aos discípulos de Jesus, no Pentecostes, o Senhor o fez através do fogo (Atos 2:1-3). O ensino é que Deus sempre fala através das chamas do Espírito Santo e, se há fogo na vida do meu leitor ou em sua congregação, então, do meio dessas chamas poderosas Deus irá falar!

Mas por que o Espírito Santo é comparado ao fogo?

Em primeiro lugar, o Espírito Santo é comparado ao fogo porque o fogo atrai. Existe um elemento mágico, de fascínio, de encantamento no fogo que prende a nossa atenção. Centenas de bichinhos ficam voando ao redor de uma lâmpada ou de uma fogueira, atraídos pelo calor. Multidões e mais multidões de pessoas se juntam a olhar para um prédio em chamas, hipnotizadas pelo poder do fogo. Um indivíduo que esteja às escuras procura logo a luz de uma vela, de um palito de fósforo, ou de uma fogueira para se orientar na escuridão. O Espírito Santo é o grande fogo de Deus que atrai as multidões, o mesmo acontecendo com os seus filhos. Na festa de Pentecostes, onde pessoas de 16 nações estavam reunidas, Pedro levou cerca de 3.000 delas a crerem no Senhor Jesus, atraídas que foram pelo fogo do Espírito! (Atos 2:5-12). Em nossa atual sociedade, indivíduos incendiários são presos e taxados de loucos, mas no reino de Deus, onde houver um homem ou uma mulher cheio(a) do Espírito Santo, as multidões acorrerão a ele(a), atraídas pela sua capacidade de provocar gigantescos incêndios espirituais!

Em segundo lugar, porque o fogo gera calor. Quando estamos frios em Deus, sem calor espiritual algum, sem empolgação para nada, o Espírito Santo vem sobre nós e aquece o nosso coração. Logo ressurge o desejo de consagração pessoal, de estudar a sua bendita Palavra, de orar mais intensamente e de ajudar em sua obra. A salvação dos perdidos volta a nos incomodar novamente e envidamos todo o esforço para alcançá-los. Na vida física, biológica, quando nos deparamos com um corpo frio, inerte, imóvel, dizemos que o indivíduo está morto. Na vida espiritual, a frieza do espírito humano não é sinal de morte e sim de inatividade. O espírito frio pode voltar a se aquecer e o crente levantar-se do meio dos mortos, onde estava, completamente renovado pelo Espírito Santo! (Efésios 5:14).

Em terceiro lugar, porque o fogo gera luz. Quando a luz do Espírito Santo se faz presente, nossas trevas espirituais são dissipadas, nosso campo de visão fica ampliado e nos movemos com firmeza e segurança! Jesus disse que aquele que anda em trevas não sabe para onde vai e sequer sabe no que tropeça (João 11:9,10 / 12:35). Em compensação, o salmista disse no Salmo 119:105: “Luz para os meus é a tua Palavra e luz para o meu caminho”. O Espírito Santo lança luz sobre um texto da Palavra de Deus, o “filho do fogo” pega então essa luz e a lança sobre a congregação. O resultado disso? Homens e mulheres cheios de novas e benditas revelações de Deus!

Em quarto lugar, porque o fogo purifica. O fogo é o maior elemento de purificação que se tem conhecimento. Ele queima, consome, destrói toda a impureza de nosso ser. A Bíblia diz em Hebreus 12:29 que “nosso Deus” – portanto, o nosso Espírito Santo -,“é um fogo consumidor”. Ele não destrói a nossa vida, mas consome os nossos pecados. Ele nos purifica de toda a impureza, de toda a sujeira, de todo a nossa imundície. Quando sua operação de limpeza acaba, estamos limpinhos, novinhos, prontos para sermos usados! Quando o fogo do Espírito Santo veio sobre os discípulos no Pentecostes, não queimou a cabeça de ninguém, não destruiu seus rostos, antes os dotou da capacidade de falar em outras línguas (Atos 2:1-4), significando que o Espírito Santo tinha controle total sobre eles, pois a língua é, biblicamente falando, a parte mais difícil do corpo humano de se domar! (Tiago 3:1-12).

Em quinto lugar, porque o fogo depende de combustível. Se não houver nenhum material para ser queimado não haverá fogo, pois que o fogo precisa ser alimentado por algum combustível para poder se propagar. No lixão da cidade de Jerusalém, conhecido como Gehena, era adicionado permanentemente enxofre para manter o fogo sempre aceso e aumentar a sua intensidade. No caso dos “filhos do Espírito”, sua vida inteira deve ser oferecida ao Espírito Santo, diariamente, para que também diariamente Ele tenha o que queimar! A Bíblia diz em Levítico 6:13: “O fogo arderá continuamente sobre o altar. Não se apagará”. O apóstolo Paulo ensinou os crentes de Tessalônica dizendo: “Não extingais o Espírito”, ou, como trazem outras traduções: “Não apagueis o Espírito” (1ª Tessalonicenses 5:19). Isto significa que somos responsáveis em manter a chama do Espírito Santo acesa no altar de nossos corações. Ofereça orações e sacrifícios de louvor ao Espírito Santo e, continuamente o fogo de Deus vai se manifestar em sua vida! Enquanto houver combustível o fogo vai queimar e, quanto mais houver, mais ainda ele se alastrará o que significa dizer que somos nós quem delimitamos a ação do Espírito Santo em nós!

Em sexto lugar, porque tudo o que você lança no fogo ele joga para cima! Mesmo que o fogo esteja descendo um morro, ele lança suas chamas para o alto e, com elas, tudo o que foi nele atirado. Tudo o que você lançar sobre o Espírito Santo Ele lançará para cima: sua adoração, seu louvor, suas preces, seus sonhos, suas expectativas. Tudo irá para o céu na força do fogo do Espírito de Deus! O que você está lançando para o alto com o objetivo de atingir o interior do céu?

ÁGUA

Este é o último símbolo desta primeira parte de nossa palestra que irei examinar e, como os anteriores, é também tirado dos elementos da natureza. A água se tornou um símbolo do Espírito Santo por conter vários significados vitais.

Em primeiro lugar, a água é vital para a sobrevivência humana. Sem ela o homem não sobrevive. Podemos resistir a grandes períodos sem alimento, mas não podemos passar muito tempo sem água. Logo o corpo fica desidratado e os órgãos ficam impedidos de funcionar. Cerca de 70% (setenta por cento) de nosso corpo é composto por água e nosso cérebro, por cerca de 90% (noventa por cento). Quando bebês, ficamos envolvidos por uma “bolsa d”água” no útero de nossa mãe (líquido aminiótico) até o momento do nosso nascimento. Quando essa “bolsa d’água” estoura, se rompe, a mamãe sabe que chegou a hora de ter o seu bebe. Fomos criados de tal maneira que não podemos sobreviver sem água! Mesmo se formos para outro planeta precisaremos de água. De igual maneira não conseguiremos sobreviver sem o Espírito Santo em nós! Tanto Jesus quanto o apóstolo Paulo disseram que temos de “beber do Espírito Santo” (João 7:37-39 / 1ª Coríntios 12:13). Ele é o elemento vital de nossa vida espiritual! Todo fiel ou congregação com pouca atuação do Espírito Santo é um fiel ou congregação fraca, sem tônus espiritual algum, sem vitalidade!

Em segundo lugar, a água é indispensável à nossa limpeza. A Bíblia fala da “lavagem da regeneração e renovação do Espírito Santo” como sendo algo essencial à vida do fiel (Tito 3:5,6). Sem a limpeza do corpo o indivíduo fica enfermo, fraco e pode ser levado ao óbito. Isto sem falar em seu mal cheiro, seu odor fétido, que acaba ficando insuportável! Precisamos da lavagem do Espírito Santo sobre nossos pecados, afim de que as coisas ruins, tais como, mágoas, ressentimentos, ódios, decepções, dores, enfermidades, sejam banidas para longe e não voltem mais. Os “filhos do Espírito Santo” devem ser limpos (santos) como seu Pai espiritual! Ao nos lavar de nossas sujeiras o Espírito Santo coloca sobre nós o bom perfume de Cristo (2ª Coríntios 2:14-16), mais precioso do que o caríssimo nardo derramado pela mulher dos Evangelhos aos pés de Jesus (Marcos 14:3-9) e que custava mais de 300 dias de trabalho de um trabalhador!

Em terceiro lugar, a água é extremamente versátil. Ela é o único elemento da natureza que se apresenta nos três estados da matéria: líquido (água), sólido (gelo) e gasoso (vapor d’água). Isto não acontece com o fogo, a terra e o ar, por exemplo, que são os outros elementos da natureza. No estado em que você precisar da água, você poderá encontrá-la. De maneira semelhante, do jeito que precisarmos do Espírito Santo, nós poderemos encontrá-Lo! Isto é para que não tenhamos desculpas em dizer que não encontramos o Espírito Santo por este ou por aquele outro motivo, pois, que Ele faz de tudo para que possamos encontrá-Lo! O escritor do Salmo 139 disse nos versículos 7 e 8 que, mesmo se estivéssemos no Sheol, ou seja, no inferno, poderíamos encontrar o Espírito Santo se assim o desejássemos! Irmão querido, não continue fugindo do Espírito Santo! Ao invés de correr Dele, corra para Ele! Você vai ver as transformações tremendas e maravilhosas que irão acontecer em sua vida!

Em quarto lugar, a água altera a substância com a qual se une. Ao ser adicionada a uma substância, a água se torna uma com ela. O elemento com a qual ela se uniu não terá mais a sua forma original. Procure, por exemplo, a água no café, no leite, no suco de laranja ou em um delicioso perfume. Você não a encontrará lá! Você sabe que ela está ali, mas não conseguirá enxergá-la! O mesmo acontece com o elemento com o qual ela for misturada. Não poderemos mais encontrá-lo puro lá! Mesmo se o elemento com o qual a água for misturada tiver mais consistência que os acima citados, ainda assim este fenômeno acontecerá! Misture, por exemplo, a água com uma terra seca, dura, áspera. O que teremos? Uma pasta, uma lama, um barro, uma nova forma de material que nem é líquida nem sólida! Assim deve acontecer com o Espírito Santo e com os seus filhos. A Escritura diz que “aquele que se junta com o Espírito Santo faz-se um com Ele” (1ª Coríntios 6:17). Todos os que são nascidos do Espírito se tornam mais maleáveis, mais dobráveis, mais flexíveis. Por isso um dos gomos de seu fruto divino é a “temperança” (Gálatas 5:22). Nossa dureza, nossa rudeza, nossa aspereza, devem desaparecer na nova forma que o Espírito Santo nos dará.

Em quinto lugar, a água sempre procura os lugares mais baixos. Ela nunca enche os lugares mais altos e depois desce para os mais baixos, mas sim enche os lugares mais baixos e, a partir daí, busca os lugares mais elevados! Apenas quando a água atinge o fundo, a parte mais baixa de um recipiente ou lugar, é que ela começa a subir! E quando o faz, o faz subindo no mesmo nível, sem nenhuma diferença de altura, em toda a sua extensão, independentemente da forma desconexa que o vaso ou lugar tenha! Nossos desníveis não desnivelam o Espírito Santo! Ele mantém o mesmo nível, apesar de nossos desníveis! O Espírito Santo primeiro desce as regiões mais profundas de nosso ser, as “regiões abismais de nossa alma”, e só então, após limpá-la, purificá-la, começa a nos encher! (Salmo 139:23,24). Um homem cheio do Espírito Santo é alguém que passou por uma lavagem espiritual profunda, que teve todos os cantos de sua alma examinados, vistoriados, purificados, e que possui em todo a extensão de seu ser, uma medida perfeita do Espírito Santo! Não é isto realmente fantástico, amigo leitor?

Em sexto lugar, a água assume a forma do vaso. A água é o elemento mais adaptável, mais amoldável que se conhece! O vaso pode ter o tamanho, a forma e a cor que tiver que a água não se limitará por nenhuma dessas coisas, mas ocupará todo o espaço vazio. É o vaso que delimita a quantidade de água que deve ser nele colocada. Assim acontece com o Espírito Santo. Ele não olha para o tamanho, o material ou a forma do vaso e sim para o espaço que tem para preenchê-lo. O Espírito Santo não nos discrimina; nós sim, o limitamos. Nenhum de nós tem a responsabilidade de ser o vaso que é, visto tal decisão não depender de nós e sim do oleiro que nos fez (Jeremias 18:1-4 / Romanos 9:20,21), mas temos a responsabilidade sobre o que permitiremos ser colocado dentro de nós. Deixemos então o Espírito Santo ocupar todos os espaços de nossa alma e, por menor que seja o nosso vaso, ele irá transbordar do poder do Espírito!

Em sétimo lugar, a água é um excelente condutor de eletricidade. Por causa desta sua característica, os oceanos são os maiores aparadores de raios da natureza. Quase não vemos estas descargas elétricas caírem do céu na terra, mas quando elas caem, provocam grandes estragos. O Espírito Santo ao vir sobre uma vida ou uma congregação de fiéis provoca descargas espirituais imensas, impossíveis de serem controladas, mas, ao contrário destas, não destrói nada nem ninguém. Veja o que Ele fez no ajuntamento da casa de Cornélio. Enquanto Pedro pregava o Evangelho, o Espírito Santo e os convidados ficaram ouvindo-o. Então Pedro chegou a um ponto de sua mensagem no qual disse: “todos os que Nele crêem (em Cristo) receberão o perdão dos pecados pelo seu Nome” (Atos 10:43). Era a “deixa” para o Espírito Santo “cair”! O sinal divino pelo qual Ele tanto esperara! O texto diz que o Espírito Santo “caiu” sobre os ouvintes e todos aqueles gentios (estrangeiros) começaram a falar em outras línguas e a magnificar a Deus! Uau! Que descarga poderosa trazida naquela tempestade de Deus! Onde houver um filho do Espírito Santo, descargas elétricas de imenso poder espiritual vão começar a acontecer! Oh! Glória! Bendito seja Deus!

Na próxima palestra continuaremos com outros símbolos do Espírito.

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

 

II. Espírito Santo: Um Deus Inferior?

 

 

Palestra II

ESPÍRITO SANTO: UM DEUS INFERIOR?

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em agosto de 2012

INTRODUÇÃO

Demonstrei na palestra anterior que o Espírito Santo não é uma coisa, um objeto, uma energia, e sim um Ente, um Ser dotado de personalidade que integra a poderosa Trindade de Deus.

Entretanto, sei que muitos têm olhado para o Espírito Santo como se fora um Deus de terceira categoria, inferior ao Pai e ao Filho, porquanto aparece sempre como subordinado a estes e, ainda, por aparecer sempre em último lugar na colocação que a Bíblia faz das pessoas da Trindade. Seriam estas insinuações, indicações de que, de fato, o Espírito Santo é um Deus menor? Quererão elas dizer que o Espírito Santo é realmente um Deus subserviente, submisso, servil às demais pessoas da Trindade? Qual o lugar do Espírito Santo na poderosa Trindade Divina?

Vamos examinar alguns títulos vinculadores da pessoa do Espírito Santo às pessoas de Cristo e de Deus Pai.

TITULOS DE VINCULAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO ÀS DEMAIS PESSOAS DA TRINDADE

As Escrituras apresentam vários títulos vinculando a pessoa do Espírito Santo à pessoa de Deus Pai. São eles:

  • Espírito de Deus (Gênesis 1:2);
  • Espírito do Senhor Deus (Isaías 61:1);
  • Espírito do Deus Vivo (2ª Coríntios 3:3);
  • Espírito do Pai (Mateus 10:20).

Com relação a pessoa de Deus Filho esses títulos são:

  • Espírito do Senhor (Atos 8:39);
  • Espírito de Cristo (1ª Pedro 1:11);
  • Espírito de Jesus Cristo (Fi9lipenses 1:19,20);
  • Espírito de Jesus (Atos 16:7);
  • Espírito do Filho de Deus (Gálatas 4:6).

Todos esses títulos pretendem realmente dizer que o Espírito Santo “pertence” às duas outras pessoas da Trindade, é propriedade delas, como se fora um objeto? Possui o Espírito Santo autonomia para agir por si próprio ou só pode agir quando mandado pelas outras pessoas da Trindade?

 

EXPLICANDO A VINCULAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO AO DEUS PAI E AO DEUS FILHO

Vamos entender primeiramente que, sendo as criaturas do céu, seres espirituais (anjos, arcanjos, serafins, etc.), e sendo Deus também espírito, o chamar o Espírito Santo só de Espírito, não o vincularia a nada, nem a ninguém, nem ainda lhe indicaria a origem, pois que Ele ficaria sendo apenas mais um dos muitos espíritos a conviverem no Universo! Nem mesmo quando o chamamos de Espírito Santo o estamos ligando a alguém, pois, Deus, que é um espírito, é essencialmente um espírito Santo! Apenas quando vinculamos o Espírito Santo à pessoa de Deus Pai ou à pessoa do Deus Filho, chamando-o de Espírito de Deus ou de Espírito de Cristo, é que o relacionamos, o vinculamos, à Pessoa do Deus Todo-Poderoso, à Trindade Perfeita do Senhor! Aprendemos assim que esta vinculação do Espírito Santo às demais pessoas da Trindade, longe de ser depreciativa, diminuidora, é extremamente necessária para indicar-lhe a origem e a conexão!

Outra coisa que devemos entender é que a designação que o Pai e o Filho fazem acerca do Espírito Santo chamando-o de “meu Espírito”, longe de ser uma questão de supremacia, de superioridade de ambas as pessoas divinas sobre o Espírito Santo, é sim uma declaração de intimidade, de essencialidade, de internalidade de Deus. É como se Deus estivesse dizendo que a pessoa ou o objeto sobre o qual Ele vai enviar o seu Espírito, vai ser tocado pela sua parte mais íntima, mais profunda, visto ser o espírito a parte mais interna, mais essencial do ser! O apóstolo Paulo ensinou isto aos crentes coríntios, dizendo-lhes: “o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus” (1ª Coríntios 2:10,11). Assim como o espírito é a parte mais íntima do homem; a sua alma, a parte mais central; e, o seu corpo, a parte mais externa, assim também a “parte mais externa” de Deus é o Pai, a “mais central” é o Filho e, a “mais interna”, o Espírito Santo. Claro está que isto é apenas uma forma didática de se falar sobre Deus a fim de facilitar a compreensão do estudante, visto Deus não ser constituído de “partes” e sim de “pessoas“. Quando, pois, o Pai ou o Filho aparecem na Bíblia dizendo: “vou enviar o meu espírito” ou “vou derramar do meu espírito”, eles estão dizendo que vão partilhar de sua intimidade, de sua essência com a criatura ou outro elemento qualquer de sua criação! Isso é honra demais! È privilégio demais! É dignidade demais!

O Espírito Santo não se importa de ser chamado de “meu Espírito” por Deus Pai ou por Deus Filho, pois que isto é sinal de carinho da parte deles, é sinal de intimidade, de comunhão extrema. Particularmente eu adoro quando meus filhos me chamam de “meu pai” ou minha esposa me chama de “meu marido”. Longe disto ser uma manifestação egoísta da parte deles sobre mim, de ser um sentimento frio de posse sobre a minha pessoa, é sim um compartilhamento do sentimento de amor, de integração, de união existente entre nós. Eu desejo sim pertencer a eles! Eu quero sim ser propriedade deles em amor, pois que são pessoas maravilhosíssimas! Da mesma maneira que o escravo antigo quando queria pertencer para sempre ao seu dono, por ser o seu dono uma pessoa boa, tinha a sua orelha furada para demonstrar a todos a sua nova condição de “prisioneiro voluntário” ou do apóstolo Paulo em seu amor por Cristo quando, ao escrever a seu amigo Filemom, disse ser “Paulo, prisioneiro de Jesus Cristo” (Filemom 1,9), assim também, todas as pessoas da Trindade desejam mesmo pertencer uma a outra, em total comunhão e integração. A superioridade aqui não está em ficar dando ordem um ao outro e sim em servir com amor, com o coração, um ao outro!

EXPLICANDO A SUBORDINAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO AO DEUS PAI E AO DEUS FILHO

Algumas pessoas também têm dito que o Espírito Santo é um Deus inferior ao Pai e ao Filho, por só ter vindo depois da morte, ressurreição e ascensão de Cristo (o Filho) e ainda por vir sempre em último lugar nas listas em que as três pessoas da Trindade aparecem. Para isto citam várias passagens em que tal coisa acontece, como por exemplo:

  • Mateus 28:19 – “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo”.
  • 2ª Coríntios 13:13 – “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo, seja com todos vós”.
  • 1ª João 5:7 – “Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito; e estes três são um”.

Mas será que tais pessoas – uma das quais pode ser o meu prezado leitor -, observaram que esta não é uma ordem fixa, imutável, inflexível? Observaram, por exemplo, que, em algumas destas listas, o Filho aparece em primeiro lugar e o Pai em último? Que em algumas delas o Espírito Santo aparece em primeiro lugar e o Filho por derradeiro? Se não, vejamos:

  • Em 1ª Coríntios 11:4-6, o Espírito Santo aparece em primeiro, o Filho em segundo e o Pai em terceiro: “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor (Jesus) é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus (Pai) que opera tudo em todos”.
  • Em 2ª Tessalonicenses 3:5, o Espírito Santo também aparece em primeiro, o Pai em segundo e o Filho em terceiro: “Ora, o Senhor (Espírito Santo) encaminhe os vossos corações no amor de Deus (o Pai) e na paciência de Cristo (o Filho)”.
  • Em 1ª Pedro 1:2, o Pai aparece em primeiro, o Espírito aparece em segundo, e o Filho em terceiro: “Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo”.
  • Em 1ª Pedro 3:18 o Filho aparece em primeiro, o Pai em segundo e o Espírito em terceiro: “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificados, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito”.
  • E que dizer da “benção apostólica” de 2ª Coríntios 13:13, pronunciada ao final dos cultos em nossas igrejas? Acaso ainda não percebemos que nela o Filho aparece também em primeiro, o Pai em segundo e o Espírito em terceiro? Veja: “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo, seja com todos vós”.

Como o meu prezado leitor pode ver, não se pode construir uma teologia sobre a importância das pessoas divinas com base nas listas bíblicas onde elas aparecem por não serem estas listas um ordenamento de caráter fixo, definitivo, imutável. Estas listas não traduzem a ascendência ou subserviência das pessoas da Trindade, uma em relação às outras, e sim o inter-relacionamento das pessoas da Deidade.

EXPLICANDO O PAPEL DO ESPÍRITO SANTO NA TRINDADE DIVINA

Outra insinuação feita por alguns sobre a importância do Espírito Santo na Deidade, encontra-se no seu pequeno destaque no Antigo Testamento e, ainda, no fato de Ele só ter vindo á Terra depois da morte, ressurreição e ascensão de Cristo. Segundo o ponto de vista dessas pessoas, isto só acontece em função das atividades do Espírito Santo serem de menor importância em relação as atividades das demais pessoas da Deidade. Mais outra vez dizemos que não se trata aqui de fixar a ascendência de uma pessoa divina em relação às demais e sim no estabelecimento da função, do papel, da missão de cada uma delas dentro do Conselho Divinal, ou seja, dentro do Conselho de Si Mesmas! Segundo o Conselho de Deus, o planejamento de ações deve ficar a cargo do Pai; a realização dessas ações deve ficar a cargo do Filho; e, o entendimento dessas ações deve ficar a cargo do Espírito Santo. Não se trata de dizer que o “maior” tem de ficar com o “melhor” e que o “menor” tem de ficar com o “pior”, e sim de uma divisão de tarefas! O que é mais importante? Criar? Mas do que adianta criar, se não tem ninguém para realizar? Realizar, talvez? Mas realizar o que, se não há nada planejado para ser realizado? Aplicar? Mas aplicar o que se nada foi realizado para se demonstrar a sua aplicação?

Querido, quando Deus intenta realizar alguma coisa Ele mobiliza todas as pessoas da Deidade. Nenhuma pessoa divina fica responsável pelo projeto todo, mas também nenhuma pessoa divina fica fora dele. Enquanto uma cria, outra realiza, e outra aplica. Cada uma fica responsável mais diretamente por uma parte, mas todas participam de todas as ações divinas. O papel de cada pessoa da Deidade é diferenciado e complementar. Onde um termina, o outro começa e projeta o que ainda falta, o que deve ser feito para o outro, de forma que todas participam de uma mesma missão. Assim é que na criação, obra atribuída a Deus Pai (Gênesis 1:1), encontramos a participação do Filho (João. 1:1-3,10) e do Espírito Santo (Gênesis 1:2 / Jó 26:13 / Salmo 104:30). Na salvação, obra atribuída ao Filho, encontramos a participação do Pai (João 3:16) e do Espírito Santo (João 16:7-15). Na santificação, obra atribuída ao Espírito Santo, vemos a ação de Deus, o Pai (Levítico 11:44,45) e de Deus, o Filho (Hebreus. 2:10,11 / 9:13,14), e este modelo se repete em todas as ações do Senhor. Deus trabalha em conjunto consigo mesmo, não discriminando uma pessoa da Deidade para favorecer ou desmerecer a outra. Isso é coisa que nós humanos fazemos, pois discriminamos as pessoas por qualquer coisa de diferente que estas tenham das demais!

Quanto a vir o Espírito Santo por último nas ações da Deidade isto é uma questão de lógica e de acerto entre as pessoas da Trindade. Toda ação divina começa em Deus e termina em Deus. A missão de salvação do homem é um bom exemplo disso: o Pai providenciou a salvação do homem através de seu Filho que, após a ter realizado, precisa do Espírito Santo para aplicá-la ao coração dos homens! Assim é que temos em todo o Antigo Testamento Deus Pai preparando a humanidade para a recepção do Salvador; nos Evangelhos temos Deus Filho entre nós realizando a nossa salvação; em Atos e demais epístolas do Novo Testamento temos Deus Espírito Santo aplicando essa salvação no coração dos crentes. O Espírito Santo tinha de vir mesmo por último, pois que a salvação do homem ainda estava sendo providenciada! Não dá para colocar uma coisa na frente da outra, pois que todas seguem uma seqüência lógica! O que há de “maior” ou de “menor” nisto?

CONCLUSÃO

Espero que o prezado leitor, que ainda possuía alguma dúvida sobre a posição do Espírito Santo em relação as demais pessoas da Deidade por causa de sua vinculação a elas, ou que achava que o Espírito Santo era um Deus inferior ao Deus Pai e ao Deus Filho por vir sempre colocado em último lugar nas listas em que todos aparecem citados, ou que achava que a sua vinda por último à Terra ou nas atividades desempenhadas pela Trindade indicava que Ele era um Deus inferior, tenha se dissipado plenamente. Que a partir de agora o meu prezado leitor olhe para o Espírito Santo com uma devoção nunca antes sentida, reconhecendo ser Ele o nosso Deus e Senhor, como já acontece com Deus Pai e com Deus Filho em nossa vida.

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

 

I. Quem ou o Que Ele é?

 

Palestra I

QUEM OU O QUE ELE É?

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em julho de 2012

INTRODUÇÃO

Por favor, leia atentamente estas passagens:

  • “O Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (Gênesis 1:2);
  • “E tirando (Deus) do Espírito que estava sobre ele (Moisés), o pôs sobre aqueles setenta anciãos: e aconteceu que, quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram; mas depois nunca mais” (Números 11:25);
  • “Então o Espírito do Senhor se apossou dele (de Sansão) tão possantemente que o fendeu (ao leão) de alto a baixo, como quem fende um cabrito, sem ter nada na sua mão” (Juízes 14:6);
  • “E há de ser que depois, derramarei (Deus) o meu Espírito sobre toda a carne” (Joel 2:28);
  • “Todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas” (Atos 2:4);
  • “E dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra” (Atos 10:44)
  • “E não vos embriagueis com vinho em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito” (Efésios 5:18);
  • “Todos temos bebido de um Espírito” (1ª Coríntios 12:13);
  • “E havendo dito isto (Jesus), assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo” (João 20:22).

Estas são apenas algumas das muitas passagens bíblicas que se reportam ao Espírito Santo como se fora uma pessoa e também como uma coisa estranha a serviço de Deus! Ora ele aparece como tendo vontade, personalidade; ora como um poder impessoal, um líquido ou um gás que pudesse ser derramado ou soprado em um recipiente qualquer! Afinal de contas, quem ou o que é o Espírito Santo?

DESCOBRINDO QUEM OU O QUE É O ESPÍRITO SANTO

Muitos estudantes sinceros, por conta dessa linguagem esquisita, simbólica, figurativa, têm desenvolvido uma concepção errada sobre quem ou o que seja o Espírito Santo. O resultado disso, claro, é também uma fé errada, frágil, quebradiça, porquanto alicerçada em um erro. Minha esperança é que até o final desta palestra, o prezado leitor, após ter examinado a pertinência das passagens bíblicas citadas e a solidez ou não dos argumentos sobre elas elaborados, possa desenvolver em seu coração uma posição mais justa e mais de acordo com aquilo que as Escrituras ensinam sobre o Espírito Santo.

A primeira grande coisa que desejo destacar neste estudo é que…..

O ESPÍRITO SANTO É UMA PESSOA!

Sim! Isto pode parecer uma afirmativa simplista e até desnecessária, tendo em vista já termos ouvido bastante sobre o Espírito Santo, mas ela pode fazer toda a diferença para aquele que até este momento acreditava que o Espírito Santo era apenas uma força impessoal, um poder incomum, algum tipo de energia utilizada por Deus para realizar os seus propósitos! É interessante notar que toda vez que Jesus se referia ao Espírito Santo utilizava um pronome pessoal, um designativo próprio dado apenas a seres inteligentes, a pessoas. Observe:

  • “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (João 14:26);
  • “Mas quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar; aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim” (João 15:26);
  • “Quando ele (o Espírito Santo) vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo” (João 16:8).

A igreja cristã seguiu fielmente este ensinamento de Cristo, conforme registro do médico Lucas ao escrever sobre uma visão que o apóstolo Pedro tivera:

  • “Pensando Pedro naquela visão, disse-lhe o Espírito Santo: Eis que três varões te buscam. Levanta-te, pois, e desce, e vai com eles, nada duvidando; porque eu os enviei”. (Atos 10:19,20).

Muitas outras passagens bíblicas demonstrando ser o Espírito Santo uma pessoa serão aqui citadas. O importante é que o leitor perceba que, caso o Espírito Santo fosse uma mera força impessoal, um poder incomum ou apenas uma influência, não poderia realizar essas coisas, próprias de seres inteligentes, de pessoas, tais como: ensinar, fazer lembrar, testificar, convencer, falar, ordenar, enviar e consolar. Jesus e seus discípulos estariam errados ao tratá-lo como uma pessoa e o próprio Espírito Santo estaria nos enganando, ao se fazer passar por um ente, um ser, uma pessoa, que ele não seria. Só que para fazer isto necessariamente essa tal ”coisa enganadora” teria de ser inteligente – e muito inteligente, por sinal-, pois enganar é faculdade de quem tem muita inteligência e falta de caráter, o que torna o argumento de que o Espírito Santo é uma coisa, algo totalmente impossível! Como pessoa que é, o Espírito Santo possui sentimentos (Romanos 8:27 / 15:30), intelecto (1ª Coríntios 2:11) e vontade (1ª Coríntios 12:11), podendo ser, como o nosso Mestre Jesus e qualquer um de nós,

  • Tentado (no sentido de ser provocado) – “Então Pedro lhe disse (a Safira, mulher de Ananias, que acordara com o marido mentir ao Espírito Santo): Por que é que entre vós vos concertastes para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e também te levarão a ti” (Atos 5:9);
  • Resistido“Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido; vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais” (Atos 7:51). Discurso de Estevão, primeiro mártir cristão, no mesmo Concílio Judaico que julgara Jesus.
  • Entristecido“Não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção” (Efésios 4:30). Conselho de Paulo aos crentes de Éfeso.
  • Agravado (ofendido) – “De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do testamento com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça” (Hebreus 10;29). Sentença do desconhecido escritor da Carta aos Hebreus aos seus leitores.
  • Rejeitado“Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos” (Gênesis 6:3). Sentença do Senhor para as gerações antediluvianas.
  • Blasfemado“Portanto eu vos digo: Todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens. E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado, mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro” (Mateus 12:31,32). Sentença de Jesus Cristo aos fariseus que o acusavam de expulsar demônios através de Belzebu, um espírito do mal.
  • Extinto (sem influência na vida do cristão) – “Não extingais o Espírito” (1ª Tessalonicenses 5:19). Conselho de Paulo aos crentes de Tessalônica, onde havia muitas manifestações do Espírito Santo.

Viu? Todas essas ações são feitas contra pessoas e não contra um poder impessoal!

Mas dizemos também que o Espírito Santo é uma pessoa porque Jesus o chamou de Consolador. Força impessoal não consola ninguém, não é mesmo, irmão? Ao falar o Mestre para os seus discípulos que iria para o céu preparar-lhes lugar, afirmou-lhes que rogaria ao Pai para que lhes enviasse “outro Consolador” (João 14:16) – uma pessoa para substituir outra pessoa -, já que Jesus, o nosso Consolador terreno iria ser substituído, e Ele era uma pessoa e não uma coisa! A quem Jesus estava se referindo, chamando esse outro de Consolador? Não podia ser Ele mesmo, pois que estava partindo da Terra: “Convém que eu vá, porque se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas se eu for, enviar-vo-lo-ei” (João 16:7). Não podia também ser o Pai, pois quem envia não pode ser o enviado e o Pai é quem seria o responsável pelo envio deste “outro Consolador”! Jesus estava se referindo ao Espírito Santo, como bem pode ser visto na primeira passagem deste tópico de João 14:26!

A palavra “Consolador”, pela qual o Espírito Santo é chamado, é uma interessante palavra traduzida do grego PARÁKLETOS com vários significados, quais sejam; Confortador, Conselheiro, Advogado, Ajudador. Ela aparece 5 vezes em nossas Bíblias – 4 vezes ela é traduzida como Consolador (João 14:16,26 / 15:26 / 16:7) e 1 vez como Advogado (1ª Epístola de João 2:1) e significa, originalmente, “alguém que é chamado para o nosso lado para nos ajudar, defender, aconselhar e guiar”. Isto é o que faz o maravilhoso Espírito Santo por nós!

Agora você já está sabendo porque o Senhor Jesus nunca se referiu ao Espírito Santo como “isto” ou “aquilo” e sim como “ele”, “este” ou “aquele”. O Espírito Santo não é uma coisa, um objeto, uma energia a serviço de Deus, e sim uma Pessoa, e como pessoa que é, merece o mesmo respeito que devotamos ao Senhor Jesus!

Mas, ao se referir Jesus ao Espírito Santo como sendo o “outro” Consolador nos revelou uma coisinha a mais, importantíssima para o exercício correto de nossa fé: Ele nos revelou qual era o status do Espírito Santo no céu, ou seja, a sua posição celestial!

O ESPÍRITO SANTO É UMA PESSOA DIVINA!

Jesus usou a palavrinha “ALLOS” ao referir-se ao Espírito Santo como o “outro” Consolador que viria à Terra e não a palavrinha “HETEROS” que poderia ter usado, caso desejasse. O que há demais nestas duas palavrinhas? É que apesar de ambas serem traduzidas de seu original grego para a língua portuguesa como sendo “outro”, o termo “ALLOS”, conforme utilizado em João 14:16, significa, “outro da mesma espécie e natureza”, enquanto “HETEROS”, utilizado pelo apóstolo Paulo em Gálatas 1:6 para falar de “outro evangelho”,  significa, “outro de espécie e natureza diferentes!” Isto é o mesmo que dizer que o Espírito Santo é o “outro da mesma espécie e qualidade que Jesus!” O que Jesus é, o Espírito Santo também é! O que Jesus faz, o Espírito Santo também faz! Jesus é Consolador? O Espírito Santo também o é! (Salmo 23:4). Não é isto realmente incrível!

Algo, porém, de mais incrível, de mais espetacular ainda se pode derivar destas declarações do Cristo: sendo o Pai de Jesus, o Deus Altíssimo, o único Ser do universo reconhecido como a fonte de toda consolação (Isaías 49:13 / 51:12 / 52:9 / Jeremias 31:13), chamar a Cristo e ao Espírito Santo de Consoladores é o mesmo que colocá-los no mesmo patamar divino, no mesmo nível de divindade do Altíssimo, na mesma posição de Deus Pai! É o mesmo que afirmar que ambos, o Espírito Santo e Jesus, fazem também parte, com o Pai, de um assombroso e inexplicável ser triunitário, triúnico, tripessoal, a que denominamos de Deus! Assim é que o Pai é Deus, o Filho é Deus, e o Espírito Santo também é Deus! Como Deus triúnico que é, este Ser Divino deve ser adorado, reverenciado e obedecido, sem distinções de adoração em todas as manifestações de suas pessoas!

Para corroborar as declarações que fizemos acima, e fortalecer ainda mais a fé de nosso prezado leitor, elencamos alguns dos atributos, atividades é títulos divinos devotados ao Deus Pai, mas que também são devotados ao Deus Espírito Santo. Observe:

  • O Espírito Santo é chamado de Deus, nas Escrituras“Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus (Atos 5:3,4);
  • Ele é chamado de Senhor, exatamente como Cristo e o Pai o são“Ora o Senhor (Espírito Santo) encaminhe os vossos corações no amor de Deus (o Pai) e na paciência de Cristo (o Filho)” (2ª Tessalonicenses 3:5); “Ora o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade. Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (2ª Coríntios 3:17,18).
  • Ele é co-Criador do mundo com o Pai e com o Filho“E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (Gênesis 1:2) – comp. c/ Gênesis 1:1 e Colossenses 1:16,17;
  • Ele é Onipotente como Deus“E respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra: pelo que também o santo que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus….Porque para Deus nada é Impossível” (Lucas 1:35,37);
  • Ele é Onipresente“Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Sheol a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá” (Salmo 139:7-10);
  • Ele é Onisciente“Quem guiou o Espírito do Senhor? E que conselheiro o ensinou? Com quem tomou conselho, para que lhe desse entendimento e lhe mostrasse as veredas do juízo e lhe ensinasse sabedoria, e lhe fizesse notório o caminho da ciência?” (Isaías 40:13,14); “O Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus” (1ª Coríntios 2:10,11);
  • Ele é Eterno“Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” (Hebreus 9:14);
  • Ele é a Verdade“Este é aquele que veio por água e sangue, isto é, Jesus Cristo: não só por água, mas por água e sangue. E o Espírito é o que testifica, porque o Espírito é a verdade” (1ª João 5;6) – comp. c/ Deuteronômio 32:4 e João 14:6;
  • Ele é plenamente Santo“Pois se vós sendo maus sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” (Lucas 11:13);
  • Ele aparece lado a lado com o Pai e o Filho fazendo parte da Trindade Divina“Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (Mateus 28:18-20). O nome é um só, é singular, mas as pessoas são plurais, são três. “Mas ele (Estevão), estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus” (Atos 7:55);

ELE É DEUS!

Agora você sabe porque muitas pessoas ao lerem as Escrituras ficaram tão impressionadas com o Espírito Santo que passaram a dizer que ele era uma energia incomum, um poder sobrenatural, alguma coisa muito poderosa sem limites! Eles estavam quase que totalmente certos ao afirmarem assim, só errando por desconhecerem que o Espírito Santo é uma pessoa! Sendo o Espírito Santo Deus e, sendo Deus um ente Todo-Poderoso, o Espírito Santo não podia ser mesmo um ente fraco, débil, sem vigor! O próprio Cristo associou o poder ao Espírito Santo (Atos Lucas 24:49 / 1:8). O Espírito Santo que o prezado leitor comunga e serve, como o Pastor Olívio também o faz, é um ser extraordinário, fantástico, que tem poder para fazer tudo quanto deseja, pois que é o próprio Deus!

Mas agora você também sabe porque o Espírito Santo não é um líquido ou um gás! Ele é o Deus que é espírito, como disse Jesus para aquela mulher samaritana (João 4:24) e o espírito, como nos ensinou também o apóstolo Paulo, penetra todas as coisas, nada havendo no universo que não possa ser penetrado por Ele, nem mesmo as profundezes de Deus! (1ª Coríntios 2:10,11). Quando a Bíblia, pois, diz, que alguém foi “cheio do Espírito Santo”, ou que “o Espírito Santo caiu sobre o indivíduo”, está nos dizendo que o indivíduo recebeu uma porção maior, uma invasão maior do Espírito Santo em sua vida e que, a partir daquele momento, vai começar a manifestar mais coisas ainda do Espírito Santo em sua vida de fé! Daí aparecerem línguas estranhas, dons esquisitos e poderosos, inspirações nunca antes tidas, capacidade de pregar sobre um livro codificado, ousadia para fazer coisas nunca antes tentadas, etc. O Espírito Santo é vibração pura!

CONCLUSÃO

Nunca esqueça que o Espírito Santo é uma pessoa extremamente sensível, poderosa e amiga, enviada pelo nosso Pai em resposta a oração do Cristo que, para não ser acusado de só ter resistido as tentações, vencer o Diabo, e realizar a sua obra, porque tinha o Espírito Santo com Ele, também solicitou ao Pai que nos enviasse o mesmo Espírito Santo, para que tivéssemos as mesmas condições de vitória que o Cristo teve. Nada, pois, de ficar nos enganando e procurando desculpas para nossas fraquezas. O Espírito Santo que estava em Jesus é o mesmo Espírito Santo que está em nós. Vamos, pois, honrá-lo, exaltá-lo e dignificá-lo com a nossa obediência e vida de poder, está bem irmão?

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.