Palestra III

AS SETE DISPENSAÇÕES DA SALVAÇÃO

Estudo elaborado pelo Pastor Olívio, em Realengo, no Rio de Janeiro, em junho de 2012

INTRODUÇÃO

As Escrituras ensinam que, muito antes que Deus criasse o mundo, colocasse as estrelas no céu ou preparasse a terra para receber o homem que criara, Ele já havia tomado as medidas necessárias para a salvação da humanidade. Ela diz em Apocalipse 13:8 que “o Cordeiro de Deus“ – aquele mesmo que João Batista vira passar por ele e dissera “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29), referindo-se com isto ao Cristo – já havia sido morto “antes da fundação do mundo”. Como isto era possível? Como poderia o Cordeiro de Deus já estar morto “antes da fundação do mundo” se Jesus ainda não se manifestara em carne e o homem não havia ainda pecado? É que Deus já sabia, através de sua onividência, de sua onisciência, de sua antevisão, que o homem pecaria contra Ele; que escolheria transgredir contra suas Leis ao invés de obedecê-las; que preferiria andar sozinho no mundo, sem ninguém para ficar dizendo-lhe o que fazer ou o que não fazer. Então, Ele providenciou a salvação da raça humana, muitíssimo tempo antes de sua queda espiritual vir a acontecer! Aprendemos assim que a queda do homem não pegara a Deus de surpresa, nem tampouco o sacrifício substitutivo de Cristo fora uma medida reparadora, acidental, não programada, pois quem possui o conhecimento antecipado de tudo pode providenciar a solução perfeita para todos os problemas com os quais vier a se defrontar e assim evitar o fracasso.

Mesmo sabendo que o homem poderia cair – e caiu – ainda assim Deus o criou, pois a excelência da sabedoria não está em criar um ser que não possa pecar e sim em criar um ser que possa ou não pecar, dependendo de sua vontade, de sua própria deliberação! Essa liberdade de escolha, dada à criatura, traz consigo um altíssimo preço e, tanto Deus (o Doador), quanto o homem (o receptor), tiveram de pagar caro por ela! O primeiro, tendo que ver a sua criatura rebelando-se contra Ele e levando-O a dar o seu único e amado Filho em sacrifício substitutivo a fim de tê-la de volta e, o segundo, tendo de acreditar em uma história “prá lá de inacreditável” sob o risco de ser lançado futuramente em um lugar podre, sujo, cheio de criaturas más, consideradas “o lixo do universo”, o restolho do cosmo, conhecido pelo nome de “inferno”. Se o leitor puder ler o capítulo 3 do Livro de Gênesis observará que, tão logo o homem cometeu o seu primeiro pecado, o Senhor o expulsou rapidamente do Jardim do Éden e pôs guardiões para impedir que ele tornasse àquele local sagrado. Antes de expulsá-lo, porém, o Senhor lhe prometera que do ventre de uma mulher nasceria Aquele que seria o Salvador dos homens (Gênesis 3:15). Milhares e milhares de anos se passariam até que o Salvador pudesse estar entre nós.

DESCOBRINDO AS “DISPENSAÇÕES” BÍBLICAS

Enquanto o tempo passava e o Cristo não se manifestava, o Senhor observava as diversas tentativas adotadas pelo homem para a obtenção de sua própria salvação. Todas elas, inapelavelmente, redundaram em tremendos fracassos, pois salvação não é algo que dependa apenas do esforço do que deseja ser salvo, mas também da misericórdia daquele que pode salvar. A Bíblia diz em Provérbios 14:12 e 16:25 que “há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte” (Provérbios 14:12 / 16:25). Cada tentativa de salvação fracassada trazia consigo uma lição espiritual e uma revelação diferenciada do Senhor ao homem na qual Ele objetivava conceder-lhe mais luz, mais entendimento, mais compreensão das coisas espirituais. Essas “coisas espirituais” não possuíam nenhum poder de salvação em si mesmas, mas serviam para apontar o Salvador que um dia viria operar a salvação da humanidade.

Estudiosos observaram que a história da salvação humana estava relacionada com os seis dias da criação e, mais o sétimo dia do descanso do Senhor, conforme registrados em Gênesis 1 e 2:1-3. Esses dias da criação apontavam para uma história de salvação a se desdobrar em sete longos períodos que não eram “eras cronológicas”, ainda que pudessem ser mais ou menos delimitadas no tempo, mas sim, períodos diferenciados de tentativas de aproximação de Deus para com o homem e das respostas deste à revelação que possuía da Divindade. O trabalho ficava em detectar que períodos ou “blocos dispensacionais” seriam estes e quais as características de cada um deles. Sabendo-se que o homem fora criado no sexto dia e que no sétimo, o Senhor descansara de toda a sua obra, a redenção do homem por Cristo só poderia ocorrer então no sexto período. Com isto já se ficava conhecendo a que períodos dispensacionais o primeiro, o sexto e o sétimo dia da criação estavam vinculados. Faltava agora estabelecer a vinculação dos demais “blocos” com os dias criacionais. Ao término de tal estudo, sete blocos havia que se complementavam e deixavam antever uma história de salvação a se desdobrar no tempo, tanto no passado, no presente e até mesmo no futuro! Um interessante quadro contendo os sete blocos dispensacionais com sua vinculação aos sete dias da criação foi então elaborado, cada um contendo uma palavra-chave caracterizando as ações do homem no período e as tentativas de aproximação de Deus com sua criatura. Apresentaremos um modelo resumido deste no final da Palestra.

AS SETE DISPENSAÇÕES BÍBLICAS

Como já dissemos acima, as “dispensações” bíblicas são em número de sete e estão assim discriminadas:

DISPENSAÇÕES DO PASSADO

  • 1. Dispensação Edênica ou da Inocência – Assim denominada por abranger o período de inocência vivido por nossos primeiros pais no Éden. Está associado ao primeiro dia da criação quando Deus criou a luz e as trevas e delas fez um único dia. Nem a luz era ruim nem as trevas também o eram, pois o texto diz que “Deus vira tudo quanto criara e eis que era muito bom” (Gênesis 1:31). Essa luz e essas trevas representavam a capacidade do homem em poder escolher, em poder arbitrar entre o bem e o mal. Mais tarde passou-se a associar a luz com a pureza espiritual e o conhecimento, enquanto as trevas foram associadas ao pecado e a ignorância (1ª João 1:5-7). Este período durou desde a criação de Adão (Gênesis 1:27) até o cometimento do primeiro pecado pelo casal humano (Gênesis 3:1-6). Não conhecemos a sua duração, pois a linguagem do Gênesis é muito concisa, muito sintética, muito compacta. Apenas Adão e Eva participaram desta dispensação. Nem os seus filhos dela participaram visto, ao nascerem, terem de habitar com os seus pais fora do ambiente do Éden, em um lar onde já se obtivera a experiência do pecado e onde amiudemente os seus residentes o praticavam. Durante a dispensação da inocência o homem se relacionava diretamente com Deus, sem a intermediação de sacerdotes ou sacrifícios. Sua natureza era totalmente pura, casta, inocente, o que não quer dizer que ele era um bobão, um tolo, um ingênuo, porquanto havia sido feito à imagem de Deus e era por Este orientado em todas as coisas. O homem era inexperiente, mas não ingênuo. Sua natureza casta e pura não foi suficiente para evitar a sua queda espiritual. Inocência sem obediência não gera seres livres.

Aprendemos com isto que inocência não é método de salvação e sim condição da alma que ainda não pecou. A permanência continuada no estado de inocência, vivido por nossos primeiros pais, experimentando diariamente a presença do Senhor e ouvindo a sua palavra, não garantiria, de maneira alguma, que eles jamais viessem a pecar, mas os manteria puros, santos, longe do pecado e de suas funestas conseqüências. Eles estavam sofrendo ataques de Satanás, sendo tentados a duvidarem de Deus, mas a tentação em si não é pecado, e sim o caminho que leva a ele (Tiago 1:13-15). A tentação é a ponte que leva o indivíduo ao delito, mas não o delito em si. A providência tomada por Deus em cobrir os nossos primeiros pais com a pele de animais, mortos por Ele mesmo no Éden quando estes cometeram o seu primeiro pecado, não só denunciava a perda de inocência por parte do casal como ainda apontava para uma comunhão a ser efetivada doravante mediante o sacrifício de animais.

  • 2. Dispensação Pré-Diluviana ou da Consciência – É a etapa do agir livremente da humanidade que vai desde a percepção do pecado cometido pelos nossos primeiros pais, conforme relatado em Gênesis 3:7, até o Dilúvio, narrado a partir de Gênesis 7:11. Calculam alguns que este período deve ter durado aproximadamente 1656 anos, mas eu não tenho muita simpatia por essas datações bíblicas, visto estarem pautadas em genealogias que não computavam os filhos homens que não tivessem tido algum destaque e, ainda, as filhas mulheres, que bem podiam ter sido as primeiras ou únicas de um casal. Esta segunda dispensação está vinculada ao segundo dia criacional no qual Deus fez a separação entre as águas de cima e as águas de baixo (Gênesis 1:6-8). As principais palavras nestes versículos são águas e separação. É o período dos longevos (homens que viviam muito tempo); do afastamento de Caim, filho de Adão e de Eva, do clã adâmico, por ter assassinado o seu irmão Abel; da violência desenfreada e da depravação que tomou conta da terra; e, ainda, do julgamento da humanidade pelas águas do Dilúvio. Cada pessoa fazia o que bem entendia, dirigida apenas por sua consciência. Neste período o homem edifica cidades; trabalha metais; domina o ferro; aprende a prosperar com o gado; fabrica instrumentos de música; e, cria belas coisas com a arte. Quase que a totalidade deles não queria saber de Deus. Jesus ensinou que neste período os homens só queriam saber de se darem aos prazeres da carne (Mateus 24:38). O resultado dessa filosofia de “tudo fazer, já que vamos mesmo morrer” levou o mundo antediluviano a perecer no Dilúvio. Consciência própria longe de Deus não gera liberdade e não pode salvar ninguém.
  • 3. Dispensação Pós-Diluviana ou do Governo Humano – Vai do término do Dilúvio até a dispersão dos homens na famosa Torre de Babel (Genesis 11:7,8,9). Após a destruição quase que total da raça humana pelo Dilúvio, Deus apresentou a Noé as bases divinas para o novo governo (Gênesis 9:1-19). Os homens deveriam povoar a terra e gerir os seus recursos com sabedoria e responsabilidade. Deveriam se alimentar agora também de animais, já que antes só se alimentavam de ervas verdes e árvores frutíferas e, ainda, eliminar os assassinos que aparecessem entre eles. O arco-íris no céu seria o sinal de que Ele não destruiria mais a humanidade pela força das águas. Mas os homens não quiseram saber de nada disso. Não queriam se aventurar a ir para locais distantes e desconhecidos e enfrentar inimigos também desconhecidos, após terem ouvido falar do Dilúvio. Eles então instituíram um governo participativo, onde todos viveriam unidos e perseguiriam os objetivos comuns. Este governo, que parecia ser “o céu na terra”, não acontecia por simpatia, por amor, por benquerença de uns aos outros, mas por temor, por necessidade de estarem unidos para poderem enfrentar qualquer outro juízo externo que pudesse vir da parte de Deus. Esta é a razão desta dispensação se encontrar vinculada ao terceiro dia da criação, pois neste dia Deus ordenara que a terra produzisse a relva, a erva verde que dá semente e as árvores frutíferas (Gênesis 1:11-13). Todos estes são vegetais, de tipos diferentes, e que sempre são encontrados em grupos. Não se encontram tais vegetais isolados na natureza. Sempre há uma coleção deles. Não nos esqueçamos que as Escrituras se referem aos homens como árvores (Marcos 8:24). O ajuntamento medroso dos indivíduos, contrariando a ordem de Deus de se espalharem e possuírem a terra, não agradou ao Senhor que tratou logo de dissipar os homens que haviam se reunido em Babel. Governo algum, por mais fantástico que seja, por mais perto do céu que leve os seus cidadãos, pode salvar homem algum do juízo de Deus.
  • 4. Dispensação dos Patriarcas ou Patriarcal – Iniciou-se com a chamada de Abrão por Deus em Gênesis 12:1 e durou até o êxodo do povo hebreu do Egito, descrito no livro do Êxodo 12:37. Os historiadores calculam esse período em 630 anos aproximadamente. Todos os patriarcas descritos na Bíblia experimentaram comunhão íntima com Deus e receberam Dele várias promessas, como a de terem uma grande posteridade, conquistarem a terra desejada, verem suas famílias como bênçãos para todas as famílias do planeta e, a maior de todas elas – a de que de suas famílias sairia o Messias, o Salvador dos homens, o Líder Supremo de Israel. A condição estabelecida por Deus para eles foi a de permanecerem na terra de Canaã, mas Abraão desceu ao Egito, Isaque foi à Filístia e Jacó e sua família se mudaram para o Egito. O Senhor teve de intervir para livrá-los de várias perseguições e da escravidão. Por todas essas coisas este período dispensacional está vinculado ao quarto dia da criação, no qual o Senhor fez aparecer as estrelas e os luminares para governarem a terra (Gênesis 1:14-18). Tudo neste dia criacional é grande e luminoso, exatamente como os Patriarcas desta dispensação. No sonho de José, um dos doze filhos do Patriarca Jacó, seu pai é comparado ao sol, sua mãe, a lua e os seus irmãos, as estrelas. Todos eles se curvam perante José, o maior tipo de Jesus no Antigo Testamento (Gênesis 37:9,10). Todas as grandiosas promessas de Deus feitas aos Patriarcas não foram suficientes para levá-los à obediência. Mesmo Abraão, que fora chamado “o amigo de Deus” (Isaías 41:8Tiago 2:23) falhara algumas vezes. Com os Patriarcas aprendemos que fazer parte de uma família abençoada e ter amizade com Deus, não é suficiente para salvar a nossa alma.
  • 5. Dispensação Legal ou da Lei – Esta dispensação vai desde a saída do povo hebreu do Egito até a crucificação de Cristo. Durou aproximadamente 430 anos. Neste período Deus revelou-se através de sua Lei que era composta de muitas ordenanças, mandamentos e rituais. Por essa abundância de ordenamentos e belos preceitos esta dispensação encontra-se vinculada ao quinto dia criacional, período em que Deus cria os animais marinhos, os grandes monstros das águas e as aves do céu. Pela primeira vez são mencionados os seres de alma vivente. Os versículos que falam deste período pululam de tanta vida! (Gênesis 1:20-22). Tanto a Lei quanto os profetas estavam circunscritos a nação de Israel. Quando o Senhor propôs o seu Concerto para o povo este prontamente o aceitou, dizendo: “Tudo o que o Senhor tem falado, faremos” (Êxodo 19:8). Mas antes mesmo que Moisés pudesse entregar-lhe os Dez Mandamentos, escritos pelo próprio dedo de Deus, como afirmam as Escrituras, eles já haviam feito um ídolo de ouro e se prostrado diante dele! A depravação do coração do homem é enorme e assusta até os mais experientes estudiosos do comportamento humano (Jeremias 17:9). Ninguém, a exceção de Jesus, jamais conseguiu cumprir a Lei com o espírito de obediência amorosa. O Apóstolo Paulo afirmou que, segundo a justiça que há na Lei, ele fora “irrepreensível” (Filipenses 3:6), mas ainda assim, este comportamento virtuoso não o salvara porque o homem não é justificado pelas obras da Lei e sim pela fé no sacrifício de Cristo (Gálatas 2:16). A Lei não foi feita para salvar ninguém e sim para revelar ao homem quão pecaminoso é o seu coração que precisa ser contido a qualquer custo em seus impulsos maléficos! Obediência sem amor também é pecado. Esta foi a razão de o Apóstolo Paulo ter afirmado ser “o principal dos pecadores” (1ª Timóteo 1:15). Com a dispensação da Lei aprendemos que nenhuma religião, ritual, sacerdote, boa conduta, boa moral, pode salvar ninguém – Gálatas 2:16 / 3:11,22-24.

DISPENSAÇÃO DO PRESENTE

  • 6. Dispensação Crística da Graça – Esta dispensação é diferente de todas as demais, pois, a exemplo do sexto dia da criação que teve dois períodos criacionais distintos, sendo os animais terrestres criados na primeira metade deste (Gênesis 1:24,25) e o homem criado em sua segunda metade (Gênesis 1:26,27), ela também se encontra dividida em dois períodos, um na era presente e outro na era futura. Em seu primeiro período, que começa com a crucificação de Cristo e termina com o arrebatamento da Igreja, o Salvador dos homens se encontrava pessoalmente na terra realizando o grande sacrifício de nossa redenção. Por este tempo, o Espírito Santo é enviado à Terra, a igreja de Jesus nasce linda e poderosa, as Escrituras do Novo Testamento são produzidas e a evangelização dos povos efetivada. Quase dois mil anos já se passaram desde o seu início e ele ainda não terminou! (2ª Tessalonicenses 2:1-8 / 1ª João 2:18 / 2ª Pedro 3:8,9). Esta primeira divisão, que eu chamaria de Sub-Dispensação Evangelística ou do Evangelho está atrelada a primeira metade do sexto dia criacional no qual Deus criou as feras, o gado e os répteis terrestres. Quando o Senhor deu uma visão ao apóstolo Pedro de um lençol que descia do céu à terra cheio de toda sorte de animais quadrúpedes, de répteis, e de aves do céu, este interpretou a visão como sendo cada um daqueles grupos de animais representado uma nação da terra (Atos 10:9-17 / 11:5-18). Era para todos aqueles povos que o Evangelho deveria ser pregado.

DISPENSAÇÕES DO FUTURO

A segunda divisão deste período terá uma característica bastante interessante: ela será regida pela força! Durante este período Cristo retornará fisicamente à terra e, após destruir os exércitos opositores ao seu reinado e prender Satanás por mil anos, assumirá o controle da nação judaica e reinará diretamente de Israel. Jerusalém será a capital do reino messiânico. As nações irão adorar o Senhor no Monte Sião. Será o período mais próspero e fecundo da humanidade. A vida será prolongada e a animosidade das nações será contida pelo poder do Cristo. O governo humano do Messias durará até a instalação do Grande Trono Branco, descrito em Apocalipse 20:11-15, quando todos os homens serão julgados. Todas as ações do Cristo neste período estarão impregnadas de autoridade real, razão pela qual este período se encontra vinculado à segunda metade do sexto dia criacional, quando Deus cria o homem e o reveste de autoridade sobre toda a criação (Gênesis 1:26-30). Todos estes versículos do Gênesis estão impregnados de força e de autoridade  Por todas as razões aqui apresentadas, este período é designado pelo Pastor Olívio como Sub-Dispensação Milenar ou Milênio.

É comum estudiosos separarem a Dispensação da Graça da Dispensação Milenar, em dois blocos distintos, com características também distintas, mas a graça do Senhor estará operando durante todo o Milênio também, pois a Bíblia nos informa que haverá salvação durante este período, o que nos impede de separá-los com base apenas na forma como o Cristo estabelecerá o seu reino. Como rei de Israel Ele submeterá os inimigos nacionais pelo uso da força, mas como rei da salvação, Ele continuará salvando os homens pela sua graça, pelo seu favor, pela sua misericórdia. Nunca alguém poderá ser salvo pela força, pois não existe salvação espiritual na violência. Apesar da grandiosidade desta Sub-dispensação, em que o próprio Cristo estará na terra governando, nem todos os que viverem neste período serão seus súditos leais, pois a Bíblia diz que, após Satanás ser solto de sua prisão de mil anos, ajuntará as nações para lutarem contra o Messias. A obediência fingida dos falsos servos de Cristo então se manifestará. Nem mesmo a força de um rei divino e maravilhoso como o Cristo é suficiente para converter um homem que não deseja se submeter a Deus! Graça sem obediência amorosa e constante não produz salvação para ninguém.

  • 7. Dispensação da Nova Eternidade ou do Repouso Divino – As Escrituras dizem que depois de Deus haver terminado toda a sua obra criacional em seis dias, que Ele descansou no sétimo período (Gênesis 2:1-3), razão pela qual os estudiosos não colocam este sétimo dia do descanso de Deus como integrando a história da salvação humana, pois tudo o que havia para ser feito já fora realizado. Entretanto, eu o coloquei aqui, como mais uma dispensação, dando-lhe os nomes que dei, por iniciar ela o período mais fantástico e exuberante a ser vivido pelo homem – o período eternal de comunhão com Deus! Se na dispensação milenar os santos foram julgados e galardoados, na dispensação do repouso de Deus eles serão introduzidos no local em que viverão a nova eternidade, de posse já de seus novos corpos, à semelhança do corpo imortal de Cristo: a cidade santa, a nova Jerusalém, que desce do céu ataviada para viverem em comunhão contínua com o Senhor e para O servirem em amor para sempre. A terra, que se tornara o inferno depois do pecado de nossos primeiros pais, se tornará agora em céu, para a habitação eternal dos justos. Muito trabalho nos espera pela frente! Pedro chamou esta nova era de convivência pacífica entre Deus e os homens de “o dia da eternidade” (2ª Pedro 3:18) e Isaías, o profeta messiânico, proclamou que “Israel é salvo pelo Senhor, com uma eterna salvação. Pelo que não sereis confundidos nem envergonhados em todas as eternidades” (Isaías 45:17). Quantas dessas eternidades passarão, o Pastor Olívio não sabe, mas, pela Palavra de Deus, ele sabe que os salvos do Senhor, ultrapassarão todas elas, sejam quantas forem! Glória a Deus!

APRENDENDO COM AS DISPENSAÇÕES

Aprendemos com o estudo das dispensações que nenhuma das respostas humanas às revelações de Deus foram ou serão capazes de salvá-lo de seu estado pecaminoso, pois como vimos em nosso estudo, nem a inocência em um meio-ambiente puro, nem a “livre” consciência para fazer o que se quer fazer, nem alguma forma de governo maravilhoso e participativo, nem o fazer parte de uma família santa, nem ser membro atuante de qualquer forma de religião, nem a própria presença do Salvador entre nós, nem a prosperidade material com paz, foram e serão suficientes para salvar o homem se este não o desejar. Apenas a aceitação confiante no sacrifício substitutivo de Cristo em nosso favor, a entrega sem reservas aos seus cuidados, a obediência voluntária e permanente a Ele, podem ser capazes de nos salvar de todo o mal. O profeta Isaías disse que “todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de nós todos”. Disse mais ainda: “Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; “Ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades: o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele e pelas suas pisaduras, fomos sarados” (Isaías 53: 4,5,6). O prezado leitor pode estar agora mesmo tentando algum outro meio de salvação que não seja o da cruz de Cristo, mas eu tenho a obrigação de lhe dizer, como guia espiritual que sou, que Deus não reconhece este seu método nem nenhum outro método como meio de salvação e que ele redundará em tremendo fracasso. Apenas para relembrá-lo: “Há caminhos que ao homem parecem direitos, mas o fim deles são caminhos de morte” (Provérbios 14:12 / 16:25).

Aprendemos ainda com as dispensações que a revelação de Deus é progressiva, é evolutiva, é crescente, pois a medida que as eras dispensacionais iam passando, a revelação de Deus sobre sua Pessoa e vontade ia aumentando e a sua abrangência também. O que havia começado com duas pessoas apenas, em um local restrito, onde a voz de Deus era ouvida e a sua presença sentida (Gênesis 3:8) chega agora a todo o mundo, em uma revelação plena, integral, completa, mediante a corporificação de Deus na pessoa de Jesus Cristo! (Hebreus 1:1-3). Qualquer pessoa hoje, incluindo o meu prezado leitor, pode ter mais informação sobre Deus e vivenciar mais experiências espirituais com Ele, do que qualquer outra pessoa em todo o mundo! Está disposto a isto, meu prezado leitor?

Por último eu quero destacar que, com o estudo das dispensações, aprendemos que Deus realmente está interessado no homem! Ele poderia começar a tentar salvar-nos apenas no sexto período dispensacional, quando o homem seria criado e o Cristo viria à Terra, mas Ele começou a operação de salvação já no início da eternidade, quando em sua mente, o Cordeiro Crístico fora morto pelo fracasso de nossos primeiros pais! Ele não ficou esperando chegar o dia em que enviaria o seu Filho à terra para só então começar a agir. Ele deu início à “Operação Resgate” logo, imediatamente, e não cessará com ela até o último dia desta nossa eternidade! Deus ama você, ama ao Pastor Olívio e a todos os demais seres! Você pode não compreender isto e tampouco eu compreendo, mas não somos chamados a compreender Deus e sim a crer Nele! “Deus amou o mundo de tal maneira que Deus o seu Filho Unigênito para que todo aquele que Nele crê não pereça m as tenha a vida eterna” (João 3:16). Creia em Deus e em seu Cristo de todo o seu coração e serás salvo, tu e a tua família (Atos 16:31).

CONCLUSÃO

Gostaria de terminar esta palestra dizendo para o meu prezado leitor que nada havia de errado com os métodos utilizados por Deus para resgatar a raça humana. O Senhor sabia que nenhum homem responderia favorável e integralmente a nenhum de seus métodos por uma questão de rebeldia, de animosidade, de aversão as coisas divinas, mas ainda assim Ele precisava mostrar para a sua criaturinha que Ele havia tentado de tudo o que a mente humana pudesse reivindicar como método de salvação! Caso o Senhor não os utilizasse, o homem poderia acusá-Lo de não ter tentado tudo, de não ter se esforçado ao máximo para salvá-lo e de estar se fazendo passar por “bonzinho” para impressionar suas criaturas! Só que as Escrituras ensinam que Deus foi muito além do que qualquer mente humana, angelical, demoníaca e de outros seres universais pudesse imaginar e elaborou um plano ousado, extremamente arriscado, em que o seu próprio Filho Unigênito tomaria parte nele, assumiria a forma humana, tomaria a culpa de todos os homens sobre si e libertaria definitivamente a criatura de seus erros fatais! Falaremos sobre isso nas próximas palestras.

Deus abençoe a todos.

Caso seja do interesse de meu prezado leitor discutir mais sobre o assunto, envie-me seus comentários, questionamentos, sugestões, críticas e, quando houver, possíveis elogios.

AS SETE DISPENSAÇÕES DA SALVAÇÃO

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Elaborado pelo Pastor Olívio em complementação à Palestra “As Sete Dispensações da Salvação”

 

 

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