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lll. As Sete Dispensações da Salvação

 

Palestra III

AS SETE DISPENSAÇÕES DA SALVAÇÃO

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio, em Realengo, no Rio de Janeiro, em junho de 2012

INTRODUÇÃO

As Escrituras ensinam que, muito antes que Deus criasse o mundo, colocasse as estrelas no céu ou preparasse a terra para receber o homem que criara, Ele já havia tomado as medidas necessárias para a salvação da humanidade. Ela diz em Apocalipse 13:8 que “o Cordeiro de Deus“ – aquele mesmo que João Batista vira passar por ele e dissera “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29), referindo-se com isto ao Cristo – já havia sido morto “antes da fundação do mundo”. Como isto era possível? Como poderia o Cordeiro de Deus já estar morto “antes da fundação do mundo” se Jesus ainda não se manifestara em carne e o homem não havia ainda pecado? É que Deus já sabia, através de sua onividência, de sua onisciência, de sua antevisão, que o homem pecaria contra Ele; que escolheria transgredir contra suas Leis ao invés de obedecê-las; que preferiria andar sozinho no mundo, sem ninguém para ficar dizendo-lhe o que fazer ou o que não fazer. Então, Ele providenciou a salvação da raça humana, muitíssimo tempo antes de sua queda espiritual vir a acontecer! Aprendemos assim que a queda do homem não pegara a Deus de surpresa, nem tampouco o sacrifício substitutivo de Cristo fora uma medida reparadora, acidental, não programada, pois quem possui o conhecimento antecipado de tudo pode providenciar a solução perfeita para todos os problemas com os quais vier a se defrontar e assim evitar o fracasso.

Mesmo sabendo que o homem poderia cair – e caiu – ainda assim Deus o criou, pois a excelência da sabedoria não está em criar um ser que não possa pecar e sim em criar um ser que possa ou não pecar, dependendo de sua vontade, de sua própria deliberação! Essa liberdade de escolha, dada à criatura, traz consigo um altíssimo preço e, tanto Deus (o Doador), quanto o homem (o receptor), tiveram de pagar caro por ela! O primeiro, tendo que ver a sua criatura rebelando-se contra Ele e levando-O a dar o seu único e amado Filho em sacrifício substitutivo a fim de tê-la de volta e, o segundo, tendo de acreditar em uma história “prá lá de inacreditável” sob o risco de ser lançado futuramente em um lugar podre, sujo, cheio de criaturas más, consideradas “o lixo do universo”, o restolho do cosmo, conhecido pelo nome de “inferno”. Se o leitor puder ler o capítulo 3 do Livro de Gênesis observará que, tão logo o homem cometeu o seu primeiro pecado, o Senhor o expulsou rapidamente do Jardim do Éden e pôs guardiões para impedir que ele tornasse àquele local sagrado. Antes de expulsá-lo, porém, o Senhor lhe prometera que do ventre de uma mulher nasceria Aquele que seria o Salvador dos homens (Gênesis 3:15). Milhares e milhares de anos se passariam até que o Salvador pudesse estar entre nós.

DESCOBRINDO AS “DISPENSAÇÕES” BÍBLICAS

Enquanto o tempo passava e o Cristo não se manifestava, o Senhor observava as diversas tentativas adotadas pelo homem para a obtenção de sua própria salvação. Todas elas, inapelavelmente, redundaram em tremendos fracassos, pois salvação não é algo que dependa apenas do esforço do que deseja ser salvo, mas também da misericórdia daquele que pode salvar. A Bíblia diz em Provérbios 14:12 e 16:25 que “há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte” (Provérbios 14:12 / 16:25). Cada tentativa de salvação fracassada trazia consigo uma lição espiritual e uma revelação diferenciada do Senhor ao homem na qual Ele objetivava conceder-lhe mais luz, mais entendimento, mais compreensão das coisas espirituais. Essas “coisas espirituais” não possuíam nenhum poder de salvação em si mesmas, mas serviam para apontar o Salvador que um dia viria operar a salvação da humanidade.

Estudiosos observaram que a história da salvação humana estava relacionada com os seis dias da criação e, mais o sétimo dia do descanso do Senhor, conforme registrados em Gênesis 1 e 2:1-3. Esses dias da criação apontavam para uma história de salvação a se desdobrar em sete longos períodos que não eram “eras cronológicas”, ainda que pudessem ser mais ou menos delimitadas no tempo, mas sim, períodos diferenciados de tentativas de aproximação de Deus para com o homem e das respostas deste à revelação que possuía da Divindade. O trabalho ficava em detectar que períodos ou “blocos dispensacionais” seriam estes e quais as características de cada um deles. Sabendo-se que o homem fora criado no sexto dia e que no sétimo, o Senhor descansara de toda a sua obra, a redenção do homem por Cristo só poderia ocorrer então no sexto período. Com isto já se ficava conhecendo a que períodos dispensacionais o primeiro, o sexto e o sétimo dia da criação estavam vinculados. Faltava agora estabelecer a vinculação dos demais “blocos” com os dias criacionais. Ao término de tal estudo, sete blocos havia que se complementavam e deixavam antever uma história de salvação a se desdobrar no tempo, tanto no passado, no presente e até mesmo no futuro! Um interessante quadro contendo os sete blocos dispensacionais com sua vinculação aos sete dias da criação foi então elaborado, cada um contendo uma palavra-chave caracterizando as ações do homem no período e as tentativas de aproximação de Deus com sua criatura. Apresentaremos um modelo resumido deste no final da Palestra.

AS SETE DISPENSAÇÕES BÍBLICAS

Como já dissemos acima, as “dispensações” bíblicas são em número de sete e estão assim discriminadas:

DISPENSAÇÕES DO PASSADO

  • 1. Dispensação Edênica ou da Inocência – Assim denominada por abranger o período de inocência vivido por nossos primeiros pais no Éden. Está associado ao primeiro dia da criação quando Deus criou a luz e as trevas e delas fez um único dia. Nem a luz era ruim nem as trevas também o eram, pois o texto diz que “Deus vira tudo quanto criara e eis que era muito bom” (Gênesis 1:31). Essa luz e essas trevas representavam a capacidade do homem em poder escolher, em poder arbitrar entre o bem e o mal. Mais tarde passou-se a associar a luz com a pureza espiritual e o conhecimento, enquanto as trevas foram associadas ao pecado e a ignorância (1ª João 1:5-7). Este período durou desde a criação de Adão (Gênesis 1:27) até o cometimento do primeiro pecado pelo casal humano (Gênesis 3:1-6). Não conhecemos a sua duração, pois a linguagem do Gênesis é muito concisa, muito sintética, muito compacta. Apenas Adão e Eva participaram desta dispensação. Nem os seus filhos dela participaram visto, ao nascerem, terem de habitar com os seus pais fora do ambiente do Éden, em um lar onde já se obtivera a experiência do pecado e onde amiudemente os seus residentes o praticavam. Durante a dispensação da inocência o homem se relacionava diretamente com Deus, sem a intermediação de sacerdotes ou sacrifícios. Sua natureza era totalmente pura, casta, inocente, o que não quer dizer que ele era um bobão, um tolo, um ingênuo, porquanto havia sido feito à imagem de Deus e era por Este orientado em todas as coisas. O homem era inexperiente, mas não ingênuo. Sua natureza casta e pura não foi suficiente para evitar a sua queda espiritual. Inocência sem obediência não gera seres livres.

Aprendemos com isto que inocência não é método de salvação e sim condição da alma que ainda não pecou. A permanência continuada no estado de inocência, vivido por nossos primeiros pais, experimentando diariamente a presença do Senhor e ouvindo a sua palavra, não garantiria, de maneira alguma, que eles jamais viessem a pecar, mas os manteria puros, santos, longe do pecado e de suas funestas conseqüências. Eles estavam sofrendo ataques de Satanás, sendo tentados a duvidarem de Deus, mas a tentação em si não é pecado, e sim o caminho que leva a ele (Tiago 1:13-15). A tentação é a ponte que leva o indivíduo ao delito, mas não o delito em si. A providência tomada por Deus em cobrir os nossos primeiros pais com a pele de animais, mortos por Ele mesmo no Éden quando estes cometeram o seu primeiro pecado, não só denunciava a perda de inocência por parte do casal como ainda apontava para uma comunhão a ser efetivada doravante mediante o sacrifício de animais.

  • 2. Dispensação Pré-Diluviana ou da Consciência – É a etapa do agir livremente da humanidade que vai desde a percepção do pecado cometido pelos nossos primeiros pais, conforme relatado em Gênesis 3:7, até o Dilúvio, narrado a partir de Gênesis 7:11. Calculam alguns que este período deve ter durado aproximadamente 1656 anos, mas eu não tenho muita simpatia por essas datações bíblicas, visto estarem pautadas em genealogias que não computavam os filhos homens que não tivessem tido algum destaque e, ainda, as filhas mulheres, que bem podiam ter sido as primeiras ou únicas de um casal. Esta segunda dispensação está vinculada ao segundo dia criacional no qual Deus fez a separação entre as águas de cima e as águas de baixo (Gênesis 1:6-8). As principais palavras nestes versículos são águas e separação. É o período dos longevos (homens que viviam muito tempo); do afastamento de Caim, filho de Adão e de Eva, do clã adâmico, por ter assassinado o seu irmão Abel; da violência desenfreada e da depravação que tomou conta da terra; e, ainda, do julgamento da humanidade pelas águas do Dilúvio. Cada pessoa fazia o que bem entendia, dirigida apenas por sua consciência. Neste período o homem edifica cidades; trabalha metais; domina o ferro; aprende a prosperar com o gado; fabrica instrumentos de música; e, cria belas coisas com a arte. Quase que a totalidade deles não queria saber de Deus. Jesus ensinou que neste período os homens só queriam saber de se darem aos prazeres da carne (Mateus 24:38). O resultado dessa filosofia de “tudo fazer, já que vamos mesmo morrer” levou o mundo antediluviano a perecer no Dilúvio. Consciência própria longe de Deus não gera liberdade e não pode salvar ninguém.
  • 3. Dispensação Pós-Diluviana ou do Governo Humano – Vai do término do Dilúvio até a dispersão dos homens na famosa Torre de Babel (Genesis 11:7,8,9). Após a destruição quase que total da raça humana pelo Dilúvio, Deus apresentou a Noé as bases divinas para o novo governo (Gênesis 9:1-19). Os homens deveriam povoar a terra e gerir os seus recursos com sabedoria e responsabilidade. Deveriam se alimentar agora também de animais, já que antes só se alimentavam de ervas verdes e árvores frutíferas e, ainda, eliminar os assassinos que aparecessem entre eles. O arco-íris no céu seria o sinal de que Ele não destruiria mais a humanidade pela força das águas. Mas os homens não quiseram saber de nada disso. Não queriam se aventurar a ir para locais distantes e desconhecidos e enfrentar inimigos também desconhecidos, após terem ouvido falar do Dilúvio. Eles então instituíram um governo participativo, onde todos viveriam unidos e perseguiriam os objetivos comuns. Este governo, que parecia ser “o céu na terra”, não acontecia por simpatia, por amor, por benquerença de uns aos outros, mas por temor, por necessidade de estarem unidos para poderem enfrentar qualquer outro juízo externo que pudesse vir da parte de Deus. Esta é a razão desta dispensação se encontrar vinculada ao terceiro dia da criação, pois neste dia Deus ordenara que a terra produzisse a relva, a erva verde que dá semente e as árvores frutíferas (Gênesis 1:11-13). Todos estes são vegetais, de tipos diferentes, e que sempre são encontrados em grupos. Não se encontram tais vegetais isolados na natureza. Sempre há uma coleção deles. Não nos esqueçamos que as Escrituras se referem aos homens como árvores (Marcos 8:24). O ajuntamento medroso dos indivíduos, contrariando a ordem de Deus de se espalharem e possuírem a terra, não agradou ao Senhor que tratou logo de dissipar os homens que haviam se reunido em Babel. Governo algum, por mais fantástico que seja, por mais perto do céu que leve os seus cidadãos, pode salvar homem algum do juízo de Deus.
  • 4. Dispensação dos Patriarcas ou Patriarcal – Iniciou-se com a chamada de Abrão por Deus em Gênesis 12:1 e durou até o êxodo do povo hebreu do Egito, descrito no livro do Êxodo 12:37. Os historiadores calculam esse período em 630 anos aproximadamente. Todos os patriarcas descritos na Bíblia experimentaram comunhão íntima com Deus e receberam Dele várias promessas, como a de terem uma grande posteridade, conquistarem a terra desejada, verem suas famílias como bênçãos para todas as famílias do planeta e, a maior de todas elas – a de que de suas famílias sairia o Messias, o Salvador dos homens, o Líder Supremo de Israel. A condição estabelecida por Deus para eles foi a de permanecerem na terra de Canaã, mas Abraão desceu ao Egito, Isaque foi à Filístia e Jacó e sua família se mudaram para o Egito. O Senhor teve de intervir para livrá-los de várias perseguições e da escravidão. Por todas essas coisas este período dispensacional está vinculado ao quarto dia da criação, no qual o Senhor fez aparecer as estrelas e os luminares para governarem a terra (Gênesis 1:14-18). Tudo neste dia criacional é grande e luminoso, exatamente como os Patriarcas desta dispensação. No sonho de José, um dos doze filhos do Patriarca Jacó, seu pai é comparado ao sol, sua mãe, a lua e os seus irmãos, as estrelas. Todos eles se curvam perante José, o maior tipo de Jesus no Antigo Testamento (Gênesis 37:9,10). Todas as grandiosas promessas de Deus feitas aos Patriarcas não foram suficientes para levá-los à obediência. Mesmo Abraão, que fora chamado “o amigo de Deus” (Isaías 41:8Tiago 2:23) falhara algumas vezes. Com os Patriarcas aprendemos que fazer parte de uma família abençoada e ter amizade com Deus, não é suficiente para salvar a nossa alma.
  • 5. Dispensação Legal ou da Lei – Esta dispensação vai desde a saída do povo hebreu do Egito até a crucificação de Cristo. Durou aproximadamente 430 anos. Neste período Deus revelou-se através de sua Lei que era composta de muitas ordenanças, mandamentos e rituais. Por essa abundância de ordenamentos e belos preceitos esta dispensação encontra-se vinculada ao quinto dia criacional, período em que Deus cria os animais marinhos, os grandes monstros das águas e as aves do céu. Pela primeira vez são mencionados os seres de alma vivente. Os versículos que falam deste período pululam de tanta vida! (Gênesis 1:20-22). Tanto a Lei quanto os profetas estavam circunscritos a nação de Israel. Quando o Senhor propôs o seu Concerto para o povo este prontamente o aceitou, dizendo: “Tudo o que o Senhor tem falado, faremos” (Êxodo 19:8). Mas antes mesmo que Moisés pudesse entregar-lhe os Dez Mandamentos, escritos pelo próprio dedo de Deus, como afirmam as Escrituras, eles já haviam feito um ídolo de ouro e se prostrado diante dele! A depravação do coração do homem é enorme e assusta até os mais experientes estudiosos do comportamento humano (Jeremias 17:9). Ninguém, a exceção de Jesus, jamais conseguiu cumprir a Lei com o espírito de obediência amorosa. O Apóstolo Paulo afirmou que, segundo a justiça que há na Lei, ele fora “irrepreensível” (Filipenses 3:6), mas ainda assim, este comportamento virtuoso não o salvara porque o homem não é justificado pelas obras da Lei e sim pela fé no sacrifício de Cristo (Gálatas 2:16). A Lei não foi feita para salvar ninguém e sim para revelar ao homem quão pecaminoso é o seu coração que precisa ser contido a qualquer custo em seus impulsos maléficos! Obediência sem amor também é pecado. Esta foi a razão de o Apóstolo Paulo ter afirmado ser “o principal dos pecadores” (1ª Timóteo 1:15). Com a dispensação da Lei aprendemos que nenhuma religião, ritual, sacerdote, boa conduta, boa moral, pode salvar ninguém – Gálatas 2:16 / 3:11,22-24.

DISPENSAÇÃO DO PRESENTE

  • 6. Dispensação Crística da Graça – Esta dispensação é diferente de todas as demais, pois, a exemplo do sexto dia da criação que teve dois períodos criacionais distintos, sendo os animais terrestres criados na primeira metade deste (Gênesis 1:24,25) e o homem criado em sua segunda metade (Gênesis 1:26,27), ela também se encontra dividida em dois períodos, um na era presente e outro na era futura. Em seu primeiro período, que começa com a crucificação de Cristo e termina com o arrebatamento da Igreja, o Salvador dos homens se encontrava pessoalmente na terra realizando o grande sacrifício de nossa redenção. Por este tempo, o Espírito Santo é enviado à Terra, a igreja de Jesus nasce linda e poderosa, as Escrituras do Novo Testamento são produzidas e a evangelização dos povos efetivada. Quase dois mil anos já se passaram desde o seu início e ele ainda não terminou! (2ª Tessalonicenses 2:1-8 / 1ª João 2:18 / 2ª Pedro 3:8,9). Esta primeira divisão, que eu chamaria de Sub-Dispensação Evangelística ou do Evangelho está atrelada a primeira metade do sexto dia criacional no qual Deus criou as feras, o gado e os répteis terrestres. Quando o Senhor deu uma visão ao apóstolo Pedro de um lençol que descia do céu à terra cheio de toda sorte de animais quadrúpedes, de répteis, e de aves do céu, este interpretou a visão como sendo cada um daqueles grupos de animais representado uma nação da terra (Atos 10:9-17 / 11:5-18). Era para todos aqueles povos que o Evangelho deveria ser pregado.

DISPENSAÇÕES DO FUTURO

A segunda divisão deste período terá uma característica bastante interessante: ela será regida pela força! Durante este período Cristo retornará fisicamente à terra e, após destruir os exércitos opositores ao seu reinado e prender Satanás por mil anos, assumirá o controle da nação judaica e reinará diretamente de Israel. Jerusalém será a capital do reino messiânico. As nações irão adorar o Senhor no Monte Sião. Será o período mais próspero e fecundo da humanidade. A vida será prolongada e a animosidade das nações será contida pelo poder do Cristo. O governo humano do Messias durará até a instalação do Grande Trono Branco, descrito em Apocalipse 20:11-15, quando todos os homens serão julgados. Todas as ações do Cristo neste período estarão impregnadas de autoridade real, razão pela qual este período se encontra vinculado à segunda metade do sexto dia criacional, quando Deus cria o homem e o reveste de autoridade sobre toda a criação (Gênesis 1:26-30). Todos estes versículos do Gênesis estão impregnados de força e de autoridade  Por todas as razões aqui apresentadas, este período é designado pelo Pastor Olívio como Sub-Dispensação Milenar ou Milênio.

É comum estudiosos separarem a Dispensação da Graça da Dispensação Milenar, em dois blocos distintos, com características também distintas, mas a graça do Senhor estará operando durante todo o Milênio também, pois a Bíblia nos informa que haverá salvação durante este período, o que nos impede de separá-los com base apenas na forma como o Cristo estabelecerá o seu reino. Como rei de Israel Ele submeterá os inimigos nacionais pelo uso da força, mas como rei da salvação, Ele continuará salvando os homens pela sua graça, pelo seu favor, pela sua misericórdia. Nunca alguém poderá ser salvo pela força, pois não existe salvação espiritual na violência. Apesar da grandiosidade desta Sub-dispensação, em que o próprio Cristo estará na terra governando, nem todos os que viverem neste período serão seus súditos leais, pois a Bíblia diz que, após Satanás ser solto de sua prisão de mil anos, ajuntará as nações para lutarem contra o Messias. A obediência fingida dos falsos servos de Cristo então se manifestará. Nem mesmo a força de um rei divino e maravilhoso como o Cristo é suficiente para converter um homem que não deseja se submeter a Deus! Graça sem obediência amorosa e constante não produz salvação para ninguém.

  • 7. Dispensação da Nova Eternidade ou do Repouso Divino – As Escrituras dizem que depois de Deus haver terminado toda a sua obra criacional em seis dias, que Ele descansou no sétimo período (Gênesis 2:1-3), razão pela qual os estudiosos não colocam este sétimo dia do descanso de Deus como integrando a história da salvação humana, pois tudo o que havia para ser feito já fora realizado. Entretanto, eu o coloquei aqui, como mais uma dispensação, dando-lhe os nomes que dei, por iniciar ela o período mais fantástico e exuberante a ser vivido pelo homem – o período eternal de comunhão com Deus! Se na dispensação milenar os santos foram julgados e galardoados, na dispensação do repouso de Deus eles serão introduzidos no local em que viverão a nova eternidade, de posse já de seus novos corpos, à semelhança do corpo imortal de Cristo: a cidade santa, a nova Jerusalém, que desce do céu ataviada para viverem em comunhão contínua com o Senhor e para O servirem em amor para sempre. A terra, que se tornara o inferno depois do pecado de nossos primeiros pais, se tornará agora em céu, para a habitação eternal dos justos. Muito trabalho nos espera pela frente! Pedro chamou esta nova era de convivência pacífica entre Deus e os homens de “o dia da eternidade” (2ª Pedro 3:18) e Isaías, o profeta messiânico, proclamou que “Israel é salvo pelo Senhor, com uma eterna salvação. Pelo que não sereis confundidos nem envergonhados em todas as eternidades” (Isaías 45:17). Quantas dessas eternidades passarão, o Pastor Olívio não sabe, mas, pela Palavra de Deus, ele sabe que os salvos do Senhor, ultrapassarão todas elas, sejam quantas forem! Glória a Deus!

APRENDENDO COM AS DISPENSAÇÕES

Aprendemos com o estudo das dispensações que nenhuma das respostas humanas às revelações de Deus foram ou serão capazes de salvá-lo de seu estado pecaminoso, pois como vimos em nosso estudo, nem a inocência em um meio-ambiente puro, nem a “livre” consciência para fazer o que se quer fazer, nem alguma forma de governo maravilhoso e participativo, nem o fazer parte de uma família santa, nem ser membro atuante de qualquer forma de religião, nem a própria presença do Salvador entre nós, nem a prosperidade material com paz, foram e serão suficientes para salvar o homem se este não o desejar. Apenas a aceitação confiante no sacrifício substitutivo de Cristo em nosso favor, a entrega sem reservas aos seus cuidados, a obediência voluntária e permanente a Ele, podem ser capazes de nos salvar de todo o mal. O profeta Isaías disse que “todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de nós todos”. Disse mais ainda: “Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; “Ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades: o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele e pelas suas pisaduras, fomos sarados” (Isaías 53: 4,5,6). O prezado leitor pode estar agora mesmo tentando algum outro meio de salvação que não seja o da cruz de Cristo, mas eu tenho a obrigação de lhe dizer, como guia espiritual que sou, que Deus não reconhece este seu método nem nenhum outro método como meio de salvação e que ele redundará em tremendo fracasso. Apenas para relembrá-lo: “Há caminhos que ao homem parecem direitos, mas o fim deles são caminhos de morte” (Provérbios 14:12 / 16:25).

Aprendemos ainda com as dispensações que a revelação de Deus é progressiva, é evolutiva, é crescente, pois a medida que as eras dispensacionais iam passando, a revelação de Deus sobre sua Pessoa e vontade ia aumentando e a sua abrangência também. O que havia começado com duas pessoas apenas, em um local restrito, onde a voz de Deus era ouvida e a sua presença sentida (Gênesis 3:8) chega agora a todo o mundo, em uma revelação plena, integral, completa, mediante a corporificação de Deus na pessoa de Jesus Cristo! (Hebreus 1:1-3). Qualquer pessoa hoje, incluindo o meu prezado leitor, pode ter mais informação sobre Deus e vivenciar mais experiências espirituais com Ele, do que qualquer outra pessoa em todo o mundo! Está disposto a isto, meu prezado leitor?

Por último eu quero destacar que, com o estudo das dispensações, aprendemos que Deus realmente está interessado no homem! Ele poderia começar a tentar salvar-nos apenas no sexto período dispensacional, quando o homem seria criado e o Cristo viria à Terra, mas Ele começou a operação de salvação já no início da eternidade, quando em sua mente, o Cordeiro Crístico fora morto pelo fracasso de nossos primeiros pais! Ele não ficou esperando chegar o dia em que enviaria o seu Filho à terra para só então começar a agir. Ele deu início à “Operação Resgate” logo, imediatamente, e não cessará com ela até o último dia desta nossa eternidade! Deus ama você, ama ao Pastor Olívio e a todos os demais seres! Você pode não compreender isto e tampouco eu compreendo, mas não somos chamados a compreender Deus e sim a crer Nele! “Deus amou o mundo de tal maneira que Deus o seu Filho Unigênito para que todo aquele que Nele crê não pereça m as tenha a vida eterna” (João 3:16). Creia em Deus e em seu Cristo de todo o seu coração e serás salvo, tu e a tua família (Atos 16:31).

CONCLUSÃO

Gostaria de terminar esta palestra dizendo para o meu prezado leitor que nada havia de errado com os métodos utilizados por Deus para resgatar a raça humana. O Senhor sabia que nenhum homem responderia favorável e integralmente a nenhum de seus métodos por uma questão de rebeldia, de animosidade, de aversão as coisas divinas, mas ainda assim Ele precisava mostrar para a sua criaturinha que Ele havia tentado de tudo o que a mente humana pudesse reivindicar como método de salvação! Caso o Senhor não os utilizasse, o homem poderia acusá-Lo de não ter tentado tudo, de não ter se esforçado ao máximo para salvá-lo e de estar se fazendo passar por “bonzinho” para impressionar suas criaturas! Só que as Escrituras ensinam que Deus foi muito além do que qualquer mente humana, angelical, demoníaca e de outros seres universais pudesse imaginar e elaborou um plano ousado, extremamente arriscado, em que o seu próprio Filho Unigênito tomaria parte nele, assumiria a forma humana, tomaria a culpa de todos os homens sobre si e libertaria definitivamente a criatura de seus erros fatais! Falaremos sobre isso nas próximas palestras.

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

AS SETE DISPENSAÇÕES DA SALVAÇÃO

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Elaborado pelo Pastor Olívio em complementação à Palestra “As Sete Dispensações da Salvação”

 

 

II. Salvação ou Evolução?

 

Palestra II

SALVAÇÃO OU EVOLUÇÃO?

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio em Realengo, no Rio de Janeiro, em maio de 2012

INTRODUÇÃO

Se eu perguntasse para o meu prezado leitor se acredita que o ser humano precisa ser salvo através de uma experiência espiritual de reparação moral, de caráter instantâneo, definitivo e radical, denominada conversão, novo nascimento ou regeneração, como apregoado pela religião cristã, ou se precisa ser salvo evoluindo em seu espírito mediante inúmeras manifestações de vida até se tornar um espírito puro, liberto de todas as amarras existenciais, como apregoado pelas religiões que acreditam na reencarnação, o que o meu leitor diria? Se responder que o homem precisa ser regenerado, torna desnecessária e fútil a evolução espiritual. Se responder que ele precisa evoluir em seu espírito até ser completamente liberto, torna sem efeito o sacrifício de Cristo. Aparentemente uma coisa elimina a outra, não podendo ambas andar juntas. Se é difícil para alguns acreditar que Deus possa ter enviado o seu Filho para ser vítima de um sacrifício vivo, cruel, sanguinolento, em uma ação totalmente repulsiva, inaceitável e até desnecessária, segundo as religiões reencarnacionistas, que não consideram o homem um pecador intransigente, contumaz da lei de Deus, e sim um espírito em evolução, em crescimento eternal, também é difícil para aqueles que partilham da fé cristã, acreditar que um ser mau, degradado, degenerado como o homem, possa ir melhorando em sua essência, em sua espiritualidade, progressivamente, reencarnação após reencarnação, até se tornar um espírito puro, sem precisar do sacrifício substitutivo de Cristo e da transformação de sua natureza decaída pela ação do Espírito Santo. A idéia de que seguir o exemplo de vida deixado por Cristo seja suficiente para o homem ser liberto seria completamente equivocada, pois quem isto desejasse deveria ter o Espírito de Cristo para conseguir viver a vida de Cristo, o que só seria possível mediante uma experiência espiritual de conversão.

Afinal de contas do que precisa o homem? De salvação ou de evolução?

EVOLUÇÃO OU INVOLUÇÃO?

Permitam-me voltar ao início de tudo, ao momento e lugar em que tudo começou. As Escrituras ensinam que o homem foi criado por Deus puro, sem mácula, sem pecado algum, e colocado em um lugar, denominado Éden, distrito da antiga Babilônia, que de tão lindo que era passou à História como “o Jardim do Éden”, ainda que o lugar contivesse também as configurações de um pomar por ter muitas árvores frutíferas e flores, de uma reserva animal por ter vários bichos e de um laboratório divino por ter Deus nele feito a mulher. Enquanto o período de inocência humana perdurou, o homem manteve comunhão com Deus e viveu em total sintonia com o seu ambiente. Ao pecar, porém, isto é, ao se rebelar voluntariamente contra as leis estabelecidas por Deus, o homem perdeu a comunhão que mantinha com o seu Criador, colocou toda a raça em estado de degradação moral e quebrou a sintonia com o local em que vivia. Esta situação, escrituristicamente demonstrada, parte dos pressupostos de que Deus existe e que foi o Criador do homem, não importando se esta criação se deu de forma mediata ou imediata; se por evolução ou se por criação instantânea. Ela ainda assegura as seguintes condições:

  • a) que o homem não evoluiu de um estado moral baixo para um estado moral alto, elevado, e sim, que já surgira vivenciando este estado superior;

  • b) que o decaimento espiritual e moral do homem foi abrupto, repentino, e atingiu toda a raça, que agora vive em estado de degradação moral e distanciamento de Deus;

  • c) que o homem não tem conseguido, no correr dos séculos, levantar-se por si mesmo e reassumir aquela posição que originalmente possuía de pureza espiritual e comunhão com o seu Criador;

  • d) que apenas Deus, que criou o homem e o afastou do Jardim Paradisíaco quando este pecou, pode, se assim o desejar, introduzi-lo novamente no novo Paraíso, aberto para nós através de Cristo, tendo para isto de tomar a iniciativa deste ato.

Já comentei na Palestra anterior, sobre este mesmo tema da Salvação, que os filhos do primeiro casal humano ao nascerem, já nasceram fora do Jardim do Éden, tendo o caminho que levava á Árvore da Vida bloqueado para eles. Não conheceram nada do que havia no Jardim do Éden nem gozaram da comunhão com Deus que seus pais experimentaram. Por que eles não usufruíram da mesma comunhão com Deus que seus pais tiveram, visto não terem em nada desobedecido a Deus e seus espíritos serem ainda puros, limpos, imaculados? Porque o meio em que eles estavam já não mais o era! Este os influenciava diretamente para o mal, ainda que não determinasse que o mal acontecesse na vida deles! Veja só: o lar onde eles viviam era um lar fracassado; o lugar onde habitavam, impregnado de demônios; a facilidade de pecar longe do olhar dos outros, imensa; e a comunhão que podiam manter com Deus, mediada por sacrifício de animais. Tão logo os filhos daquele casal chegaram à idade da razão, rebelaram-se contra as orientações do Senhor. Caim, o filho mais velho, estava vivenciando um estado de degradação espiritual tão grande que não sentiu dificuldade alguma em assassinar o seu irmão! O pecado tomara conta de suas almas e o ambiente onde viviam se degenerava cada vez mais atirando os novos habitantes do planeta em um tremendo mar de lama. Tão rapidamente isto aconteceu que Deus intentou destruir a raça humana através de uma imensa catástrofe. O dilúvio veio como um açoite divino à tão nova humanidade e apenas oito pessoas daquelas gerações antigas escaparam de morrer afogadas! Nenhuma evolução de espíritos fora detectada até então, antes a degeneração espiritual se acentuara rapidamente e tomara conta de todos!

Séculos mais tarde encontramos Jesus se lamentando sobre as gerações de seu tempo e dizendo: “Ai de ti, Corazim! ai, de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom (cidades da Fenícia) fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido com saco e cinza” (Mateus 11:21). Ainda que possamos dizer que essas gerações eram limitadas em número e situadas em determinada faixa do tempo, fica evidenciado que, nem mesmo os portentosos milagres do Cristo foram suficientes para elas se converterem de seus maus caminhos e incredulidade! Na última semana da vida do Mestre Este discursou para os seus discípulos dizendo: “Como foi nos dias de Noé, assim será também na vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos – assim será também a vinda do Filho do homem” (Mateus 24:37-39). As gerações agora apresentadas pelo Cristo já não parecem ser mais individualizadas e localizadas em determinado lugar do planeta, e sim envolver toda a população da Terra quando de seu retorno. Segundo o Senhor Jesus, elas não estarão apresentando nenhum sinal de aperfeiçoamento em seus espíritos, antes indo de mal a pior.

A AÇÃO DO PECADO NA VIDA DO HOMEM

O ensino geral das Escrituras, tanto pela pessoa do Cristo, quanto de seus apóstolos e antigos profetas é o de que o pecado cria uma divisão abismal, intransponível, entre o homem e o seu Criador. Veja, por exemplo, esta citação do profeta Isaías: “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem o seu ouvido agravado, para não poder ouvir: mas as vossas iniqüidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus: e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Isaías 59:1,2). Mais do que separar, porém, o pecado mata o homem espiritualmente, ou seja, torna impossível o acesso de seu espírito ao Espírito de Deus, que é Vida, é Exuberância, é Plenitude! Sem essa fluência da vida divina para a vida humana, o homem vira um “morto-vivo” em seus sentimentos e vontade. Jesus disse para alguém do povo que pretendia ser seu discípulo e ir enterrar o seu pai: “Deixa aos mortos sepultar os seus mortos” (Mateus 8:21,22). Ele estava se referindo aos parentes e amigos do morto que iriam enterrar o pai do pretendente a discípulo, e que estavam espiritualmente mortos. Este é o quadro mais feio que se pode pintar sobre a situação de distanciamento que o homem vive de Deus, pois se alguém está morto, quer seja física ou espiritualmente falando, não pode evoluir de maneira alguma! O apóstolo Paulo escreveu aos crentes de Éfeso dizendo-lhes: “(Deus) vos vivificou estando vós mortos em ofensas e pecados” (Efésios 2:1). E outra vez para os crentes daquele lugar: “Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo te iluminará” (Efésios 5:14). Sim, queridos: qualquer pecador que não tenha se arrependido de seus pecados, acertado as contas com o seu próximo e com Deus não pode evoluir em seu espírito, pois quem está morto não pode ir para lugar algum!

A NECESSIDADE DE CONVERSÃO

As Escrituras nunca apregoam que o homem deve ir se convertendo aos pouquinhos até um dia estar plenamente convertido, pois um morto não pode ir vivendo aos pouquinhos até um dia se tornar um vivo, e sim precisa de vida logo, imediatamente, para começar a viver! No momento em que este receber a vida, seja esta débil ou forte, um filete ou uma avalanche, já não importará mais, pois que já estará VIVO! A partir daí, sim, deverá ir se fortalecendo, progredindo, avançando, dia após dia! As Escrituras são enfáticas em anunciar a necessidade de o pecador passar por uma experiência de conversão espiritual a fim de receber nova vida – vida divina, vida crística, vida plena, e, a partir daí, trilhar um caminho de evolução, pois, se é verdade que um morto não pode evoluir, também é verdade que um vivo pode! Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida: quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá”. Se o prezado leitor encontra-se morto espiritualmente, distante de Cristo, distante de Deus, e sente que agora é o momento de receber VIDA, de começar a trilhar o caminho da verdadeira evolução, então arrependa-se sinceramente de seus pecados e convide a Cristo, o Salvador, para “entrar em seu coração”, ou seja, para penetrar no mais íntimo de seu ser, e limpá-lo de toda transgressão. A seguir, agradeça a Deus por tê-lo salvo e peça a Ele para ajudá-lo a viver todos os dias de maneira nobre, santa, pura. Não poderei descrever o alívio e a sensação de liberdade que o leitor sentirá, pois afinal de contas, o prezado já está preso nestas amarras espirituais a milhares e milhares de anos, mas estou certo, com os meus 25 anos de pastorado, que o prazer que sentirá será imenso, real e indizível!

A EVOLUÇÃO TAMBÉM É NECESSÁRIA

A crença de que a salvação do indivíduo só pode ocorrer mediante a evolução de seu espírito, feita a partir de uma sucessão infinda de reencarnações, não é escrituristicamente correta, pois que este nunca foi e nem nunca será o objetivo da reencarnação. O objetivo da reencarnação, biblicamente falando, é dar a oportunidade ao indivíduo de, em alguma das muitas manifestações de vida que terá, ser confrontado com o Libertador de todas as amarras milenares de sua vida – o nosso Mestre, Senhor e Salvador Jesus Cristo! Ao ser confrontado com o Salvador dos homens, o indivíduo poderá decidir-se pela sua libertação definitiva. Toda a operação de salvação do homem, que envolveu o Cosmo inteiro e demandou a participação direta do próprio Deus, porém, não pode, por si só, pela sua dramaticidade, salvar qualquer indivíduo que seja, se este não o desejar! O ser que precisa da salvação tem que desejar ser salvo e isto não acontece em doses homeopáticas, de evolução em evolução, mas de imediato, instantaneamente, através de uma entrega confiante e total do perdido Àquele que irá salvá-lo! É como uma criança que se lança aos braços do pai de uma altura elevada para se livrar das chamas de um incêndio ou, um nadador que está se afogando e precisa confiar no banhista que dele se aproxima para salvá-lo. Tem de confiar! Tem de se lançar totalmente nos braços de Cristo! Não importa se você chama esse ato de conversão, de novo nascimento ou de outro nome qualquer, pois o que importa é que o indivíduo passe por esta experiência de salvação!

Uma vez salvo, porém, o indivíduo entra em uma segunda fase, uma fase de evolução, mas não evolução do espírito no sentido de aperfeiçoamento deste, de melhora de sua essência, pois o que Cristo operou no íntimo do pecador não pode ser melhorado por ninguém. Sua obra é completa e definitiva. O pecador precisava ter a sua natureza decaída e pecaminosa transformada em uma natureza santa e pura, que sentisse prazer nas coisas de Deus e isto Cristo fez por ele, melhor dizendo, por todos nós. Ele nos transformou em santos a fim de que pudéssemos evoluir em santidade. O novo espírito do salvo precisa evoluir, crescer em conhecimento da vontade de Deus e, o Espírito Santo, como Mestre de Jesus que foi, também nos ajudará a crescer em Deus (2ª Pedro 3:18). Este processo de crescimento em Deus, de distanciamento do mal e de realização de boas obras é conhecido nas Escrituras pelo nome de santificação e só termina quando o indivíduo deixa este mundo em Cristo. Assim aprendemos que somos salvos para evoluir e não evoluímos para sermos salvos. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus, não vem de obras para que ninguém se glorie. Porque somos feitura sua (de Deus) criados em Cristo Jesus para as boas obras as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2:8-10). Somos salvos pela graça de Deus para a prática das boas obras e não por causa delas. Deus não precisa das nossas obras para salvar-nos e sim de nossa fé em seu ato de amor que o levou a oferecer Jesus Cristo por nós.

CONCLUSÃO

Evolução espiritual é apenas para os espiritualmente vivos, para os transformados por Deus, para os atingidos pelo Evangelho de Cristo e não para os que ainda não se converteram de suas maldades, não buscaram o perdão do Senhor, não demonstraram nenhum interesse pelas coisas espirituais, pois se tivessem de evoluir no estado em que se encontram, evoluiriam sim em maldade, em pecado, em transgressão, e aumentariam em muito a sua “carga kármica”. A evolução espiritual é realmente necessária para todos os indivíduos, mas não pode vir antes da conversão, da transformação do pecador em um justo santificado.

“Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação” (1ª Tessalonicenses 4:3)

“Não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação” (1ª Tessalonicenses 4:7)

“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14)

Deus abençoe a todos

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

I. Salvação – Quem Precisa Dela?

 

Palestra I

QUEM PRECISA DELA?

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio, em Realengo, no Rio de Janeiro, em junho de 2012

INTRODUÇÃO

Uma das coisas que eu sempre achei extremamente difícil de compreender nas pessoas que me anunciavam o Evangelho era o porquê de eu ter de ser salvo! Eu não conseguia entender essa coisa, pois não me sentia perdido em nada! Eu estava muito bem, obrigado! Eu havia nascido em um lar presbiteriano, criado em um internato católico, adotado por uma família tradicional do Rio de Janeiro de sólidos princípios cristãos e feito boas amizades na Marinha, força militar em que me alistei. Possuía um lar maravilhoso com irmãos tão fraternos que até hoje em dia parecem não existir iguais; uma mãe que era e ainda é uma esponja de puro amor; amigos em toda parte que me orientavam e me encaminhavam para o bem, e vinha agora aquele bando de pessoas esquisitas dizendo que eu devia “aceitar a Jesus, como meu único e suficiente Salvador e Senhor”, “arrepender-me de meus pecados”, “ser salvo”, e viver de acordo com a “Bíblia”, para que, quando morresse, “não fosse para o inferno e sim para o céu”. Até os doze anos de idade eu sequer sabia o que significava morte! Por que razão então eu deveria ser salvo? Salvo de que ou de quem? Salvo para fazer o que? Eu nunca atendi aos apelos daquela gente esquisita, não porque tivesse desenvolvido uma postura de rejeição permanente para rechaçá-los, mas porque eu não conseguia entender o significado daqueles termos esquisitos. Eu simplesmente não sabia do que eles estavam falando! Somente aos 21 anos de idade é que eu vim a compreender o significado de tais palavras e pude tomar a decisão que iria mudar toda a minha vida! Glória a Deus!

EVANGELHO: A LOUCURA DE DEUS!

Por vezes nós cristãos achamos que é coisa fácil para as pessoas a quem estamos evangelizando entenderem o nosso linguajar, o nosso jargão teológico, a nossa maneira de falar, mas isto não é verdade. Mesmo que o fosse, ainda assim, a mensagem que nós pregamos não é nada fácil de ser compreendida! Ela é tão complicada, tão complexa, tão difícil, que precisamos de um Deus para convencer o nosso ouvinte! O apóstolo Paulo denominou-a de “a loucura da pregação” (1ª Coríntios 1:21). Ele disse: “o homem natural (não convertido, não comungante com Deus) não compreende as coisas do Espírito de Deus porque lhe parecem loucura. Sente só a situação de nosso ouvinte: uma pessoa chega para ele e diz que um inocente foi duramente torturado e assassinado por causa dele e que, se ele não se arrepender de seus delitos, de seus maus atos, vai ser condenado pelo próprio Deus a viver para sempre em um lugar de trevas e fogo na companhia dos piores elementos do universo, incluindo a presença do próprio Diabo! Só que o nosso ouvinte não sabe que atos foram esses que a pessoa diz que ele cometeu, nem ainda quem é o indivíduo que ela diz que ele matou, pois tal pessoa já morreu há mais de dois mil anos em uma nação que o ouvinte jamais conheceu e para onde nunca sequer viajou! Isto é loucura ou não é? A Bíblia diz que “a palavra da cruz é loucura para os que perecem, mas para nós que somos salvos é o poder de Deus” (1ª Coríntios 1:18).

Fico entristecido ao ver pregadores, ao término de uma ministração, no templo ou fora dele, se sentindo totalmente frustrados, humilhados, decepcionados, pesarosos, por não verem os indivíduos para os quais eles ministraram, decidindo-se por Cristo, aceitando a salvação que eles estão lhes oferecendo. Eles se sentem completamente arrasados, decepcionados, frustrados e podem permanecer neste estado de depressão espiritual por um longo período. Querido, o que você está pregando é uma loucura, e não é loucura de homem, é loucura de Deus! “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação, “porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens” (1ª Coríntios 1:21,25). Apenas Deus pode ser responsabilizado pela sua própria loucura! Os resultados de sua pregação louca só dependem Dele mesmo e não de nenhum de nós!

A nossa função não é ficar cobrando resultados do Altíssimo, mas apenas sermos fiéis em nossa incumbência de proclamar a sua mensagem. Mensageiros não são responsáveis pelo conteúdo das cartas que carregam e sim pela sua entrega. Não podemos fazer nada para ajudar Deus, para esforçá-Lo, para dar-Lhe melhores resultados. A Parábola do Semeador que, pacientemente semeia sua boa semente em quatro terrenos diferentes, e que só obtêm os resultados pretendidos em um deles, nos ensina isto. O bom resultado da semeadura não depende apenas da semente e do tempo adequado para semeá-la, mas também do terreno que a recebe (Mateus 13:1-23). O rei Salomão instruiu em Eclesiastes 11:6: “Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará: se esta, se aquela, ou se ambas igualmente serão boas”. O apóstolo Paulo, tão acostumado a pregar às multidões, sabia muito bem qual era a sua posição diante de Deus, pois que disse aos crentes de Corinto: “Eu plantei, Apolo regou, mas Deus deu o crescimento; de sorte que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus que dá o crescimento” (1ª Coríntios 3:6,7). Apenas o Espírito Santo pode convencer alguém das verdades divinas (João 16:8). O próprio Senhor nos orienta sobre como isto acontece: “Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zacarias 4:6). Nada, pois, de ficar arrasado quando não vir os resultados acontecendo de imediato, pois nenhum de nós possui o título de Salvador dos homens, a não ser o nosso Bendito e Amado Jesus. Toda honra, toda glória, toda adoração para o nosso Mestre amado!

Assim é que as primeiras palavras do Espírito Santo sobre a salvação, nesta Palestra, são direcionadas aos pregadores do Evangelho com o objetivo de salvá-los de seu sentimento de incapacidade, de desânimo, de frustração quando, ao pregarem a mensagem de Deus, os ouvintes a quem eles estiverem pregando, não responderem favoravelmente aos seus apelos. Ditas essas coisas, vamos examinar juntos o que seja, biblicamente, salvação:

ENTENDENDO O QUE É PERDIÇÃO PARA COMPREENDER O QUE SEJA SALVAÇÃO

As Escrituras ensinam que os nossos primeiros pais viviam uma vida de comunhão com Deus, porquanto criados por Ele mesmo para a sua comunhão e prazer. Deus e o homem eram amigos. Estavam sempre juntos. Gostavam de sua amizade. Todo dia, pela viração da tarde, Deus vinha conversar com a sua criaturinha. Eles discutiam sobre como expandir o Éden para toda a terra, sujeitando os animais e poderes terrestres, tendo cuidado em preservar o meio ambiente. A força de Deus em Adão era tão grande que quando o Senhor lhe trouxe a mulher que criara para ser sua companheira ele lançou uma palavra sobre a constituição e perenidade do casamento que, até hoje, milhares e milhares de anos após a sua morte, continua vigorando! (Gênesis 2:22-24). Mas outro ser também vinha conversar com nossos primeiros pais! Este tentava levá-los a desacreditarem de Deus e a se rebelarem contra o Altíssimo. O ser maligno insinuava que se eles comessem o fruto de uma determinada árvore que o Senhor lhes proibira acessar seriam como Deus. Ninguém sabe quanto tempo durou este embate, apenas que, ao final do mesmo, o homem cedera as provocações do Diabo e decidira se rebelar contra Deus. A comunhão com o Divino então fora quebrada! A amizade que ambos tinham fora partida! A confiança no Criador, desacreditada! O homem não desejava mais a interferência de Deus em sua vida!

Os resultados dessa decisão foram extremamente desastrosos para a vida daquele casal e dos filhos que lhes adviriam. O Senhor expulsou imediatamente o homem e a sua companheira do Éden, pois o Paraíso é lugar para os que desejam viver em comunhão com Deus e não para os que desejam viver errados. Eles tiveram que trabalhar duramente a terra externa ao Jardim do Éden para tirar dela o sustento. Os animais, que deveriam ser subjugados pelo homem, já não eram mais tão dóceis e amigos. O parto da mulher aumentara muitíssimo em dor e em sofrimento. A morte física passara a ser uma realidade para os seus corpos, outrora tão bonitos e fortes. O homem passara a experimentar doenças, enfermidades, angústias de alma e falta de expectativas. O acesso a Deus fora quebrado e Satanás agora ditava as regras para o homem. Quando o indivíduo morria, nem por isso ficava liberto de sua prisão espiritual, pois sua alma não ia diretamente à presença de Deus, mas ficava retida, aprisionada, cativa, em um cárcere espiritual, nas regiões inferiores do planeta, conhecido pelos hebreus pelo nome de Sheol e pelos gregos pelo nome de Hades. Essas regiões penumbrosas faziam parte dos domínios de Lúcifer, o ser que ficara tentando os nossos pais no Éden. A esperança de sair de tal prisão residia na crença da ressurreição final quando Deus retiraria os prisioneiros que Nele confiavam daquela cadeia, lhes revestiria de um novo corpo, capaz de resistir a morte, e os levaria para viver eternamente com Ele na glória. Você pode ler sobre o relato da queda do homem nos três primeiros capítulos do livro do Gênesis, o primeiro das Escrituras Hebraicas. Em breves palavras, isto é o que chamamos de “a queda espiritual da humanidade”.

Mas você então pergunta: “E o que é que eu tenho a ver com isso? O que é que eu tenho a ver se meus pais antigos, meus ancestrais, meus avós e bisavós e seja lá quem for, pecaram ou deixaram de pecar contra Deus? Isso é problema deles, não meu! Não posso pagar por algo de errado que eles tenham cometido! Cada um colhe o que plantou!” Sabe de uma coisa, prezado leitor? VOCÊ QUASE QUE ACERTOU EM TUDO! Quase que está completamente correto! Não podemos mesmo pagar pelos erros dos outros, mas, podemos sim, receber as más conseqüências de seus atos errados! Jeremias, um dos profetas do antigo Israel, disse: “Nossos pais pecaram e já não existem; nós levamos as suas maldades (Lamentações de Jeremias 5:7). Uma simples decisão de meu leitor de não pagar a conta de fornecimento de energia elétrica e toda a sua família ficará às escuras! O Líder principal de uma nação pode decidir-se pela guerra contra outra nação e você, como cidadão daquele país, nem sequer ser chamado para opinar sobre ela, mas, decidindo-se você ou não pela peleja e, participando ou não da guerra, receberá as conseqüências da decisão de seu Líder – quer sejam elas boas ou más. Adão e Eva decidiram se rebelar contra Deus e, ao fazerem isto, trouxeram a miséria e a peste sobre todo o Planeta, colocando toda a espécie humana em servidão!

Quando Deus expulsou nossos primeiros pais do Éden, estes construíram um abrigo para si ao redor daquelas terras e começaram a viver ali o seu novo “estilo liberto de vida”. Preste bem atenção ao que eu vou dizer agora: Quando os filhos daquele casal nasceram, já nasceram fora do ambiente espetacular que seus pais viveram cheio de glória, de resplendor, e de íntima comunhão com Deus! Nenhum deles tivera a oportunidade de conhecer aquele extraordinário lugar, nem ainda a fantástica pessoa do Altíssimo, pois quando eles nasceram o acesso ao Jardim do Éden já lhes havia sido vedado e a comunhão com Deus, destruída! Eles agora só podiam ficar olhando para aqueles domínios, outrora gloriosos, e desejarem ter vivido o que seus pais ali viveram com Deus! Entretanto, tinham mesmo é que se contentar em viver com suas mulheres e filhos e os filhos de seus filhos, em seu novo padrão de vida instalado na terra a partir da desobediência de seus pais (Genesis 4). Talvez seja esse desejo frustrado de não ter experimentado o que nossos primeiros pais experimentaram e a impossibilidade de conseguí-lo na atualidade que faz com que tenhamos uma relação de amor e ódio para com tudo o que se refira a religião.

Conviver com o exemplo de vida moral fracassada de seus ex-honrados pais, aliada a infestação de demônios que já grassava o planeta, o rigor decorrente da nova situação de vida que estavam vivendo, mais a impossibilidade de acessar o lugar glorioso em que seus pais viveram em parceria com Deus, era demais para os filhos daquele primeiro casal, que logo também estavam pecando e aumentando, ainda mais, o declínio espiritual da raça humana. As Escrituras dizem que isto foi feito com tanta rapidez, em tão pouco tempo, que já no sexto capítulo de seu primeiro livro, Deus manifestou o desejo de exterminar toda a raça! A terra estava coberta de violência e de injustiça e, ainda, totalmente depravada. O dilúvio veio como juízo sobre todos. Apenas Noé e sua família se salvaram. Melhorou tal calamidade a moral da espécie humana? Os novos humanos que vieram depois do Dilúvio, vieram melhores que os primeiros? Responda com sinceridade, prezado leitor: Você acha que somos melhores hoje do que a civilização antediluviana ou as gerações do tempo de Cristo? Nossos exemplos de vida doméstica, pessoal e espiritual têm sido modelos de honra e de dignidade para os nossos filhos seguirem?

Um só pecado cometido por nossos primeiros pais e toda a humanidade ficou totalmente comprometida! Um só pecado cometido por mim ou pelo prezado leitor e toda a nossa vida e a de nossos “próximos” ficarão comprometidas também. Uma pequenina gota de tinta compromete toda a limpidez de um enorme recipiente de água cristalina.

O prezado leitor se lembra de ter praticado algum pecado na vida? Qualquer um que seja? Se lembra, então precisa da salvação de Cristo, pois este único pecado altera toda a essência de nossa natureza que deixa de ser totalmente pura, santa, imaculada, e passa a ser pecadora, transgressora, rebelde contra Deus. O Pastor Olívio precisa muito da salvação de Deus por ter sido um horrível pecador no passado e, volta e meia, ainda, cometer algumas transgressões contra o Amado Senhor. As Escrituras afirmam que todos os homens, a exceção de Cristo já pecaram alguma vez na vida e, aqueles que virão no futuro, também não conseguirão deixar de pecar (Romanos 3:23). Eles não agüentarão viver uma vida inteirinha de santidade e pureza, sem cometer pecado algum. Isto lhes acontecerá pela força do ambiente espiritual imundo e contaminado em que eles nascerão; pela ação perversa do Maligno e de seus demônios que os tentarão o tempo todo até eles pecarem; pelo exemplo decaído de seus pais, familiares e amigos e, ainda, pela carga kármica que trarão de outras vidas já vividas.

NINGUÉM É OBRIGADO A SER SALVO

Mas você pode perguntar: O que acontecerá se seu não quiser ser salvo?

Bem, eu não tenho uma resposta muito boa para você. O que acontece com uma pessoa em nosso mundo que, estando perdida, ainda assim, não deseja ser encontrada? Compreendo e respeito a decisão de meu prezado leitor se este pretende permanecer perdido, mas não creio que deva dar este gostinho ao Diabo e aos seus inimigos terrenos, até porque, com a salvação de Cristo, o leitor terá muitíssimo a ganhar! Mas para responder a pergunta ensejada, as Escrituras ensinam que NINGUÉM, à exceção de Cristo, possui força suficiente para enfrentar o Maligno e sair-se vencedor da peleja; que o Maligno pode colocar e colocará todo tipo de problemas e dificuldades capazes de quebrarem a harmonia interior do amado. Uma vez feito isto ele despejará sobre a sua vida todo o seu arsenal de malignidades, que não é nada pequeno, tais como; doenças físicas, obsessões, possessões, medos inexplicados, dificuldades de toda sorte, agressividade desconhecida, incitação descontrolada de desejos sabidamente ilícitos, e tudo aquilo que puder lhe trazer uma alegria não genuína. As Escrituras ensinam que até dormindo precisamos da proteção do Senhor para não sermos atacados pelo Maligno! (Salmo 3:5 / 4:8). Somado a isto tudo – e que eu, como Pastor, considero ser a pior ação de Satanás na vida do homem – o prezado será desestimulado de procurar a salvação e, deliberadamente se distanciará cada vez mais de Deus.

O resultado desse aprisionamento espiritual dos sentidos e da vontade é uma degradação na natureza humana cada vez mais acentuada, ao ponto de a Bíblia dizer que, nos últimos dias, haverá seres tão endurecidos contra as coisas de Deus, tão moralmente insensíveis, tão empedernidos, tão empedrados em sua consciência para as coisas do bem, que sua condição moral se assemelhará a de um demônio ou a do próprio Satanás! Por isto eles também experimentarão o mesmo inferno destinado ao Diabo e aos demônios, “pelos séculos sem fim” (Mateus 25:41 / Apocalipse 20:10 / 21;8). O meu leitor pode até desejar isso para a sua vida, pois é livre para fazê-lo, mas o Pastor Olívio acredita que, se isto já estiver lhe acontecendo, é porque o prezado já está por demais tocado e envolvido por Satanás.

Descrevi em meu livro, disponibilizado neste site, um estado derradeiro, último, destinado as criaturas que chegarem a esse estágio moralmente sem volta que é o aniquilamento do indivíduo como criatura, a cessação de sua existência, o desaparecimento de sua personalidade. Creio que este estado é pior mesmo do que aquele, apregoado por alguns, como sendo o destinado a tais criaturas que ficariam então sofrendo eternamente em um lugar de tormento e de fogo na companhia dos piores elementos do universo, pois que neste, o indivíduo ainda sabe quem é, tem consciência de seu ser, de sua existência, mas, naquele outro, ele será apenas um nada, deixará de existir, e nunca mais será para sempre. Entendo que alguém possa agüentar o pior sofrimento que se possa infligir a uma pessoa, mas não que possa aquentar a idéia de não existir nunca mais, de nunca mais ser lembrado.

CONCLUSÃO

Na próxima palestra, irei examinar uma interessante questão envolvendo a salvação, qual seja, se ela é um ato divino que precisa ser experimentado pelo homem ou se é uma inexorável evolução de caráter humano e que acontecerá com todos os indivíduos. Creio que o leitor vai ficar vivamente entusiasmado com aquilo que vai ser nela ministrado!

Deus abençoe a todos

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.