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lV. Os “Carros de Fogo” de Deus

 

Palestra IV

OS “CARROS DE FOGO” DE DEUS

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio, em Realengo, no Rio de Janeiro, em Maio de 2014

INTRODUÇÃO

O que você faria se estivesse lendo a sua Bíblia e, de repente, se defrontasse com essa declaração: “Sucedeu que, indo eles andando e falando (o profeta Elias e seu discípulo Eliseu), eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro e Elias subiu ao céu num redemoinho” (2º Livro dos Reis 2:11) ou, ainda, com esta sentença: Os carros de Deus são vinte milhares, milhares de milhares. O Senhor está entre eles, como em Sinai, no lugar santo”? (Salmo 68:17). Pararia de ler a sua Bíblia e ficaria pensando no que elas significam ou, simplesmente continuaria a ler o restante do texto sem dar atenção específica a tais afirmações? SIM, O QUE FARIA?

Há aproximadamente quarenta anos atrás eu li essas declarações em minha Bíblia e, conquanto não conhecesse nada sobre os “carros de fogo” ou as “carruagens celestes de Deus” eu fiquei me perguntando: “Que tipo de carro seria este que levou o profeta ao céu? Seria ele de constituição material ou espiritual? Se espiritual, como se dirigiria um deles? Se material, em que tipo de céu ele estaria visto este céu necessariamente ter de possuir carros voadores, seres desconhecidos e humanos juntos, já que o profeta Elias teria ido para lá após o seu arrebatamento? Com relação a declaração do salmista sobre a frota de carros estelares do Senhor eu me perguntava: “Por que Deus precisa de uma frota de vinte mil carros? Se eram carros mesmo por que voavam? E se voavam por que não eram chamados de naves? Se existem carros então existem pilotos para dirigi-los e ainda, um lugar para eles estacionarem, visto não ficarem voando o tempo todo: Onde ficaria este lugar? E por aí vai….. Perguntas e mais perguntas assomavam à minha mente e, até o dia de hoje, elas não cessam de me assaltar. Graças a Deus!

Na palestra anterior examinamos o espetacular fenômeno da abdução de humanos; nesta examinaremos os espetaculares instrumentos utilizados por Deus para realizar essas abduções. Descobrimos, até com um certo assombro, que as Escrituras não se omitem de mencionar os muitos raptos de terráqueos por seres de outros mundos, descrevendo-os em número e detalhes tão abundantes, que nos impedem deles duvidar. Podemos rejeitá-los, mas não duvidar deles. Na atual palestra iremos examinar os “carros de fogo de Deus” que as Escrituras tanto falam em suas benditas páginas. Confio em que o meu prezado leitor não irá desistir de ler este estudo por achar o assunto irrelevante à fé ou totalmente absurdo, mas que o lerá até o final com toda a atenção devida por algo que se encontra registrado na Bíblia Sagrada. Muitos não acreditavam que houvesse abduções de humanos, naves estelares e habitantes de outros mundos, mas depois de lerem algumas de minhas palestras, já não duvidam mais dessas coisas. A razão para isto? Todas as palestras do Pastor Olívio são tiradas diretamente da Bíblia e não de fontes seculares!

Vamos então ao nosso estudo!

A CARRUAGEM CELESTE QUE SEQUESTROU ELIAS

A primeira menção bíblica sobre um veículo celeste abdutor de santos é justamente aquele com que iniciamos o nosso estudo: os carros de fogo que arrebataram o profeta Elias. Esse evento se encontra descrito no segundo capítulo, do segundo Livro dos Reis. Ali se diz que os profetas que viviam nos ranchos proféticos de Gilgal, Betel e Jericó, já tinham conhecimento de que o profeta Elias iria ser tomado por cima de suas cabeças. Eliseu, o discípulo de Elias, também já tinha conhecimento de tal promessa. O texto só não índica que alguém soubesse o momento exarto em que o evento aconteceria. Isto parece ficar mais evidente ao dizer o autor que foi enquanto Elias e Eliseu iam “andando e falando” pelas margens do rio Jordão que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro e Elias foi levado ao céu em um redemoinho!” Tanto Elias quanto Eliseu estavam conversando, dialogando, palestrando descontraidamente quando o rapto do profeta acontecera! A velocidade do evento, porém, não impediu que Eliseu visse os vários objetos voadores por cima de sua cabeça, antes deles sumirem. O texto diz: “O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros (2º Reis 2:12). O carro que levou Elias ao céu fora um só, mas os carros que participaram daquele acontecimento, foram muitos! E todos eles tinham pilotos, quem sabe mesmo tripulantes, pois que levou Eliseu a dizer: “Carros de Israel, e seus cavaleiros”.

A descrição que Eliseu faz do veículo que raptou Elias da terra o faz parecer uma carruagem (um carro puxado por cavalos), visto serem estes os veículos mais velozes de sua época. A exemplo das carruagens terrestres, as celestes se moviam com grande velocidade. Elas também possuíam um condutor, um piloto, chamado aqui por Eliseu de cavaleiros. Quanto a cor de fogo descrita como sendo a cor do carro e dos cavalos esta servia para indicar o poderio e a composição metálica do veículo. Já o fato de o veículo celeste ascender ao céu em um redemoinho, este o faz parecer ainda mais com as descrições atuais dos “discos voadores” nos quais os seus observadores afirmam se movimentarem tais objetos em giros, rodopios, em muitas voltas ao redor de si mesmo. Assim temos que uma nave espacial e específica abduziu Elias ao “céu”, enquanto outras, possivelmente de menor porte que aquela, atuaram como seguranças, como guarda-costas, como naves de proteçã. Absolutamente estonteante, não!

ELISEU E OS CARROS DE FOGO DE DEUS

A inacreditável história que eu vou contar agora se encontra registrada no texto do 2º Livro dos Reis 6:8-17. O rei da Síria estava em guerra contra Israel. Toda noite ele reunia os seus generais e dizia onde o seu exército deveria acampar para surpreender os exércitos do inimigo. Mas Eliseu, avisado pelo Senhor, alertava o rei de Israel, e este evitava passar por aqueles locais de armadilhas com suas tropas. Tantas vezes isto aconteceu que o rei da Síria achou que havia algum espião no meio de seus soldados. Consultando os seus generais ele descobriu que Eliseu, o profeta do Senhor, era quem estava alertando o rei de Israel. Informando-se do lugar onde o profeta estava, o rei da Síria mandou um grande exército para capturar Eliseu e levá-lo a sua presença. Geazi, o discípulo de Eliseu, viu o movimento do exército sírio em Dotã, cidade onde Eliseu residia, e, mais do que depressa correu até o seu mestre para informá-lo das novidades. Encontrou Eliseu repousando tranquilamente em sua casa e quase que sem fôlego lhe falou: “Eliseu, Eliseu, o rei da Síria enviou o seu exército e cercou toda a cidade. Eles vieram até aqui para pegá-lo e levá-lo preso. O que faremos agora?” Eliseu então fez uma estranha declaração ao seu moço. Ele lhe disse: “Não temas, porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles”. Geazi não entendeu nada! Até onde ele podia ver, o profeta estava sozinho com ele naquela casa! Onde estariam aqueles outros em número maior do que o exército do rei da Síria? Eliseu viu a expressão de espanto no rosto de seu discípulo e então, enternecido, fez esta oração: “Senhor, peço-te que lhe abras os olhos, para que veja”.

O que aconteceu a seguir arrepia a pele de qualquer um! O texto diz que “o Senhor abriu os olhos do moço e ele viu”. O que foi que Geazi viu? A Bíblia responde: “Eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu”. Uau! Isso é prá lá de fantástico! É extraordinário! Os carros e os cavalos celestes não estavam posicionados ao redor do monte e sim ao redor de Eliseu! Tanto eram eles que, partindo da pessoa do profeta para trás, eles iam fazendo círculos e mais círculos ao redor do homem de Deus, até que o monte inteiro ficou tomado de sua presença! Eles não estavam fazendo a segurança do monte contra o exército sírio e sim a segurança do servo do Senhor! Isto lembra o salmista falando: “Como estão os montes ao redor de Jerusalém, assim está o Senhor ao redor do seu povo” (Salmo 125:2). O apóstolo Pedro disse: “O Diabo, vosso adversário anda ao vosso derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1ª Carta de Pedro 5:8). Aprendemos assim que o Diabo anda ao nosso derredor (círculo mais externo), mas ao nosso redor (circulo mais próximo) está o Senhor! Que maravilha! Um carro daqueles apenas já seria suficiente para destruir todo exército dos assírios, mas Eliseu disse que os carros de fogo de Deus eram mais numerosos do que os soldados daquele grande exército! Veja quanta proteção o Senhor coloca ao redor daqueles que o temem!

Uma coisa que também me impressionou bastante nessa narrativa é que Eliseu orou ao Senhor para que Ele abrisse os olhos de Geazi, não os seus, a fim de que o seu discípulo pudesse ver quão cercado de proteção o profeta de Deus estava, pois os olhos do profeta estavam bem abertos contemplando todo aquele movimento de carros de fogo no céu! Uau! Que demais! Como isto faz vibrar a minha alma! Tenho certeza que ainda hoje existem homens e mulheres espirituais que conseguem ver o movimento dos céus quando ninguém ao seu redor está vendo nada e estão se sentindo plenamente seguros e salvos pela proteção do Senhor! É também possível que exista alguém que esteja se sentindo cercado pelas forças das trevas, dos exércitos do mal, das potestades malignas lhe corroendo a alma em provações, mas eu quero lhe dizer agora que o Senhor está atento a sua vida e que, mesmo que tenha de mover suas naves celestiais de poder para libertá-lo, Ele as moverá e o libertará do domínio do Maligno! Eliseu disse que todos aqueles carros e cavalos de fogo pertenciam ao Senhor. Estavam subordinados a Ele. Pertenciam a sua frota celestial!

O REI DAVI E O QUERUBIM QUE O SEQUESTROU

O rei Davi é o primeiro entre os fiéis abduzidos a dizer claramente que fora um querubim o responsável pelo seu rapto. Ele descreve esse querubim com alguma riqueza de detalhes, só sendo suplantado em sua descrição pelo profeta Ezequiel. Vou repetir aqui o que ele disse em seu Salmo 18: 4-15, quando orou ao Senhor pedindo livramento de seus inimigos, “Cordéis de morte me cercaram, e torrentes de impiedade me assombraram. Cordas do inferno me cingiram, laços de morte me surpreenderam. Na angústia invoquei ao Senhor, e clamei ao meu Deus: desde o seu templo ouviu a minha voz, aos seus ouvidos chegou o meu clamor perante a sua face. Então a terra se abalou e tremeu; e os fundamentos dos montes também se moveram e se abalaram, porquanto se indignou. Do seu nariz subiu fumo, e da sua boca saiu fogo que consumia; carvões se acenderam dele. Abaixou os céus e desceu, e a escuridão estava debaixo de seus pés. E montou num querubim, e voou;sim, voou sobre as asas do vento. Fez das trevas o seu lugar oculto; o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas e as nuvens dos céus. Ao resplendor de sua presença as nuvens se espalharam, e a saraiva e as brasas de fogo. E o Senhor trovejou nos céus, o Altíssimo levantou a sua voz; e havia saraiva e brasas de fogo. Despediu as suas setas, e os espalhou: multiplicou raios, e os perturbou. Então foram vistas as profundezas das águas, e foram descobertos os fundamentos do mundo; pela sua repreensão, Senhor, ao soprar das suas narinas”.

Seria absolutamente irracional pensar que o Senhor solta fumaça pelo nariz e fogo pela boca. Ele não se acende como carvão nem traz escuridão sob seus pés. Tampouco multiplica raios para afugentar e espalhar os seus inimigos. Sendo puríssimo espírito e estando em toda parte, não necessita montar em nenhum veículo e com ele voar pelos céus, como o texto diz que Ele fez ao montar em um querubim! Esta não é a descrição de um Ser divino e sim de um Ser vivente e inteligente que se move em um objeto voador em Nome de Deus, que se oculta nas nuvens e nas águas e que as dissipa quando aparece! Davi chamou este objeto voador de querubim e disse que foi com ele que o Senhor “abaixou os céus e desceu”. O objeto não era terrestre, não era de fabricação humana, pois que desceu do céu com o Senhor!

UMA CARREATA DIVINA NO SINAI

Ao dizer o rei Davi no Salmo 18 que o objeto voador que o ajudara a se livrar de seus inimigos era um querubim e afirmando ele ainda no Salmo 68:17 que “os carros de Deus são vinte milhares, milhares de milhares: O Senhor está entre eles, COMO EM SINAI, no lugar santo”, somos levados a examinar o relato da “descida de Deus” em Sinai, conforme registrada em Êxodo 19: 16-25 por Moisés e repetida no Livro do Deuteronômio 33:2 pelo mesmo profeta, a fim de descobrirmos se estes “carros de Deus” são veículos celestias poderosíssimos como os vistos por Eliseu, ou, se toda a frota estelar era composta de objetos voadores de altíssima complexidade aos quais ele chamou de querubins! O leitor está empolgado com esta pesquisa ou apavorado? Se está empolgado, então vamos seguir adiante! Se apavorado, de que lhe adianta todo este pavor? De nada! Vença então este seu receio e vamos seguir juntos em nossa eletrizante pesquisa!

O texto de Êxodo 19: 10,11,16-19 diz o seguinte: “Disse também o Senhor a Moisés: Vai ao povo, e santifica-os hoje e amanhã, e lavem eles os seus vestidos. E estejam prontos para o terceiro dia; porquanto no terceiro dia o Senhor descerá diante dos olhos de todo o povo sobre o monte Sinai….“E aconteceu ao terceiro dia, ao amanhecer, que houve trovões e relâmpagos sobre o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de buzina mui forte, de maneira que estremeceu todo o povo que estava no arraial. E Moisés levou o povo fora do arraial ao encontro de Deus; e puseram-se ao pé do monte. E todo o monte de Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo; e o seu fumo subiu como fumo dum forno, e todo o monte tremia grandemente. E o sonido da buzina ia crescendo em grande maneira: Moisés falava, e Deus lhe respondia em voz alta. E, descendo o Senhor sobre o monte de Sinai, chamou o Senhor a Moisés ao cume do monte; e Moisés subiu.” Em Êxodo 20:18,19 se diz ainda: ”E todo o povo viu os trovões e os relâmpagos, e o sonido da buzina, e o monte fumegando; e o povo, vendo isso, retirou-se e pôs-se de longe. E disseram a Moisés: fala tu conosco, e ouviremos; e não fale Deus conosco, para que não morramos”.

Após a entrega da Lei o texto continua em Êxodo 24: 1:2: “E depois (Deus) disse a Moisés: Sobe ao Senhor, tu e Arão (irmão de Moisés), Nadabe e Abiú (filhos de Arão), e setenta dos anciãos de Israel; e inclinai-vos de longe. E só Moisés se chegará ao Senhor, mas eles não se cheguem, nem o povo suba com ele”. Em resposta a esta ordem do Senhor “subiram Moisés e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel. E VIRAM O DEUS DE ISRAEL, e debaixo de seus pés havia como uma obra de pedra de safira, e como o parecer do céu na sua claridade. Porém Ele não estendeu a sua mão sobre os escolhidos dos filhos de Israel; MAS VIRAM A DEUS, e comeram e beberam. Então disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim ao monte, e fica lá; e dar-te-ei tábuas de pedra, e a Lei, e os mandamentos que tenho escrito para os ensinares. E levantou-se Moisés com Josué seu servidor; e subiu Moisés ao monte de Deus. E disse aos anciãos: Esperai-nos aqui (a Moisés e a Josué), até que tornemos a vós; e eis que Arão e Hur ficam convosco; quem tiver algum negócio, se chegará a eles. E, subindo Moisés ao monte, a nuvem cobriu o monte. E habitava a glória do Senhor sobre o monte de Sinai, e a nuvem o cobriu por seis dias; e ao sétimo dia chamou a Moisés do meio da nuvem. E o parecer da glória do Senhor era como um fogo consumidor no cume do monte, aos olhos dos filhos de Israel. E Moisés entrou no meio da nuvem, depois que subiu ao monte; e Moisés esteve no monte quarenta dias e quarenta noites.”

Em Deuteronômio 33:2, Moisés acrescentou alguns dados preciosos sobre aquele evento: “O Senhor veio de Sinai, e lhes subiu de Seir, resplandeceu desde o monte Parã, e veio com dez milhares de santos: à sua direita havia para eles o fogo da Lei.” Habacuque disse em seu livro: “Deus veio de Temã, e o santo do monte de Parã. A sua glória cobriu os céus, e a terra encheu-se do seu louvor” (3:3). Estevão, o primeiro mártir da Igreja Cristã disse para seus ouvintes: “Vós, que recebestes a Lei por ordenação dos anjos e não a guardastes.” (Atos 7:53). Paulo, o grande apóstolo dos gentios disse em Gálatas 3:19 que “a Lei foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro”.

O que podemos depreender de todos estes textos? Várias coisas, como se segue:

1º)     Que quando o Senhor foi entregar a sua Santíssima Lei a Moisés no monte Sinai, Ele veio do céu viajando em um querubim, tendo em vista a descrição do veículo voador relatada pelo rei Davi no Salmo 18 ser a mesma que a descrita por Moisés em Êxodo 19:16-19, ainda que o texto do Êxodo não cite o querubim nominalmente.

2º)     Que o querubim que transportava o Senhor descera em Seir, onde ficara estacionado por três dias, segundo Êxodo 19:11,16; a seguir, ascendeu vôo, sendo visto todo resplandecente desde o monte Parã; depois, desceu no Monte Sinai, onde foi visto por Moisés, Arão, Nadabe, Abiú, Josué e os 70 anciãos escolhidos de Israel. Na parte inferior do querubim (os “pés” do Senhor) havia “como uma obra de pedra de safira e como o parecer do céu em sua claridade” (Êxodo 24:10). Azul celeste é a cor da safira, pedra em que foi inscrita a Lei de Deus.

3º)     Que a comitiva do Senhor era composta, segundo Moisés em Deuteronômio 33:2, de “dez milhares de santos” que atravessaram o Sinai em incontáveis “carros de fogo”, segundo a declaração do rei Davi no Salmo 68:17. Os carros de Deus não podem, obviamente, serem confundidos com os santos de Deus, pois os carros de fogo eram os objetos voadores que traziam dentro deles os santos de Deus, em número de “dez milhares”.

4º)     Que esses “santos” descritos por Moisés eram seres constituídos de materialidade, como os humanos o são, visto os anjos serem puríssimos espíritos, segundo Hebreus 1:14 e não precisarem ser transportados de nenhum lugar para outro, em nenhum tipo de veículo que seja. Outra coisa a pensar é que se a Lei foi entregue a Moisés pelos anjos, como dizem Estevão e Paulo, então seres materiais entregaram um objeto material, constituído de pedra, a outros seres materiais, ou seja, havia indivíduos na comitiva do Senhor que possuíam materialidade. A Lei foi entregue por Deus aos homens através de mediadores, quais sejam, os seus santos “anjos”.

O FANTÁSTICO QUERUBIM DA VISÃO DE EZEQUIEL

Em Ezequiel temos a descrição mais pormenorizada, mais minuciosa, mais detalhada de um dos tipos de “carros de fogo” de Deus. A exemplo do rei Davi, ele chama esse “carro de fogo” de “querubim”. Os textos que descrevem os querubins e falam de suas atividades são tão longos e numerosos que eu não poderia transcrevê-los aqui sem comprometer enormemente o espaço delimitado para esta palestra. Então eu vou pedir encarecidamente ao meu amigo leitor que leia pacientemente os capítulos 1, 2, 3, 8, 9, 10 e 11 do livro de Ezequiel para observar os detalhes da impressionante descrição de um querubim. O capítulo de número 10, entretanto, eu o reproduzirei aqui na íntegra.

Conforme informamos na palestra anterior, Ezequiel fora deportado juntamente com o povo judeu de Jerusalém para a Babilônia em 597 a.C. pelo rei Nabucodonozor (2º Reis 24:14). Ali chegando, ele fora residir, juntamente com os demais cativos em Tel Abibe. Foi neste lugar, as margens do rio Quebar, que o profeta teve, pela primeira vez, a visão de um querubim e da “glória do Senhor” (Ezequiel 1:1-28). Ele descrevera minuciosamente a aparência desses objetos que eu agora compartilho com o meu amigo leitor:

“(1) Depois olhei, e eis que no firmamento, que estava por cima da cabeça dos querubins, apareceu sobre eles como uma pedra de safira, como o aspecto da semelhança de um trono (2) E falou ao homem vestido de linho, dizendo: Vai por entre as rodas, até debaixo do querubim, e enche as tuas mãos de brasas acesas dentre os querubins, e espalha-as sobre a cidade. E ele entrou à minha vista (3) E os querubins estavam ao lado direito da casa, quando entrou aquele homem; e uma nuvem encheu o átrio interior (4) Então se levantou a glória do Senhor de sobre o querubim para a entrada da casa; e encheu-se a casa duma nuvem, e o átrio se encheu do resplendor da glória do Senhor (5) E o estrondo das asas dos querubins se ouviu até o átrio exterior; como a voz do Deus Todo-Poderoso, quando fala (6) Sucedeu pois, dando ele ordem ao homem vestido de linho, dizendo: Toma fogo dentre as rodas, dentre os querubins, entrou ele, e se pôs junto às rodas (7) Então estendeu um querubim a sua mão de entre os querubins para o fogo que estava entre os querubins; e tirou, e o pôs nas mãos do que estava vestido de linho; o qual o tomou, e saiu (8) E apareceu nos querubins uma semelhança de mão de homem debaixo das suas asas (9) Então olhei, e eis quatro rodas junto aos querubins, uma roda junto a um querubim; e outra roda junto a outro querubim; e o aspecto das rodas era como cor de pedra de turquesa (10) E, quanto ao seu aspecto, as quatro tinham uma mesma semelhança; como se estivera uma roda no meio doutra roda (11) Andando eles, andavam elas pelos seus quatro lados; não se viravam quando andavam, mas para o lugar para onde olhava a cabeça, para esse andavam; não se viravam quando andavam (12) E todo o seu corpo, e as suas costas, e as suas mãos, e as suas asas, e as rodas, as rodas que os quatro tinham, estavam cheias de olhos em redor (13) E, quanto às rodas, elas foram chamadas, ouvindo eu, Galgal (girantes) (14) E cada um tinha quatro rostos: o rosto do primeiro era rosto de querubim, e o rosto do segundo era rosto de homem, e do terceiro era rosto de leão, e do quarto rosto de águia (15) E os querubins se elevaram ao alto; estes são os mesmos animais que vi junto ao rio Quebar (16) E, andando os querubins, andavam as rodas juntamente com eles; e, levantando os querubins as suas asas, para se elevarem de sobre a terra, também as rodas não se separavam deles (17) Parando eles, paravam elas; e, elevando-se eles, elevavam-se elas, por que o espírito de vida estava nelas (18) Então saiu a glória do Senhor da entrada da casa, e parou sobre os querubins (19) E os querubins alçaram as suas asas, e se elevaram da terra aos meus olhos, quando saíram; e as rodas os acompanhavam, e pararam à entrada da porta oriental da casa do Senhor; e a glória do Deus de Israel estava no alto, sobre eles (20) Estes são os animais que vi debaixo do Deus de Israel, junto ao rio Quebar, e conheci que eram querubins (21) Cada um tinha quatro rostos e cada um quatro asas, e a semelhança de mãos de homem debaixo das suas asas (22) E a semelhança dos seus rostos era a dos rostos que eu tinha visto junto ao rio Quebar, como o seu aspecto e eles próprios; cada um andava ao direito de seu rosto”. (Ezequiel 10:1-22)

Escolhi o capítulo 10 do livro de Ezequiel por trazer ele informações que complementam as já fantásticas informações registradas no capítulo 1 de seu livro e, ainda, por tratar ele com mais detalhes um estranho objeto que ficava por cima dos estranhos querubins. Se o prezado leitor não conhecia este texto deve estar se perguntando se o que Ezequiel vira e chamara de querubim não era, na realidade, uma nave espacial, extremamente complexa, como as descritas hodiernamente por avistadores de OVNIs. Mas, se era uma nave espacial, o que tem ela a ver com a história divina? Se nós, hoje, temos dificuldades em entender essas coisas, maiores ainda eram as dificuldades do profeta em descrever o que vira, pois, por 5 vezes usara a palavra “como” e 5 vezes a palavra “semelhança” tão somente neste capítulo, na tentativa de encontrar palavras e símbolos conhecidos que pudessem ajudar os seus leitores a compreenderem melhor o que ele vira. Em apenas 22 versículos ele repetira a palavra querubim 22 vezes, uma para cada versículo; várias vezes repetiu palavras e informações como se as não tivesse dito. O profeta ficara atordoado com o que vira e o leitor também vai ficar atordoado e mudo quando terminar de ler este capítulo!

A primeira coisa que desejo destacar aqui é que o objeto voador visto por Ezequiel e chamado por ele de querubim é um composto de quatro objetos que se juntam e se separam de acordo com a tarefa a ser executada. Quando estão unidos, o objeto por inteiro é chamado de querubim, mas quando estão separados, cada um dos quatro é também chamado de querubim. Assim é que o versículo 7 diz que, após o Comandante que estava no trono de safira ter dado uma determinada ordem, “um querubim estendeu a sua mão de entre os querubins para o fogo que estava entre os querubins; e tirou, e o pôs nas mãos do que estava vestido de linho; o qual o tomou e saiu”. Quando o profeta vai falar da saída do módulo denominado “glória do Senhor” até o templo ele diz: “Então se levantou a glória do Senhor de sobre o querubim para a entrada da casa; e enche-se a casa duma nuvem, e o átrio se encheu do resplendor da glória do Senhor (v.4). Isto mostra a individualidade dos elementos integrantes daquele objeto ao mesmo tempo que fala da necessidade de união de todos quando se tem de desempenhar tarefas maiores.

A segunda coisa que desejo destacar é que os querubins visto por Ezequiel atuavam muito mais como naves espaciais complexas do que como seres espirituais. Já mencionei isto em minha palestra nº 1 sobre o tema “Extraterrestres”, intitulada “Os Guardiões do Éden”. Sei que a Bíblia menciona um querubim que é espírito em Ezequiel 28 e que ficou conhecido por nós como o Diabo. Ele não é nenhuma nave espacial, mas um espírito com personalidade própria e moral baixa que objetiva destruir tudo o que é feito por Deus. Mas os querubins de Ezequiel definitivamente não são anjos, dentro da concepção moderna que temos desta palavra! Eles realizam manobras aéreas como subir, descer, fazer curvas semelhantes as nossas naves. Voam a altíssimas velocidades. Aterrissam, se deslocam em terra, comunicam-se entre si e voam, individualmente ou juntos. Tanto a sua configuração quanto a sua operacionalização são semelhantes a de naves espaciais.

A terceira e última coisa a destacar é que o objeto denominado “glória do Senhor” atuava como um módulo espacial que se deslocava de cima dos querubins unidos, voava até o local onde devia ir para cumprir sua tarefa, voltava voando e se acoplava por cima dos quatro querubins que, assim unidos, levantavam vôo e transportavam o passageiro do módulo para outro lugar. É isto o que vemos nos versículos 4,18,19 e 20 do capítulo 10 de Ezequiel. Gostaria muito de falar mais especificamente sobre os querubins de Ezequiel, seus tripulantes, e sobre o módulo espacial chamado “glória do Senhor”, mas isto vai ficar dependendo do interesse de meu leitor.

A ATUAÇÃO DOS CARROS DE FOGO DE DEUS NO FIM DOS TEMPOS

Isaías, profeta messiânico do Antigo Testamento, disse em seu livro, no capítulo 66:15,16: “Eis que o Senhor virá em fogo; e os seus carros como um torvelinho; para tornar a sua ira em furor; e a sua repreensão em chamas de fogo. Porque com fogo e com a sua espada entrará o Senhor em juízo com toda a carne; e os mortos do Senhor serão multiplicados”. Este versículo faz parte da resposta de Deus à oração feita pelos exilados nos capítulos 64 e 63. Ele fala do fim dos tempos e encontra rebatimento nos últimos acontecimentos de Apocalipse 19 e 20. Por este tempo a Igreja do Senhor já terá sido arrebatada ao céu conforme descrevi na palestra anterior em um evento planetário que envolverá milhões de indivíduos. Como o Senhor promoverá a partida de milhões e milhões de indivíduos ao céu?

Os textos que falam do rapto da Igreja – e eles são muitos – não dizem como tal coisa acontecerá, mas após ter estudado sobre a abdução dos santos nas Escrituras e os “carros de fogo de Deus”, não tenho dúvida alguma que ele acontecerá através da frota estelar do Senhor. Todas as características do fenômeno de rapto de santos mediante os carros de fogo do Senhor estarão presentes então: será um fenômeno rápido, instantãneo, veloz, tanto que foi comparado ao piscar de olhos; será ainda, um fenômeno mundial, universal, planetário, pois que envolverá pessoas do mundo inteiro; será um fenômeno espiritual, discriminatório, pois que só raptará os santos, os que têm em seu coração a marca do Cristo, diferentemente dos infiéis que tem em sua mão e em sua testa a marca do Anticristo; será um fenômeno de luz, pois toda vez que houve uma abdução de santos na Bíblia, esse fenômeno foi coberto de luz! Será um evento maravilhoso!

CONCLUSÃO

O seqüestro de santos nas Escrituras, nos poderosos “carros de Deus”, servem para demonstrar que a nossa vida é conhecida nos céus! Ela é assunto na morada do Todo Poderoso! O tempo todo os céus falam de nós! Eles nos conhecem e sabem quando precisamos de suas intervenções! O escritor da Carta aos Hebreus disse que estamos cercados por “uma imensa nuvem de testemunhas” (Hebreus 12:1) e o apóstolo Pedro disse que os emissários de Deus estão olhando o tempo todo para os santos no planeta (1ª Pedro 1:12). Podemos não gostar do método utilizado por Deus para nos proporcionar livramento, mas o certo é que, se Ele está usando determinado método é porque este é o melhor para enfrentar a determinada situação. Então graças a Deus pelas abduções de seus santos! Graças a Deus pelas suas “carruagens de fogo”! Os seres empregados em nossa libertação e transporte podem ser esquisitos, exóticos e suas naves espaciais, assustadoras, mas o que importa é que todos estão debaixo do comando do Senhor, das ordens do nosso Deus!

Que aprendamos, pois, a respeitar os irmãos que possuem histórias de avistamentos de OVNIs, de raptos em luz, de experimentos em seus corpos, de sonhos abdutores e outras coisas mais, pois já é difícil demais ter de agüentar o escárnio e o descrédito do povo do mundo para ainda ter de suportar o descrédito e o escárnio daqueles que dizem comungar a mesma fé, mas que enxovalham, discriminam e zombam desses irmãos por não terem eles passado pelas mesmas experiências que aqueles, ainda que as Escrituras estejam tão repletas das mesmas.

 

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

 

 

lll. Abduções na Bíblia

 

Palestra III

ABDUÇÕES NA BÍBLIA

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em Maio de 2014

INTRODUÇÃO

A palavra abdução significa “seqüestro”, “rapto”, “arrebatamento”, e se encontra hodiernamente quase que exclusivamente vinculada ao rapto de terráqueos por criaturas alienígenas. Você já foi abduzido por seres de outros mundos? Possui alguém na família ou conhece alguém que já tenha sido? Pasme o meu amigo leitor, mas o Pastor Olívio conhece várias pessoas que já foram abduzidas, sendo que duas delas freqüentam atualmente igrejas evangélicas e outras tantas que avistaram e foram avistadas por OVNIs (Objetos Voadores não Identificados)! Mas o que eu desejo mesmo falar nesta palestra não é sobre o fenômeno de abdução acontecido com pessoas de nosso tempo e sim com pessoas abduzidas dentro das páginas da Bíblia! Profetas, reis, apóstolos, diáconos e pessoas comuns como eu e você! Sabia que a Bíblia possui vários relatos de pessoas que foram abduzidas por seres de outros mundos? Pois é, algumas dessas pessoas foram abduzidas “até o céu” enquanto outras foram abduzidas de uma região para outra dentro do próprio planeta Terra. Fantástico, você não acha?

RELATOS BÍBLICOS SOBRE ABDUÇÃO DE HUMANOS

A quantidade de relatos de abduções que encontrei na Bíblia foi tão grande, tão numerosa, tão significativa, que eu tive de agrupá-los segundo as duas grandes divisões das Escrituras, quais sejam: O Novo Testamento e o Antigo Testamento! Acho que nem eu mesmo tinha noção de que eram tantos casos assim! Alguns deles são descritos de forma clara e detalhada enquanto outros, nem tanto, mas todos foram por mim considerados para apreciação conjunta com meu amigo leitor. Vamos então examiná-los:

ABDUÇÕES DE PESSOAS NO ANTIGO TESTAMENTO

O primeiro registro de um terráqueo abduzido em corpo “até o céu” se encontra no capítulo 5 do livro do Gênesis, o primeiro livro da Bíblia, no versículo 24. Ali se diz que ENOQUE, um justo que vivera antes da época do Dilúvio, fora trasladado misteriosamente por Deus: “E andou Enoque com Deus; e não se viu mais, porquanto Deus para Si o tomou”, diz o texto. No livro de Hebreus 11:5 se diz: “Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte, e não foi achado, porque Deus o trasladara; visto como antes de sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus”.

O segundo registro se encontra no 2º Livro dos Reis, no capítulo 2, mais especificamente no versículo 11, onde se noticia que ELIAS, um dos profetas de Israel, estava caminhando com Eliseu, seu discípulo, junto as margens do rio Jordão, quando, de repente, “indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro: e Elias subiu ao céu num redemoinho”!

O terceiro registro bíblico de uma abdução com humanos, se deu com um dos mais famosos reis da Antiguidade, também da nação de Israel, chamado DAVI. Temos o seu relato no Salmo 18:4-19 no qual o rei disse: “Enviou desde o alto, e me tomou; tirou-me das muitas águas…livrou-me do meu inimigo e dos que me aborreciam… eram mais poderosos do que eu…trouxe-me para um lugar espaçoso, livrou-me porque tinha prazer em mim” (18:16-19).

O quarto registro de uma abdução, em corpo, de um terráqueo, aconteceu com outro profeta de Israel, de nome EZEQUIEL. No capítulo 8, versículos 14 e 15 do livro que leva o seu nome ele diz: “Então o espírito me levantou, e me levou; e eu me fui mui triste, no ardor do meu espírito; mas a mão do Senhor era forte sobre mim. E vim aos do cativeiro, a Tel Abibe, que moravam junto ao rio Quebar, e eu morava onde eles moravam: e fiquei ali sete dias, pasmado no meio deles”.

Temos também pelo menos um caso de abdução física no Novo Testamento!

ABDUÇÕES DE PESSOAS NO NOVO TESTAMENTO

Encontramos no livro de Atos 8:39,40 o relato da abdução terrestre, em corpo, de FILIPE, um dos sete diáconos da Igreja Primitiva que fora abduzido quando estava na estrada que descia para Gaza e deixado corporalmente em Azoto, cidade que ficava no litoral do Mediterrâneo, sem que ele ou alguém soubesse informar como fora parar ali! No dizer do evangelista Lucas “o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe”   e Filipe se achou em Azoto”.

Em 1ª Tessalonicenses 4: 15-17 temos a declaração do apóstolo Paulo de que, TODOS OS CRENTES QUE ESTIVEREM VIVOS, QUANDO DO RETORNO DO SENHOR JESUS À TERRA, não passarão pela morte física, mas serão transformados em vida e arrebatados corporalmente ao céu! Uau! Quantas emoções fortes nas páginas da Bíblia Sagrada! Sem dúvida alguma este será mais um daqueles eventos espetaculares a acontecer no planeta Terra nos últimos dias!

Respire calma e relaxadamente, tome um gole de água fresca, caminhe um pouco por onde possa, e, quando tiver terminado, volte e vamos continuar a leitura desses raptos de humanos um pouco mais de perto! Você ainda tem muito para se assombrar!

EXAMINANDO OS CASOS DE ABDUÇÃO NA BÍBLIA

As Escrituras não informam como a trasladação do justo ENOQUE se deu. Ela apenas diz que ele foi tomado por Deus ao céu e pronto! Por terem as pessoas de seu tempo procurado por ele após o seu desaparecimento e não o encontrado, conforme o texto de Hebreus 11: 5, podemos afirmar que a sua trasladação se deu corporalmente. Quanto a questão de ele não ter morrido e estar vivo até hoje no céu com Elias, conforme apregoado pela Igreja Cristã, já discuti sobre o assunto na Palestra II, do tema Reencarnação, sob o título “O Grupo dos Arrebatados”. Muitos estudiosos acreditam que Enoque terá de voltar à Terra como uma das duas testemunhas apocalípticas (Apocalipse 11:1-14) para cumprir o seu ministério e morrer, tendo em vista o mandamento de Deus a todos os humanos para passarem pela morte física.

Quanto ao arrebatamento de ELIAS temos um pouco mais de informação. O texto de 2º Reis 1-5 relata que os profetas que viviam nos ranchos de Gilgal, de Betel e do Jordão, e o próprio Eliseu, sabiam que Elias seria “tomado por cima de suas cabeças e levado ao céu” em determinado dia. Não conheciam o momento nem a maneira como tal coisa aconteceria, mas tinham a informação precisa de que iria acontecer! Então, ao caminhar o profeta com o seu discípulo Eliseu pelas margens do rio Jordão, “um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho”! Uau! Que maravilha! Que coisa extraordinária! Pasme o meu amigo leitor, mas essa abdução fora vista pelo profeta Eliseu, que atormentado, se pôs a gritar: “Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros!” (v.12).

Por três dias seguidos procuraram pelo corpo do profeta Elias nas cercanias do Jordão sem o encontrarem. Por causa deste seu glorioso arrebatamento os escribas de Israel acreditavam que Elias desceria do céu em corpo para participar de outro glorioso evento, a saber, a unção do Messias de Deus! Mas Elias não viera na forma como eles pensavam, então a Igreja passou a dizer que o profeta virá no futuro para pregar com Enoque, a outra testemunha apocalíptica, e, com aquele, passar pela morte física, segundo a ordem emitida pelo Senhor para todos os humanos morrerem (Hebreus 9:27).

A abdução do rei DAVI torna-se interessante por apresentar outros componentes integrantes do fenômeno da abdução, como pode ser visto no relato do livro dos Salmos. Davi se encontrava em grande aflição pela perseguição imposta a ele pelo rei Saul. Então ele invocou o nome do Senhor em seu auxílio. A partir do versículo 4 do Salmo 18 lemos: “Cordéis de morte me cercaram, e torrentes de impiedade me assombraram. Cordas do inferno me cingiram, laços de morte me surpreenderam. Na angústia invoquei ao Senhor, e clamei ao meu Deus: desde o seu templo ouviu a minha voz, aos seus ouvidos chegou o meu clamor perante a sua face. Então a terra se abalou e tremeu; e os fundamentos dos montes também se moveram e se abalaram, porquanto se indignou. Do seu nariz subiu fumo, e da sua boca saiu fogo que consumia; carvões se acenderam dele. Abaixou os céus e desceu, e a escuridão estava debaixo de seus pés. E montou num querubim, e voou; sim, voou sobre as asas do vento. Fez das trevas o seu lugar oculto; o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas e as nuvens dos céus. Ao resplendor de sua presença as nuvens se espalharam, e a saraiva e as brasas de fogo. E o Senhor trovejou nos céus, o Altíssimo levantou a sua voz; e havia saraiva e brasas de fogo. Despediu as suas setas, e os espalhou: multiplicou raios, e os perturbou. Então foram vistas as profundezas das águas, e foram descobertos os fundamentos do mundo; pela sua repreensão, Senhor, ao soprar das suas narinas. Enviou desde o alto, e me tomou: tirou-me das muitas águas. Livrou-me do meu inimigo forte e dos que me aborreciam, pois eram mais poderosos do que eu. Surpreenderam-me no dia da minha calamidade; mas o Senhor foi o meu amparo. Trouxe-me para um lugar espaçoso; livrou-me, porque tinha prazer em mim”. Uau! Que narrativa tremenda! O Pastor Olívio realmente vibra com isto! O leitor pode encontrar esse relato também no 2º Livro de Samuel 22.

Quanto a abdução do profeta EZEQUIEL talvez seja a mais espetacular de todas pela riqueza de seus detalhes, tanto em relação ao modo como ela aconteceu quanto a descrição do instrumento utilizado por Deus para operá-la. Não trataremos nesta palestra da descrição de tal instrumento, visto ser nosso objetivo apenas demonstrar a existência do fenômeno da abdução nas páginas das Escrituras Sagradas, mas na palestra que se seguirá a esta nós trataremos sim de tal instrumento! O meu prezado leitor não pode deixar de lê-la!

Ezequiel havia sido deportado juntamente com o povo judeu de Jerusalém para a Babilônia em 597 a.C. pelo rei Nabucodonozor (2º Reis 24:14). Ali chegando, os cativos foram residir em Tel Abibe, onde o profeta teve, pela primeira vez, a visão de um querubim e da “glória do Senhor” (Ezequiel 1:1-28). Ele descreveu minuciosamente a aparência desse querubim e da “glória do Senhor”. A seguir, no capítulo 3:10-15 de seu livro, ele descreve como fora transportado de Tel Abibe à Jerusalém, distante 1.100 km do lugar onde estava! Ele disse: “Disse-me mais (o Senhor): Filho do homem, mete no teu coração todas as minhas palavras que te hei de dizer; e ouve-as com os teus ouvidos. Eia, pois, vai aos do cativeiro, aos filhos do teu povo, e lhe falarás, e lhe dirás: Assim diz o Senhor Jeová, quer ouçam, quer deixem de ouvir. E levantou-me o espírito, e ouvi por detrás de mim uma voz de grande estrondo, que dizia: Bendita seja a glória do Senhor, desde o seu lugar. E ouvi o barulho das asas dos animais, que tocavam umas nas outras, e o barulho das rodas defronte deles, e o sonido de um grande estrondo. Então o espírito me levantou, e me levou; e eu me fui mui triste, no ardor do meu espírito, mas a mão do Senhor era forte sobre mim. E vim aos do cativeiro, a Tel-Abibe, que moravam junto ao rio Quebar; e eu morava onde eles.moravam; e fiquei ali sete dias, pasmado no meio deles.”

Ezequiel também descreveu a sua abdução após o Senhor ter-lhe revelado as abominações que o povo e as autoridades faziam em Jerusalém. Ele disse: “E a glória do Senhor se alçou desde o meio da cidade, e se pôs sobre o monte que está ao oriente da cidade. Depois o Espírito me levantou e me levou em visão à Caldéia, para os do cativeiro, pelo Espírito de Deus; e se foi de mim a visão que eu tinha visto. E falei aos do cativeiro todas as cousas que o Senhor me tinha mostrado (Ezequiel 11:23-25).

O relato da abdução de FILIPE, um dos diáconos da Igreja Primitiva, não contém muitos detalhes. Ele está contido em apenas dois versículos do Novo Testamento e diz que, ao sair Filipe da água, junto com o Ministro das finanças da Etiópia, a quem batizara “o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu mais o eunuco; e jubiloso, continuou o seu caminho. E Filipe se achou em Azoto, e, indo passando, anunciava o Evangelho em todas as cidades, até que chegou a Cesaréia” (Atos 8:39,40). O importante aqui é destacarmos que Azoto ficava cerca de vinte e nove quilômetros do noroeste de Gaza e que o arrebatamento de Filipe foi corporal, físico, como os demais seqüestros que aqui abordamos. Filipe não foi viajando até Azoto; ele se achou lá! Não escolheu deliberadamente ir até aquele local; alguém escolhera para ele!

Quanto ao arrebatamento dos CRENTES QUE ESTIVEREM VIVOS QUANDO DA VOLTA DO SENHOR JESUS À TERRA, temos que este será um fenômeno coletivo, universal, pegando possivelmente milhões e milhões de seres espalhados pelo mundo todo! Como se dará tal fenômeno nós iremos examinar na próxima palestra, mas não é demais assinalar que este será um caso inconteste de abdução de terráqueos!

Não bastasse a Bíblia trazer todos esses extraordinários relatos de seqüestro físico de humanos, quer tenha sido para o céu, quer para outra região diferente na Terra, ela vai nos assombrar ainda mais ao falar de arrebatamentos só de espíritos, de raptos de almas, ou seja, de abduções unicamente espirituais! Você sabia que isto é possível? Já tinha ouvido falar sobre esse caso? Pois é, a Bíblia fala, e devo dizer ao meu prezado leitor que este tipo de abdução possui um aspecto exuberante, maravilhoso, fantástico, e outro extremamente assustador, apavorante, horripilante, como demonstrarei a seguir. Você pensava que a Bíblia era um livro “fechado”, “careta”, “ultrapassado”, mas a Bíblia não é nada disto que falam sobre ela e sim o livro que contém a sabedoria de Deus e as coisas que existem em seu universo!

RELATOS DE ABDUÇÕES ESPIRITUAIS NA BÍBLIA

As “abduções espirituais”, é bom que se diga, não são o mesmo que “arrebatamento de sentidos”, como o que teve o apóstolo Pedro em sua casa quando orava, três dias antes de receber a comitiva do centurião Cornélio em sua casa, conforme registrado em Atos 9:1-18. No arrebatamento de sentidos, estes são temporariamente suspensos, mas o individuo que participa do fenômeno sabe que seu espírito não foi retirado de seu corpo, não saiu dele, apenas seus sentidos foram afetados. No seqüestro espiritual, contudo, o espírito do indivíduo é retirado de dentro de seu corpo – melhor dizendo – é “estirado”, “esticado”, “distendido”, já que o indivíduo não morre, mas permanece a ele ligado pelo cordão astral ou “cadeia de prata”, conforme ensinado pelo sábio rei Salomão em Eclesiastes 12: 6.

Veja aqui dois registros do fenômeno de abdução espiritual reportados no Novo Testamento.

ABDUÇÕES ESPIRITUAIS DE PESSOAS NO NOVO TESTAMENTO

O apóstolo PAULO registrou em Atos 22: 16-22 que quando fora orar no templo sofrera uma abdução de seu espírito. Ele diz literalmente que fora retirado de dentro de si, sem que soubesse dizer por quem ou como tal fato acontecera. Ele não morrera por causa dessa “retirada de seu espírito”, mas continuou vivo para contar a sua história! Em outra ocasião ele dissera que fora levado até o céu, à morada de Deus, mas, desta vez ele não sabia dizer com precisão como chegara até lá – se no corpo ou se “fora dele” (em espírito) – (2ª Coríntios 12: 1-4).

JOÃO, o profeta do Apocalipse, disse várias vezes, que fora arrebatado em espírito até ao céu onde tivera as visões que registrara em seu estranho livro (1:10 / 4:2). Ele também não morrera em decorrência desses seqüestros espirituais, mas continuara vivo para nos brindar com o fantástico e exótico livro do Apocalipse!

Conforme eu havia dito no início, os fenômenos de abdução na Bíblia são mais numerosos do que poderíamos imaginar!

Muitas pessoas têm relatado casos de “saídas do corpo” chamando-as de “arrebatamento”, de “viagens astrais” e de outros nomes parecidos com estes nas quais afirmam terem viajado para o céu, visto anjos, pessoas conhecidas, seres de outros mundos e até conversado com Jesus, mas nós não temos lhes dado ouvido, não temos lhes dado nenhum crédito. Só porque nós não tivemos determinada experiência não significa que outros não a tenham tido, que sejam experiências falsas ou que elas não existam. Acabamos de ver dois pilares do Cristianismo afirmarem ter passado por experiências inacreditáveis de “saídas do corpo” e nenhum de nós tem autoridade espiritual suficiente para dizer que eles não as tiveram ou, que tudo o que experimentaram foi imaginação de suas cabeças, algo ilusório, irreal. Em não poucas vezes, tenho ficado impressionado com a incredulidade dos crentes!

Mas como disse, se existem abduções corporais e espirituais maravilhosas, também existem abduções corporais e espirituais aterradoras! Deixe-me contar-lhe uma história.

Eu estava orando solitariamente em meu quarto quando subitamente veio a minha mente a mensagem do rei Davi em seu Salmo 3:5 que diz: “Eu me deitei e dormi; acordei, porque o Senhor me sustentou”. Comecei a dar graças a Deus por ter conseguido dormir bem e me sentir descansado. Agradeci por ter despertado para um novo dia, pois enquanto estava dormindo, não tivera consciência do que acontecia ao meu redor. Foi então que comecei a atentar para a frase acordei, por que o Senhor me sustentou. Inesperadamente comecei a pensar que poderia haver pessoas que não estavam conseguindo acordar, despertar de seu sono, porque, enquanto estavam dormindo, o seu espírito saíra de seu corpo a fazer uma “viagem astral”, uma viagem a lugares desconhecidos, em outras dimensões, e não retornara ao seu corpo físico! “Deitar” e “dormir” são duas coisas naturais, mas “acordar” é coisa que depende de Deus! Muitos estão deitando e dormindo, mas não estão conseguindo acordar! Seus corpos físicos estão ótimos, em perfeito estado, mas eles não estão reagindo aos estímulos a eles endereçados! Quando dei conta de mim, estava orando pelos espíritos aprisionados de meus irmãos humanos em outros mundos, passando Deus sabe lá pelo o quê pelas mãos de quem sabe quem; orei, pelos médicos e pais de família que possuem pessoas em clínicas, em hospitais e em casa nestas condições; pelos líderes espirituais que não crêem em tais coisas e que nunca poderão ajudar tais pessoas, e por aí vai. Pedi a intervenção divina para estes casos difíceis ao Deus que tudo pode e tudo faz.

A abdução espiritual de “ímpios”, de “não crentes”, são possíveis sim e, se o meu prezado leitor não possui o temor de Deus em sua vida; não atenta para os seus mandamentos e despreza a sua Lei bendita, deve começar, a partir de hoje, a dar graças a Deus pelo dia vivido e pela noite que já chegou e que também precisa ser vivida sem medos, sem temores, sem tensões. Sobre o seu dia o meu prezado leitor tem controle, mas e sobre a noite?

QUEM E COMO ERAM OS SERES QUE ABDUZIRAM AS PESSOAS NA BÍBLIA?

Esta é uma pergunta que passa pela mente de todos os que se dedicam ao assunto. Quem eram e como eram os seqüestradores das pessoas na Bíblia? Como era a sua aparência? Eram amistosos ou inamistosos? Existe alguma passagem bíblica que os descreva?

Examinando os textos que falam dos casos em particular, vemos que, de ENOQUE se diz que “Deus para si o tomou”, não se dizendo como isto se deu; de ELIAS, que “um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro e Elias subiu ao céu num redemoinho”, registrando-se que o seqüestro do profeta se dera mediante um “carro voador”, sem que se faça nenhuma menção ao piloto e possíveis tripulantes do mesmo; do rei DAVI o texto diz, “enviou desde o alto e me tomou”, deduzindo nós, pela narrativa que fala de um querubim que transportava Deus, que esse mesmo querubim fora enviado pelo Senhor para descer lá do alto e arrebatar Davi; EZEQUIEL é o único abduzido a dizer que o piloto do objeto voador que o sequestrara tinha “a semelhança de um homem” (1:26); de FILIPE o texto diz, “o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe”, não se dizendo como isto se dera, a exemplo do que acontecera com Enoque; dos milhares de CRENTES QUE ESTARÃO VIVOS QUANDO JESUS VOLTAR se diz, “o mesmo Senhor (Jesus) descerá do céu com alarido e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus…nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados…a encontrar o Senhor nos ares”, não se dizendo como esse fenômeno acontecerá.

Quanto as abduções puramente espirituais dos apóstolos PAULO e JOÃO, não temos também nenhum detalhe capaz de nos ajudar a detectar quem e como eram os seus seqüestradores. Do apostolo PAULO se diz, “fui arrebatado para fora de mim e vi aquele que me dizia: Dá-te pressa, e sai apressadamente de Jerusalém” (Jesus); de João, “eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor”, e, outra vez,”e logo fui arrebatado em espírito e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono”.

Assim é que, todos os escritores bíblicos que relataram fenômenos de abdução, à exceção de Ezequiel, afirmaram que foi Deus mesmo quem os seqüestrou e os levou para si, o que nos leva a depreender que Deus não pretendia que os leitores de seu Livro Santo focassem os seus olhos em admiração e espanto nas poderosas máquinas celestes com seus admiráveis pilotos e tripulantes e sim naquele que, não possuindo forma alguma por ser puríssimo espírito, estava tratando com os seus servos e se utilizando de tais instrumentos para lhes dar a vitória!

O QUE PODEMOS APRENDER COM AS ABDUÇÕES?

Se o prezado leitor pode perceber, todos os casos de abduções relatados na Bíblia se deram apenas com fiéis! Isto não quer dizer absolutamente que não existam abduções de pessoas incrédulas, não religiosas, em nosso mundo, mas simplesmente que não existe nenhum caso bíblico de pessoas ímpias, não pias, não crentes que tenham sido abduzidas ao céu ou para outra região da Terra! Tanto Enoque quanto Elias, Ezequiel, Davi, Filipe, Paulo e João, eram pessoas que demonstravam uma fé viva, atuante no Senhor. Isto dá ao fenômeno da abdução uma conotação espiritual, transcendente, pois que faz com que os indivíduos que serão abduzidos sejam selecionados segundo a vinculação que tenham com o Senhor! Isto me impressiona bastante no sentido de que, apesar do fenômeno da abdução ser um fenômeno espiritual e só ter acontecido biblicamente com crentes, são exatamente os crentes que hodiernamente mais o combatem e que menos crêem nele!

Outra coisa a perceber é que o fenômeno da abdução só acontecia em casos extremamente necessários de uma intervenção divina, como por exemplo, salvar a vida de um servo do Senhor que estava ameaçada, que foi o que aconteceu com Enoque, Elias e Davi; livrar os servos do Senhor de depressões profundas, capazes de destruir sua fé em Deus, como foi o caso de Ezequiel e de Paulo, ou, quando a presença de um servo do Senhor em determinado lugar se fazia tão necessária, tão urgente, que o Senhor dispensava os meios  normais de transporte e utilizava os seus próprios meios como aconteceu com Filipe! Deus faz o impossível para alcançar uma alma e dar-lhe a sua salvação! Ele usa céus e terra para alcançar os seus propósitos e livrar um santo da morte indevida, seja ela física ou espiritual!

A última coisa a falar sobre o fenômeno da abdução é que toda vez que se pode explicá-lo, esclarecê-lo, ele aconteceu pela instrumentalidade dos “carros de fogo do Senhor”. Isto deveria tirar de nós o pavor que temos dos extraterrestres, discos voadores e outros mundos habitados. Os veículos celestiais que pegavam os indivíduos da terra e os levavam para seu interior, deixava-os exatamente nos lugares determinados por Deus. Foi assim com Davi, Ezequiel e certamente com todos os demais indivíduos aqui assinalados. Possivelmente a abdução coletiva que virá sobre os santos dos últimos tempos, conforme descrito por Paulo em sua 1ª Carta aos Tessalonicenses, se dará também pela utilização dos “carros de fogo de Deus”, mas trataremos disso na palestra seguinte.

CONCLUSÃO

Chegando ao final de nossa palestra, na qual demonstrei a existência de pelo menos seis casos de abduções físicas de humanos na Bíblia e três deles de abduções espirituais, gostaria de dizer que, ser abduzido, por quem quer seja, não deveria trazer ao servo do Senhor nenhum temor, pois nossa segurança não depende de estarmos perto de nossos amados ou de nossas igrejas e sim de estarmos pertos de Deus! Se sofrermos um sequestro por seres advindos de outros mundos e tivermos de entrar em suas naves, saibamos que Deus está nos protegendo e não nos destruindo! Estamos sendo seqüestrados para sobrevivermos e não para sermos destruídos, morrermos! Todos os personagens bíblicos que estavam em situações de morte e foram abduzidos, foram abduzidos para viver! Nosso Deus governa todo o universo. Dentro deste seu espetacular universo habitam seres exóticos e complexos com suas potentes e velozes naves. No interior de um planeta ínfimo, pequeníssimo, quase “não detectável”, quase “não visível”, estão os únicos seres da criação a quem Deus deu o título de filhos seus! Quem ousaria encostar o dedo nestes tais “filhos de Deus”? “Aquele que toca em vós, toca na menina dos meus olhos, diz o Senhor” (Zacarias 2:9). Como disse o abduzido Paulo: “Aquele que nem a seu próprio Filho poupou, como não nos daria com Ele todas as coisas?” (Romanos 8:32).

Nada pois de ficar dizendo que discos voadores e extraterrestres são “coisas do Diabo” e que se um dia se defrontar com um deles vai repreendê-los e expulsá-los em Nome de Jesus, pois é exatamente por causa de Jesus que eles estão nos salvando! Ao invés disso, vamos dar graças a Deus pelos nossos irmãos cósmicos existirem, por este universo estar pleno, repleto, cheio deles, e que, se for necessário, Deus os empregará para salvar nossa preciosa vida!

 

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

ll.c As Vária Raças do Gênesis – Os “Nefilins”

 

Palestra II c

AS VÁRIAS RAÇAS DO GÊNESIS

(Os “Nefilins”)

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em setembro de 2012

INTRODUÇÃO

Desejo examinar com o prezado leitor, o último dos grupamentos raciais encontrados no livro do Gênesis e em outros livros da Bíblia, conhecido como “Nefilins”. A quantidade de informações que dispomos sobre eles é tão grande, tão abundante, que nenhum pesquisador sério jamais poderia pretender disponibilizar toda a informação existente sobre tais criaturas em apenas alguns parágrafos! Livros volumosos têm sido escritos sobre eles e material informativo em abundância tem sido disponibilizado na rede mundial de computadores. Entretanto, poucos têm sido os pesquisadores bíblicos que se arriscaram a emitir uma opinião histórica, secular e factual, sobre o tema – talvez por ela nos levar a uma tomada de posição estranha, não muito convencional. Sendo o objetivo de minhas palestras e de meus livros o de estimular a mente de meus leitores a examinarem todo o tipo de assunto, por mais extravagante e exótico que seja, e confrontá-lo com a revelação bíblica, vou registrar aqui apenas alguns pontos que julgo serem importantes para comprovar a existência de seres extraterrestres na Bíblia.

Para a referida pesquisa foram-me de grande valia as informações contidas nos artigos do irmão Jurandir Santana, intitulados “Os Misteriosos Gigantes Bíblicos I e II”, escritos no jornal da Assembléia de Deus, Mensageiro da Paz, nº 1214 e 1215, de fevereiro e março de 1988, respectivamente. Claro que a consulta a um Dicionário Bíblico e a um Manual Bíblico são fundamentais em toda e qualquer pesquisa bíblica. No meu caso, o Dicionário Bíblico de Davis[1], o Manual Bíblico de Halley[2] e, ainda, o Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e “Contradições da Bíblia”, de Geisler e Howe[3], foram-me de grande ajuda.

Vamos examinar então algumas características dos esquisitos e temerosos nefilins!

CARACTERÍSTICAS DOS “NEFILINS”

A primeira coisa que desejo destacar sobre essas criaturas e que não demandou nenhum esforço intelectual de minha parte por já vir expresso em letras garrafais na Bíblia, é que todos os “nefilins” eram seres gigantescos, enormes, de elevadíssima estatura! Sei que já mencionei isto na palestra anterior, mas desejo enfatizar ainda mais este fato, dada a sua importância extrema. Quando Moisés enviou os seus espias à terra de Canaã para estes verificarem a possibilidade de se conquistar ou não aquela terra, os espias, ao retornarem, disseram para o seu líder que se sentiram “como gafanhotos” diante dos moradores de Canaã, pois que todos eles eram enormes! Eles lhe disseram literalmente: “todo o povo que vimos no meio dela são homens de grande estatura”. Também vimos ali gigantes (“nefilins”), filhos de Anaque, descendentes dos gigantes (“nefilins”) – Livro de Números 13:32-33. Você percebeu? Notou algo de horripilante no texto? Não? Então eu vou dizer: como se já não bastasse os espias israelitas estarem absolutamente apavorados por terem visto naquelas cidades uma raça de pessoas enormes, imensas, diferentes de todas as outras que haviam conhecido, eles também viram seres gigantescos, bem maiores do que aqueles outros, habitando com eles as mesmas cidades! Não é isto realmente impressionante? Duas raças de seres inteligentes convivendo entre si! Gigantes convivendo com outros gigantes!

Bom é que se diga que os “nefilins” não eram apenas alguns indivíduos avulsos, isolados, encontrados um aqui e outro acolá, mas, sim uma raça, uma espécie, uma casta de seres gigantescos que habitavam o planeta, junto com os humanos, antes mesmo de os “filhos de Deus” terem entrado às “filhas dos homens” e, ainda após isto ter acontecido! A espécie humana possui muitos indivíduos altos e também muitos indivíduos pequenos, de baixa estatura, o que nos impede de caracterizá-la tanto como uma raça de gigantes quanto como uma raça de nanicos, mas os “nefilins”, não! Todos eles eram imensos, enormes, gigantescos – sem exceção! (Deuteronômio 3:1-11 / 1º Samuel 17:4 / 2º Samuel 21:15-22 / 1º Crônicas 20:6). Só a cama de Ogue, rei de Basã, um dos gigantes vencidos pelos hebreus, feita totalmente de ferro, media cerca de quatro metros e meio de comprimento por dois de largura! O gigante Golias, que Davi enfrentou, media cerca de três metros de altura! (1ª Samuel 17:4). Em 1º Crônicas 11:23 se diz que Banaías, um dos valentes de Davi, feriu um gigante com cerca de dois metros e meio de comprimento! Os “nefilins” eram realmente gigantescos!”

O título dado aos “nefilins” de “valentes da Antiguidade” caracterizava-os como uma raça de guerreiros de espírito agressivo, combativo, lutador. Não se ganham esses adjetivos cuidando de lavouras ou criando gado, mas em campos de batalhas! Toda vez que se fala de um “nefilin” na Bíblia ele está guerreando, lutando, digladiando! Os “nefilins” disponibilizavam os seus serviços de guerreiros para qualquer povo que os quisesse contratar! Foi isto o que aconteceu com Golias de Gate, que alugou os seus serviços para os filisteus combaterem contra Israel (1º Samuel 17:1-11). Os “nefilins” eram uma raça de mercenários, de mercadores da morte, verdadeiras armas vivas de guerra! Já o título de “varões de fama”, dado também a eles, destacava a notoriedade, o sucesso que alcançaram como guerreiros de fibra. O destemor dos “nefilins”, sua valentia, sua bravura, ia adiante de seus nomes espalhando o terror por várias nações da Antiguidade. Se o meu leitor bem observou, os espias israelitas disseram para Josué que eles viram naquelas terras os filhos de Anaque, a saber: Aimã, Sesai e Talnai, todos eles indivíduos gigantescos (Josué 13:22, 33). Quem havia falado com eles sobre o gigante Anaque, um dos “varões de fama” daquele período da História e de seus filhos?

Os nefilins eram uma raça constituída somente de indivíduos machos! Você sabia que em nenhum lugar das Escrituras se diz que os “nefilins” entraram em conúbio com ‘as filhas dos homens”, as fêmeas humanas, como os “filhos de Deus” o fizeram, e nem mesmo que o tentaram, apesar de serem eles criaturas constituídas de muita força e as “filhas dos homens” serem imensamente belas e sensuais? Não se diz também que os “nefilins” entraram em conúbio com as fêmeas resultantes do acasalamento entre os “filhos de Deus” com as “filhas dos homens” que, algumas versões afirmam, terem sido também enormes e com as quais poderiam, teoricamente, mais facilmente se relacionar. No solo racial do Gênesis encontramos machos humanos procurando fêmeas humanas; machos extra-planetários procurando também por fêmeas humanas, mas não encontramos nenhum “nefilim” macho procurando uma fêmea, fosse ela de qualquer raça! Por que seria isso, hein?

Na visão do Pastor Olívio, a ausência de qualquer menção no texto bíblico sobre a existência de fêmeas “nefilins” e de um possível relacionamento sexual entre um “nefilin” e uma fêmea de qualquer outra raça que fosse, pode significar pelo menos quatro coisas:

  • que os “nefilins” não possuíam nenhum instinto sexual em sua natureza, eram assexuados;

  • que os “nefilins” possuíam sexualidade sim, mas que não poderiam se relacionar sexualmente com as fêmeas humanas ou de outra raça por serem anatomicamente incompatíveis com as mesmas;

  • que os “nefilins” machos só poderiam se relacionar sexualmente com mulheres de sua raça, caso estas existissem, e que, para tanto, deveriam também ser enormes;

  • que só existiam “nefilins”

Sei que é extremamente difícil imaginar uma raça inteira de indivíduos composta apenas por machos, mas a inexistência de uma passagem bíblica que se reporte a uma mulher “nefilin” ou, ainda, a “filhas de gigantes” me conduz inexoravelmente a esta posição. Observei que o texto bíblico cita várias cidades nas quais indivíduos de elevada estatura podiam ser encontrados e até reputados como gigantes, mas que faz questão de frisar que tais indivíduos eram apenas semelhantes aos gigantes da Antiguidade, mas que não eram os mesmos! Não possuímos referência de gigantes que pudessem ter sido gerados de parto normal, o que nos impede de acreditar em uma reprodução sexual por coito, por cópula, por acasalamento. Toda vez que se fala em “nefilins” na Bíblia, se fala de machos, de indivíduos do sexo masculino. Assim temos que eles não possuíam mães, mulheres, ou filhas!

Há mais uma coisa interessantíssima a ser destacada com relação aos “nefilins” e que julgo ser de importância capital, e esta é que os “nefilins” sobreviveram ao Dilúvio! Todas as passagens e narrativas feitas sobre eles, após o texto de Gênesis 6:4, aconteceram depois do Dilúvio! Como isso pode ser possível, se a Bíblia afirma que apenas Noé e sua família, constituída de sua esposa, três filhos e três noras, portanto, oito almas, foram os únicos seres a sobreviveram àquela catástrofe? (Gênesis 7:13 / 1ª Pedro 3:20). Os animais pereceram nas águas; os humanos pereceram nas águas; os “filhos de Deus”, se descendentes de Sete, pereceram nas águas, o mesmo acontecendo com suas proles; mas os “nefilins”, não! Eles sobreviveram ao Dilúvio e se espalharam pela terra! A citação de um gigante egípcio em 1º Crônicas 11:23 poderia indicar que o Dilúvio não fora um evento universal, mas parcial, e que os “nefilins”, por estarem espalhados por várias nações da Terra teriam sobrevivido aquela inundação, mas me parece que o relevo do Egito e do médio oriente, tanto quanto as muitas passagens bíblicas que falam sobre a altura que as águas alcançaram no Dilúvio não nos permitem alimentar este pensamento (Gênesis 7:17-20 / 8:4,5). Sobra então a hipótese de que os “nefilins” residentes na terra, teriam sido realmente exterminados no Dilúvio junto com “toda a carne”, conforme a vontade divina expressa em Gênesis 6:4-7,13,17 / 7:4,21-23, mas que tornaram a aparecer na Terra recolocados que foram nela pela ação de outros seres que, naquele momento fatídico, estavam fora do planeta, aguardando o fim do Dilúvio para tornar a recolocá-los lá!

Se você acha esta hipótese absurda, pergunte ao seu Pastor ou consulte os tradicionais livros de Teologia para ver o que eles falam sobre o assunto. Aí sim, você vai ficar realmente assombrado com o que eles dizem!

Antes do Dilúvio, quando os seres humanos se agrupavam em clãs, em patriarcados, em imensos grupos familiares, visto não existir ainda as nações, os “nefilins” podiam ser encontrados apenas naquelas partes do mundo em que os humanos também habitavam, como seja, o alto oriente, constituído da Babilônia, Suméria, Assíria   . Após o Dilúvio eles podiam ser encontrados por toda a Palestina, em diferentes grupos, com diferentes nomes, como Refains, Emins, Anaquins, Enacins, Zanzumins e Zuzins (Deuteronômio 1:28 / 2:10,11,20,21 / 9:1,2). Mas tarde, todos eles fIcaram conhecidos pela designação única de Refains (Josué 15:8 / 17:15 / 18:16). A passagem de 1ª Crônicas 11:23, que já citamos, fala que o gigante que Banaía, um dos valentes de Davi enfrentou, era de origem egípcia, o que serve para demonstrar que os “nefilins” se espalharam por várias nações do oriente. É sabido de todos os estudiosos do assunto que várias nações do mundo antigo tinham histórias de deuses e de semideuses poderosos que habitaram com os homens.

Já chamamos a atenção do leitor para o fato de que o Senhor intentava destruir os “nefilins” pelas águas do Dilúvio, mas como eles voltaram a proliferar a Terra, após a grande inundação, e tendo o Senhor prometido a Noé que não mais destruiria a Terra pela ação das águas (Gênesis 9:11-17), utilizou-se então de poderosos líderes como Moisés, Josué e Davi para destruí-los, exatamente através daquilo que havia trazido a fama para aqueles guerreiros – a arte da guerra! A última referência a um “nefilim” na Bíblia encontra-se no livro de 1º Crônicas 20:5-8, escrito apenas cerca de 1000 anos a.C. O reaparecimento destes seres no planeta após o Dilúvio e o desaparecimento dos chamados “filhos de Deus” e de sua semente naquela catástrofe, servem para fortalecer a posição do Pastor Olívio de que nunca existiu vertente alguma  santificada, justa, piedosa, de indivíduos no passado que pudesse ser diferenciada de outra má, podre, decadente que após se juntarem em uniões proibidas, trouxeram sobre si e sobre a humanidade a ira de Deus.

Os que afirmam serem os “nefilins” o resultado da miscigenação entre os indivíduos da semente maligna, ímpia, transgressora, de Caim (“os filhos dos homens”) com os descendentes da semente pia, justa, temente a Deus, de Sete (“os filhos de Deus”) não sabem explicar porque os “nefilins” reapareceram depois do Dilúvio, visto não haver mais nenhum descendente da família ímpia de Caim com o qual os descendentes da família de Sete pudessem novamente se relacionar. Os que também afirmam serem os “nefilins’ os descendentes do relacionamento entre Caim com uma mulher gigantesca de outra espécie (Gênesis 4:16,17) também não sabem informar porque os “nefilins” reapareceram depois do Dilúvio, visto não haver mais nenhum humano, descendente da semente ímpia de Caim sobre a terra, nem ainda nenhuma outra mulher gigante para novamente se relacionarem e deles tornarem a gerar os gigantes.

As citações encontradas em dois livros bíblicos, tão distanciados do Gênesis, como 2º Samuel 21:20 e 1º Crônicas 20:6, de que um “nefilin”, residente em Gate, cidade da Filístia, possuía 24 dedos, seis em cada mão e em cada pé, acrescidas das informações de que eles constituíam uma raça de guerreiros machos, sem apelo sexual algum, de elevadíssima estatura, sem fazer parte específica de nação alguma, e que teriam sobrevivido ao Dilúvio, faz de seus integrantes seres inumanos, não terrestres, não terrenos. Por possuírem eles várias características humanas, mesmo não sendo derivados de nenhum conúbio entre um humano e alguém de outra raça, e por não serem eles resultantes de nenhum experimento científico humano que pudesse gerá-los e modificá-los, visto não existir tal tecnologia naquele tempo e por ainda serem os “nefilins” anteriores à descida dos chamados ”filhos de Deus” à Terra, o Pastor Olívio acredita que os “nefilins” faziam parte de um experimento genético, evolutivo, de aperfeiçoamento racial, conduzido por seres extraterrestres.

Mas quem poderia estar interessado em tal projeto e com que objetivo? Teologicamente falando, apenas um ser, já bem conhecido de todos nós, e do qual o Senhor Jesus dissera ser homicida (matador de homens), “desde o princípio” (João 8:44) possuiria tal interesse nisto. “Princípio” quer dizer começo, início, origem, e desde o início da humanidade o ser que ficamos conhecendo como Diabo, tem tentado destruir o homem. Os textos de Ezequiel 28 e de Apocalipse 12:1-9 falam de multidões de nações celestiais seguindo Lúcifer em sua rebelião contra Deus. Nem todas essas nações celestiais seriam necessariamente constituídas por seres espirituais, angelicais, mas teriam corpos com alguma consistência. Outra coisa a pensar é que essas antiqüíssimas e inteligentíssimas nações bem poderiam ter conhecimento suficiente para desenvolverem um projeto de altíssima tecnologia intentando criar e modificar criaturas derivadas do homem, subservientes e destruidoras, como o eram os “nefilins”. Hoje somos nós, os humanos, quem estamos desenvolvendo tecnologia mecânica e de computação para criarmos órgãos a fim de beneficiar indivíduos a quem estes órgãos faltam.

Observe, prezado leitor, que os “nefilins” sempre aparecem citados em conexão com o povo de Deus. Eles são mencionados no Egito, país que abrigou o Senhor Jesus quando infante, e que possuía uma comunidade de judeus bastante expressiva e, ainda, em toda a terra de Canaã, lugar onde se instalariam os hebreus. Os “nefilins” conviviam bem com os outros povos que eram declaradamente inimigos de Israel, mas não compartilhavam de nada com os israelitas, cujo ódio mortal os levava a matá-los e a destruí-los! Por que isto acontecia? Porque Lúcifer sabia de qual vertente humana sairia “a semente da mulher” que pisaria a sua cabeça, conforme promessa expressa do Senhor em Gênesis 3:15, e então, onde quer que essa semente se manifestava, ele tentava destruí-la através de seus gigantescos guerreiros! Foi assim no tempo de Sete (Gênesis 4:26); no tempo de Enoque (5:22-24); no tempo de Noé (7:1); no tempo de Abrão (14); no tempo de Moisés (Números 13), e no tempo do rei Davi (1ª Samuel 17). A semente dos santos sobreviveu aos ataques dos “nefilins” e garantiu a vinda do Salvador Jesus Cristo ao nosso mundo!

O texto do Gênesis informa que enquanto havia “nefilins” e humanos na terra, a maldade presente em seus corações ainda era suportável por Deus, mas com o surgimento dos “filhos de Deus” e de sua prole, a maldade humana aumentou muitíssimo, se multiplicou, se exponenciou. Daí temos que a maldade física praticada pelos “nefilins”, que bem poderia ser entendida como violência, aliada a maldade moral e espiritual dos “filhos de Deus”, levou a humanidade a uma condição de malignidade tão grande, tão desproporcional, que Deus intentou destruir toda a carne.

Gostaria imensamente de continuar a falar sobre estes seres fantásticos e misteriosos, mas creio que estas poucas informações já são suficientes para indicar a existência de outra raça que não a humana, nos primeiros dias da humanidade e, ainda, para despertar o interesse daqueles que possuem um espírito investigativo e uma mente mais aberta, que não se aquieta com respostas prontas, “enlatadas”, a pesquisarem mais a Bíblia. Caso haja uma manifestação de real interesse por parte do povo de Deus sobre o assunto, então eu prepararei mais alguma coisa para informar aos interessados. De minha parte, já me sinto satisfeito por ter exposto as minhas idéias e visões sobre o assunto, por mais esquisitas, profanas e loucas que elas sejam.

CONCLUSÃO

Chegando, pois, ao final de nossa tríade de Palestras, podemos afirmar que encontramos pisando no solo do Gênesis e convivendo, entre si, os seguintes grupos raciais:

  • A raça humana, composta dos “homens” e das “filhas dos homens” criados por Deus e da qual eu, e o meu prezado leitor fazemos parte;

  • Os seres extraterrestres, provenientes de estrelas, mundos e sistemas estelares, conhecidos como “filhos de Deus”, que entraram às ”filhas dos homens” e delas geraram uma raça mestiça;

  • A raça mestiça, híbrida, resultante da miscigenação entre os “filhos de Deus” e as “filhas dos homens”, que nem era totalmente humana, nem totalmente extraterrestre;

  • Os “nefilins”, ou gigantes da Antiguidade, que não procriavam, não se acasalavam, e que parecem ter sido objeto de experiências genéticas, feitas por seres extraterrestres.

Quem leu a minha primeira palestra sobre Anjos e Demônios, agora compreende porque um grupo de estudiosos bíblicos acredita que os demônios que possuíam as pessoas e que são tão freqüentemente citados no Novo Testamento, não eram anjos decaídos, como se apregoa em nossas igrejas, mas sim espíritos de uma raça anterior ao homem, detentores de corpos, como os humanos, e que por isto mesmo estavam sempre desejosos de se incorporarem em alguém, de entrarem em outros corpos.

O leitor pode estar se perguntando: Em que tudo isso ajuda a minha Teologia? Em que esse estudo esquisito ajuda a minha vida de fé? Em que estas informações afetam a minha salvação?

Afetam a partir do momento em que o leitor, ao receber essas revelações, ganha a oportunidade de ter a sua fé aumentada, ampliada, exponenciada, ao ver que o Deus que possui tantas criaturas poderosas e exóticas em seu universo, resolveu fazer de nós, os humanos, os seres a serem preservados, resguardados, protegidos, por termos, em nós, a sua semente divina! Seu imenso amor quer fazer de cada um de nós seus filhos adotivos! Não impeçamos, pois, o trabalho do Espírito Santo com nossas limitações, nossos temores, mas deixemo-Lo trabalhar livremente em nós, pois, por mais estranho e improvável que seja determinado assunto, se estiver na Bíblia, traz para cada um de nós, a obrigação moral e espiritual de ser estudado, pesquisado e divulgado, mesmo que tenhamos de discordar com a posição de determinados grupos de fé e de estudiosos. O resultado advindo dessa submissão ao conhecimento será uma iluminação tão grande que serviremos de farol, de referência, de luz, para muita gente!

 

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

[1] Davis, John D. – Dicionário da Bíblia – Trad. J.R. Carvalho Braga – 4ª Ed. – Casa Publicadora Batista – RJ – 1973.

[2] Halley H. Henry – Manual Bíblico – Trad. David A. de Mendonça – Soc. Rel. Ed. Vida Nova – SP – 1970

[3] Geisler, Norman e Howe, Thomas – Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e “Contradições da Bíblia” – Trad. Milton Azevedo Andrade – Ed. Mundo Cristão –6ª Ed. – SP – 2001

 

ll.b As Várias Raças do Gênesis – Os “Filhos de Deus” e a “Prole dos Filhos de Deus com as Filhas dos Homens”

 

Palestra II b

AS VÁRIAS RAÇAS DO GÊNESIS

(Os “Filhos de Deus” e a “Prole dos Filhos de Deus com as Filhas dos Homens”)

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em setembro de 2012

INTRODUÇÃO

Discutimos longamente na palestra anterior sobre quem seriam os “filhos de Deus”, prometendo apresentar na exposição que se seguisse quem seriam tais criaturas. Bem, o momento chegou! É hora de o meu leitor ficar de cabelo em pé, totalmente arrepiado e tremente, com as grandes e poderosas revelações extraídas da imparcial Palavra de Deus! O texto básico de nosso estudo continua sendo o de Gênesis 6:1-4, que fala do acasalamento dos “filhos de Deus” com as “filhas dos homens” e dos horripilantes “Nefilins”. Quando lemos este texto somos logo tomados de um sentimento de que não há muita coisa para se falar sobre o assunto e, menos ainda, sobre a descendência daqueles dois grupos, visto o relato ser muito pequeno, muito conciso, muito sintético. Ledo engano! Cinco gramas da sabedoria de Deus contem mais informações do que uma tonelada de conhecimento humano! Para construir esse estudo extraí, além das informações do texto em destaque, informações de seu contexto, isto é, daquilo que antecedeu e sucedeu ao que nele está escrito, e procurei ainda informações em outros livros da Bíblia. Outra coisa que fiz foi analisar o silêncio que as fontes primárias fazem sobre o tema, pois o silêncio é tremendamente revelador e tem muito a nos informar!

DESCOBRINDO QUEM ERAM OS “FILHOS DE DEUS”

Uma das coisas que logo fica evidenciada quando fazemos a leitura do contexto, é a vinculação que o autor do Gênesis faz do aumento da malignidade da espécie humana como decorrência do acasalamento dos “filhos de Deus” com as “filhas dos homens”, pois segundo este, foi apenas depois que “os filhos de Deus” entraram as “filhas dos homens” e delas geraram filhos” que, “viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” (Gênesis 6:5). Antes, a maldade humana apenas crescia; agora, se multiplicava. Isto quer dizer que os “filhos de Deus” e sua prole eram seres maus, violentos, insubordinados e, ainda, cheios de malícia, visto terem influenciado negativamente os humanos contra Deus.

Outra coisa que nos chama a atenção é a ausência de informações sobre a compleição física desses seres. Nada se diz a respeito de como eles seriam fisicamente. Algumas versões até trazem que as fêmeas humanas “partejaram gigantes” dos “filhos de Deus”, o que significaria dizer que, tanto os “filhos de Deus” quanto os seus descendentes seriam indivíduos de elevada estatura, mas, ainda que pudesse ser verdade, não podemos firmar ponto sobre isto. A única coisa que podemos afirmar com certeza, é que os indivíduos resultantes da miscigenação dessas duas raças teriam necessariamente de trazer elementos físicos, morais e espirituais tanto de uma quanto de outra raça.

Uma coisa mais que podemos destacar é a ausência de informações, em toda a Bíblia, sobre algum tipo de embate, de luta, de conflito acontecido entre um “nefilim” e um “filho de Deus”. Isto é deveras interessante, tendo em vista os “nefilins” aparecerem sempre combatendo os humanos, guerreando contra eles, mas em nenhum lugar os vemos pelejando contra “os filhos de Deus”. Por que será que isto não acontecia? Será que existia algum tipo de relacionamento, de vínculo, ou de acordo entre os indivíduos dessas duas raças que os impedisse de guerrear uns contra os outros? Por que os “nefilins” só guerreavam contra os humanos?

Outra coisa também a observar é que não se diz, em nenhuma parte da Bíblia, que os “filhos de Deus” entraram às fêmeas dos “nefilins. Tampouco se diz que eles o tentaram, mas se afirma enfaticamente que os “filhos de Deus” entraram às “filhas dos homens” e delas geraram filhos. Por que? Talvez porque os “nefilins” não tivessem fêmeas; talvez as tivessem, mas não fossem formosas, já que os “filhos de Deus” se acasalaram com as “filhas dos homens” justamente por serem elas formosas; talvez as tivessem mas não fossem compatíveis sexualmente com os “filhos de Deus” como as fêmeas humanas o eram. O que sabemos é que os “filhos de Deus” entraram às fêmeas humanas e estas partejaram filhos.

A última coisa que desejo destacar sobre os “filhos de Deus” e os seus descendentes, e que eu reputo como sendo essencial, é que todos eles, ou foram destruídos com os humanos por ocasião do Dilúvio, ou retornaram para os lugares onde estavam antes do advento de tal catástrofe, tendo em vista a Bíblia não fazer mais nenhuma menção sobre eles!

Viu só? Você pensava que não havia muito para se falar sobre os “filhos de Deus”, mas já extraímos um bocado de informações sobre eles e mais ainda há para se tratar!

MAIS UM POUCO DE INFORMAÇÕES BÍBLICAS SOBRE OS “FILHOS DE DEUS”

Antes de “fechar” a minha posição sobre o assunto, gostaria de chamar a atenção de meu prezado leitor para o fato de que o texto que ora estamos examinando faz parecer absolutamente natural e evidente que o interesse dos “filhos de Deus” pelas “filhas dos homens” não fora decorrente de nenhum evento inusitado, extraordinário, sobrenatural, que estivesse acontecendo na Terra, mas sim da multiplicação natural do gênero humano em obediência a ordem dada por Deus para este “crescer e multiplicar” (Gênesis 1:28). O texto de Gênesis 6: 1,2 afirma que como os homens se começaram a multiplicar sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas, viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram” (vs.1,2). Foi ao observar a humanidade crescendo, se espalhando, se expandindo, que esses tais “filhos de Deus” perceberam que as “filhas dos homens” existiam em grande número e que eram também muito formosas à vista! Eles então “tomaram para si mulheres de todas as que escolheram”, entraram a elas e elas lhes conceberam filhos. Foi a profusão e a formosura das filhas dos homens na Terra que chamou a atenção desses “filhos de Deus” para elas e não outra coisa qualquer! Disto então podemos deduzir várias coisas IMPORTANTÍSSIMAS, quais sejam:

  • no local onde esses “filhos de Deus” estavam – que poderia ser ou não o local onde eles habitavam – não havia mulheres, ou se as havia, não podiam ser encontradas em quantidade e beleza suficientes para satisfazer a todos eles, pois que os levou a se apossarem sofregamente das fêmeas humanas;

  • estes “filhos de Deus” possuíam uma sexualidade muito ativa, muito intensa, pois que estavam ansiosos, ávidos para se acasalarem com aquelas mulheres;

  • todos os “filhos de Deus” relatados neste episódio eram machos;

  • estes “filhos de Deus” não eram seres espirituais, metafísicos, como os anjos, mas eram seres feitos de carne, dotados de corpos físicos. Creio que apenas isto poderia explicar a estranha declaração do Senhor ao dizer: “Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque ele também é carne. Todos as raças componentes do Gênesis, incluindo o homem, eram de carne e osso e, portanto, sofreriam o mesmo castigo divino;

  • por estarem todos esses “filhos de Deus” juntos, compondo um enorme grupo masculino, sem a presença de fêmeas de sua espécie e, externando todos eles um mesmo comportamento grupal, coletivo, de massa, de fazerem sexo com aquelas belas mulheres, temos que estes “filhos de Deus” estavam participando de alguma missão conjunta, ou sofrendo uma mesma punição conjunta, longe de seu habitat, de seu mundo natural, que não seria, de maneira alguma, o planeta Terra;

  • a sofreguidão com que os “filhos de Deus” possuíram as “filhas dos homens” indica que tal missão poderia estar já levando muito tempo longe de casa!!!

A mistura dos dois grupamentos envolvidos foi algo tão marcante, tão decisivo para o futuro das gerações antediluvianas, que o escritor do livro do Gênesis citou o momento em que os “filhos de Deus“ entraram as “filhas dos homens” como o fator divisor de épocas! Ele disse: “Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens, e delas geraram filhos: estes eram os valentes que houve na Antiguidade, os varões de fama” (Gênesis 6:1-4). Sim, já havia indivíduos enormes, gigantescos e ferozes habitando a Terra, antes dos “filhos de Deus” se acasalarem com as “filhas dos homens”, conhecidos como “nefilins”, mas este não foi o evento mais espetacular e estranho que acontecera naqueles dias do Gênesis e sim o momento em que os “filhos de Deus” entraram as “filhas dos homens”, se acasalaram com elas, e delas geraram filhos! Este sim era o evento a ser destacado! Mas o que havia de tão extraordinário, de tão espetacular nesses “filhos de Deus” para que o momento de seu acasalamento com as “filhas dos homens” merecesse tanto destaque – destaque este maior mesmo do que o da presença dos estranhíssimos “nefilins” entre nós?

Isso só seria possível se estes “filhos de Deus” não fossem humanos! Não fossem nem descendentes de Adão, nem descendentes dos “nefilins”! Poderiam ser estes “filhos de Deus“ habitantes das estrelas, seres de outros mundos que vieram nos “visitar”? Sim, poderiam, tendo em vista as Escrituras mencionarem diversos textos onde seres de outros mundos vieram até nós para cumprirem diferentes missões ou cumprirem penas, como demonstraremos nas palestras seguintes. Ora, se os “filhos de Deus” não eram humanos e ainda assim conseguiram entrar as “filhas dos homens”, TEMOS AQUI O CERNE DO PROBLEMA, qual seja, o de que o seu acasalamento só fora possível por serem as fêmeas humanas sexualmente compatíveis com eles! Isto me parece ser exatamente o que o autor do texto do Gênesis quer ressaltar: o momento em que seres estranhos, vindos do espaço, chegaram à Terra, entraram às fêmeas de outra espécie e elas partejaram filhos – os rebentos de uma nova raça! Novamente o texto do Gênesis: “E aconteceu que, como os homens se começaram a multiplicar sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas, viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos. Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens, e delas geraram filhos: estes eram os valentes que houve na Antiguidade, os varões de fama” (Gênesis 6:1-4).

OS “FILHOS DE DEUS” EM UM LIVRO NÃO CANÔNICO

Há um interessante livro religioso, não canônico, não reconhecido pela Igreja Cristã e Judaica como um livro “inspirado” (literalmente, “soprado por Deus”), de conteúdo bastante difícil, e que relata com maior riqueza de detalhes os eventos acontecidos no Gênesis 6:1-4. Seu título é “O Livro de Enoque”[1] e foi encontrado no século XVIII por um escocês de nome James Bruce que ouvindo falar sobre a existência de tal livro na Etiópia, viajou até lá, onde conseguiu um exemplar. O livro teria sido redigido em torno do 2º século. Nele, o autor  relata as visões que tivera Enoque, o sétimo depois de Adão; a descida dos “filhos de Deus” ou “anjos” à Terra; o nome dos líderes deste grupamento; o comportamento errático de tais criaturas; seu acasalamento com as “filhas dos homens”; e a prole resultante desta “mistura de raças”.

Bom é que se diga que o Pastor Olívio não se utilizou de nenhuma das declarações do Livro de Enoque para chegar as conclusões a que chegou, pois sua análise foi feita exclusiva e exaustivamente com os textos bíblicos, aqui citados abundantemente, mas ficou bastante feliz por ter encontrado em outra fonte, afirmações bastante semelhantes as que fizera sobre o tema. Apesar de o Livro de Enoque não fazer parte dos Escritos Sagrados do Antigo Testamento, o Pastor Olívio tem muitíssimo apreço pelo mesmo, pois o Patriarca Enoque foi, de fato, um importantíssimo personagem bíblico do período antediluviano, conforme relatado no livro de Gênesis 5:18-24. Ele foi citado pelo evangelista Lucas, que reconheceu a historicidade de sua pessoa (Lucas 3:37). O livro do Eclesiástico 44:16 / 49:14 e a Epístola aos Hebreus 11:5 falam da trasladação de Enoque ao céu e a Epístola de Judas, irmão carnal do Senhor Jesus, cita uma profecia, a acontecer no final dos tempos, sobre o retorno de Jesus à Terra como tendo sido proferida por Enoque (Judas vs.14,15). A Epístola de Barnabé, datada do IV século A. D., cita o livro de Enoque (16:5 / 4:3) e alguns pais da Igreja, de renome, como Clemente de Alexandria, Irineu, Atenágoras, Tertuliano e Orígenes o citavam livremente. Assim é que cinco livros canônicos das Escrituras Hebraicas e Gregas o citam, ainda que um deles seja reconhecido apenas pela Igreja Católica (Eclesiástico), o que nos dá uma base de confiança muito boa na historicidade de suas narrativas. O livro de Enoque ainda hoje faz parte do cânon da Igreja Ortodoxa Etíope.

Conheça então aqui alguns dos detalhes extraídos diretamente do Livro de Enoque sobre quem seriam os “filhos de Deus” e os seus descendentes:

Sobre o motivo da descida dos “filhos de Deus” à Terra:

  • “(1) Quando os filhos dos homens se multiplicarem nesses dias, sucederá que suas filhas sejam elegantes e belas (2) E assim que os anjos, os filhos dos céus, as viram, tornaram-se enamorados delas e disseram uns aos outros: escolhamos mulheres da raça dos homens e tenhamos filhos com elas” (Capítulo VII, 1 e 2);

Sobre o local da descida dos “filhos de Deus”:

  • “(7) Eram em número de duzentos, que desceram em Aradis, lugar situado nas vizinhanças do monte Armon” (8) Esta montanha recebeu o nome de Armon, porque foi lá que juraram e se ligaram por mútuas execrações” (Capítulo VII, 7 e 8);

Sobre os chefes desses “filhos de Deus”

  • “Eis o nome de seus chefes: Samyaza, seu chefe; Urakabarameel, Akibeel, Tamiel, Ramuel, Danel, Azkeel, Sarakmyal, Asael, Armers, Batraal, Anane, Zavebe, Samsaveel, Ertael, Turel, Yomyael, Arazael. Estes foram os chefes dos duzentos anjos e os demais estavam com eles” (Capítulo VII, 9);

Sobre o relacionamento dos “filhos de Deus” com as “filhas dos homens”

  • (10) E escolheram cada um uma mulher, e se aproximaram e coabitaram com elas; ensinaram-lhes a feitiçaria, os encantamentos, e as propriedades das raízes e árvores (11) E essas mulheres conceberam e partejaram gigantes (12 a) cujo talhe atingia trezentos côvados” (Capítulo VII, 10, 11,12);

Sobre o comportamento destrutivo dos “filhos de Deus” e de sua prole

  • (12) “Devoravam tudo que o trabalho dos homens pudesse produzir e tornou-se impossível nutri-los (13) Voltaram-se então contra os homens, a fim de devorá-los (14) E começaram a se lançar sobre os pássaros, os animais, os répteis e os peixes, para fartarem-se de sua carne e desalterarem-se com seu sangue (15) E então a Terra reprovou os maus” (Capítulo VII, 12,13,14,15).

Acho muitíssimo interessante estas citações do Livro de Enoque por confirmarem elas que os “filhos de Deus”, ou “vigilantes”, ou “vigias”, ou “anjos”, não eram humanos, pois possuíam corpos e necessidades terrenas como nós, tais como fome, sexo, etc.. Esses mesmos indivíduos afirmaram ser as mulheres humanas “de outra raça”, diferentes da sua. Vieram do espaço, de cima, (não se diz se em naves espaciais ou não), e “desceram”, todos juntos, em um lugar real, chamado Aradis. Eram muito vorazes e belicosos, voltando-se contra os homens quando estes não os atendiam em seus apelos. Possuíam elevada estatura e eram muito inteligentes. Sua organização era bem estruturada. Todos tinham nomes distintos, o que os caracterizava como indivíduos. Seu número, apesar de significativo, não era extravagante, o que nos leva a crer que não se tratava dos anjos decaídos citados em Judas 6,7 que biblicamente somavam aos milhares. Os motivos de sua destruição parecem ter sido aqueles mesmos já assinalados no Gênesis: violência, desregramento total e envolvimento sexual com outra raça.

CONCLUSÃO

Estas são pois as informações coletadas sobre os discutidíssimos “filhos de Deus”. Podem não ser muitas, como dissemos no início, mas são extremamente significativas, visto confirmarem que tais criaturas não eram terrenas, não eram humanas, não faziam parte de nós. Os “filhos de Deus” eram, pois, “filhos das estrelas”, seres de outros mundos, habitantes de outros sistemas planetários, que ao verem as fêmeas humanas se encantaram com sua quantidade e beleza e que, ao descobrirem serem elas compatíveis com a anatomia de seus corpos, entraram a elas que lhes conceberam filhos! O Pastor Olívio ainda não pode precisar biblicamente que estrelas, mundos e sistemas seriam estes de onde vieram os “filhos de Deus” quão distantes de nós eles se encontram, mas está absolutamente feliz por ter descoberto todas estas coisas a partir dos textos bíblicos, pois apenas fundamentando-se neles, conseguiremos firmar a nossa fé.

Na próxima palestra trataremos dos terríveis “nefilins”, isto é, os gigantes do Gênesis e esperamos que o prezado leitor continue querendo ler os nossos escritos e crescer em conhecimento conosco.

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

[1]  O Livro de Enoque, Trad. Márcio Pugliesi e Norberto de Paula Lima, Ed. Hemus, 1982

 

ll.a As Várias Raças do Gênesis – Os “Homens”, as “FIlhas dos Homens” e os “Filhos de Deus”

 

Palestra II a

AS VÁRIAS RAÇAS DO GÊNESIS

(Os “Homens”, as “Filhas dos Homens” e os “Filhos de Deus”)

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em setembro de 2012

INTRODUÇÃO

As Escrituras Hebraicas começam o seu sexto capítulo de uma maneira um tanto quanto estranha, para não dizer “prá lá de esquisita”, com um relato de arrepiar os cabelos e deixar qualquer um de garganta seca! Observe: “(1) E aconteceu que, como os homens se começaram a multiplicar sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas, (2) viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. (3) Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos. (4) Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens, e delas geraram filhos: estes eram os valentes que houve na Antiguidade, os varões de fama” (Gênesis 6:1-4).

Cinco grupos distintos são aqui mencionados, quais sejam:

  • Os homens;

  • As filhas dos homens;

  • Os filhos de Deus;

  • Os gigantes ou “nefilins”;

  • A prole resultante do relacionamento entre os filhos de Deus e as filhas dos homens.

As dificuldades em interpretar quem seriam os integrantes destes grupos têm sido tão imensas, tão maiúsculas, que muitos comentaristas bíblicos têm afirmado ser este texto uma “perícope”, ou seja, um texto enxertado de maneira artificial no contexto, tendo em vista o assunto nele tratado não se enquadrar naquilo de que trata o texto que lhe antecede, a saber, o capítulo 5. Segundo Ebenézer Soares Ferreira em seu livro Dificuldades Bíblicas e Outros Estudos[1] ”alguns até têm suposto que o fragmento é uma explicação popular e folclórica da origem dos gigantes ou “nephilins”. Como espero demonstrar neste estudo, o texto não tem nada de “artificial ou de enxertado”, nem, ainda, de “popular ou folclórico”, trazendo sim valiosas informações sobre o começo da expansão e da “des-organização” de nossa humanidade.

UM DESOLADOR ÍNICIO

O livro do Gênesis – primeiro livro das Escrituras Hebraicas – trata, em seus dois capítulos iniciais, de uma série de assuntos complexos e controvertidos, como seja: a criação do universo; de nosso planeta Terra; dos vegetais e animais; e, do homem e da mulher, com suas diferentes funções: em seu terceiro capítulo ele trata da queda espiritual do homem e de sua expulsão do Jardim do Éden, o paraíso terrestre em que fora colocado: o quarto capítulo fala do primeiro homicídio humano e da descendência de Caim, filho mais velho de Adão e Eva: o quinto capítulo fala da multiplicação dos homens e de sua longevidade: e, o sexto capítulo, dos diversos grupos raciais que compunham a geração antediluviana, bem ainda do comportamento errático desses grupos. Por três vezes, no capítulo seis, se diz que a terra estava corrompida (vs. 11, 12) e, duas vezes, que ela estava cheia de violência (v.11). Os versículos 5-7 deste mesmo capítulo trazem: (5) “Viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. (6) Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração. (7) E disse o Senhor: Destruirei, de sobre a face da terra o homem que criei, desde o homem até o animal, até o réptil, e até as aves dos céus; porque me arrependo de os haver feito”. Assim, a inclusão dos diversos grupos raciais no capítulo seis do livro do Gênesis tem sua conexão direta com o gravíssimo estado de corrupção e de degenerescência em que todos esses grupos se encontravam, razão pela qual nenhum deles foi poupado do castigo divino.

OS DIVERSOS GRUPOS RACIAIS DO GÊNESIS

O GRUPO DOS “HOMENS”

Quando estudarmos os vários grupamentos raciais que compunham o Gênesis percebemos que o único grupo que nenhum comentarista bíblico parece discordar é o que aparece nominado sob o título de “os homens”, termo este que não sofreria nenhuma redução ou alteração de sentido se fosse traduzido por “humanidade”, visto ser este o seu significado. Ele não quer se referir somente aos machos da espécie humana, pois, caso esta fosse a intenção do autor e ele teria usado a palavra hebraica própria para designar apenas os varões, os machos da espécie humana (“Ish”) e não o termo genérico, global, que empregou (“adam”). “Os homens”, isto é, os seres humanos, se multiplicavam sobre a face da terra porque seus pares, machos e fêmeas, se relacionavam entre si, conforme o Senhor ordenara no princípio (Gênesis 1:28) e, em decorrência deste relacionamento, mais homens e mulheres apareciam sobre a terra. O grupamento dos “homens”, pois, abrangia toda a raça humana’, toda a humanidade, e não apenas uma parte dela.

AS “FILHAS DOS HOMENS”

Já o grupo das “filhas dos homens” possui três interpretações divergentes, como seja:

  • a primeira afirmando serem elas criaturas embrutecidas que haviam evoluído de animais inferiores. Andavam eretas e possuíam aparência humana, mas não eram racionais, nem muito sociáveis. Eram chamadas de “filhas dos homens” para diferenciarem das “filhas de Deus” que seriam as mulheres descendentes de Eva, que traziam impressas em seu espírito a imagem e a semelhança do Senhor, conforme dotadas por Ele mesmo no início. Os defensores desta posição afirmam que foi ao ver essas “mulheres” meio embrutecidas, meio animalizadas – o tão procurado elo evolutivo entre os humanos e os macacos – que os “filhos de Deus”, tidos aqui como os machos da espécie humana, os descendentes de Adão, ficaram extremamente excitados e coabitaram com elas! A teoria não explica o porquê de apenas as fêmeas daquela espécie terem evoluído, nem ainda o motivo de os filhos machos de Adão terem ficado tão excitados ao verem essas criaturas grotescas, embrutecidas, meio-humanas meio–símias, ao ponto de deixarem suas mulheres humanas, mais evoluídas e formosas, para se acasalarem com estas, visto ter sido a beleza, a formosura das “filhas dos homens” algo tão notável, tão destacado, que atraiu a atenção até dos chamados “filhos de Deus”;

  • a segunda posição afirma que as “filhas dos homens” eram as representantes femininas da raça humana, as fêmeas da família humana, as mulheres resultantes do relacionamento natural entre os filhos dos casais humanos. Isto não só parece ser o mais natural, como também está mais de acordo com o relato bíblico, visto Deus ter ordenado aos seres por Ele criados se multiplicarem e encherem a terra (Gênesis 1:28);

  • a terceira posição afirma serem as “filhas dos homens” as mulheres integrantes da linhagem ímpia e perversa de Caim, o primeiro filho de Adão e Eva, que, após ter assassinado o seu irmão Abel e sido expulso do clã adâmico, foi habitar em uma terra distante, onde teria fundado uma cidade a qual dera o nome de seu filho Enoque (Gênesis 4:1-17). Examinaremos essa posição a seguir, em conexão com o tema sobre quem seriam os “filhos de Deus”.

OS DISCUTIDÍSSIMOS “FILHOS DE DEUS”!

O grupo dos “filhos de Deus” é, segundo a visão do Pastor Olívio, o mais difícil entre todos os acima discriminados apesar de aparentar ser de uma obviedade à toda prova, impossível de deixar alguém confuso. Uma rápida leitura no texto e ficaremos mesmo com a impressão de que ele apenas narra o crescimento da humanidade mediante o casamento dos homens com as mulheres. Os problemas começam a surgir quando vemos a reação do Senhor diante de tais casamentos! Ele ficara tão indignado com aquelas uniões, tão “revoltado” com aquelas alianças, que resolvera enviar um Dilúvio para acabar com toda a raça humana! Por que o Senhor se indignara tanto? Por que o casamento entre aqueles indivíduos o deixara tão “irritado”, tão “nervoso”? As respostas só podem ser encontradas nas especificidades dos grupos envolvidos; um grupo conhecido como “filhos de Deus” se acasalara com mulheres de outro grupo, conhecido como “filhas dos homens” e o resultado desse acasalamento fora tão terrível, tão degradante, que logo a terra ficara impregnada de maldade e de violência e a sobrevivência da humanidade, seriamente comprometida (Gênesis 6:5-12).

Estudiosos afirmam ser os “filhos de Deus” os descendentes piedosos da linhagem de Sete, enquanto as “filhas dos homens”, as descendentes da linhagem maligna de Caim. Encontramos no Gênesis 4, o registro da descendência de Caim e no Gênesis 5, o da descendência de Sete. Ambos eram filhos de Adão, sendo Caim o primogênito e Sete, o terceiro filho. Caim havia matado o seu irmão Abel, sido amaldiçoado pelo Senhor em virtude desse homicídio, se apartado do clã familiar e fugido para longe da presença de Deus. No registro de sua descendência encontramos assassinos, materialistas e bígamos, o que indicava ser a sua prole uma prole ímpia, violenta, degradada. Já a linhagem de Sete aparece limpa, sem a menção de indivíduos praticantes desses ou de outros delitos, além de ser integrada por grandes homens de Deus como Enoque, único homem de sua época a ser trasladado para o céu pelo Senhor; Matusalém, o sinal vivo de Deus para as gerações antediluvianas, visto o seu nome significar “Quando ele morrer, isto será enviado”. No ano em que Matusalém morreu, o Dilúvio veio sobre a terra; Noé, o pregoeiro da justiça de Deus até a vinda das Grandes Águas; e o próprio Sete que restaurou o culto já esquecido ao Senhor Deus (Gênesis 4:25-26). Da linhagem piedosa de Sete também proveio o Salvador, conforme registrado por Lucas em seu bendito Evangelho (3:23,38). A ira de Deus sobre a humanidade se justificava, pois, plenamente, visto a pureza espiritual da raça ter sido perdida e o temor ao seu santo Nome abandonado. O resultado dessas uniões indesejáveis teria produzido uma raça de seres gigantescos, extremamente violentos e desregrados, conhecidos na Bíblia como “nefilins” que também foram destruídos pelo Dilúvio.

É certo que as Escrituras do Antigo e do Novo Testamento não concordam com os casamentos mistos, de pessoas de condições espirituais diferentes (Esdras 10 / Neemias 13 / Êxodo 34:15, 16 / Deuteronômio 7:1-4 / 2ª Coríntios 6:14-18 / 7:1-17,39). Talvez os maiores exemplos destas malfadadas uniões tenham sido os casamentos de Salomão e de Sansão que se embaraçaram com mulheres de outra fé e trouxeram grandes sofrimentos à sua vida pessoal e à vida da nação, mas daí a dizer que da união de indivíduos de uma mesma raça, de concepções espirituais diferentes, derivou-se uma classe de seres gigantescos, anatomicamente diferenciados dos demais humanos e de índole perversa, é algo realmente difícil de acreditar! Desde quando a espiritualidade de alguém influencia na anatomia de seus corpos e na de seus descendentes? Não nos ensinou o Mestre Jesus que nenhum ser humano pode, com todo o seu esforço, acrescentar um côvado sequer à sua estatura? (Mateus 6:27). Como podem pois, pretender tais estudiosos, que alguém creia nisto? Só porque eu me caso com alguém que possui um sistema de fé diferente do meu, ou que talvez nem sistema algum de crença tenha, devo ser castigado por Deus, e o meu cônjuge também, tendo filhos limitados ou anormais, anatomicamente diferentes das demais pessoas?

Até onde sabemos Caim não era um indivíduo gigantesco, nem tampouco se casara com uma mulher gigantesca que houvesse lhe dado uma descendência também gigantesca! Cheguei por instantes a pensar, quando examinava este assunto, que o sinal que o Senhor colocara em Caim para livrá-lo da morte por quem o encontrasse, após ter matado o seu irmão Abel, fosse um possível gigantismo. Isto o diferenciaria dos demais humanos, permitiria que ele fosse avistado à distância e traria temor a quem intentasse matá-lo. Também explicaria o surgimento da vertente maligna dos gigantes na Bíblia. O problema é que as Escrituras afirmam que o Senhor “pôs” um sinal em Caim (Gênesis 4:15) e não que “fizera” de Caim um sinal! O sinal fora colocado em seu corpo já grande, já adulto, já amadurecido e não como uma maldição instantânea que o tivesse feito aumentar de tamanho! Outro problema é que ninguém pode caracterizar uma linhagem humana inteira como “ímpia” e outra linhagem também inteira, como “justa”, pois no meio de tais linhagens, filhos bons e filhos maus surgirão! (Ezequiel 18). Desde quando alguém reconhecido como bom só poderá ter filhos também bons? E desde quando alguém mau só poderá ter filhos maus? Não é o próprio exemplo de Adão e Eva, os dois pilares puros da raça humana, uma contradição a este pensamento? Não geraram eles filhos bons e maus? Será que por ter sido Sete temente ao Senhor, todos os seus descendentes deveriam ser chamados de “filhos de Deus”? E será que por ter sido Caim desobediente ao Senhor todos os seus descendentes deveriam ser chamados de “filhos do Diabo”? Se a linhagem de Sete era uma linhagem “boa”, “piedosa”, “justa”, então por que o Senhor não a salvou inteiramente no Dilúvio, mas apenas a Noé e sua família?

Os “filhos de Deus” viram que as “filhas dos homens” eram formosas e se acasalaram com elas, mas será que entre eles, os “filhos de Deus”, não haviam “filhas de Deus” também formosas para eles se acasalarem com elas? Não deveriam estas “filhas de Deus”, caso fossem elas descendentes de Sete, despertar ainda mais a atenção desses “filhos de Deus” pela sua formosura, que certamente seria maior do que a das “filhas dos homens”, porquanto abençoadas por Deus e por sua vida de temor e de obediência a Ele? O texto registra que foi quando a humanidade começou a crescer e a se dispersar pela terra que os “filhos de Deus” atentaram para a formosura das “filhas dos homens” e se acasalaram com elas. Não eram essas companheiras dos “filhos de Deus” também “filhas dos homens” por pertencerem elas à mesma humanidade? Como poderiam então ser diferenciadas daquelas? Realmente é muito difícil para mim aceitar essa proposta dos estudiosos.

Um grupo grande de comentaristas afirma serem os “filhos de Deus“ anjos decaídos que não guardaram o seu estado original de pureza e entraram em conúbio com as “filhas dos homens”, gerando destas os varões de fama da antiguidade. Isto fazem eles baseados em vários argumentos como, por exemplo:

  • a expressão “filhos de Deus”, quando aparece no Antigo Testamento, sempre se refere a anjos e não a homens (Jó 1:6 / 2:1 / 38:7) / Salmo 89:5-7 / Daniel 3:25);

  • alguns manuscritos da Septuaginta, a tradução da Bíblia Hebraica para o grego, traduz o termo “anjos” por “filhos de Deus” nos locais em que este aparece, incluindo Gênesis 6:2,4 ;

  • os versículos 6 e 7 da Epístola de Judas, no Novo Testamento, ensinam que os anjos cometeram o pecado da miscigenação, misturando-se com seres de outra raça;

  • os gigantes que aparecem no Gênesis não seriam humanos e sim anjos encarnados;

  • a mistura dos anjos decaídos, ou “filhos de Deus”, com as “filhas dos homens” teria dado origem a uma raça de gigantes que habitava a terra de Canaã e outros sítios geográficos.

O que podemos dizer sobre isto?

Várias coisas, como seja:

  • conquanto os anjos sejam chamados de “filhos de Deus” em diversos livros das Escrituras Hebraicas, como os acima referidos, nunca o são no livro do Gênesis, onde poderiam ser assim chamados se o autor o desejasse, visto haver vários relatos de aparições de anjos neste livro (18:2,16 / 28:12 / 32:1,2);

  • a tradução do termo “anjos” por “filhos de Deus”, conforme aparece na Septuaginta, é uma violência ao texto hebraico original, segundo alguns estudiosos, visto tal coisa ter sido feita para acomodar os textos bíblicos à filosofia alexandrina, que tinha Platão como seu expoente principal;

  • caso os versículos 6 e 7 da Epístola de Judas ensinassem que os anjos se miscigenaram com as “filhas dos homens” teríamos que arrumar outra interpretação para a afirmativa do Senhor Jesus de que “os anjos não se casam nem se dão em casamento” (Mateus 22:30), por serem assexuados e não possuírem nenhum instinto sexual em si;

  • os gigantes que aparecem no Gênesis ou “nefilins” não podem ser confundidos com os anjos decaídos, porquanto já habitavam a terra antes de os “filhos de Deus” virem as “filhas dos homens” e entrarem a elas;

  • a designação de “varões de fama da antiguidade” não fora dada aos rebentos dos anjos decaídos com os seres humanos, dos quais nenhum nome sequer é citado na Bíblia e sim aos “nefilins”, cujo nome de vários deles são conhecidos, pelo seu espírito guerreiro e valoroso.

Alguns estudiosos tentam contornar essas dificuldades afirmando que os “filhos de Deus” eram os anjos decaídos que deixaram a sua habitação celestial sim, exatamente como se encontra registrado na Epístola de Judas 6 e 7, só que incorporados espiritualmente nos machos da espécie humana! Estando assim incorporados esses anjos teriam coabitado com as “filhas dos homens” resultando dessa miscigenação uma raça superior à humana, os tais “gigantes” de renome da Antiguidade! O problema da impossibilidade sexual angélica, tão taxativamente rechaçado por Jesus, continua obstruindo tal posição, visto a possessão de corpos de homens por anjos não poder criar, diminuir ou aumentar o apelo sexual destes para com as “filhas dos homens” por não terem tais espíritos sexualidade alguma em seu ser, em sua essência, para passarem a outro ser, não podendo também transmitir nenhuma semente de consistência física, capaz de produzir uma raça diferenciada de ambas! O código genético de cada criatura física, carnal, material, se encontra codificado em seus genes, dispostos em sua estrutura molecular, biológica e não em seu espírito! Nunca um espírito poderá gerar um ser carnal.

Outro grupo de intérpretes afirma serem os “filhos de Deus” os “filhos de magnatas e de príncipes”, visto o texto fazer referência aos “varões de fama”, “valentes da antiguidade”. Conquanto essa posição possa resolver o problema do conúbio dos anjos com os seres humanos, traz consigo a dificuldade de dizer que apenas filhos de magnatas e de príncipes, conseguiram obter fama, serem valentes e possuírem elevada estatura, qualidades estas que não dependem de posição social ou espiritual alguma, e sim da essência de cada um, haja visto Davi que era um garoto miúdo comparado ao gigante Golias, a quem enfrentou e venceu (1º Samuel 17).

Interpretes há que afirmam serem os “filhos de Deus” homens piedosos que se consagraram a Deus através do voto da castidade. Desnecessário é dizer que esta posição não possui nenhuma fundamentação bíblica, visto a ordem de Deus para o homem ser a de “crescer e multiplicar”, conforme relatado em Gênesis 1:28, e não ficar solteiro, isolado, recluso, sem coabitar com mulher alguma. Esse estado de rejeição ao matrimônio só veio a ser apreciado por determinado grupo de fiéis muitíssimo tempo depois da miscigenação das raças do Gênesis.

Outra corrente de intérpretes afirma serem os “filhos de Deus” os filhos que Adão e Eva teriam tido antes da queda, visto Deus ter dito para Eva, quando esta O desobedecera: “Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua conceição: com dor terás filhos” (Gênesis 3: 17). Segundo estes estudiosos, tal sentença divina só faria sentido se Adão e Eva já houvessem tido filhos, sem que Eva houvesse sentido muita dor. Estes “filhos de Deus”, concebidos quando o primeiro casal ainda habitava o Éden, teriam deixado voluntariamente a sua morada paradisíaca e santa e se acasalado com as já decaídas “filhas dos homens”, tendo com elas gerado os gigantes da Antiguidade ou “nefilins”. Confesso que é absolutamente difícil para mim acreditar que um grupamento de pessoas santas, puras, imaculadas, desejasse voluntariamente abandonar o seu estado elevadíssimo de pureza espiritual, após ter visto todo o mal que se abatera sobre seus pais e irmãos terrenos e sobre o planeta, só .para se acasalar com mulheres decaídas e gerarem delas filhos degenerados!

Há ainda aqueles que dizem ser os “filhos de Deus” todos os integrantes da raça adâmica, tendo em vista todos os humanos terem sido feitos a “imagem e semelhança de Deus”. Esta posição até que é interessante, mas peca pelo fato de, a ser isto verdade e teríamos de explicar as diversas passagens em que os anjos são também chamados de “filhos de Deus”, mesmo não gozando eles da paternidade divina (Jó 1:6 / 2:1 / 38:7). Teríamos também de explicar o porquê de os integrantes da raça humana, que já eram nominados como “os homens”, receberem mais esta denominação de “filhos de Deus”, já que ambas significariam a mesma coisa. Outra coisa seria explicar o porquê do destaque do Gênesis ao casamento dos homens com suas próprias mulheres, tendo em vista ser isto o cumprimento natural e efetivo da ordem dada por Deus desde o início.

CONCLUSÃO

Bem, paarece que não sobrou muita coisa para a gente finalizar este assunto, não é mesmo? Se os “filhos de Deus” não eram os descendentes da vertente piedosa de Sete, o terceiro filho de Adão; se não eram os anjos decaídos que deixaram o seu principado, se revestiram de corpos e foram após outra carne; se não eram homens possuídos pelos espíritos desses anjos decaídos que entraram às mulheres humanas; se não eram filhos de príncipes e de magnatas influentes da época; se não eram homens piedosos que guardavam a castidade; se não eram os descendentes naturais de Adão e Eva; se não eram os filhos do primeiro casal humano, anteriores a sua queda espiritual, quem seriam então os “filhos de Deus”?

A resposta a esta importante e intrigante pergunta se encontra na Palestra a seguir, sob este mesmo tema. Não deixe de lê-la e de discuti-la com seus amigos e irmãos.

 

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

[1] Ebenézer Soares Ferreira – Dificuldades Bíblicas e Outros Estudos – Casa Publicadora Batista – Volume I – 2ª Edição – Rio de Janeiro – RJ – 1970

I. Os Guardiões do Éden

 

Palestra I

OS GUARDIÕES DO ÉDEN

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em agosto de 2012

INTRODUÇÃO

Ao iniciar esta palestra sobre extraterrestres tenho a impressão de que todos crêem positivamente sobre o assunto, mas que todos também têm medo de falar sobre o mesmo. Alguns por achar que vão contrariar o seu grupo religioso se expuserem a sua crença e experiências; outros por medo de caírem no ridículo e serem desacreditados nas demais áreas de sua vida; outros ainda por medo de serem ameaçados, perseguidos e até mortos por assassinos encomendados. Apenas alguns poucos têm coragem de falar sobre o tema e contar as suas experiências. Se entre estes poucos houver pastores evangélicos, como eu, então direi que este grupo se reduzirá ainda mais. Não posso dizer que seja um pesquisador devotado ao assunto em seu aspecto histórico, secular, mas sou sim, um pesquisador das Escrituras Sagradas e, como tal, sinto-me no dever de examinar a existência ou não de tudo quanto possa impactar a vida de fé de minhas ovelhas, quer estejam elas próximas de mim, visivelmente, quer estejam elas distantes, longínquas, como “ovelhas virtuais”.

BUSCANDO UM SENTIDO PARA O UNIVERSO VAZIO

Quem já não se perguntou ao olhar para o céu, em uma noite enluarada, com as estrelas plenamente visíveis ou, ao ver filmes e documentários com cenas do Universo contendo uma infinidade de objetos celestes, se o planeta Terra seria o único lugar habitado em todo esse imenso Universo? Quem já não se questionou dizendo: “Será que todos esses planetas, estrelas e astros estão mesmo vazios, sem nenhum habitante, ou será que nós é quem não estamos conseguindo enxergar os seres que neles habitam que, ao contrário de nós, estão sim nos vendo e até já apareceram por aqui?” Se o inquiridor for uma pessoa que acredita em Deus provavelmente já terá se perguntado: “Qual o sentido de Deus em fazer o Universo com bilhões e bilhões de astros, sem ninguém para habitá-los?” Se este inquiridor for mais do que um crente comum, mas um daqueles cristãos que não têm medo de ousar no pensamento, deverá ter se perguntado, por diversas vezes: “Para que o Senhor vai recolher os céus no final dos tempos, como diz Hebreus 1:10-12, e fazer “novos céus e nova terra”, como afirma João em Apocalipse 21:1, se os céus que estamos vendo agora estão vazios, sem ninguém, e se os anjos, únicos seres que conhecemos fora da Terra e que poderiam habitá-los, são espíritos puros (Hebreus 1:14), que não necessitam de um lugar físico para pousar e repousar?” Não lhe parece esta ação de “criar e destruir um universo sem nada” um despropósito divino, prezado leitor? Um capricho da Divindade? Um erro de programação de um Ser absolutamente egocêntrico?

Lembro-me, quando ainda noviço no cristianismo, ficava extremamente perturbado ao ler alguns textos bíblicos que me davam a nítida impressão de que eles não se reportavam nem a coisas, nem a criaturas celestes, mas sim a coisas e seres de outros mundos, totalmente diferentes do nosso, de dimensões materiais e temporais diferentes das que conhecemos! Claro que esses seres a que me refiro não eram os anjos nem os arcanjos, como os descritos na Bíblia, nem ainda a pessoa do Senhor Jesus que, por ter vindo do céu, como Ele mesmo afirmara em João 3:13 / 6:62 / 8:23 e outros textos, também não deixava de ser um extraterrestre, mas sim aqueles seres que, habitando em outros locais do universo, possuíam um corpo material, físico, mais denso ou mais sutil do que o nosso, e que viajavam em naves espaciais extraordinárias a velocidades incríveis! O tempo foi passando e a estranha sensação que eu sentira acerca dos alienígenas não diminui com o seu passar, antes aumentou e me obrigou a pesquisar o que as Escrituras diziam sobre eles a fim de aquietar a minha mente e o espírito atordoado de algumas de minhas ovelhas.

É desejo meu examinar esses textos em várias palestras, na ordem em que eles aparecem na Bíblia e não na ordem em que foram por mim observados. Certamente que passarei por cima de alguns deles, tendo em vista não conhecer a todos, mas, tenho certeza que, ainda assim, surpreenderei o meu leitor com a grande quantidade de “textos alienígenas” encontrados nas Escrituras. Assim como não tenho demonstrado nenhum receio em analisá-los, gostaria que o prezado leitor também não demonstrasse nenhum receio em lê-los, ainda que possa se sentir um tanto quanto incomodado, inseguro e até mesmo apavorado!

TEXTOS “ALIENÍGENAS” NO ANTIGO TESTAMENTO

O primeiro texto sobre o tema que eu gostaria de examinar encontra-se logo no livro de Gênesis, nos versículos que tratam da expulsão de nossos primeiros pais do Jardim do Éden, após estes terem transgredido contra o Senhor e diz assim: “O Senhor Deus, pois, o lançou (ao homem) fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado. E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida” (Gênesis 3:23,24).

Se o leitor observou bem o texto, os querubins ficavam postados, fixos, sediados, em uma região única do Jardim do Éden, a saber, ao oriente, a leste, na posição do nascer do sol, enquanto a espada inflamada ficava girando o Jardim ininterruptamente. Por que um elemento ficava parado enquanto o outro girava ininterruptamente? Porque as suas funções eram diferentes, apesar de serem complementares! Enquanto a espada girante tinha por missão vigiar o Jardim contra possíveis invasores, os querubins tinham por missão combatê-los! Isto deixa claro que o Jardim podia ser invadido de qualquer posição, de qualquer parte, de qualquer localidade! Os possíveis invasores do Éden poderiam criar um caminho alternativo, distante daquele protegido pelos querubins, para adentrarem o Jardim e roubarem a Árvore da Vida! Daí a espada ter de ficar girando-o, circundando-o, percorrendo-o ininterruptamente! A espada e os querubins não trabalhavam isoladamente, mas em conjunto! Tão logo a espada chamejante detectasse a presença dos possíveis invasores, alertaria os querubins, postados ao oriente do Éden, que se apresentariam imediatamente no local chamado e combateriam o inimigo! Surge então a pergunta: “Como a espada girante alertaria os querubins?” Através de um sinal, de um dispositivo qualquer de aviso, compreendido por ambos, visto não serem os querubins criaturas onipresentes, mas sim finitas, limitadas no conhecimento e no espaço. Os querubins, pois, dependiam do sinal da espada rotatória para poderem agir!

OS ESTRANHÍSSIMOS QUERUBINS DO ÉDEN!

Segundo o grande hebraísta [1]Antônio Neves de Mesquita, em seu livro “Estudo no Livro de Gênesis”, a palavra “querubim” ocorre 74 vezes na Bíblia e é de etmologia desconhecida. Ninguém sabe ao certo o que ela significa. Alguns comentaristas se aventuram a dizer, baseado nas funções destes “entes”, que ela significa “cobrir”, “guardar”, mas não têm muita certeza disso. A palavra ocorre 44 vezes com referência aos símbolos sagrados que aparecem nas cortinas do Tabernáculo (Êxodo 26:1), na Arca do Concerto (Êxodo 25:18-20 / 37:7-9) e no véu do Santíssimo (Êxodo 26:31), mas, apenas no livro de Ezequiel, ela aparece 19 vezes com uma conotação bastante estranha, bastante diferenciada da sugerida pela Teologia moderna de “seres angelicais”! Veja aqui algumas dessas estranhas diferenças:

  • Enquanto nos símbolos do Tabernáculo os querubins aparecem como anjos, cada um com duas asas, no livro de Ezequiel eles aparecem com quatro (10:1-22) e no livro do Apocalipse, com seis asas cada! (Apocalipse 4:6-9).
  • Enquanto nos símbolos do Tabernáculo os querubins possuem um rosto único de anjo, no livro de Ezequiel e no de Apocalipse, eles aparecem com quatro faces cada um e com quatro rostos distintos!
  • Enquanto em Ezequiel 1: 10 e em Apocalipse 4:7 se diz que os seus rostos eram de homem, leão, boi e águia, em Ezequiel 10:14 se diz que os seus rostos eram de homem, leão, águia e querubim! O rosto de boi fora substituído pelo rosto de querubim! Teriam os querubins a aparência de touros? Será que as enormes figuras de touros alados com cabeça de homem, colocados pelos babilônicos e assírios à frente de seus palácios e templos, que eram os lugares em que residia a majestade material e espiritual, respectivamente, eram uma alusão aos poderosos querubins, visto que, segundo a crença destes povos, estes touros alados desempenhavam a mesma função dos querubins da Bíblia?
  • No livro dos Salmos e em outros das Escrituras Hebraicas, encontramos os querubins sustentando o trono de Deus no céu (80:1 / 99:1 / Números 7;89 / 1ª Samuel 4:4 / 2ª Samuel 6:2 / 2º Reis 19;15 / Isaías 37;16, etc.) enquanto no livro de Ezequiel, por duas vezes, eles aparecem transportando um ser “a semelhança dum homem” (1:26) que ficava encapsulado dentro de um módulo voador, em uma espécie de trono, sobre os querubins, que saía e voltava quando queria, conforme registrado pelo profeta! (9:3 / 10:4,18-22).

Que me perdoem os meus queridos irmãos pela “profanação” deste mistério bíblico, pela “quebra de sacralidade” da qual certamente serei acusado, mas “não estou viajando” ao dizer todas essas coisas, visto ser a Bíblia, o nosso livro de fé e prática, que as diz! O estranho comportamento da espada girante e dos querubins do Éden faz com que ambos mais pareçam ser elementos físicos, materiais, do que elementos espirituais – senão isto – pelo menos com a possibilidade de adquirirem materialidade nos mundos em que adentram! Sei que alguns comentaristas defendem que os querubins sequer sejam reais, mas apenas símbolos representativos de realidades espirituais, mas as Escrituras ensinam que os querubins são seres viventes sim, distintos entre si, e detentores de personalidade! A espada girante e os querubins edênicos não foram colocados no Jardim do Éden para não serem vistos, ficarem ocultos, invisíveis, fulminando as criaturas que se aproximassem do Paraíso, mas para serem avistados à distância e com isto desanimarem, desde logo, os pretendentes ao rapto da Árvore da Vida! Símbolos não protegem ninguém! Símbolos não impedem invasões!

Outros comentaristas, seguindo a interpretação tradicional da Igreja cristã, afirmam que tanto a espada girante quanto os querubins eram elementos reais, verdadeiros, mas de composição apenas espiritual, ou seja, eram constituídos somente de “substância espiritual”. Mas, qual a razão de Deus colocar “espíritos”, que não podiam ser avistados por criaturas carnais decaídas, para guardarem o fruto de uma árvore capaz de dar a imortalidade física a quem dele comesse, se espíritos não são seres físicos e são imortais? Caso os defensores do Éden fossem elementos invisíveis, os possíveis invasores do Éden avançariam relaxadamente em direção ao Jardim até serem avistadas pela espada cintilante e fulminados pelos querubins, já que tais invasores não veriam essas realidades espirituais no local, nem detectariam as suas presenças! Não me parece que o propósito daquele que expulsou do Éden os nossos primeiros pais, justamente para protegê-los de acessarem o fruto da Árvore da Vida, usasse agora de um estratagema medíocre para apanhá-los em distração e matá-los! Só um ser maligno poderia maquinar algo assim!

Halley informa em seu [2]Manual Bíblico que antigas inscrições babilônicas afirmam que “perto de Eridu havia um jardim em que existia uma árvore sagrada, misteriosa, árvore da vida, plantada pelos deuses, cujas raízes eram profundas, enquanto seus ramos tocavam o céu; era protegido por espíritos guardiões; ninguém penetra nele”. Esta inscrição é importantíssima por comprovar a existência do Éden e da Árvore da Vida na região de Eridu, antiga Babilônia, e ainda por falar da espiritualidade dos espíritos guardiões ali presentes, mas, claro está que isto não é tudo, tendo em vista a narrativa bíblica sobre os querubins do Éden ser a primeira de um conjunto de outras tantas que nos ajudam a desenhar e a entender a compleição, a configuração, a constituição do que seria um querubim. A espada girante, sendo inflamada, chamejante, de fogo – linguagem figurada que significa que era reluzente, brilhante, cintilante como o metal dourado, o ouro – podia ser avistada à distância por olhos físicos, o mesmo acontecendo com os poderosos querubins, a quem as Escrituras se referem como “seres espirituais” da mais elevada categoria, mas que também podiam transportar gente, pousar no solo, andar sobre rodas, fazer manobras de direção e levantar vôo quando ordenados! (Ezequiel 1:1-28 / 9:3 /10:1-22). Como isso seria possível se a espada e os querubins fossem constituídos apenas de “substância espiritual?” Desde quando um espírito carrega outro nas costas?

Alguma vez, o meu prezado leitor já se perguntou por que Deus colocou querubins para proteger o caminho que levava à Árvore da Vida e não serafins, arcanjos, ou outro tipo de criatura celestial? Se não, eu lhe responderei: porque apenas querubins podem enfrentar outros querubins! Os querubins não são estafetas de Deus, não são mensageiros divinos, como os demais anjos, mas são, sim, seres protetores, defensores, guardiões do sagrado. Eles são os seres mais qualificados do universo para a função de proteção! Sua função de defensor no texto que estamos examinando fica evidenciada por 3 motivos, quais sejam:

  • a) existia outro querubim à solta, que outrora havia decaído de seu estado original de perfeição e que conhecia muito bem o Jardim do Éden por ter conversado bastante com os primeiros humanos que ali foram colocados e que poderia incentivá-los a invadirem o local e roubarem do fruto da Árvore da Vida. Lúcifer, o nome desse outro querubim, que a Igreja passou a conhecer pelo nome de Diabo (Ezequiel 28:11-16), já obtivera sucesso no convencimento dos humanos no apossamento do fruto da primeira árvore proibida, a saber, a Árvore do Bem e do Mal e, se conseguira convencê-los quando ainda vivam em estado de graça, em plena comunhão com o Senhor, poderia conseguí-lo novamente vivendo eles agora como seres decaídos (Gênesis 3:1-6);
  • b) Caim, o primeiro filho do casal adâmico, ao sair do clã de seu pai, fora habitar a terra de Node, que ficava justamente ao oriente do Éden (Gênesis 4:16). Esta sua decisão de habitar a terra de Node poderia ter acontecido também por dois outros motivos, quais sejam: ou ele intentava invadir o Jardim e subtrair a Árvore da Vida, conseguindo assim a eternidade física, ou apenas viver no lugar mais protegido e seguro da face da terra, visto ser protegido pelos poderosos querubins! De uma maneira ou de outra, ele estaria se assegurando de que ninguém o mataria, como ele mesmo dissera a Deus que aconteceria se alguém o encontrasse, por ter ele assassinado a seu irmão Abel (Gênesis 4:14-16).
  • c) haviam outras raças, que não a humana, convivendo com o homem na terra, e que também poderiam ficar tentadas a invadir o lugar sagrado e roubar a Árvore da Vida, visto serem seus integrantes constituídos também de carne, exatamente como o homem, sendo, portanto, mortais (Gênesis 6:1-4). Falaremos dessas raças nas três próximas palestras, está bem? Você não pode deixar de lê-las!

Ao analisarmos, pois, friamente, a forma e o comportamento da espada girante, vemos que ela se assemelha muito mais a um satélite espião do que qualquer outra coisa que já possamos ter analisado, enquanto os querubins se assemelham muito mais a poderosas naves de combate do que a anjos desconhecidos! Sei que o meu leitor agora está com desejo de me excomungar de vez por não acreditar que um pastor cristão, com mais de 25 anos de ministério, possa falar com tanta crueza, tanta frivolidade, em satélites espiões, naves espaciais e raças desconhecidas convivendo com a humana, dizendo fazer isso baseado nas informações das Escrituras Sagradas! “Eu precisava estar vivo para ver isso”, diz você! LAMENTO INFORMAR, MAIS ISTO AINDA VAI FICAR PIOR!

Sei que a tendência no meio cristão é olhar para as coisas integrantes desta narrativa do Gênesis apenas como se fossem representações de coisas espirituais, cheias de significado religioso, tais como; o jardim do Éden representando o céu perdido; a Árvore da Vida, o Cristo eterno; a espada de fogo e os querubins, a Palavra de Deus e os anjos do Senhor que nos livram de cair, e por aí vai. Não estamos errados em pensar assim! Temos respaldo bíblico para crer dessa maneira! Mas, após estudar o comportamento dos querubins e da espada chamejante por algum tempo, eu estou plenamente convencido de que só dizer que eles eram símbolos espirituais, ou elementos de consistência puramente espiritual não é suficiente! Ou todos os textos bíblicos que possuímos sobre os querubins se referem a vários tipos de criaturas, diferentes uns dos outros, e daí termos de interpretá-los também diferentemente, separadamente, em seus respectivos blocos, ou todos os textos bíblicos que possuímos se referem a uma única criatura, e aí, temos de interpretá-los todos conjuntamente, em único bloco, de forma a harmonizá-los. Ao fazermos isto, porém, a conclusão nos leva a algo tão impressionante, tão imprevisível, tão exótico, que jamais pensaríamos ser possível existir no universo de Deus!

Como vimos anteriormente, as Escrituras nos dão o desenho dos querubins não apenas como anjos – seres espirituais dotados de grande poder e força, como Lúcifer e os querubins gravados nos símbolos do Tabernáculo – mas também como seres descomunais, espetaculares, capazes de adentrar mundos materiais e espirituais, alterando sua forma, tamanho e estrutura (de espiritual para material e vive-versa) para poderem suportar as leis físicas e espirituais dos mundos em que adentram. Que tipo de criatura é esta que, ora aparece como um anjo comum, ora como uma máquina aterradora? Que congrega em si todas as características de um ser espiritual e também as características de uma nave espacial? Que é responsável em proteger o sagrado, mas também é responsável em “sustentar e transportar” o trono do Senhor em seus deslocamentos pelo Universo quando este tem de adentrar os vários mundos que governa, em forma corporal, limitada, micronizada, por ter o Senhor de assumir a forma dos habitantes do mundo que visita? Não foi exatamente isto o que aconteceu quando o Cristo veio nos salvar? (Filipenses 2:5-7). Ou será que o estudante das Escrituras acha que o Universo não tem problema algum e que o Senhor o administra sentado de seu trono, sem sair do lugar? Acredita realmente nisso, mesmo depois da rebelião de Lúcifer, quando a Bíblia ensina que a própria harmonia do Cosmo ficou desestabilizada e que cabe a Cristo restaurá-la? (Efésios 1:10 / Colossenses 1:20). Acaso o amado já leu Miquéias 5:2 que afirma que da cidade de Belém nasceria o Senhor “cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade?” Que “saídas” são estas e que “dias da eternidade” são estes a que o profeta se referiu? Certamente que essas “saídas” falam da forma do Senhor administrar o seu universo, como seja: indo pessoalmente ao local onde o problema se encontra e os “dias da eternidade”, as eras longínquas em que o Cristo já assim operava!

Ezequiel viu, por duas vezes, os estranhos seres que a Bíblia chama de querubins e ficou absolutamente estupefato com eles! (1:1-28 / 9:3 /10:1-22). Davi também os viu e, entre assustado e maravilhado, cantou-os em seus Salmos! (2º Samuel 22: 5-17 / Salmo 18:6-16). Muitos comentaristas afirmam ser o conteúdo destes cânticos davídicos apenas uma forma poética do rei-cantor falar sobre a extraordinária resposta que Deus dera à sua oração, mas ainda que esta resposta fosse cantada em forma poética não significaria dizer que os elementos constituintes de tal canção não fossem verdadeiros, ou seja, Davi teria necessariamente de saber o que era um querubim e a sua função para poder cantá-los em suas prosas e versos! O mais interessante porém, é que, ao falar dos querubins, Davi não os descreveu com a forma angelical com que eram desenhados nos elementos do Tabernáculo (cortinas, propiciatório e véu do Santíssimo), ou seja, como anjos, com apenas um rosto e um par de asas, mas exatamente como Ezequiel os descreveria quase quinhentos anos mais tarde em seu livro! Isto ainda parece poesia para você, prezado leitor? Davi disse em 2º Samuel 22:11 que, quando o Senhor acabara de intervir em seu favor, que o Senhor “subiu em um querubim e voou”, e que “foi visto sobre as asas do vento”. Tanto o Senhor quanto o querubim que o transportava foram vistos por várias pessoas! De posse de todos esses dados, não consigo fugir da conclusão de que os querubins são extraordinárias “consciências-naves”! Não naves espaciais inteligentes, autônomas, como as que ouvimos falar, que são sempre materiais e não possuem vontade própria, mas “consciências-naves”, visto, em diversas passagens bíblicas, eles se apresentarem com consciência, personalidade, adorando insistentemente ao Senhor, de dia e de noite! (Apocalipse 4:6-8). Reconheço que este termo, além de não ser bíblico, pode não ser o mais adequado para descrever um ser com a complexidade de um querubim, mas foi o que me pareceu melhor para descrevê-los. Falarei das naves espaciais e de seus tripulantes conforme aparecem na Bíblia em outra oportunidade e você verá as diferenças entre elas e um querubim.

VOANDO COMO UM QUERUBIM NA FÉ

Meu leitor pode estar boquiaberto com tudo o que leu até agora e com o desejo enorme de abortar mais uma vez esta leitura por não acreditar que um Pastor evangélico, com tantos anos de ministério, possa ter uma opinião desse tipo acerca das coisas mais santas de Deus, mas não se trata aqui de você acreditar se alguém pode ou não crer nisto ou naquilo e sim se é possível a você crer! Se é possível ou não VOCÊ enxergar ainda mais longe a grandeza do nosso Deus! Será que o prezado leitor observou, nesse momento de pavor e de possível ira contra o Pastor Olívio, que o texto afirma que foi o Senhor Deus quem colocou a espada chamejante e os querubins para protegerem o caminho que levava a Arvore da Vida? Que isto tão somente significa dizer que o Senhor Deus tem o controle de tudo e de todos em todos os mundos materiais e espirituais que existam? Que pavor, pois, é este, de ouvir falar em seres extraterrestres, quando governos do mundo inteiro estão liberando seus arquivos mais secretos para a população comum sobre criaturas alienígenas, vidas extra e interplanetárias e OVNIS? Como ficaria a fé do irmão no dia em que se noticiasse, ao vivo, a captura de um ser de outro mundo ou de uma de suas potentes naves? A fé do meu irmão se agigantaria ou ficaria sem base de crença alguma, sem nada em que se apoiar?

Querido(a), sua fé hoje pode dar um salto gigantesco, sobrenatural, se tão somente o(a) amado(a) acreditar que o Deus a quem servimos não é apenas Deus sobre os céus onde vivem os anjos, a terra, onde vivem os homens, e o inferno, onde estão os demônios, mas também é Senhor sobre todos os mundos imagináveis e inimagináveis existentes neste Universo, onde podem estar habitando as mais estranhas e incríveis criaturas, visíveis e invisíveis, com corpos mais densos ou mais sutis do que o nosso, destinadas a funções que sequer imaginamos serem possíveis! Não ficaria esta sua crença mais de acordo com a imensidão do Deus da Bíblia e mais harmônica também com as aparentes contradições das Escrituras? Acaso o amado se esqueceu que o Cristo, a quem amamos tanto e respeitamos, é o Criador de todo o Universo? O apóstolo João disse que “tudo foi feito por Ele (Cristo) e para Ele (Cristo) e que sem Ele (Cristo), nada do que foi feito se fez” (João 1:3). O apóstolo Paulo escreveu aos crentes de Colossos dizendo que “Nele (em Cristo) foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades: tudo foi criado por Ele (Cristo) e para Ele (Cristo) e Ele (Cristo) é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por Ele (Cristo)” – Colossenses 1:16,17. Cristo foi o Criador de tudo! Quanto mais complexa e intrincada for uma criatura, um ser extra-físico ou intra-físico, um querubim, um homem, ou o que quer que seja, maior será a grandeza de nosso Cristo que teve a sabedoria, a inteligência, o conhecimento para criar um ser assim!

O DESTINO DA ESPADA CHAMEJANTE E DOS QUERUBINS DO ÉDEN

Uma pergunta, porém, ainda fica no ar: Qual o destino final da espada chamejante e dos estranhos querubins do Éden? Para onde foram eles? Até quando eles permaneceram no Éden, em sua missão protetora?

A Bíblia não informa, de maneira direta, absolutamente nada sobre o destino desses dois elementos e, sempre que a Bíblia faz isto, ou seja, sempre que ela silencia sobre algo, ou é porque o assunto não interessa aos humanos, mas faz parte das coisas ocultas de Deus (Deuteronômio 29:29), ou porque a coisa que procuramos já se encontra revelada nas Escrituras Sagradas, de forma indireta, e devemos envidar todos os nossos esforços para encontrá-la. No caso em questão, creio que a resposta se encontra na segunda alternativa. A espada chamejante é citada unicamente nesta passagem bíblica, enquanto os querubins, em dezenas de citações por vários livros da Bíblia. Tendo em vista que a missão da espada chamejante e dos querubins estava relacionada à proteção do caminho que levava à Árvore da Vida – não à Arvore da Vida em si, mas do caminho que levava à ela -, essa missão teria que perdurar enquanto tal caminho existisse ou aquilo que pudesse ser encontrado ao final dele também, a saber, a Árvore da Vida.

Não temos nenhuma informação sobre uma possível retirada da Árvore da Vida, do Jardim do Éden, feita diretamente por Deus, mas temos informações que o distrito do Éden, ao ser invadido pelas águas do Dilúvio, ficou totalmente desfigurado, tendo dois de seus quatro rios, a saber, o Giom e o Pisom, sido eliminados de seu território (Gênesis 2:10-14). A partir desta catástrofe, não mais se ouvirá falar destes dois rios, que desapareceram do mapa. Outra coisa a considerar é que, a única família de humanos que o Senhor salvara das águas do Dilúvio, a saber, a família de Noé, fora salva justamente por ter demonstrado temor ao seu Nome. Não faria sentido algum esta família se revoltar, depois do Dilúvio, contra o Senhor, retornar da Armênia, onde estavam – cerca de 800 quilômetros do ponto de onde saíra – para tentar raptar a Árvore da Vida em um território que não podia mais ser reconhecido! (Gênesis 8:4). Temos assim que o Dilúvio foi o tempo limite para a permanência da espada e dos querubins no Éden. Quanto a Arvore da Vida, esta só vai ser citada novamente no último livro da Bíblia, o Apocalipse, e ali, mais uma vez, ela vai estar relacionada à saúde dos corpos dos santos e a permanência continuada e desejada da vida eterna física (2:7 / 22:2).

Chama a atenção o fato de o Dilúvio, segundo os historiadores bíblicos, só ter acontecido cerca de 1600 anos depois da expulsão do homem do Jardim do Éden. Até acontecer tal catástrofe, aquele local sagrado atuou como um símbolo revelador dos propósitos mais elevados de Deus para com a raça humana e a perda da comunhão que o homem tivera com o seu Criador pela introdução do pecado. Conseguiriam os guardiões do Éden ficar tanto tempo desempenhando aquela missão? Claro que sim, tendo em vista que fora Deus mesmo quem ordenara a missão. Os querubins, caso fosse necessário, poderiam se revezar constantemente e a espada girante, reabastecida de tempos em tempos com algum tipo de combustível até o momento desconhecido para nós, caso esta fosse um objeto de consistência inteiramente material, conforme já temos discutido ao longo desta nossa palestra. O certo é que depois do Dilúvio não se houve mais falar do Paraíso do Éden, estando a missão da espada chamejante e dos querubins definitivamente terminada.

CONCLUSÃO

Chegando ao final desta nossa fantástica e eletrizante palestra o leitor pode dizer não ter entendido o porquê de o Pastor Olívio ter enquadrado esta palestra dentro do tema “Extraterrestres”, já que ela não fala especificamente sobre alienígenas ou naves espaciais e sim sobre seres que podem se comportar como se fossem verdadeiras naves, mas que naves não são e de um instrumento que bem poderia ser um satélite-espião, mas que não dispomos de muita informação para assim enquadrá-lo. Verdade é que, em se tratando todos os textos bíblicos que falam sobre os querubins de uma única entidade, estes não poderiam ser considerados mesmo alienígenas, no sentido que damos à esta palavra, mas sim “consciências-naves”, como já os denominamos acima. Caso, porém, os textos encontrados se refiram a vários tipos de entidades, diferentes entre si, como anjos, símbolos espirituais, naves espaciais, etc., todos recebendo a mesma designação de querubim, então os guardiões alados do Éden, o querubim visto por Davi e Ezequiel, se enquadrariam perfeitamente na definição moderna que damos aos objetos voadores não identificados – OVNIs e este texto deveria estar sim enquadrado dentro do tema dos “Extraterrestres”. Outra razão para eu ter escolhido o texto dos guardiões do Éden para começar a falar sobre seres alienígenas na Bíblia é que ele introduz o leitor no assunto como nenhum outro texto o faz. Eu tinha a intenção de analisar outros relatos sobre o tema aqui referido dentro desta mesma palestra, mas sei que o leitor pode estar vivenciando momentos terríveis de intensa perturbação intelectual e espiritual. Então eu vou encerrar esta palestra aqui mesmo e jogar para a próxima o exame de mais um texto bíblico do Antigo Testamento sobre o assunto, está bem?

Deus abençoe a todos.

 

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

 


[1] Mesquita, Antônio Neves – Estudo no Livro de Gênesis – Casa Publicadora Batista – 3ª Edição – Rio de Janeiro, RJ – 1970.
[2] Halley, Henry H. – Manual Bíblico – Um Comentário Abreviado da Bíblia – Trad. David A. de Mendonça – São Paulo –SP – Sociedade Religiosa Edições Vida Nova – 1970.